A cantora baiana Érika Martins (foto: Léo de Azevedo) sempre foi chegada em moda.
Desde os tempos da banda Penélope (1995-2004), quando sua voz delicada invadiu as FMs do Brasil com um punhado de hits pop adoráveis, como Holiday, Naqueles Dias e Namorinho de Portão (releitura do clássico de Tom Zé).
Agora, Érika busca unir a paixão por moda propriamente dita – ela promove e vende peças de novos estilistas em seu blog – com sua mais recente paixão: as modinhas, o mais antigo formato de canção brasileira.
No momento, Érika está bem no meio das gravações de um álbum inteiramente dedicado às modinhas, viabilizado com a ajuda dos fãs via crowdfunding, o ultra-contemporâneo recurso on line no qual os fãs contribuem com seus artistas preferidos e recebem produtos e vantagens em troca.
“Meu pai é português, então, para mim, está no sangue. A ideia surgiu de um papo com o selo Toca Discos, e como já tenho um envolvimento com moda, achei que tinha a ver. E resgatar coisas antigas é uma prática minha desde a Penélope, com Namorinho de Portão”, lembra a cantora, por telefone.
“A modinha chegou ao País via colonização portuguesa e foi se transformando nas ruas do Brasil do século XIX. Hoje ela está meio esquecida”, conta.
Dedicada, a moça foi pesquisar lá atrás: “Lima Barreto falou das modinhas em Policarpo Quaresma (livro publicado em 1916). E encontrei uma linda, composta por Villa-Lobos, com letra do Manuel Bandeira. Essa eu selecionei para o disco e gravei com participação de Otto”, avisa, para deixar os fãs com água na boca.
Obviamente, o estilo antigo das modinhas foi adaptado para os dias atuais. “Tivemos que simplificar, por que é tudo bem arcaico, aí fomos deixando mais leve. E também procuramos modinhas mais recentes, como uma do Sérgio Bittencourt (1941-1979, compositor)”.
Já a captação de recursos para o projeto “vai bem, obrigada. Levantamos mais de 25% do financiamento em menos de uma semana e ainda tem uns 30 dias pela frente”, comemora.
“O disco já está metade gravado e deve sair no início de 2013. Agora eu tô louca mesmo é pra tocar na minha cidade de novo. Adoraria fazer o Festival de Verão, ainda mais agora que estou com o Fred (ex- Raimundos) na bateria”, arrisca.
Naqueles tempos
Em meados dos anos 1990, quando surgiu (talvez até hoje), a Penélope era um tanto inclassificável.
Antecedeu a ponte entre o indie rock e a MPB, formato que só se tornaria corrente com o estabelecimento do culto ao Los Hermanos, anos depois. Relia Tom Zé, citava Gang 90 (Holiday, primeiro hit), Jovem Guarda e sugeria um imaginário peculiar, entre o indie psicodélico e o infantil-nostálgico.
Com seu núcleo formado por Érika, Constança Scofield (flauta, teclados) e Mário Jorge Heine (ex-Úteros Em Fúria, bateria), a Penélope surgiu no seio de um grupo de roqueiros locais que orbitava em torno da antológica brincando de deus.
(Além da Penélope, essa "órbita" ainda registrou bandas hoje esquecidas, como Jupiterscope, Smooth Pod, Arsene Lupin, Dinky-Dau e a Macumba's Day, banda de Érika pré-Penélope, que ainda contava com Adriano Batata Amado e Alexandre Xanxa Guena na formação. Quem lembrar de outras, manda aí).
Na formação inicial, a Penélope contou com Josane Noronha (guitarra) e Jandira Fernandes (baixo). Estas saíram pouco depois. Logo estabilizaram com Luisão Pereira (hoje Dois Em Um, guitarra) e Érika Nande (baixo).
Após um show triunfante no Abril Pro Rock de 1997, foram contratados pela Sony.
Três álbuns (Mi Casa Su Casa [1999], Buganvilia [2001], Rock Meu Amor [2003]), alguns hits na rádio, centenas de shows e todo o circuito midiático depois, veio o fim.
De lá para cá, Érika casou (com Gabriel Thomaz, da banda Autoramas), lançou um elogiado álbum solo (Érika Martins, 2009), uma coletânea (Curriculum, 2010) e vem participando de projetos como Lafayette & Os Tremendões (banda liderada pelo tecladista-mór da Jovem Guarda), além de fazer muitos shows solo pelo Brasil.
Veja: www.modinhasdaerika.wordpress.com
Pequisando sobre a Penélope e bandas daqui dos anos 90, topei com isso aqui:
ResponderExcluirhttp://www.myspace.com/oqueabahiaperdeu
Legal! Parabens a Pivni e Mauro Telefunksoul pelo resgate. Procurei coisas sobre a Arsene Lupin e Smooth Pod e não encontrei quase nada. Tá na hora de deixar registradas essas e muitas outras bandas, para que essa memória não se perca.
Caralho, quase não reconheci Apú nessa foto:
ResponderExcluirhttp://www.fotolog.com/rockunder/7529260/
Lembram do ...And You Will Know Us By the Trail of Dead?
ResponderExcluirOlha'qui o disco novo deles:
http://www.spin.com/articles/stream-and-you-will-know-us-by-the-trail-of-deads-lost-songs
Derretei vossos miolos now.
Cecília Meireles já sabia tudo, muito antes de todos nós:
ResponderExcluir"Minha querida cidade, que te aconteceu, que já não te reconheço? Procuro-te em todas as tuas extensões e não te encontro. Para ver-te, preciso alcançar os espelhos da memória. Da saudade. E então sinto que deixaste de ser, que estás perdida".
Neste livro: http://www.globaleditora.com.br/catalogo-geral/juvenil/?colecao=320&LivroID=3413
Alguém aqui se lembra da Mayonese Love?
ResponderExcluirdeve ter sido 1 show q eles fizeram, eu vi lá na faculdade de ciencias contabeis...tinha spencer e peu na banda...acho que batata tb...
tem a nicest, mas já é final dos anos 90...
E aí Chicaço, arrupiou-se naquele final de Walking Dead ontem?!?
ResponderExcluirMan, quase caio da cama!
Ah, e valeu aí pelas dicas em SP. Quase toda vez que vou lá eu entro no Cj. Nacional, mas nunca me bati com a Geek... vou ver dessa vez... (não consegui acessar o link).
O prédio Yara já havia comentado comigo e Poli, vou ver se dá... E essa do Coutinho, Yara vive doida pra gente ir... Será que Mr. Nei se habilita? :-)
Abç!
Lembro - vagamente - de ouvir falar na Mayonese Love, Sputter. Mas não cheguei a assistir ou ouvir demo ou algo assim. Cartas (comments) à redação (blog), quem tiver mais detalhes, please.
ResponderExcluirArrupiou, Márcio!
Mas como já li a HQ, já sei mais ou menos como aquilo ali vai desenvolver.
(ALERTA DE SPOILER! SE NÃO QUISER SABER O QUE ACONTECE NA HQ E POSSIVELMENTE NA SÉRIE, PARE DE LER AQUI).
Aqueles presos ainda vivos não deverão ser ameaça ao grupo de Rick. Na HQ, eles se tornam aliados e ajudam a "limpar" todo o resto do presídio dos zumbis.
A verdadeira ameaça ao grupo instalado no presídio deve aparecer nos próximos capítulos e atende pelo nome de "Governador". Aí sim, a desgraceira vai comer solta.
FIM DO SPOILER.
ALERTA MEU: SE VOCÊ CONTINUAR A ESCREVER SPOILERS TODA VEZ QUE EU COMENTAR SOBRE WD VOCÊ VIRA ZUMBI, SEU MISERÁVEL!
ResponderExcluir(Mas eu consegui heroicamente não ler o que vc escreveu). :-)
Ah! A Geek abriu há poucos meses, acho que no fim do primeiro semestre.
ResponderExcluirVale a pena, mas prepare o bolso. A loja é cara. Mas tá tudo lá.
O Martinelli vale muito a pena conferir, se estiver dando um giro pelo centro. Segui esse roteiro aqui e fui parar lá:
http://screamyell.com.br/blog/2012/07/27/meu-roteiro-pelo-centro-de-sao-paulo/
Passei pelo Theatro Municipal, na Velvet Discos, na boa e velha (e extremamente muvucada no sábado de manhã) Galeria do Rock, nas banquinhas de MP3 (aonde adquiri coleções completas de Bowie, Ramones, Kiss e B52's), na Neco Filmes na Rua Capitão Salomão (aonde adquiri o fantástico Massacre da Serra Elétrica 2, com Dennis Hopper), aí perguntei pra um guarda onde fica o Martinelli e é ali pertinho. Em suma, vale a pena pegar o roteiro do MAC e criar seu próprio caminho, se perder um pouco. É muito bom.
(Ainda na onda dos arranha-céus do Centrão, recomendo tb - claro - o Edifício Itália, que fui alguns anos atrás. Mas eles só deixam os clientes do restaurante que fica na cobertura terem acesso à dita cuja. O restaurante não é barato, mas é de excelente qualidade e vale a pena, já que é o tipo de passeio que se faz uma vez na vida.... Durante a semana, o almoço executivo é mais barato, se não me engano.)
O Coutinho nós fomos em um domingo, quando rola uma senhora feijoada (de feijão preto, claro) com chorinho ao vivo, o buffet é R$ 35 por cabeça e a cerveja é aquele preçinho que já te falei. Muvucado tb, mas depois que vc consegue sentar numa mesa, já era: tome-lhe cerveja e caldinho de feijão e calabresas e torresmo de tira-gosto. Aí fudeu. Não tem hora pra sair.
Bom passeio!
Ainda sobre Walking Dead, a editora HQM finalmente está lançando a HQ mensal nas bancas:
ResponderExcluirhttp://www.universohq.com/quadrinhos/2012/n17102012_08.cfm
Só R$3,90, boa opção para quem quer começar do comecinho...
Quem diria, parece que Rogério Coelho vai voltar mesmo:
ResponderExcluirhttp://www.bleedingcool.com/2012/10/15/roger-rabbit-sequel-seems-to-be-coming-along-nicely/
Valeu por mais e mais dicas, man...
ResponderExcluirE o lance agora não é mais Galeria do Rock não, é a Galeria Nova Barão por ali perto... dezenas de lojas de vinil. A outra virou "galerinha do rock", coisa pra turista. rsrs
Também gosto de bater perna assim, a esmo, por lugares que valem a pena. Nos "perdemos" várias vezes em NY e foi a melhor coisa que fizemos, descobrimos até o Morrison Hotel original lá pelo Soho, de passagem pra outro lugar...
E aí, você foi sozinho pra lá nessas suas férias?
Fui com minha senhora.
ResponderExcluirE "se perder" é com certeza a melhor maneira de fazer turismo, né?
Seja aqui, NY, Tóquio ou Timbuktu....
Ainda sobre WD, você me emprestara as duas primeiras edições há alguns anos quando nem sonhávamos que virasse série e lembro que adorei...
ResponderExcluirComprei recentenmente na Comix a CONAN de Kurt Busiek, " A Filha do Gigante de Gelo", edição primorosa em capa dura, arte e cores geniais, você já teve acesso?
Estou quase comprando lá tb a DONG XOAI sobre uma história de soldados no Vietnã em 1965 do mestre Joe Kubert (the late great...); como bom fã de Kubert, você já soube de algo sobre?
Kiss novo na área, "Monster", preparando alguma matéria? Aerosmith tb, Nei falou que é fraco... ZZ Top novo tá explodindo nas têmporas, excelente!
Não comprei essa do Conan, não. Caríssima, eu nem cogitei. (Aliás, essa editora Mythos, a despeito do excelente trabalho que eles fazem com os fumetti da Sergio Bonelli, é careira pra caralho!) Já tenho / compro / recebo muita coisa ainda por ler, então. não.... Mas deve ser bom esse Conan. O Busiek manda muito bem.
ResponderExcluirA do Kubert eu só sei o que vi aqui:
http://www.universohq.com/quadrinhos/2012/n17102012_02.cfm
Se achar, devo comprar. Kubert Pai é sempre imperdível - e o preço é aceitável.
Kiss e Aerosmith novos não me animaram não. Aliás, eu só gosto do Kiss de 1982 (Creatures of The Night) pra baixo. Todo os discos de estúdio que vieram depois são simplesmente medianos ou ruins. Acredito que Nei, que também é fã, deve concordar comigo.
(Queria ir ao show em dezembro, mas não deve rolar. Poupando $$$ para outras viagens, ano que vem...)
Aerosmith eu não tenho mais saco para nada deles. O último bom (pra mim) foi o Pump (1990). Não gostei de mais nada que eles fizeram depois. Nem do Get a Grip.
O ZZ Top ainda preciso / quero muito ouvir. Não pintou por aqui ainda, vou ver se baixo.
Essa CONAN é só de histórias fiéis (segundo eles) às originais de Robert Howard, fiquei na fissura e gostei pracarái! Te empresto depois...
ResponderExcluirKubert vou ver se vou in loco na Comix em SP, se quiser compro uma pra você também... se não for comprarei pelo site mesmo.
Kiss eu ouvi samplers pela Allmusic e gostei, muito peso, distorção, só guitarras-baixo-bateria. Concordo em relação ao Aerosmith...
ZZ Top é tá aquele negócio: back to basics, mas sem nostalgia, pancada pura!
Poupando pro ano quem vem também: Poli já comprou nossos ingressos pro sábado e domingo do Lollapalooza!
Maravilha! Queria ver o Black Keys e Alabama Shakes, que tocam no sábado se não me engano. Mas vou ficar de butuca pra ver se rolam outras datas de shows do BK em outras cidades tipo Rio Brasília, BH, onde for - prefiro mil vezes pagar para ver um show só deles por que não tenho mais saco / preparo físico / paciência pra mega festival.
ResponderExcluirLaranja Mecânica - o livro - faz 50 anos e ganha edição especial brasileira:
ResponderExcluirhttp://omelete.uol.com.br/cinema/laranja-mecanica-em-edicao-especial-de-50-anos-no-brasi/
Beleza, o negócio é conseguir ler a bagaça. Os termos e neologismos inventados por Burgess dominam a narrativa, deixando-a bem difícl de acompanhar. Tentei ler há uns 20 anos atrá e desisti ali pela página 20.... E olha que tinha um glossário no final do livro, mas aí vc tem que interromper a leitura a cada duas linhas para consultá-lo, isso é muito sacal.
Taí outra coisa que estou de acordo com você: festivais...
ResponderExcluirO lance é que minha senhora não quer perder de jeito nenhum a chance de ver ao vivo a banda da qual ela é a maior fã, Pearl Jam, que eu gostho muitho também, além da oportunidade de ver ao vivo BK e AS de quem não tenho discos.
Pena que tem de ser desse jeito por enquanto...
Entendo. Aí não tem jeito: relaxa e goza. E vai fazendo umas flexões e alongamentos, por que a jornada é longa e exige muito. Mas costuma valer a pena....
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