Não existe fórmula de sucesso para compor música boa – só música ruim. E para comprovar isto, basta ligar o rádio.
Agora, no rock n’ roll estilo clássico, legítimo, a história é outra. Atributos como despretensão e intuição (ou inspiração, chame-se como quiser) bem afinadas já são meio caminho andado para compor boas canções.
E é com muita despretensão e alguma inspiração, claro, que a novíssima banda local Os Jonsóns chega ao cenário com canções rock ‘n’ roll divertidíssimas, que lembram, com louvor, as derivações jovem guarda + psicodelismo que caracterizam o rock gaúcho de nomes como Jupiter Maçã, Frank Jorge, Cascavelettes e Graforreia Xilarmônica.
A influência sulista é orgulhosamente admitida pelos Jonsóns, mas esta não se limita aos músicos gaudérios, apressa-se em esclarecer o guitarrista e vocalista Ulisses Salomão Machado.
“Temos muita influências caribenhas e latinas também. Na verdade, ouvimos de tudo, sem muita restrição”, afirma.
Agora com trompete
Formada em 2007 por Salomão e Marco Aurélio (baixo e voz), Os Jonsóns começaram como banda cover de Beatles e rock dos anos 1950, mas tudo mudou quando a dupla começou a ouvir o tal do rock gaúcho.
“Foi um marco pra gente. Aí, há coisa de um ano pra cá, quando o Marcelo Bastos (bateria) entrou na banda, começamos a levar mais a sério e a compor”, relata.
Não demorou e os rapazes incorporaram mais um membro ao grupo: o trompetista Leonardo Leal. Será o nascimento do PELVs baiano – clássica banda indie carioca que tinha no trompete seu diferencial?
“Somos todos autodidatas”, avisa Salomão. “O Léo não fez curso, nem nada. Então o trompete ainda é meio que um elefante no meio do estúdio”, ri.
“Aí a gente diz: ‘faz assim Léo. ‘Toca assim ou assado’. Os arranjos são simples, minimalistas. Não somos técnicos. Mas tá tudo ensaiadinho”, garante.
Até dezembro, o quarteto solta EP para download gratuito. Enquanto isso, se ligue na agenda de shows. “Vamos até onde der. Pretensão não temos. Só a vontade de fazer música”.
Mais honesto que isso, impossível.
Ouça: www.facebook.com/osjonsons
NUETAS
Feira Noise 2012O principal festival independente dos
nossos vizinhos tem Sertanília, Magdalene, No Off?, Herois de Aluguel,
Scambo, Corscarque e Rafael Damasceno na sexta-feira. Sábado tem
Cascadura, Clube de Patifes, Tangerina Jones, Full Time Rockers, Steel
Trigger e Andrajos (sábado). Na Arena do Centro de Cultura Amélio
Amorim, 15h30, R$ 15. Saiba mais: www.feiracoletivo.com.br
Pastel, A5 e FTR
Pastel de Miolos, Ato Cinco e os cearenses da Full Time Rockers se apresentam sábado (dia 3), na The Other Place (Antiga Red Devils, Rua Ariston Bertino de Carvalho, 247, Brotas). A Pastel, ícone do punk rock baiano, acaba de voltar de uma série de shows pela terra do Didi Mocó. Passaram por Fortaleza, Canindé, Quixadá e Pacatuba. Na volta, trouxeram a FTR a tiracolo. 21 horas, R$ 10.
Beatles é massa
Lo Han, Rock n’ Rumba, Rock Rural e Cadillac são as atrações do Beatles Social Club de outubro. É hoje, na Companhia da Pizza, 20 horas, grátis.
Big Bands ‘12: finale
Macaco Bong, Vendo 147 e Tentrio fazem noite instrumental e fecham o festival Big Bands. E o companheiro Big Bross discoteca. No Portela Café, sábado, 23 horas, R$ 20.
Blog (que, nos seus primórdios, entre 2004-05, foi de um programa de rádio) sobre rock e cultura pop. Hoje é o blog de Chico Castro Jr., jornalista formado pela Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia. Atualmente, é repórter do Caderno 2+ do jornal A Tarde, no qual algumas das matérias vistas aqui foram anteriormente publicadas. Assina a coluna Coletânea, dedicada à música independente baiana. Nossa base é Salvador, Bahia, a cidade do axé, a cidade do terror.
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terça-feira, outubro 30, 2012
sexta-feira, outubro 26, 2012
BIG BANDS CHEGA À 5ª EDIÇÃO, APOSTANDO EM MEDALHÕES DO UNDERGROUND, NOVOS TALENTOS E FORMAÇÃO DE PÚBLICO
Há quem não acredite mais na sua existência, mas bandas de rock de verdade (não as estereotipadas do mainstream) poderão ser avistadas e até ouvidas durante todo este fim de semana, de graça, na Praça Teresa Batista (Pelourinho).
É a quinta edição do Festival Big Bands, que vai botar no palco nomes significativos do cenário alternativo local e nacional.
Além dos três dias no Pelô, haverá ainda uma festa de encerramento com o badalado power trio Macaco Bong e a local Vendo 147, no Portela Café.
Organizado pelo Coletivo Quina Cultural, com o apoio de um órgão estadual (Centro de Culturas Populares e Identitárias - CCPI) e um federal (Fundação Nacional de Artes - FUNARTE), o Big Bands tem à frente da produção e seleção das atrações a conhecida figura Rogério Big Bross Brito.
Dono de notória sinceridade, Big afirma que “um das principais critérios de seleção para o festival é o conjunto da obra”.
“Obras como a da Headhunter DC, que tem 25 anos de atividade sem parar e vai sair em breve em turnê pela América Latina. O último show deles com o Matanza no Cais Dourado foi assustador: deu mais de 1,5 mil malucos”, relata Big.
“Headhunter, Messias (ex- brincando de deus) e Bestiário, eu escalo de olhos fechados. Pessoas como Mauro Pithon (Bestiário, ex-Úteros Em Fúria), Messias, Ronei Jorge e Fábio cascadura, podem ter 300 bandas, que eu escalo todo ano. Podem reclamar que é banda de amigo: e é mesmo. Mas todos eles tem mais de vinte anos de carreira no underground, sem parar”, demarca.
Diversidade de verdade
Mas nem só dos medalhões locais vive o Big Bands. A diversidade – fartamente vendida em outros festivais – surge de fato aqui, com sons do Nordeste (Cabruêra), jovem guarda sulista (Graforreia Xilarmônica), industrial eletrônico (Modus Operandi), hip hop da periferia (Fúria Consciente), funk (Irmão Carlos & O Catado) etc.
Dos nomes de fora, Cabruêra e Graforreia Xilarmônica são os que merecem a maior atenção. A primeira, da Paraíba, coleciona elogios da crítica e já rodou Brasil e Europa com sua mistura refinada, quase erudita, de regional com universal
A Graforreia é uma daquelas bandas que muita gente gosta e nem sabe. Teve hits gravados por Pato Fu (Eu, Nunca Diga), Wander Wildner (Empregada) e revelou Frank Jorge, grande poeta do rock gaudério.
Big Bands / Sexta, 20 horas: Fúria Consciente, Irmão Carlos & O Catado, Cabruêra / Sábado, 17 horas: Hessel, Festenkois (MG), Bestiário, Headhunter D.C. / Domingo, 17 horas: Gozo de Lebre, Tangerina Jones, Modus Operandi, Messias, Graforréia Xilarmônica (RS) / Pça. Teresa Batista / Gratuito / Sábado (3): Tentrio, Vendo 147, Macaco Bong (MT) / Portela café, 23 horas / R$ 20
Coletivo promove oficinas de hip hop em escolas públicas
O Big Bands não se resume a botar bandas underground no palco.
Há algum tempo, o Coletivo Quina Cultural iniciou o projeto Big Bands Vai à Escola, promovendo oficinas de breakdance, DJ, grafite e MC (rapper) em escolas públicas da periferia, em parceria com a Rede Municipal de Ensino.
Coordenada por Cássia Cardoso, do Quina, o projeto já esteve em instituições como as escolas municipais Barbosa Romeo (São Cristóvão) e Teodoro sampaio (Santa Cruz), entre outras.
Rogério esteve com o Coletivo na primeira e relata que, no dia, “o bairro estava em pé de guerra entre traficantes. As mães iam lá buscar os filhos”.
“Mas a garotada que estava lá era impressionante. Foram três dias em que eles cantaram com o pessoal do Fúria Consciente, grafitaram, criaram, se expressaram. A maioria nunca tinha visto um toca-discos de perto ou falado em um microfone. Saí de lá emocionado”, conta Big.
Para ele, música nas escolas “tem que ser disciplina prática, não só teórica. Lembro de um garoto de olhar tenso, mas que parecia ter descoberto ali uma atividade real. Se, de 150 guris, a gente consegue salvar um, dois, já acho lindo”.
http://quinacultural.blogspot.com.br/
É a quinta edição do Festival Big Bands, que vai botar no palco nomes significativos do cenário alternativo local e nacional.
Além dos três dias no Pelô, haverá ainda uma festa de encerramento com o badalado power trio Macaco Bong e a local Vendo 147, no Portela Café.
Organizado pelo Coletivo Quina Cultural, com o apoio de um órgão estadual (Centro de Culturas Populares e Identitárias - CCPI) e um federal (Fundação Nacional de Artes - FUNARTE), o Big Bands tem à frente da produção e seleção das atrações a conhecida figura Rogério Big Bross Brito.
Dono de notória sinceridade, Big afirma que “um das principais critérios de seleção para o festival é o conjunto da obra”.
“Obras como a da Headhunter DC, que tem 25 anos de atividade sem parar e vai sair em breve em turnê pela América Latina. O último show deles com o Matanza no Cais Dourado foi assustador: deu mais de 1,5 mil malucos”, relata Big.
“Headhunter, Messias (ex- brincando de deus) e Bestiário, eu escalo de olhos fechados. Pessoas como Mauro Pithon (Bestiário, ex-Úteros Em Fúria), Messias, Ronei Jorge e Fábio cascadura, podem ter 300 bandas, que eu escalo todo ano. Podem reclamar que é banda de amigo: e é mesmo. Mas todos eles tem mais de vinte anos de carreira no underground, sem parar”, demarca.
Diversidade de verdade
Mas nem só dos medalhões locais vive o Big Bands. A diversidade – fartamente vendida em outros festivais – surge de fato aqui, com sons do Nordeste (Cabruêra), jovem guarda sulista (Graforreia Xilarmônica), industrial eletrônico (Modus Operandi), hip hop da periferia (Fúria Consciente), funk (Irmão Carlos & O Catado) etc.
Dos nomes de fora, Cabruêra e Graforreia Xilarmônica são os que merecem a maior atenção. A primeira, da Paraíba, coleciona elogios da crítica e já rodou Brasil e Europa com sua mistura refinada, quase erudita, de regional com universal
A Graforreia é uma daquelas bandas que muita gente gosta e nem sabe. Teve hits gravados por Pato Fu (Eu, Nunca Diga), Wander Wildner (Empregada) e revelou Frank Jorge, grande poeta do rock gaudério.
Big Bands / Sexta, 20 horas: Fúria Consciente, Irmão Carlos & O Catado, Cabruêra / Sábado, 17 horas: Hessel, Festenkois (MG), Bestiário, Headhunter D.C. / Domingo, 17 horas: Gozo de Lebre, Tangerina Jones, Modus Operandi, Messias, Graforréia Xilarmônica (RS) / Pça. Teresa Batista / Gratuito / Sábado (3): Tentrio, Vendo 147, Macaco Bong (MT) / Portela café, 23 horas / R$ 20
Coletivo promove oficinas de hip hop em escolas públicas
O Big Bands não se resume a botar bandas underground no palco.
Há algum tempo, o Coletivo Quina Cultural iniciou o projeto Big Bands Vai à Escola, promovendo oficinas de breakdance, DJ, grafite e MC (rapper) em escolas públicas da periferia, em parceria com a Rede Municipal de Ensino.
Coordenada por Cássia Cardoso, do Quina, o projeto já esteve em instituições como as escolas municipais Barbosa Romeo (São Cristóvão) e Teodoro sampaio (Santa Cruz), entre outras.
Rogério esteve com o Coletivo na primeira e relata que, no dia, “o bairro estava em pé de guerra entre traficantes. As mães iam lá buscar os filhos”.
“Mas a garotada que estava lá era impressionante. Foram três dias em que eles cantaram com o pessoal do Fúria Consciente, grafitaram, criaram, se expressaram. A maioria nunca tinha visto um toca-discos de perto ou falado em um microfone. Saí de lá emocionado”, conta Big.
Para ele, música nas escolas “tem que ser disciplina prática, não só teórica. Lembro de um garoto de olhar tenso, mas que parecia ter descoberto ali uma atividade real. Se, de 150 guris, a gente consegue salvar um, dois, já acho lindo”.
http://quinacultural.blogspot.com.br/
terça-feira, outubro 23, 2012
STEVE HARRIS FAIL, TREZAZÊZ WIN!
Banda de rock é um troço interessante. Sempre tem alguém nelas – geralmente o líder – que é a chamada “alma” da banda, a pessoa que concebe e encarna sua proposta.
No Iron Maiden – por mais estrela que seja o cantor Bruce Dickinson –, essa pessoa é o baixista, fundador e líder inconteste Steve Harris, que acaba de lançar, aos 56 anos, seu primeiro CD solo, British Lion.
(Na foto ao lado, Steve e a banda que o acompanhou no estúdio, em foto de John McMurtrie).
Por ser tão identificado como o mentor do Iron, o músico que ditou – com mão de ferro, dizem – os rumos musicais de sua banda, um disco solo de Harris era uma possibilidade remota.
O raciocínio é simples: pra que diabos ele se preocuparia com disco solo, se o Iron Maiden já é praticamente seu trabalho solo?
Daí a surpresa entre fãs e apreciadores quando este álbum solo foi anunciado.
Em entrevistas, Harris afirmou que encarava a empreitada mais como um “projeto paralelo” ao Maiden do que como disco solo. E que o repertório seria fortemente influenciado pelo hard rock e progressivo dos anos 1970.
Ora, isso já é o que o Iron Maiden vem fazendo há coisa de 30 anos. Não à toa, as expectativas foram lá pro alto.
A má notícia é que todas elas foram rigorosamente frustradas.
Hard rock de FM
A principal razão do naufrágio que é este British Lion atende pelo nome de Richard Taylor, que vem a ser o vocalista da banda recrutada por Harris para acompanhá-lo.
Taylor e Harris são velhos amigos, já que o primeiro era o vocalista de uma obscura banda apadrinhada pelo segundo ainda nos anos 1990, chamada justamente... British Lion.
Até aí, tudo bem. Nada contra dar uma “segunda chance” a um amigo que Harris, pelo visto, julga talentoso.
O problema é que o tal do Taylor não tem nem cacoete de talento. Sua voz é genérica, sua interpretação é melosa, sua abordagem é convencional, tão excitante quanto uma manhã na fila do cartório.
Se fosse só isso e as composições ajudassem, até que British Lion não seria um disco ruim.
Mas não é o que acontece. O álbum é uma tediosa sequência de dez faixas de um hard rock de FM, barato e sem brilho.
Aqui e ali há uma levada mais pesada (na abertura, This is My God), uma linha de baixo que chama a atenção (Karma Killer), uma sobra engavetada do Maiden (Us Against the World), mas é pouco.
A melhorzinha é The Chosen Ones, a que mais se parece com o prometido nas entrevistas.
Volta pro reduto, Steve!
British Lion / Steve Harris / EMI / R$ 34,90
Trio de violonistas brasileiros lança belo CD instrumental com clássicos do Maiden
Mas nem tudo está perdido para os fãs brasileiros do Iron Maiden.
Enquanto aguardam o show já anunciado para o Rock in Rio 2013 (setembro), a rapaziada pode investir seus suados caraminguás sem medo em um belo tributo a banda da caveira Eddie, o CD Can We Play With Maiden?, lançado pelo trio de violonistas Trezazêz.
No disco, os rapazes – três virtuoses incontestáveis – releem nove clássicos do vasto repertório maideniano mantendo certa fidelidade aos temas originais, mas com liberdade para soltar os cachorros em arranjos puramente instrumentais, com personalidade própria.
Formado por Caio Andrade (violão de cordas de aço), Estevan Sinkovitz (cordas de nylon) e Luque Barros (violão de sete cordas), o Trezazêz oferece um biscoito fino que merece ser apreciado não apenas pelos fãs da banda inglesa, mas por qualquer pessoa que goste de música e /ou estude violão.
Enche os ouvidos e causa admiração os diálogos (ou duelos) travados pelo trio de violonistas em faixas clássicas como Losfer Words (Big ‘Orra), The Number of The Beast, Phantom of The Opera, Flash of The Blade e Two Minutes to Midnight.
Um senhor tributo a uma grande banda.
Trezazêz / Can We Play With Maiden? / Scubidu Records / R$ 21,90 / www.trezazez.com
No Iron Maiden – por mais estrela que seja o cantor Bruce Dickinson –, essa pessoa é o baixista, fundador e líder inconteste Steve Harris, que acaba de lançar, aos 56 anos, seu primeiro CD solo, British Lion.
(Na foto ao lado, Steve e a banda que o acompanhou no estúdio, em foto de John McMurtrie).
Por ser tão identificado como o mentor do Iron, o músico que ditou – com mão de ferro, dizem – os rumos musicais de sua banda, um disco solo de Harris era uma possibilidade remota.
O raciocínio é simples: pra que diabos ele se preocuparia com disco solo, se o Iron Maiden já é praticamente seu trabalho solo?
Daí a surpresa entre fãs e apreciadores quando este álbum solo foi anunciado.
Em entrevistas, Harris afirmou que encarava a empreitada mais como um “projeto paralelo” ao Maiden do que como disco solo. E que o repertório seria fortemente influenciado pelo hard rock e progressivo dos anos 1970.
Ora, isso já é o que o Iron Maiden vem fazendo há coisa de 30 anos. Não à toa, as expectativas foram lá pro alto.
A má notícia é que todas elas foram rigorosamente frustradas.
Hard rock de FM
A principal razão do naufrágio que é este British Lion atende pelo nome de Richard Taylor, que vem a ser o vocalista da banda recrutada por Harris para acompanhá-lo.
Taylor e Harris são velhos amigos, já que o primeiro era o vocalista de uma obscura banda apadrinhada pelo segundo ainda nos anos 1990, chamada justamente... British Lion.
Até aí, tudo bem. Nada contra dar uma “segunda chance” a um amigo que Harris, pelo visto, julga talentoso.
O problema é que o tal do Taylor não tem nem cacoete de talento. Sua voz é genérica, sua interpretação é melosa, sua abordagem é convencional, tão excitante quanto uma manhã na fila do cartório.
Se fosse só isso e as composições ajudassem, até que British Lion não seria um disco ruim.
Mas não é o que acontece. O álbum é uma tediosa sequência de dez faixas de um hard rock de FM, barato e sem brilho.
Aqui e ali há uma levada mais pesada (na abertura, This is My God), uma linha de baixo que chama a atenção (Karma Killer), uma sobra engavetada do Maiden (Us Against the World), mas é pouco.
A melhorzinha é The Chosen Ones, a que mais se parece com o prometido nas entrevistas.
Volta pro reduto, Steve!
British Lion / Steve Harris / EMI / R$ 34,90
Trio de violonistas brasileiros lança belo CD instrumental com clássicos do Maiden
Mas nem tudo está perdido para os fãs brasileiros do Iron Maiden.
Enquanto aguardam o show já anunciado para o Rock in Rio 2013 (setembro), a rapaziada pode investir seus suados caraminguás sem medo em um belo tributo a banda da caveira Eddie, o CD Can We Play With Maiden?, lançado pelo trio de violonistas Trezazêz.
No disco, os rapazes – três virtuoses incontestáveis – releem nove clássicos do vasto repertório maideniano mantendo certa fidelidade aos temas originais, mas com liberdade para soltar os cachorros em arranjos puramente instrumentais, com personalidade própria.
Formado por Caio Andrade (violão de cordas de aço), Estevan Sinkovitz (cordas de nylon) e Luque Barros (violão de sete cordas), o Trezazêz oferece um biscoito fino que merece ser apreciado não apenas pelos fãs da banda inglesa, mas por qualquer pessoa que goste de música e /ou estude violão.
Enche os ouvidos e causa admiração os diálogos (ou duelos) travados pelo trio de violonistas em faixas clássicas como Losfer Words (Big ‘Orra), The Number of The Beast, Phantom of The Opera, Flash of The Blade e Two Minutes to Midnight.
Um senhor tributo a uma grande banda.
Trezazêz / Can We Play With Maiden? / Scubidu Records / R$ 21,90 / www.trezazez.com
sexta-feira, outubro 19, 2012
MOSTRA DE SAMUEL CASAL ABRE HOJE NA RV, INICIANDO FIM DE SEMANA AGITADO, COM 24 HORAS DE QUADRINHOS E MAIS
Apreciadores de artes visuais, gráficas e HQ tem um programa imperdível para este fim de semana, na loja / galeria RV Cultura & Arte.
A partir de hoje até domingo, o local vai abrigar a edição 2012 do evento 24 Horas de Quadrinhos, a abertura da exposição Gravado no Osso, do artista gaúcho Samuel Casal, bate-papo com o artista (no sábado), encontro com a quadrinista alemã Aisha Franz (sábado, 14h30), lançamento da revista Café Espacial 11 e Mural de Tiras.
Inédita na região Nordeste, a mostra individual de Samuel Casal traz a produção mais recente deste jovem porém experiente artista gráfico / ilustrador / quadrinista / gravurista.
“A exposição consiste de gravuras que variam desde os 15 centímetros até de 70 cm X 1 metro”, descreve Samuel por telefone desde Florianópolis, aonde vive.
“Haverá ainda um livro-objeto chamado Autópsia e algumas matrizes de gravuras, que tem uma função meio didática. É que as pessoas ficam curiosas em ver como são as matrizes. Mas a maioria das peças é de gravuras impressas”, conta.
Aos 38 anos, Casal atua como ilustrador desde os 16, quando começou no jornal de sua cidade, Caxias do Sul (RS).
De lá para cá, já publicou sua arte na Superinteressante, Folha de São Paulo, Le Monde Diplomatique, Exame e Die-Gestalten, entre outras. Publicou HQs na Argentina, França, Alemanha, Bolívia, Chile e Espanha.
Faturou oito prêmios HQMix e é coautor de um pequeno clássico recente da HQ nacional: Prontuário 666: Os Anos de Cárcere de Zé do Caixão (2008).
Tradição, tecnologia etc
Há alguns anos, apaixonou-se pelas técnicas arcaicas da gravura, a qual vem se dedicando com afinco. “Quando comecei a trabalhar, antes da era digital, as coisas ainda eram bem manuais”, lembra.
“Em 1993, 95, começaram a vir as máquinas – e logo eu estava desenhando direto no computador. Quando fiquei mais à vontade com o equipamento, todo mundo começou a dizer que meu traço tinha aspecto de xilogravura”, relata.
Curioso, Casal foi pesquisar a técnica e descobriu que uma de suas maiores influências era justamente de uma referências da xilogravura no Brasil: Rubem Grillo.
“Então, hoje eu conservo as duas coisas: o trabalho primitivo com a xilogravura e a ilustração digital. Uma coisa não precisa anular a outra. Tanto a tradição quanto a tecnologia são bem vindos no meu estúdio”, reflete.
Na mostra, estarão expostas gravuras criadas através do entalhe de materiais como linóleo, emborrachados e MDF, além de experiências gráficas com monotipia e stencil, nos quais a cor é tingida artesanalmente.
Suas figuras são criaturas quase sempre animalescas, de aspecto ora assustador, ora misterioso. “Meu trabalho tem essa estética do grotesco que vem do expressionismo”, admite.
“É uma coisa mais de expressão do que de terror. Você parte de uma mancha preta e vai abrindo pontos de luz. Então é uma técnica que combina bem com temas sombrios. Mas isso sempre me interessou. Já tive banda de rock pesado, tinha as capas de disco, gibis de terror, isso sempre permeou meu trabalho”, conclui.
24 quadrinhos por segundo
Realizado em Salvador há cinco anos pela RV Cultura & Arte, o 24 Horas de Quadrinhos é um evento anual que acontece simultaneamente em milhares de cidades mundo afora.
O desafio, concebido pelo quadrinista e teórico norte-americano Scott McCloud (autor do livro-referência Desvendando os Quadrinhos) consiste em criar e concluir uma HQ de 24 páginas em 24 horas.
Depois da jornada, uma votação (no local e on line) consagrará as duas melhores HQs, cujos criadores ganharão prêmios oferecidos pelas editoras Devir, Conrad e JBC.
Quem comparecer só para visitar pode participar do encontro com a quadrinista alemã Aisha Franz, em visita de intercâmbio cultural à cidade, através do Instituto Goethe local.
Outras presenças ilustres incluem o sociólogo Eduardo Duparah (UNESP Marília - SP) e Galvão Bertazzi.
O primeiro é gestor da Associação Café Espacial, que lança na ocasião o 11º número da revista homônima.
E Bertazzi, criador da série de tirinhas Vida Besta, participa da atividade Mural de Tiras.
Trata-se de uma miniexposição de tiras em quadrinhos em que qualquer pessoa pode participar. Basta enviar sua tira para rvculturaearte@gmail.com.
Todas serão impressas e expostas no mural. A mais votada também ganha prêmio.
Bom fim de semana de celebração à arte e as HQs.
Gravado no Osso: Mostra de Samuel Casal / Abertura com a presença do artista: hoje, 19 horas / Visitação gratuita até 24 de novembro / Bate-papo com Samuel: amanhã, 16 horas
24 Horas de Quadrinhos 2012 / Das 10 horas de sábado às 10h de domingo / Inscrição: R$ 20 (direito a papel especial, jantar, café da manhã e bebidas: água, café e refrigerante) / RV Cultura e Arte (3347-4929) / Rua Barro Vermelho 32, Rio Vermelho
A partir de hoje até domingo, o local vai abrigar a edição 2012 do evento 24 Horas de Quadrinhos, a abertura da exposição Gravado no Osso, do artista gaúcho Samuel Casal, bate-papo com o artista (no sábado), encontro com a quadrinista alemã Aisha Franz (sábado, 14h30), lançamento da revista Café Espacial 11 e Mural de Tiras.
Inédita na região Nordeste, a mostra individual de Samuel Casal traz a produção mais recente deste jovem porém experiente artista gráfico / ilustrador / quadrinista / gravurista.
“A exposição consiste de gravuras que variam desde os 15 centímetros até de 70 cm X 1 metro”, descreve Samuel por telefone desde Florianópolis, aonde vive.
“Haverá ainda um livro-objeto chamado Autópsia e algumas matrizes de gravuras, que tem uma função meio didática. É que as pessoas ficam curiosas em ver como são as matrizes. Mas a maioria das peças é de gravuras impressas”, conta.
Aos 38 anos, Casal atua como ilustrador desde os 16, quando começou no jornal de sua cidade, Caxias do Sul (RS).
De lá para cá, já publicou sua arte na Superinteressante, Folha de São Paulo, Le Monde Diplomatique, Exame e Die-Gestalten, entre outras. Publicou HQs na Argentina, França, Alemanha, Bolívia, Chile e Espanha.
Faturou oito prêmios HQMix e é coautor de um pequeno clássico recente da HQ nacional: Prontuário 666: Os Anos de Cárcere de Zé do Caixão (2008).
Tradição, tecnologia etc
Há alguns anos, apaixonou-se pelas técnicas arcaicas da gravura, a qual vem se dedicando com afinco. “Quando comecei a trabalhar, antes da era digital, as coisas ainda eram bem manuais”, lembra.
“Em 1993, 95, começaram a vir as máquinas – e logo eu estava desenhando direto no computador. Quando fiquei mais à vontade com o equipamento, todo mundo começou a dizer que meu traço tinha aspecto de xilogravura”, relata.
Curioso, Casal foi pesquisar a técnica e descobriu que uma de suas maiores influências era justamente de uma referências da xilogravura no Brasil: Rubem Grillo.
“Então, hoje eu conservo as duas coisas: o trabalho primitivo com a xilogravura e a ilustração digital. Uma coisa não precisa anular a outra. Tanto a tradição quanto a tecnologia são bem vindos no meu estúdio”, reflete.
Na mostra, estarão expostas gravuras criadas através do entalhe de materiais como linóleo, emborrachados e MDF, além de experiências gráficas com monotipia e stencil, nos quais a cor é tingida artesanalmente.
Suas figuras são criaturas quase sempre animalescas, de aspecto ora assustador, ora misterioso. “Meu trabalho tem essa estética do grotesco que vem do expressionismo”, admite.
“É uma coisa mais de expressão do que de terror. Você parte de uma mancha preta e vai abrindo pontos de luz. Então é uma técnica que combina bem com temas sombrios. Mas isso sempre me interessou. Já tive banda de rock pesado, tinha as capas de disco, gibis de terror, isso sempre permeou meu trabalho”, conclui.
24 quadrinhos por segundo
Realizado em Salvador há cinco anos pela RV Cultura & Arte, o 24 Horas de Quadrinhos é um evento anual que acontece simultaneamente em milhares de cidades mundo afora.
O desafio, concebido pelo quadrinista e teórico norte-americano Scott McCloud (autor do livro-referência Desvendando os Quadrinhos) consiste em criar e concluir uma HQ de 24 páginas em 24 horas.
Depois da jornada, uma votação (no local e on line) consagrará as duas melhores HQs, cujos criadores ganharão prêmios oferecidos pelas editoras Devir, Conrad e JBC.
Quem comparecer só para visitar pode participar do encontro com a quadrinista alemã Aisha Franz, em visita de intercâmbio cultural à cidade, através do Instituto Goethe local.
Outras presenças ilustres incluem o sociólogo Eduardo Duparah (UNESP Marília - SP) e Galvão Bertazzi.
O primeiro é gestor da Associação Café Espacial, que lança na ocasião o 11º número da revista homônima.
E Bertazzi, criador da série de tirinhas Vida Besta, participa da atividade Mural de Tiras.
Trata-se de uma miniexposição de tiras em quadrinhos em que qualquer pessoa pode participar. Basta enviar sua tira para rvculturaearte@gmail.com.
Todas serão impressas e expostas no mural. A mais votada também ganha prêmio.
Bom fim de semana de celebração à arte e as HQs.
Gravado no Osso: Mostra de Samuel Casal / Abertura com a presença do artista: hoje, 19 horas / Visitação gratuita até 24 de novembro / Bate-papo com Samuel: amanhã, 16 horas
24 Horas de Quadrinhos 2012 / Das 10 horas de sábado às 10h de domingo / Inscrição: R$ 20 (direito a papel especial, jantar, café da manhã e bebidas: água, café e refrigerante) / RV Cultura e Arte (3347-4929) / Rua Barro Vermelho 32, Rio Vermelho
quarta-feira, outubro 17, 2012
TERRA DA FELICIDADE TEM O HOMEM MAIS TRISTE DO MUNDO
Muito oportuna para o post de hoje a entrevista da dramaturga e atriz espanhola catalã Angelica Liddell, publicada na revista Muito de domingo passado.
Disse Angelica: “a tristeza nos pertence, a tristeza é parte inerente do homem, assim como a alegria, embora hoje ela seja vista na sociedade como uma enfermidade e não como aquilo que ela é, como algo natural”.
Na Bahia, que ainda se debate sob o tacão de uma medíocre e imbecilizante “ditadura da alegria” (convenhamos: só completos imbecis ou doentes mentais são alegres o tempo inteiro) chega a ser sintomático o surgimento d’O Homem Mais Triste do Mundo.
Projeto de Deo, ex-guitarrista da banda indie O Vestido Preto de Valentina, O Homem Mais Triste do Mundo é, ao mesmo tempo, uma banda de um homem só e um quinteto.
“Eu tenho dois shows: um em que me apresento sozinho, tipo one man band mesmo, e outro, em que sou acompanhado por uma banda e uma atriz que faz performances”, descreve Deo (como prefere ser chamado Uélter Ribeiro).
Construindo um espetáculo
Parte da agitada cena underground que tem transformado o humilde bairro do São Caetano em pólo de vanguarda cultural, as canções d’O Homem Mais Triste do Mundo são eminentemente acústicas.
“As influências são Bigott, um espanhol que canta em inglês e eu tenho ouvido muito, (o cantor indie) Josh Rouse e uma banda argentina chamada Onda Vaga, em que todos cantam e tocam instrumentos acústicos. Fora os clássicos, tipo Bob Dylan, Wilco, coisas que já ouço normalmente”, descreve Deo.
Na foto (de Ana Clara Araújo), a formação quase completa da banda que o acompanha: Moara Rocha, Camila Loureiro, Rafael Muñoz e Fabiano Passos. “Só faltou a atriz Vica Hammad, que estava viajando quando tiramos a foto”, diz.
Todos tocam vários instrumentos, dos prosaicos baixo e bateria a acordeom, escaleta, teclados e percussões diversas.
“Menos Vica, que é minha namorada e começou a dizer alguns textos nos intervalos. Aí começamos a criar esse roteiro entre as canções, com textos de Woody Allen, Eduardo Galeano, Manuel Bandeira etc”.
“Agora estamos nesse processo de construção de um espetáculo, mesmo. Queremos fazer um show bacana, que as pessoas saiam falando. Essa é nossa maior preocupação”, conclui.
Nesse sábado tem show. Quem for de se jogar....
O Homem Mais Triste do Mundo / Sábado, 20 horas / Teatro do Centro Cultural de Plataforma / R$ 5 e R$ 2,50
VEJA: http://www.facebook.com/OHomemMaisTristeDoMundo
NUETAS
Semana do Futurama
Nesta semana tem o festival Futurama Música e Intervenção Ambiental. Sexta e sábado, com Anelis Assumpção, Luiz Natureza e muito mais. Clique e veja o flyer ao lado maior ou saiba mais aqui: www.maquinarioproducoes.com.br
Falsos Modernos²
Os Falsos Modernos de Bruno Carvalho & Cia fazem dose dupla neste fim de semana. Sexta-feira, no Franco Lounge Bar e sábado, no Donna Cheffa Pizza Music Bar, com Os Jonsóns. Programe-se e divirta-se.
Cascadura na Vila
O projeto Vila da Música, do Teatro Vila Velha, bota o Cascadura no palco principal da casa, em mais um show de divulgação do aguardado álbum duplo Aleluia (a propósito, já baixou o seu?). Quinta-feira, 20 horas, R$ 30 e R$ 15.
Disse Angelica: “a tristeza nos pertence, a tristeza é parte inerente do homem, assim como a alegria, embora hoje ela seja vista na sociedade como uma enfermidade e não como aquilo que ela é, como algo natural”.
Na Bahia, que ainda se debate sob o tacão de uma medíocre e imbecilizante “ditadura da alegria” (convenhamos: só completos imbecis ou doentes mentais são alegres o tempo inteiro) chega a ser sintomático o surgimento d’O Homem Mais Triste do Mundo.
Projeto de Deo, ex-guitarrista da banda indie O Vestido Preto de Valentina, O Homem Mais Triste do Mundo é, ao mesmo tempo, uma banda de um homem só e um quinteto.
“Eu tenho dois shows: um em que me apresento sozinho, tipo one man band mesmo, e outro, em que sou acompanhado por uma banda e uma atriz que faz performances”, descreve Deo (como prefere ser chamado Uélter Ribeiro).
Construindo um espetáculo
Parte da agitada cena underground que tem transformado o humilde bairro do São Caetano em pólo de vanguarda cultural, as canções d’O Homem Mais Triste do Mundo são eminentemente acústicas.
“As influências são Bigott, um espanhol que canta em inglês e eu tenho ouvido muito, (o cantor indie) Josh Rouse e uma banda argentina chamada Onda Vaga, em que todos cantam e tocam instrumentos acústicos. Fora os clássicos, tipo Bob Dylan, Wilco, coisas que já ouço normalmente”, descreve Deo.
Na foto (de Ana Clara Araújo), a formação quase completa da banda que o acompanha: Moara Rocha, Camila Loureiro, Rafael Muñoz e Fabiano Passos. “Só faltou a atriz Vica Hammad, que estava viajando quando tiramos a foto”, diz.
Todos tocam vários instrumentos, dos prosaicos baixo e bateria a acordeom, escaleta, teclados e percussões diversas.
“Menos Vica, que é minha namorada e começou a dizer alguns textos nos intervalos. Aí começamos a criar esse roteiro entre as canções, com textos de Woody Allen, Eduardo Galeano, Manuel Bandeira etc”.
“Agora estamos nesse processo de construção de um espetáculo, mesmo. Queremos fazer um show bacana, que as pessoas saiam falando. Essa é nossa maior preocupação”, conclui.
Nesse sábado tem show. Quem for de se jogar....
O Homem Mais Triste do Mundo / Sábado, 20 horas / Teatro do Centro Cultural de Plataforma / R$ 5 e R$ 2,50
VEJA: http://www.facebook.com/OHomemMaisTristeDoMundo
NUETAS
Semana do Futurama
Nesta semana tem o festival Futurama Música e Intervenção Ambiental. Sexta e sábado, com Anelis Assumpção, Luiz Natureza e muito mais. Clique e veja o flyer ao lado maior ou saiba mais aqui: www.maquinarioproducoes.com.br
Falsos Modernos²
Os Falsos Modernos de Bruno Carvalho & Cia fazem dose dupla neste fim de semana. Sexta-feira, no Franco Lounge Bar e sábado, no Donna Cheffa Pizza Music Bar, com Os Jonsóns. Programe-se e divirta-se.
Cascadura na Vila
O projeto Vila da Música, do Teatro Vila Velha, bota o Cascadura no palco principal da casa, em mais um show de divulgação do aguardado álbum duplo Aleluia (a propósito, já baixou o seu?). Quinta-feira, 20 horas, R$ 30 e R$ 15.
terça-feira, outubro 16, 2012
ÉRIKA MARTINS REINVENTANDO MODA
A cantora baiana Érika Martins (foto: Léo de Azevedo) sempre foi chegada em moda.
Desde os tempos da banda Penélope (1995-2004), quando sua voz delicada invadiu as FMs do Brasil com um punhado de hits pop adoráveis, como Holiday, Naqueles Dias e Namorinho de Portão (releitura do clássico de Tom Zé).
Agora, Érika busca unir a paixão por moda propriamente dita – ela promove e vende peças de novos estilistas em seu blog – com sua mais recente paixão: as modinhas, o mais antigo formato de canção brasileira.
No momento, Érika está bem no meio das gravações de um álbum inteiramente dedicado às modinhas, viabilizado com a ajuda dos fãs via crowdfunding, o ultra-contemporâneo recurso on line no qual os fãs contribuem com seus artistas preferidos e recebem produtos e vantagens em troca.
“Meu pai é português, então, para mim, está no sangue. A ideia surgiu de um papo com o selo Toca Discos, e como já tenho um envolvimento com moda, achei que tinha a ver. E resgatar coisas antigas é uma prática minha desde a Penélope, com Namorinho de Portão”, lembra a cantora, por telefone.
“A modinha chegou ao País via colonização portuguesa e foi se transformando nas ruas do Brasil do século XIX. Hoje ela está meio esquecida”, conta.
Dedicada, a moça foi pesquisar lá atrás: “Lima Barreto falou das modinhas em Policarpo Quaresma (livro publicado em 1916). E encontrei uma linda, composta por Villa-Lobos, com letra do Manuel Bandeira. Essa eu selecionei para o disco e gravei com participação de Otto”, avisa, para deixar os fãs com água na boca.
Obviamente, o estilo antigo das modinhas foi adaptado para os dias atuais. “Tivemos que simplificar, por que é tudo bem arcaico, aí fomos deixando mais leve. E também procuramos modinhas mais recentes, como uma do Sérgio Bittencourt (1941-1979, compositor)”.
Já a captação de recursos para o projeto “vai bem, obrigada. Levantamos mais de 25% do financiamento em menos de uma semana e ainda tem uns 30 dias pela frente”, comemora.
“O disco já está metade gravado e deve sair no início de 2013. Agora eu tô louca mesmo é pra tocar na minha cidade de novo. Adoraria fazer o Festival de Verão, ainda mais agora que estou com o Fred (ex- Raimundos) na bateria”, arrisca.
Naqueles tempos
Em meados dos anos 1990, quando surgiu (talvez até hoje), a Penélope era um tanto inclassificável.
Antecedeu a ponte entre o indie rock e a MPB, formato que só se tornaria corrente com o estabelecimento do culto ao Los Hermanos, anos depois. Relia Tom Zé, citava Gang 90 (Holiday, primeiro hit), Jovem Guarda e sugeria um imaginário peculiar, entre o indie psicodélico e o infantil-nostálgico.
Com seu núcleo formado por Érika, Constança Scofield (flauta, teclados) e Mário Jorge Heine (ex-Úteros Em Fúria, bateria), a Penélope surgiu no seio de um grupo de roqueiros locais que orbitava em torno da antológica brincando de deus.
(Além da Penélope, essa "órbita" ainda registrou bandas hoje esquecidas, como Jupiterscope, Smooth Pod, Arsene Lupin, Dinky-Dau e a Macumba's Day, banda de Érika pré-Penélope, que ainda contava com Adriano Batata Amado e Alexandre Xanxa Guena na formação. Quem lembrar de outras, manda aí).
Na formação inicial, a Penélope contou com Josane Noronha (guitarra) e Jandira Fernandes (baixo). Estas saíram pouco depois. Logo estabilizaram com Luisão Pereira (hoje Dois Em Um, guitarra) e Érika Nande (baixo).
Após um show triunfante no Abril Pro Rock de 1997, foram contratados pela Sony.
Três álbuns (Mi Casa Su Casa [1999], Buganvilia [2001], Rock Meu Amor [2003]), alguns hits na rádio, centenas de shows e todo o circuito midiático depois, veio o fim.
De lá para cá, Érika casou (com Gabriel Thomaz, da banda Autoramas), lançou um elogiado álbum solo (Érika Martins, 2009), uma coletânea (Curriculum, 2010) e vem participando de projetos como Lafayette & Os Tremendões (banda liderada pelo tecladista-mór da Jovem Guarda), além de fazer muitos shows solo pelo Brasil.
Veja: www.modinhasdaerika.wordpress.com
Desde os tempos da banda Penélope (1995-2004), quando sua voz delicada invadiu as FMs do Brasil com um punhado de hits pop adoráveis, como Holiday, Naqueles Dias e Namorinho de Portão (releitura do clássico de Tom Zé).
Agora, Érika busca unir a paixão por moda propriamente dita – ela promove e vende peças de novos estilistas em seu blog – com sua mais recente paixão: as modinhas, o mais antigo formato de canção brasileira.
No momento, Érika está bem no meio das gravações de um álbum inteiramente dedicado às modinhas, viabilizado com a ajuda dos fãs via crowdfunding, o ultra-contemporâneo recurso on line no qual os fãs contribuem com seus artistas preferidos e recebem produtos e vantagens em troca.
“Meu pai é português, então, para mim, está no sangue. A ideia surgiu de um papo com o selo Toca Discos, e como já tenho um envolvimento com moda, achei que tinha a ver. E resgatar coisas antigas é uma prática minha desde a Penélope, com Namorinho de Portão”, lembra a cantora, por telefone.
“A modinha chegou ao País via colonização portuguesa e foi se transformando nas ruas do Brasil do século XIX. Hoje ela está meio esquecida”, conta.
Dedicada, a moça foi pesquisar lá atrás: “Lima Barreto falou das modinhas em Policarpo Quaresma (livro publicado em 1916). E encontrei uma linda, composta por Villa-Lobos, com letra do Manuel Bandeira. Essa eu selecionei para o disco e gravei com participação de Otto”, avisa, para deixar os fãs com água na boca.
Obviamente, o estilo antigo das modinhas foi adaptado para os dias atuais. “Tivemos que simplificar, por que é tudo bem arcaico, aí fomos deixando mais leve. E também procuramos modinhas mais recentes, como uma do Sérgio Bittencourt (1941-1979, compositor)”.
Já a captação de recursos para o projeto “vai bem, obrigada. Levantamos mais de 25% do financiamento em menos de uma semana e ainda tem uns 30 dias pela frente”, comemora.
“O disco já está metade gravado e deve sair no início de 2013. Agora eu tô louca mesmo é pra tocar na minha cidade de novo. Adoraria fazer o Festival de Verão, ainda mais agora que estou com o Fred (ex- Raimundos) na bateria”, arrisca.
Naqueles tempos
Em meados dos anos 1990, quando surgiu (talvez até hoje), a Penélope era um tanto inclassificável.
Antecedeu a ponte entre o indie rock e a MPB, formato que só se tornaria corrente com o estabelecimento do culto ao Los Hermanos, anos depois. Relia Tom Zé, citava Gang 90 (Holiday, primeiro hit), Jovem Guarda e sugeria um imaginário peculiar, entre o indie psicodélico e o infantil-nostálgico.
Com seu núcleo formado por Érika, Constança Scofield (flauta, teclados) e Mário Jorge Heine (ex-Úteros Em Fúria, bateria), a Penélope surgiu no seio de um grupo de roqueiros locais que orbitava em torno da antológica brincando de deus.
(Além da Penélope, essa "órbita" ainda registrou bandas hoje esquecidas, como Jupiterscope, Smooth Pod, Arsene Lupin, Dinky-Dau e a Macumba's Day, banda de Érika pré-Penélope, que ainda contava com Adriano Batata Amado e Alexandre Xanxa Guena na formação. Quem lembrar de outras, manda aí).
Na formação inicial, a Penélope contou com Josane Noronha (guitarra) e Jandira Fernandes (baixo). Estas saíram pouco depois. Logo estabilizaram com Luisão Pereira (hoje Dois Em Um, guitarra) e Érika Nande (baixo).
Após um show triunfante no Abril Pro Rock de 1997, foram contratados pela Sony.
Três álbuns (Mi Casa Su Casa [1999], Buganvilia [2001], Rock Meu Amor [2003]), alguns hits na rádio, centenas de shows e todo o circuito midiático depois, veio o fim.
De lá para cá, Érika casou (com Gabriel Thomaz, da banda Autoramas), lançou um elogiado álbum solo (Érika Martins, 2009), uma coletânea (Curriculum, 2010) e vem participando de projetos como Lafayette & Os Tremendões (banda liderada pelo tecladista-mór da Jovem Guarda), além de fazer muitos shows solo pelo Brasil.
Veja: www.modinhasdaerika.wordpress.com
quarta-feira, outubro 10, 2012
SEGUNDO SEMINÁRIO EM COMPOSIÇÃO ANUNCIA RETA FINAL DO MAB
A pianista portuguesa Ana Telles, o conceituado
compositor Roberto Victório (UFMT), o Quinteto de Clarinetes da Ufba e a
revelação multimídia Percantos são as atrações da vez
O MAB – Música de Agora na Bahia -, série de dezenas de eventos que se desenrolam até dezembro promovendo a nova música de concerto baiana, engata uma quinta marcha no seu trimestre final com o II Seminário em Composição, entre os dias 15 e 19 de outubro.
No primeiro Seminário em Composição, realizado entre os dias 18 e 22 de junho, foram convidados os professores João Pedro Oliveira (Portugal – UFMG) e Sérgio Freire (UFMG).
Houve ainda um inesquecível recital da pianista mineira Ana Cláudia Assis no Museu de Arte Sacra e um concerto do Grupo de Percussão da Ufba, entre outras atrações.
Desta vez, o II Seminário em Composição anuncia as presenças da elogiada pianista portuguesa Ana Telles (que faz um recital solo logo no primeiro dia), do premiado compositor carioca Roberto Victorio e do professor de Teoria/Composição Musical na Universidade Federal de Juiz de Fora Luiz Eduardo Castelões, além de apresentações do grupo Percantos, do Quinteto de Clarinetes da Ufba e as sempre surpreendentes Projeções Sonoras de Música Eletroacústica (nas duas últimas noites do Seminário).
O esquema é o mesmo do primeiro seminário: palestras e consultas para estudantes, músicos profissionais e demais interessados na parte da manhã, na Escola de Música da Ufba (Canela) e eventos na parte da noite.
Que fique claro de início: receber Ana Telles na Bahia é um luxo para os apreciadores da música de concerto contemporânea. Aluna de Yvonne Loriod-Messiaen (viúva do consagrado compositor francês Olivier Messiaen), Sara Buechner e Nina Svetlanova, Ana é doutorada em em História da Música e Musicologia na Universidade de Paris IV – Sorbonne. Ela dedica especial atenção às interações entre piano e eletrônica, estreando peças e trabalhando diretamente com novos compositores. Conceituada, Ana já se apresentou solo e acompanhada de orquestras em salas de toda a Europa e América do Norte.
Leia mais: http://www.anatelles.net/
ROBERTO VICTÓRIO: Atualmente lecionando na Universidade Federal do Mato Grosso (Departamento de Artes da UFMT), é regente e diretor musical do Grupo Sextante (música contemporânea) e é membro da Sociedade Brasileira de Música Contemporânea. Tem peças executadas nos principais eventos de música de concerto contemporânea do mundo, como o Festival de Música Nova de Zurique, Hamburgo, Nova Iorque, Budapeste, Bourges, Grösnjan, Montevidéu, Santiago, Genebra, Estocolmo, Tóquio e Cluj Napoca; além de ativa participação em todos os eventos ligados à música contemporânea no Brasil, como compositor e regente. Doutor em Estruturação Musical na Universidade do Rio de Janeiro(UNI-Rio), sua pesquisa é voltada para a música ritual dos índios Bororo de Mato Grosso.
Saiba mais sobre Roberto Victorio: http://www.robertovictorio.com.br/
Luiz E. Castelões – Coordenador do COMUS – Grupo de Pesquisa em Composição Musical da UFJF, Castelões é Doutor em Composição pela Boston University (2009) e Mestre e Bacharel em Composição pela UNIRIO (2004, 2001).
Saiba mais: http://www.ufjf.br/musica/corpodocente/luiz_casteloes/
PERCANTOS – Recém-fundado pelo percussionista baiano Humberto Monteiro, o grupo Percantos é um experimento em que percussões, voz e atuação teatral se encontram e resultam em algo maior que sua soma. Formado por Paulo Rios Filho (regência e direção musical), Ananda Andrade (voz soprano), Vica Hamad (atriz e direção cênica), Raul Pitanga, Poliana Coelho, Antenor Cardoso e Humberto Monteiro (percussões várias) o grupo já se apresentou no Conexão Vivo – Sala do Coro/TCA e do VII Festival BNB da Música Instrumental nas cidades de Sousa (PB) e Juazeiro do Norte (CE). Uma surpreendente revelação multiartística como só a Bahia é capaz de produzir.
QUINTETO DE CLARINETES DA UFBA – Neste concerto especial no Teatro Vila Velha (dia 17), o Quinteto executará peças de autores da Bahia, além de uma peça do convidado Roberto Victório. O concerto acontece dentro do projeto Vila da Música.
VILA DA MÚSICA – O MAB é parceiro do Vila da Música, um projeto do Teatro Vila Velha. O Vila da Música tem patrocínio da Oi, através do Fazcultura, Secretaria da Fazenda, Secretaria de Cultura, Governo da Bahia, Terra de todos nós e apoio do Oi Futuro.
O MAB é uma série de dezenas de atividades que englobam: concertos, projeções sonoras, seminários, palestras e mini-recitais em escolas públicas, se estendendo de maio até dezembro de 2012.
O MAB é uma realização da Associação Civil Oficina de Composição Agora (OCA) com patrocínio do Fundo de Cultura da Bahia.
Acompanhe as novidades do MAB no nosso blog: www.musicadeagoranabahia.com (clique em Blog).
SERVIÇO
SEGUNDO SEMINÁRIO EM COMPOSIÇÃO DO MAB (MÚSICA DE AGORA NA BAHIA)
DE 15 A 19 DE OUTUBRO DE 2012
PALESTRAS, MASTER CLASSES, WORKSHOPS E CONSULTAS INDIVIDUAIS DAS 8 ÀS 12H, NA ESCOLA DE MÚSICA DA UFBA.
GRATUITO
PROGRAMAÇÃO DE EVENTOS
Segunda-feira, dia 15/10: Ana Telles, piano solo – 20h, Centro Musical Teodoro Salles (Avenida Leovigildo Filgueiras, 442, Garcia – 71 3328-5383).
Entrada gratuita.
Terça-feira, dia 16/10: Percantos – Percussão, cena e voz – 21h, Piso C do Teatro Castro Alves. Gratuito
Quarta-feira, dia 17/10: Quarteto de Clarinetes da UFBA – 20h, Teatro Vila Velha, R$ 10, R$ 5
Quinta-feira, dia 18/10: VII Projeção Sonora – 20h, Escola de Música . Com Guilherme Lunhani, Luis Eduardo Castelões, Alexandre Espinheira e Guilherme Bertissolo. Entrada gratuita.
Sexta-feira, dia 19/10: VIII Projeção Sonora – 20h, Piso C do TCA, com Bruno Angelo, João Pedro Oliveira, Martin Jarosgewicz, Paulo Rios Filho e Mário Del Nunzio. Entrada gratuita.
O MAB – Música de Agora na Bahia -, série de dezenas de eventos que se desenrolam até dezembro promovendo a nova música de concerto baiana, engata uma quinta marcha no seu trimestre final com o II Seminário em Composição, entre os dias 15 e 19 de outubro.
No primeiro Seminário em Composição, realizado entre os dias 18 e 22 de junho, foram convidados os professores João Pedro Oliveira (Portugal – UFMG) e Sérgio Freire (UFMG).
Houve ainda um inesquecível recital da pianista mineira Ana Cláudia Assis no Museu de Arte Sacra e um concerto do Grupo de Percussão da Ufba, entre outras atrações.
Desta vez, o II Seminário em Composição anuncia as presenças da elogiada pianista portuguesa Ana Telles (que faz um recital solo logo no primeiro dia), do premiado compositor carioca Roberto Victorio e do professor de Teoria/Composição Musical na Universidade Federal de Juiz de Fora Luiz Eduardo Castelões, além de apresentações do grupo Percantos, do Quinteto de Clarinetes da Ufba e as sempre surpreendentes Projeções Sonoras de Música Eletroacústica (nas duas últimas noites do Seminário).
O esquema é o mesmo do primeiro seminário: palestras e consultas para estudantes, músicos profissionais e demais interessados na parte da manhã, na Escola de Música da Ufba (Canela) e eventos na parte da noite.
Que fique claro de início: receber Ana Telles na Bahia é um luxo para os apreciadores da música de concerto contemporânea. Aluna de Yvonne Loriod-Messiaen (viúva do consagrado compositor francês Olivier Messiaen), Sara Buechner e Nina Svetlanova, Ana é doutorada em em História da Música e Musicologia na Universidade de Paris IV – Sorbonne. Ela dedica especial atenção às interações entre piano e eletrônica, estreando peças e trabalhando diretamente com novos compositores. Conceituada, Ana já se apresentou solo e acompanhada de orquestras em salas de toda a Europa e América do Norte.
Leia mais: http://www.anatelles.net/
ROBERTO VICTÓRIO: Atualmente lecionando na Universidade Federal do Mato Grosso (Departamento de Artes da UFMT), é regente e diretor musical do Grupo Sextante (música contemporânea) e é membro da Sociedade Brasileira de Música Contemporânea. Tem peças executadas nos principais eventos de música de concerto contemporânea do mundo, como o Festival de Música Nova de Zurique, Hamburgo, Nova Iorque, Budapeste, Bourges, Grösnjan, Montevidéu, Santiago, Genebra, Estocolmo, Tóquio e Cluj Napoca; além de ativa participação em todos os eventos ligados à música contemporânea no Brasil, como compositor e regente. Doutor em Estruturação Musical na Universidade do Rio de Janeiro(UNI-Rio), sua pesquisa é voltada para a música ritual dos índios Bororo de Mato Grosso.
Saiba mais sobre Roberto Victorio: http://www.robertovictorio.com.br/
Luiz E. Castelões – Coordenador do COMUS – Grupo de Pesquisa em Composição Musical da UFJF, Castelões é Doutor em Composição pela Boston University (2009) e Mestre e Bacharel em Composição pela UNIRIO (2004, 2001).
Saiba mais: http://www.ufjf.br/musica/corpodocente/luiz_casteloes/
PERCANTOS – Recém-fundado pelo percussionista baiano Humberto Monteiro, o grupo Percantos é um experimento em que percussões, voz e atuação teatral se encontram e resultam em algo maior que sua soma. Formado por Paulo Rios Filho (regência e direção musical), Ananda Andrade (voz soprano), Vica Hamad (atriz e direção cênica), Raul Pitanga, Poliana Coelho, Antenor Cardoso e Humberto Monteiro (percussões várias) o grupo já se apresentou no Conexão Vivo – Sala do Coro/TCA e do VII Festival BNB da Música Instrumental nas cidades de Sousa (PB) e Juazeiro do Norte (CE). Uma surpreendente revelação multiartística como só a Bahia é capaz de produzir.
QUINTETO DE CLARINETES DA UFBA – Neste concerto especial no Teatro Vila Velha (dia 17), o Quinteto executará peças de autores da Bahia, além de uma peça do convidado Roberto Victório. O concerto acontece dentro do projeto Vila da Música.
VILA DA MÚSICA – O MAB é parceiro do Vila da Música, um projeto do Teatro Vila Velha. O Vila da Música tem patrocínio da Oi, através do Fazcultura, Secretaria da Fazenda, Secretaria de Cultura, Governo da Bahia, Terra de todos nós e apoio do Oi Futuro.
O MAB é uma série de dezenas de atividades que englobam: concertos, projeções sonoras, seminários, palestras e mini-recitais em escolas públicas, se estendendo de maio até dezembro de 2012.
O MAB é uma realização da Associação Civil Oficina de Composição Agora (OCA) com patrocínio do Fundo de Cultura da Bahia.
Acompanhe as novidades do MAB no nosso blog: www.musicadeagoranabahia.com (clique em Blog).
SERVIÇO
SEGUNDO SEMINÁRIO EM COMPOSIÇÃO DO MAB (MÚSICA DE AGORA NA BAHIA)
DE 15 A 19 DE OUTUBRO DE 2012
PALESTRAS, MASTER CLASSES, WORKSHOPS E CONSULTAS INDIVIDUAIS DAS 8 ÀS 12H, NA ESCOLA DE MÚSICA DA UFBA.
GRATUITO
PROGRAMAÇÃO DE EVENTOS
Segunda-feira, dia 15/10: Ana Telles, piano solo – 20h, Centro Musical Teodoro Salles (Avenida Leovigildo Filgueiras, 442, Garcia – 71 3328-5383).
Entrada gratuita.
Terça-feira, dia 16/10: Percantos – Percussão, cena e voz – 21h, Piso C do Teatro Castro Alves. Gratuito
Quarta-feira, dia 17/10: Quarteto de Clarinetes da UFBA – 20h, Teatro Vila Velha, R$ 10, R$ 5
Quinta-feira, dia 18/10: VII Projeção Sonora – 20h, Escola de Música . Com Guilherme Lunhani, Luis Eduardo Castelões, Alexandre Espinheira e Guilherme Bertissolo. Entrada gratuita.
Sexta-feira, dia 19/10: VIII Projeção Sonora – 20h, Piso C do TCA, com Bruno Angelo, João Pedro Oliveira, Martin Jarosgewicz, Paulo Rios Filho e Mário Del Nunzio. Entrada gratuita.
terça-feira, outubro 09, 2012
DE GORILLAZ E MICRO-RESENHAS
Idealizada por Damon Albarn (Blur) e pelo cartunista australiano Jamie Hewlett (Tank Girl), o Gorillaz não é a primeira nem será a última banda de desenho animado – mas é certamente a mais consistente e longeva.
A prova está na coletânea The Singles 2001-2011, uma sequência de 13 hits (mais dois remixes) produzidos na sua primeira década de “existência”.
Fãs de pop contemporâneo que se preste à audição podem largar o CD no player desde a faixa um até a última, sem pular nenhuma: é garantia de festinha animada ou seu dinheiro de volta.
Pauladas funky como Feel Good Inc., Dare e Dirty Harry, entre outras, valem umas boas sacudidelas na pista – sozinho, acompanhado ou de galera.
De acordo com o caráter cartunesco do Gorillaz, a versão mais interessante do disco – seja para fãs ou neófitos – é sem dúvida a que vem com um DVD contendo todos os clipes, quase sempre muito coloridos, psicodélicos e, claro, animados.
Do 2D inicial de Tomorrow Comes Today (2001) ao delírio 3D ultrasofisticado de On Melancholy Hill (2010), os clipes funcionam tanto separadamente quanto assistidos em sequência, constituindo quase que uma narração da trajetória do quarteto formado por 2D (vocais, teclados, gaita), Murdoc Niccals (baixo), Noodle (guitarra, teclados) e Russel Hobbs (bateria).
Com quatro álbuns na discografia, somente o último, The Fall (2010) não tem qualquer faixa em The Singles.
Dos três incluídos, a coletânea acaba por evidenciar a superioridade do segundo, Demon Days (2004) - não por acaso, produzido pelo sempre competente Danger Mouse, o fator cool mais rápido do oeste.
(E se chatos como este blogueiro relevarem ainda a fórmula óbvia que permeia quase todas as faixas [levada funky + melodias pop + trecho hip hop enfiado ali pelo meio], aí sim, a diversão pode começar).
Gorillaz / The Singles Collection 2001-2011 / EMI / R$ 29,90 / R$ 59,90 (CD + DVD)
Putaria e algodão doce colorido
Juliet Arguti é a linda trapezista que protagoniza uma picante saga erótica / circense neste álbum de HQs do paulista Victor Diógenes. Com um traço elegante e muitas cores, o rapaz concede um ar pop e de certa forma inocente às muitas cenas de lesbianismo explícito. Belo, de uma forma quase perversa. Proibido para menores de 18. Juliet Circus/ Victor Diógenes / Conrad / 72 p. / R$ 39,90 / www.lojaconrad.com.br
Visões do mestre
Pouco antes de morrer, Federico Fellini concedeu esta extensa entrevista aos jornalistas Goffredo Fofi e Gianni Volpi, na qual reflete, divaga, rememora e avalia o cinema, seus filmes, seus contemporâneos, a Itália e muitos outros temas. Inclui depoimentos de diversos outros cineastas sobre o mestre. A Arte da Visão / Federico Fellini / Martins Fontes / 120 p. / R$ 19,80 / www.martinsfontes.com.br
Se você lembra do verão de 1987, é por que você não estava lá
No final de 1987, um navio com um carregamento de maconha enlatada, prestes a ser abordado pela Polícia Federal, descarregou tudo no litoral paulista. As latas se espalharam pelas praias de São Paulo, Rio e Paraná, para delírio dos doidões. O inesquecível (ou não) Verão da Lata, contado em seus mínimos detalhes. Verão da Lata / Wilson Aquino / Barba Negra / 240 p. / R$ 44,90 / www.editorabarbanegra.com.br
Rápido e erudito
Mestre da literatura em lingua portuguesa, Eça de Queirós (1845-1900) cometeu em O Mandarim seu próprio Fausto, com toda a agudeza que sua prosa sóbria lhe proporcionava. Esta edição, luxuosa e em capa dura, conta com as belíssimas ilustrações do argentino Alberto Cedrón. O Mandarim / Eça de Queirós / Tordesilhas / 84 p. / R$ 49,90 / www.tordesilhaslivros.com.br
Se tá com medo por que veio?
O Slipknot é uma banda curiosa: os membros tocam mascarados, o som é pra lá de brutal, mas mesmo assim, caiu nas graças da volátil audiência da MTV. Nesta coletânea, o Best Of dos dez primeiros anos da rapaziada sinistra. Slipknot / Antennas To Hell / Warner / R$ 34,90
R&B digno da gloriosa tradição
Uma das raríssimas cantoras atuais a honrar o R&B como gênero, a adorável roufenha Macy Gray lança álbum de releituras insuspeitas, com Radiohead (Creep), Metallica (Nothing Else Matters), Yeah Yeah Yeahs (Maps), Arcade Fire (Wake Up), Sublime (Smoke 2 Joints) e outros. Delicioso. Macy Gray / Covered / Lab 344 / R$ 29,90
Artigos da New Yorker em português
Repórter da metidíssima (e com razão) revista New Yorker, David Grann tem aqui reunidos diversos de seus trabalhos. São histórias tão inverossímeis que poderiam ser ficção, como a de um especialista em Sherlock Holmes, assassinado em misteriosíssimas circunstâncias. O Diabo e Sherlock Holmes / David Grann / Cia. das Letras/ 464 p./ R$ 55/ www.companhiadasletras.com.br
Clássico reunido
Belíssima edição em capa dura, reunindo os três volumes de uma das maiores obras-primas dos quadrinhos: O Incal, de Jodorowsky e Moebius. Partindo da ficção científica policial, a dupla fez um dos maiores manifestos anárquicos das HQs contra os poderes instituídos, a religião etc. Clássico. Incal Integral / Alejandro Jodorowsky e Moebius / Devir / 312 p. / R$ 95 / www.devir.com.br
Tudo o que você sabe está errado
Erudito da teoria literária com todas as letras maiúsculas, o inglês Harold Bloom escreveu este livro na intenção de destituir do trono verdades sagradas sobre a Bíblia, Shakespeare, Milton, Freud,o Iluminismo, o Romantismo etc. Bagagem para a tarefa não lhe falta. Abaixo as Verdades Sagradas / Harold Bloom / Cia. de Bolso / 216 p. / R$ 24 / companhiadasletras.com.br
Maldita criatividade
A banda Maldita dá a cara a tapa e arrisca uma mistura de metal gótico com funk carioca. O resultado é mais do que duvidoso, impressão reforçada pelo apego aos clichês de ambos os gêneros. Para não mencionar as letras pueris. Maldita / Montagem / Independente / Baixe: www.bandamaldita.com.br
Divina criatividade
O Reverendo T. (nome artístico de Tony Lopes) solta EP em que dá guinada rumo a um som eletrônico, enumera seus defeitos (Muito Prazer) e confessa seus pecados (Desculpe). Divino. Reverendo T. & Os Discípulos Descrentes / Muito Prazer / Brechó / Baixe: www.discipulosdescrentes.blogspot.com.br
Cabeça revista
Sem favor nenhum, um dos melhores LPs do rock brasuca em todos os tempos, Cabeça Dinossauro (1986) ganha edição comemorativa. O CD 2 traz a versão demo do disco, com a inédita (e ótima) Vai Pra Rua. Titãs / Cabeça Dinossauro Ed. Comemorativa 30 Anos / Warner / R$ 24,90
O fim está próximo
O enfant terrible do pensamento contemporâneo lista as quatro bestas do apocalipse nosso de cada dia: crise ecológica, desequilíbrio no sistema econômico, revolução biogenética e o acirramento das desigualdades sociais. Mas como reclamar só não adianta, ele também mostra os pontos em que tudo pode ser revertido. Vivendo no fim dos tempos / Slavoj Zizek / Boitempo / 368 p. / R$ 52 / www.boitempo.com
Patricinha era sinistra
Foi com este clássico da literatura policial de 1955 que a americana Patricia Highsmith (1921-1995) inscreveu seu nome entre os mestres do gênero. Com sua narrativa do ponto de vista criminoso (e não do detetive), segue o golpista Tom Ripley em sombrias peripécias na Itália. Eletrizante e perturbador. O Talentoso Ripley / Patricia Highsmith / Cia. de Bolso / 296 p. / R$ 24,50 / www.companhiadasletras.com.br
Uma nova era em HQ
Incomodada – com as HQs – ficava a sua avó. Definitivamente, os quadrinhos mudaram. Para entender melhor o que aconteceu, este livro, do Doutor em Letras (e blogueiro do Uol) Paulo Ramos reúne seus diversos textos e artigos, cobrindo das bancas às livrarias, da HQ gringa à nacional e além. Revolução do Gibi: A Nova Cara dos Quadrinhos no Brasil / Paulo Ramos / Devir / 520 p. / R$ 46 / www.devir.com.br
A prova está na coletânea The Singles 2001-2011, uma sequência de 13 hits (mais dois remixes) produzidos na sua primeira década de “existência”.
Fãs de pop contemporâneo que se preste à audição podem largar o CD no player desde a faixa um até a última, sem pular nenhuma: é garantia de festinha animada ou seu dinheiro de volta.
Pauladas funky como Feel Good Inc., Dare e Dirty Harry, entre outras, valem umas boas sacudidelas na pista – sozinho, acompanhado ou de galera.
De acordo com o caráter cartunesco do Gorillaz, a versão mais interessante do disco – seja para fãs ou neófitos – é sem dúvida a que vem com um DVD contendo todos os clipes, quase sempre muito coloridos, psicodélicos e, claro, animados.
Do 2D inicial de Tomorrow Comes Today (2001) ao delírio 3D ultrasofisticado de On Melancholy Hill (2010), os clipes funcionam tanto separadamente quanto assistidos em sequência, constituindo quase que uma narração da trajetória do quarteto formado por 2D (vocais, teclados, gaita), Murdoc Niccals (baixo), Noodle (guitarra, teclados) e Russel Hobbs (bateria).
Com quatro álbuns na discografia, somente o último, The Fall (2010) não tem qualquer faixa em The Singles.
Dos três incluídos, a coletânea acaba por evidenciar a superioridade do segundo, Demon Days (2004) - não por acaso, produzido pelo sempre competente Danger Mouse, o fator cool mais rápido do oeste.
(E se chatos como este blogueiro relevarem ainda a fórmula óbvia que permeia quase todas as faixas [levada funky + melodias pop + trecho hip hop enfiado ali pelo meio], aí sim, a diversão pode começar).
Gorillaz / The Singles Collection 2001-2011 / EMI / R$ 29,90 / R$ 59,90 (CD + DVD)
Putaria e algodão doce colorido
Juliet Arguti é a linda trapezista que protagoniza uma picante saga erótica / circense neste álbum de HQs do paulista Victor Diógenes. Com um traço elegante e muitas cores, o rapaz concede um ar pop e de certa forma inocente às muitas cenas de lesbianismo explícito. Belo, de uma forma quase perversa. Proibido para menores de 18. Juliet Circus/ Victor Diógenes / Conrad / 72 p. / R$ 39,90 / www.lojaconrad.com.br
Visões do mestre
Pouco antes de morrer, Federico Fellini concedeu esta extensa entrevista aos jornalistas Goffredo Fofi e Gianni Volpi, na qual reflete, divaga, rememora e avalia o cinema, seus filmes, seus contemporâneos, a Itália e muitos outros temas. Inclui depoimentos de diversos outros cineastas sobre o mestre. A Arte da Visão / Federico Fellini / Martins Fontes / 120 p. / R$ 19,80 / www.martinsfontes.com.br
Se você lembra do verão de 1987, é por que você não estava lá
No final de 1987, um navio com um carregamento de maconha enlatada, prestes a ser abordado pela Polícia Federal, descarregou tudo no litoral paulista. As latas se espalharam pelas praias de São Paulo, Rio e Paraná, para delírio dos doidões. O inesquecível (ou não) Verão da Lata, contado em seus mínimos detalhes. Verão da Lata / Wilson Aquino / Barba Negra / 240 p. / R$ 44,90 / www.editorabarbanegra.com.br
Rápido e erudito
Mestre da literatura em lingua portuguesa, Eça de Queirós (1845-1900) cometeu em O Mandarim seu próprio Fausto, com toda a agudeza que sua prosa sóbria lhe proporcionava. Esta edição, luxuosa e em capa dura, conta com as belíssimas ilustrações do argentino Alberto Cedrón. O Mandarim / Eça de Queirós / Tordesilhas / 84 p. / R$ 49,90 / www.tordesilhaslivros.com.br
Se tá com medo por que veio?
O Slipknot é uma banda curiosa: os membros tocam mascarados, o som é pra lá de brutal, mas mesmo assim, caiu nas graças da volátil audiência da MTV. Nesta coletânea, o Best Of dos dez primeiros anos da rapaziada sinistra. Slipknot / Antennas To Hell / Warner / R$ 34,90
R&B digno da gloriosa tradição
Uma das raríssimas cantoras atuais a honrar o R&B como gênero, a adorável roufenha Macy Gray lança álbum de releituras insuspeitas, com Radiohead (Creep), Metallica (Nothing Else Matters), Yeah Yeah Yeahs (Maps), Arcade Fire (Wake Up), Sublime (Smoke 2 Joints) e outros. Delicioso. Macy Gray / Covered / Lab 344 / R$ 29,90
Artigos da New Yorker em português
Repórter da metidíssima (e com razão) revista New Yorker, David Grann tem aqui reunidos diversos de seus trabalhos. São histórias tão inverossímeis que poderiam ser ficção, como a de um especialista em Sherlock Holmes, assassinado em misteriosíssimas circunstâncias. O Diabo e Sherlock Holmes / David Grann / Cia. das Letras/ 464 p./ R$ 55/ www.companhiadasletras.com.br
Clássico reunido
Belíssima edição em capa dura, reunindo os três volumes de uma das maiores obras-primas dos quadrinhos: O Incal, de Jodorowsky e Moebius. Partindo da ficção científica policial, a dupla fez um dos maiores manifestos anárquicos das HQs contra os poderes instituídos, a religião etc. Clássico. Incal Integral / Alejandro Jodorowsky e Moebius / Devir / 312 p. / R$ 95 / www.devir.com.br
Tudo o que você sabe está errado
Erudito da teoria literária com todas as letras maiúsculas, o inglês Harold Bloom escreveu este livro na intenção de destituir do trono verdades sagradas sobre a Bíblia, Shakespeare, Milton, Freud,o Iluminismo, o Romantismo etc. Bagagem para a tarefa não lhe falta. Abaixo as Verdades Sagradas / Harold Bloom / Cia. de Bolso / 216 p. / R$ 24 / companhiadasletras.com.br
Maldita criatividade
A banda Maldita dá a cara a tapa e arrisca uma mistura de metal gótico com funk carioca. O resultado é mais do que duvidoso, impressão reforçada pelo apego aos clichês de ambos os gêneros. Para não mencionar as letras pueris. Maldita / Montagem / Independente / Baixe: www.bandamaldita.com.br
Divina criatividade
O Reverendo T. (nome artístico de Tony Lopes) solta EP em que dá guinada rumo a um som eletrônico, enumera seus defeitos (Muito Prazer) e confessa seus pecados (Desculpe). Divino. Reverendo T. & Os Discípulos Descrentes / Muito Prazer / Brechó / Baixe: www.discipulosdescrentes.blogspot.com.br
Cabeça revista
Sem favor nenhum, um dos melhores LPs do rock brasuca em todos os tempos, Cabeça Dinossauro (1986) ganha edição comemorativa. O CD 2 traz a versão demo do disco, com a inédita (e ótima) Vai Pra Rua. Titãs / Cabeça Dinossauro Ed. Comemorativa 30 Anos / Warner / R$ 24,90
O fim está próximo
O enfant terrible do pensamento contemporâneo lista as quatro bestas do apocalipse nosso de cada dia: crise ecológica, desequilíbrio no sistema econômico, revolução biogenética e o acirramento das desigualdades sociais. Mas como reclamar só não adianta, ele também mostra os pontos em que tudo pode ser revertido. Vivendo no fim dos tempos / Slavoj Zizek / Boitempo / 368 p. / R$ 52 / www.boitempo.com
Patricinha era sinistra
Foi com este clássico da literatura policial de 1955 que a americana Patricia Highsmith (1921-1995) inscreveu seu nome entre os mestres do gênero. Com sua narrativa do ponto de vista criminoso (e não do detetive), segue o golpista Tom Ripley em sombrias peripécias na Itália. Eletrizante e perturbador. O Talentoso Ripley / Patricia Highsmith / Cia. de Bolso / 296 p. / R$ 24,50 / www.companhiadasletras.com.br
Uma nova era em HQ
Incomodada – com as HQs – ficava a sua avó. Definitivamente, os quadrinhos mudaram. Para entender melhor o que aconteceu, este livro, do Doutor em Letras (e blogueiro do Uol) Paulo Ramos reúne seus diversos textos e artigos, cobrindo das bancas às livrarias, da HQ gringa à nacional e além. Revolução do Gibi: A Nova Cara dos Quadrinhos no Brasil / Paulo Ramos / Devir / 520 p. / R$ 46 / www.devir.com.br
quarta-feira, outubro 03, 2012
DAAN VANDEWALLE FEZ DESPENCAR QUEIXOS NA REITORIA
Êxtase total a apresentação do pianista belga Daan Vandewalle na noite de ontem, na Reitoria da Ufba.
Não a toa, um dos espectadores mais entusiasmados, o mestre Tuzé de Abreu, declarou, após aplaudir de pé o músico: "O MAB é o máximo! E este recital, foi, sem dúvida nenhuma, uma das coisas mais belas que eu já vi em toda minha vida. Pode botar isso aí", exigiu.
Um prazer cumprir seu desejo, Tuzé.
Diante de um público bastante razoável e educado, espalhado pelas poltronas do Salão Nobre da Reitoria, Daan Vandewalle deu um verdadeiro show de técnica, precisão e amor à arte de gigantes da música de concerto do século vinte, como John Cage (1912-1992, homenageado da noite), Luciano Berio [1925-2003], Olivier Messiaen [1908-1992], Charles Ives [1874-1954] e György Ligeti [1923-2006].
Daan iniciou o recital com os acordes esparsos de Peça 1 (Cage), um telegrafar tenso advindo de territórios não cartografados pela mente humana.
Acordes plenos de uma beleza alienígena arrabatadora, que, de repente, sem aviso, despencam sobre a audiência uma fúria de catarata do Niágara em época de cheia, preenchendo o amplo vão circular do Salão Nobre com avidez irresistível.
Foi a carta de intenções de um recital inesquecível, pleno de música tão enigmática qanto bela, que muitas vezes parece dar tanto valor aos silêncios entre os acordes quanto a um encadeamento supostamente lógico que conduza a melodias reconhecíveis.
É antes uma tentativa de comunicação com o invisível, o imponderável que desafia toda lógica.
Assim como uma instalação de arte moderna contemporânea - pensem no Tunga que esteve no Palacete das Artes há coisa de um ano - a música aprsentada por Daan W. maravilha quanto mais enigmática e intrigante ela se mostra.
Diante daquela peça de Tunga, só resta ao espectador criar, na sua mente, sua própria interpretação para aquela peça, criar sua própria história.
A sensação deste concerto foi basicamente a mesma. O espectador / ouvinte foi estimulado o tempo todo a dar seu próprio sentido ao que ouvia, aqueles sons quase alienígenas, trilha sonora de uma arqueologia do desconhecido (com a devida licença ao genial escritor inglês Warren Ellis e seu Planetary).
Em tempo: nunca o slogan do MAB - "Abduza-se" - fez tanto sentido.
E o segundo Seminário em Composição vem aí, a partir do dia 19. Vai ser uma semana com eventos todos os dias e música nova todas as noites. Fique ligado!
Não a toa, um dos espectadores mais entusiasmados, o mestre Tuzé de Abreu, declarou, após aplaudir de pé o músico: "O MAB é o máximo! E este recital, foi, sem dúvida nenhuma, uma das coisas mais belas que eu já vi em toda minha vida. Pode botar isso aí", exigiu.
Um prazer cumprir seu desejo, Tuzé.
Diante de um público bastante razoável e educado, espalhado pelas poltronas do Salão Nobre da Reitoria, Daan Vandewalle deu um verdadeiro show de técnica, precisão e amor à arte de gigantes da música de concerto do século vinte, como John Cage (1912-1992, homenageado da noite), Luciano Berio [1925-2003], Olivier Messiaen [1908-1992], Charles Ives [1874-1954] e György Ligeti [1923-2006].
Daan iniciou o recital com os acordes esparsos de Peça 1 (Cage), um telegrafar tenso advindo de territórios não cartografados pela mente humana.
Acordes plenos de uma beleza alienígena arrabatadora, que, de repente, sem aviso, despencam sobre a audiência uma fúria de catarata do Niágara em época de cheia, preenchendo o amplo vão circular do Salão Nobre com avidez irresistível.
Foi a carta de intenções de um recital inesquecível, pleno de música tão enigmática qanto bela, que muitas vezes parece dar tanto valor aos silêncios entre os acordes quanto a um encadeamento supostamente lógico que conduza a melodias reconhecíveis.
É antes uma tentativa de comunicação com o invisível, o imponderável que desafia toda lógica.
Assim como uma instalação de arte moderna contemporânea - pensem no Tunga que esteve no Palacete das Artes há coisa de um ano - a música aprsentada por Daan W. maravilha quanto mais enigmática e intrigante ela se mostra.
Diante daquela peça de Tunga, só resta ao espectador criar, na sua mente, sua própria interpretação para aquela peça, criar sua própria história.
A sensação deste concerto foi basicamente a mesma. O espectador / ouvinte foi estimulado o tempo todo a dar seu próprio sentido ao que ouvia, aqueles sons quase alienígenas, trilha sonora de uma arqueologia do desconhecido (com a devida licença ao genial escritor inglês Warren Ellis e seu Planetary).
Em tempo: nunca o slogan do MAB - "Abduza-se" - fez tanto sentido.
E o segundo Seminário em Composição vem aí, a partir do dia 19. Vai ser uma semana com eventos todos os dias e música nova todas as noites. Fique ligado!