Sai no Brasil álbum de estreia do Alabama Shakes, apontada como a grande revelação do rock em 2012, comparada a Janis Joplin
Tem artista que passa a vida inteira aí fazendo sucesso e nunca diz nada de interessante – nem no trabalho em si, nem em entrevistas, nada.
Já outros chegam metendo o pé na porta e dizendo a que vieram. Tudo de forma muito simples e direta, como a frase que abre este post.
Brittany Howard, da banda norte-americana Alabama Shakes (foto de Pieter M. van Hattem / Getty Images), é uma dessas, e em suas primeiras palavras gravadas, ela não teve receio de rasgar o peito (e a garganta): “Abençoe meu coração / abençoe minha alma / Não achei que chegaria aos 22 anos / Deve ter alguém lá em cima dizendo ‘vamos lá, Brittany, você tem que levantar / Você tem que se segurar’”.
Hold On, o hit da banda que é a revelação do rock em 2012, abre o disco que derrubou Adele das paradas.
Nada mal para quem, há mais ou menos um ano, dirigia um caminhão de limpeza. Em questão de um ano, o Alabama Shakes saiu da obscuridade para os maiores festivais do hemisfério norte.
Em turnê mundial, Brittany fala em entrevista exclusiva sobre a banda e a carreira em ascensão.
Acredito que vocês já sabiam que tinham algo especial como uma banda, mas imaginavam estourar tão rápido? Como vocês fazem para não enlouquecer com o assédio?
Brittany Howard: É difícil saber por que exatamente estamos fazendo tanto sucesso. Esperamos que seja por causa das canções e que as pessoas estejam se conectando com elas. Honestamente, andamos tão ocupados com essa turnê que não tivemos sequer chance de parar pra pensar nisso. Estamos bem focados em só fazer os melhores shows que pudermos.
O que está acontecendo no Alabama neste momento? Há uma nova cena de southern rock?
BH: Não há exatamente uma cena acontecendo no Alabama, pelo menos de onde viemos. Há, é claro, o Muscle Shoals, que é onde muitos álbuns clássicos foram gravados, mas fora dele, não há assim uma cena, especialmente para a música ao vivo. Em grande parte, são bandas cover.
Boa parte da imprensa especializada te compara à Janis Joplin. Faz sentido, mas sinto que há mais de Otis Redding do que da Janis em você.
BH: Honestamente, eu não ouvi muito Janis enquanto crescia. Nunca fui muito familiarizada com sua música. Muita gente me pergunta sobre isso e nem sei direito que dizer. Acho que outras comparações são mais adequadas. De qualquer forma, é sempre uma honra ser comparada à uma lenda.
A coisa anda tão feia no mainstream que quando uma boa banda como o AS surge, é logo eleita “a salvação do rock”. Como se sente com esse tipo de coisa?
BH: É uma honra dizerem isso sobre a banda. Mas vemos tantas bandas novas ótimas na estrada agora mesmo, que achamos que há outras merecendo mais este título. Mas não sei se existe tal coisa.
Longe de serem mais uma banda de revival do soul, o Alabama Shakes traz sangue novo e uma urgência contemporânea ao rock de orientação blueseira. Foi uma busca consciente? Ou foi natural?
BH: Antes de tudo e principalmente, nos consideramos uma banda de rock ‘n’ roll. Mas o soul e o blues são as principais influências no nosso som e somos mesmo fãs. Somos influenciados por música do mundo todo. Apenas nos juntamos, começamos a compor canções juntos e toca-las ao vivo.
Vejo que vocês estão em turnê com Jack White e já tocaram até com Neil Young & Crazy Horse no famoso anfiteatro Red Rocks (Arizona). Como foi tocar com alguns dos maiores herois vivos do rock? E você já aprendeu o que dizer diante de vinte mil pessoas (vi você dizer que não sabia o que falar diante de tanta gente em outra entrevista)?
BH: A experiência com Jack foi inacreditável em tantos níveis. Na turnê, aprendemos muito sobre como fazer um “show”. Jack é um profissional consumado que presta atenção em cada detalhe de sua música e do seu show. Eu realmente pude perceber isto. Honestamente, somos todos grandes fãs de sua música. Já foi maravilhoso simplesmente poder assisti-lo tocar. E ele foi tão legal conosco. Os shows evoluíram, também. Tem sido interessante, por que é nossa primeira exposição na temporada de festivais (no verão do hemisfério Norte). Você olha adiante e vê vinte mil pessoas esperando você tocar, e isso é surreal, fantástico.
Finalmente, a pergunta que todo mundo que curte rock ‘n’ roll no Brasil quer saber: quando vocês fazem shows por aqui?
BH: Soubemos que há muitos posts no Facebook pedindo para irmos tocar no Brasil. Se você nos dissesse há um ano atrás que tinha gente no Brasil, Austrália, África do Sul e outros países ao redor do mundo ouvindo nosso disco, a gente ia te chamar de maluco. Esperamos chegar logo no Brasil. As conversas já estão rolando, então vai acontecer em algum ponto do futuro próximo. Mal podemos esperar!
MICRO-RESENHA:
Historinha clássica de sucesso no rock: o patinho feio, por quem ninguém dava nada, carregava dentro de si toda a poesia, o talento e a voz – ah, a voz! – de uma geração. Tudo destilado por anos de bullying e indiferença. A estreia do ano. Boys & Girls / Alabama Shakes / Rough Trade - Lab 344 / R$ 27,90
Entrevista publicada no Caderno 2+ do jornal A Tarde em 22.08.2012. Agradecimentos ao pessoal do LAb 344 pela oportunidade.
Recomendo enfaticamente o comparecimento, para todos que que puderem ir. SEGUE RELEASE:
ResponderExcluirDIÁLOGOS SOBRE CINEMA EXIBE "METEORANGO KID" E BATE UM PAPO COM ADALBERTO MEIRELES
A rebeldia e o desalento durante a ditadura militar é tema do filme de André Luiz Oliveira
A série Diálogos sobre Cinema exibirá, em seu quarto encontro, o filme "Meteorango Kid - O Herói Intergaláctico" (1969), com a presença do crítico de cinema Adalberto Meireles, que conversará com o público após a sessão. O encontro acontece no sábado, dia primeiro de setembro, às 15h, na Sala Roberto Pires, da Associação Bahiana de Imprensa. "Meteorango" ou "O Mais Cruel dos Dias" é um contra-ponto à linha dura do regime militar do final da década de 60, e conta com trilha sonora assinada por Moraes Moreira e Galvão, do grupo Novos Baianos.
Com encontros mensais e gratuitas, a série Diálogos sobre Cinema pretende reunir cineastas, críticos e estudantes para um bate-papo informal sobre cinema, utilizando como mote um filme brasileiro, escolhido pelo convidado. A série foi inagurada com a presença do diretor André Luiz Oliveira, e também teve encontros com Pola Ribeiro, Orlando Senna e Conceição Senna. Os convidados são sempre ligados à produção ou crítica cinematográfica.
CONVIDADO
Jornalista formado em Comunicação Social pela EBC/UFBA, Adalberto Meireles é crítico de cinema, curador de mostras de salas de cinema. Pós-graduado em Gestão da Informação para Multimeios pela FTC, atualmente aluno especial no Programa Multidisciplinar de Pós-graduação em Cultura e Sociedade da Facom/Ufba.
Trabalhou por 26 anos no A Tarde, atuando como repórter, copidesque, subeditor, editor e editor coordenador. Especializado em coordenação editorial em cultura, serviço e entretenimento. Foi coordenador de programação, durante 11 anos, da Diretoria de Audiovisual/Funceb-BA, com a programação de filmes, seminários e exposições, para o Cinema do Museu e as salas Walter da Silveira e Alexandre Robatto.
Em maio de 2012 criou o blog de críticas e informações sobre cinema, o Ponto C de Cinema (http://pontocedecinema.blog.br), que mantém até o momento.
Duração: 80 min e 0 seg.
Ano: 1969
Cidade: Salvador UF(s): BA País: Brasil
Gênero: Ficção
Subgênero: Suspense
Cor: PB
DIÁLOGOS SOBRE CINEMA COM ADALBERTO MEIRELES
Dia: 01/09/2012 (sábado)
Horário: 15 horas
Local: Sala Roberto Pires na Associação Baiana de Imprensa (ABI). Rua Guedes de Brito, 1. Centro. Salvador/BA
Preço: Gratuito
Não sei onde fica essa sala, pelo endereço não me localizei no centro...gostaria de re-ver o filme e ver o debate...
ResponderExcluirE aí Chico?
Nem uma notinha sobre o Gallon Drunk no Br??
Só quero ver...isso sim merece destaque...
Cocksparrer ano passado, Gallon Drunk agora...FINALMENTE o Br tem 2 sequências de shows que prestam de rock gringo...e quero ver se a imprensa vai deixar passar em branco tb...se bem teve os Meteors tocando esse ano aqui (acho que a 3a vez lá no Br), gosto deles, uma das que ouvi muito adolescentes...mas Cocksparrer e Gallon sempre foram + ouvidas por mim...
Black Kiss 2, do grande Howard Chaykin, já chegou causando!
ResponderExcluirhttp://omelete.uol.com.br/quadrinhos/black-kiss-ii-hq-de-howard-chaykin-e-proibida-no-reino-unido/
Putaria, uhú!
Sputter, confesso que nunca parei para ouvir Gallon Drunk. Falo dos shows que a) me interessam pessoalmente ou b) sou convidado para cobrir. Dito isto......
ResponderExcluirO Robocop do Padilha começou a travar....
ResponderExcluirhttp://omelete.uol.com.br/robocop/cinema/robocop-jose-padilha-reclama-da-falta-de-liberdade-criativa/
Deveria ouvir o Gallon Drunk, puta banda, de "sua época"...nunca se apresentou aqui no Br, quase 30 anos de banda...tenho certeza que vc ia gostar do som dos caras...
ResponderExcluirVc reclama da Bahia de shows...eu reclamo do Br...na verdade do mundo...das bandas que gosto poucas estão ainda na ativa...por sinal o baixista do Gallon Drunk morreu esse ano...a banda poderia ter até acabado...tou querendo muito ir nesse show...mas tem tanta coisa embaralhando a ida que nem sei, mas tem tempo ainda...
Se for, já está convidado para escrever uma resenha do show para o RL - caso queira faze-lo, claro.
ResponderExcluirMas veja bem: eu disse "resenha", não disse "livro", OK?
;-)
hehehehe
ResponderExcluirvou escrever resenha porra niuma!
vou é me divertir!!
o meu sorriso será a resenha...
eu sei, falo demais, escrevo demais...gostaria de ser + calado, escrever menos nem tanto...
na verdade eu gostaria mesmo era de dar uma sumida...
Aquele velho italiano tarado gsotou de desenhar as mutantes gostosas da Marvel...
ResponderExcluirhttp://omelete.uol.com.br/vingadores/quadrinhos/uncanny-x-men-tem-capa-do-mestre-milo-manara/
Dica: Jon Appleton, o homem que inventou o Synclavier e portanto, meio que definiu a sonoridade da música pop eletrônica dali em diante, vai se apresentar em Salvador, de graça, segunda-feira que vem:
ResponderExcluirhttp://www.musicadeagoranabahia.com/wordpress/?p=173
O menino André Mendes deu uma boa entrevista ao Scream & Yell, que já considerou Enfim terra Firme um dos melhores do ano.
ResponderExcluirhttp://screamyell.com.br/site/2012/08/25/scream-yell-recomenda-andre-mendes/
Parabéns, André!
Em tempos de entreguismo cultural e dependência financeira do estado, ele vem dando uma real demonstração de independência, em todos os sentidos.
Ainda no SY, uma bem-vinda reavaliação de Jeff Lynne e ELO:
ResponderExcluirhttp://screamyell.com.br/site/2012/07/31/esse-voce-precisa-ouvir-jeff-lynne-e-elo/
Nas últimas vezes que botei umas músicas no Praia dos Livros eu sempre mandava All Around The World, música que descobri no filme Paul O Alienígena (de Edgar Wright, assistam, eu quase me mijei de rir) e fiquei viciado, adoro, é a música de festa definitiva...
Gordinha miserável, teu caldeirão no quinto dos infernos tá esquentando...
ResponderExcluirhttp://omelete.uol.com.br/musica/evanescence-canta-im-so-lonesome-i-could-cry-de-johnny-cash/
Ouça o novo da Cat Power:
ResponderExcluirhttp://www.npr.org/player/v2/mediaPlayer.html?action=1&t=1&islist=false&id=159919016&m=159921677
obrigado,chico!!!! quem não vê a situação de salvadô ou tá morto (pq cego fica à par via "musica") ou faz parte e tá mamando bonito.abração e obrigado pela atenção e espaço,chico!
ResponderExcluirSensacional seleção dos trabalhos premiados no Salão de Humor de Piracicaba 2012:
ResponderExcluirhttp://www.universohq.com/quadrinhos/2012/n28082012_09.cfm
Pena que não teve nenhum baiano na lista este ano.
matéria bacana da Spin sobre os 10 anos de uma das maiores vitórias da civilização ocidental sobre os bárbaros:
ResponderExcluirhttp://www.spin.com/articles/queens-of-the-stone-age-songs-for-the-deaf-turns-10
cadê a de Salvador?
ResponderExcluirhttp://www.facebook.com/events/260496264061991/
I'll be coming atcha, babe...
ResponderExcluirhttp://dangerousminds.net/comments/these_shoots_are_made_for_walking_in_your_face_supercut
16 de outubro é o dia, galera!
ResponderExcluirhttp://omelete.uol.com.br/walking-dead/series-e-tv/walking-dead-atores-falam-sobre-reuniao-dos-irmaos-dixon/
Gosto do Songs for The Deaf, Victor, mas nem tanto. Sinceramente, acho superestimado. Por exemplo, não é um disco que eu consiga ouvir do início ao fim, sem pular faixas. Mas tem grandes canções, claro.
ResponderExcluirO mundo deve estar para acabar, mesmo. Depois de quase 50 anos recluso, Steve Ditko vai sair da caverna:
ResponderExcluirhttp://omelete.uol.com.br/homem-aranha/quadrinhos/criador-recluso-do-homem-aranha-vai-participar-de-convencao-na-inglaterra/
Não, o mundo não vai acabar. Foi tudo desmentido. Steve Ditko continua na caverna.
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