Massacrado por um regime sangrento que mistura extremismo religioso com política de opressão linha-dura, o Irã, a antiga Pérsia das Mil & Uma Noites, tem uma grande parcela da população que, felizmente, não compactua com tudo isto e busca manter a dignidade e a individualidade.
Isso vem sendo expressado com muita veemência na última década e meia, especialmente através do cinema e dos quadrinhos.
Este último teve uma obra chave para entender o Irã atual, o premiado Persépolis (2000), de Marjane Satrapi, adaptado em um longa de animação em 2007.
Agora chega às livrarias uma obra que é quase uma sequência de Persépolis: O Paraíso de Zahra.
Se a obra de Satrapi mostrava a tomada de poder do regime islâmico, a Guerra Irã-Iraque e a consolidação do regime dos aiatolás, O Paraíso de Zahrah é ainda mais urgente: mostra o Irã agora, de junho de 2009 para cá, quando uma eleição de resultados duvidosos manteve o polêmico Mahmoud Ahmadinejad no cargo de presidente.
Em Teerã, em meio aos intensos protestos contra a fraude eleitoral – e a repressão brutal das milícias islâmicas Basiji – um jovem de 19 anos chamado Mehdi desaparece.
No livro, acompanhamos a via-crúcis de sua mãe, Zahra, em busca do paradeiro do filho entre hospitais, necrotérios, gabinetes de burocratas corruptos e cemitérios clandestinos.
Tudo é narrado pelo irmão de Mehdi, Hassan, que inicia um blog para documentar os absurdos kafkianos que se sucedem a partir daí.
Painel do Irã contemporâneo
Criada pela dupla Amir (roteiro) e Khalil (desenhos), O Paraíso de Zahra é uma HQ única, que leva a experiência de Persépolis alguns passos adiante, se equilibrando entre a ficção e a denúncia, entre o entretenimento e o jornalismo em quadrinhos com rara habilidade.
Uma graphic novel que já merece figurar ao lado de clássicos como Maus (Art Spiegelman), Palestina: Uma Nação Ocupada (Joe Sacco) e a já citada Persépolis, entre poucas outras.
Isso por que O Paraíso de Zahra não se limita a meramente protestar contra um regime opressor.
Os autores, anônimos por razões óbvias, criam um painel riquíssimo da vida iraniana contemporânea, retratando não só a luta heroica de uma família em busca da verdade, mas também mostrando o dia a dia de pessoas comuns em Teerã, seu senso de humor e sua forma altiva de lidar com a opressão violenta praticada por seus próprios semelhantes.
Publicada em capítulos na internet, atraves do site zahrasparadise.com, a HQ já foi lida por milhões de pessoas de 125 países ao redor do mundo.
Em tempos de Primavera Árabe, O Paraíso de Zahra é leitura essencial e urgente para ajudar a entender o mundo de hoje – e o melhor: de uma forma repleta de êxito artístico, que passa longe do didatismo acadêmico ou da linguagem técnica dos articulistas internacionais.
Caprichada, a edição nacional, da editora Barba Negra, traz um glossário de termos iranianos / islâmicos e um posfácio com informações sobre a feitura da obra, as eleições de 2009 e diversos dados da Anistia Internacional sobre execuções.
O Paraíso de Zahra / Amir e Khalil / Barba Negra - LeYa / 272 p./ R$ 39,90/ www.editorabarbanegra.com.br / www.zahrasparadise.com
PEOPLE LOVE HATE, já dizia o poeta...
ResponderExcluiro único meio da literatura que leio numa tacada só ainda é o quadrinho...apesar de ler poucos em comparação aos livros...
ontem me chamaram pra ver na record a história do ex-baixista do legião que tá morando nas ruas...vc viu? soube?
6a é meu níver...acho que vai rolar Honkers de graça ali na praça do Red River...em breve + informações.
O episódio de ontem de Doctor Who foi espetacular - na verdade, diz que essa nova versão da série só decolou a partir desse episódio, o sexto da primeira temporada.
ResponderExcluir"Dalek" apresentou o principal vilão de Docto Who, os Daleks.
O que, não sabe o que é um Dalek?
Pire aí:
http://en.wikipedia.org/wiki/Dalek
"EXTERMINATE!!!"
RIP Jet.
ResponderExcluirhttp://www.spin.com/articles/jet-break-ding-dong-2003-dead
Aquela banda australiana, do hit Are You Gonna Be My Girl e tal.
O artigo da Spin é engraçado:
"For those whose attention diverted post-iPod commercial (below), Jet had a ridiculously successful run since their platinum 2003 debut record, Get Born, with two subsequent records, Shine On (2006) and Shaka Rock (2009), helping Jet sell 6.5 million albums worldwide, no doubt to fans who have never heard of AC/DC (or have only heard of AC/DC)".
Os 60 anos de um filme que eu amo pra caralho e figura no meu Top 10 de todos os tempos:
ResponderExcluirhttp://omelete.uol.com.br/cinema/cantando-na-chuva-faz-60-anos/
CANTANDO NA CHUVA é um puta filmaço mesmo...sempre ficava na dúvida pq falavam que era um grande filme...não levava fé...mas me surpreendeu...
ResponderExcluireu sempre achei o Jet + ou -, só gostava do hit lá e uma q parece até Macca...look what you´ve done...
RIP MILLOR FERNANDES.
ResponderExcluirhttps://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&gl=br&tbm=nws&q=Millor&oq=Millor&aq=f&aqi=&aql=&gs_sm=3&gs_upl=2409l6652l0l6915l7l4l0l0l0l0l0l0ll0l0
Vem aí o filme do The Kinks.
ResponderExcluirhttp://omelete.uol.com.br/cinema/you-really-got-me-cinebiografia-do-kinks-vai-sair-do-papel/
Garotas e garotos. Eu ouvi! Primeira impressão (a que fica): Melhor disco do ano! E não estou me referindo só ao Brasil não visse? Qual? Aleluia. Quem? Cascadura. Audição privê, com as nobilíssimas presenças de mr. Nei De Carvalho Bahia, Osvaldo Silveira Jr.e do próprio Fábio Cascadura. Uma bela noite. Mais tarde, envio minhas impressões sobre esta beleza completa feita de dois cds. Sim, é duplo!
ResponderExcluirquando eu era guri, tinha uns 10 anos, eu li essa frase de Millor q nunca + saiu de minha cabeça:
ResponderExcluir"Quando eu morrer só acreditarei na sinceridade de uma homenagem: o agente funerário não cobrar o enterro."
Millôr Fernandes.
teve umfilme ano passado que falava de um fan que queria re-unir os Kinks e viajava pelo mundo tentanto juntar grana pra isso...ou algo do tipo...vc viu?
Sputter, não vi. Soube, mas não achei para assistir.
ResponderExcluirMan, eles não "misturam" nada: são a mesma coisa. RELIGIÃO = OPRESSÃO LINHA-DURA.
ResponderExcluirSei o que digo porque estudo e pesquiso o assunto há dez anos.
Antigamente eu pensava que todas as religiões eram inofensivas.
Até os 20 anos eu era apenas ateu.
Depois de ler a Bíblia eu me tornei ateísta.
E após ler o Corão eu me tornei militante ateísta.
Se quiser, eu te envio o meu Dossiê ANTI-RELIGIÃO - Arquivos Word.
dystopia@ig.com.br