Blog (que, nos seus primórdios, entre 2004-05, foi de um programa de rádio) sobre rock e cultura pop. Hoje é o blog de Chico Castro Jr., jornalista formado pela Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia. Atualmente, é repórter do Caderno 2+ do jornal A Tarde, no qual algumas das matérias vistas aqui foram anteriormente publicadas. Assina a coluna Coletânea, dedicada à música independente baiana. Nossa base é Salvador, Bahia, a cidade do axé, a cidade do terror.
Páginas
▼
terça-feira, fevereiro 14, 2012
MICRO-RESENHAS COM SUGESTÕES PARA (TENTAR) ESQUECER A #*$%#*%@$#* DO CARNAVAL DE #*$%#*%@$#* DO #*$%#*%@$#*!
A revelação do Revelator
Formado em torno do casal de guitarristas Derek Trucks e Susan Tedeschi (que é também uma senhora vocalista), a Tedeschi Trucks Band foi apontada como uma das revelações de 2011 graças à este álbum, ironicamente intitulado Revelator. Consistente, o disco traz como trunfos a interação das guitarras do casal e o vozeirão da moça em 12 faixas encharcadas de blues. Ortodoxos, é verdade, eles passam longe da pegada contemporânea e roqueira de um Black Keys, por exemplo, mas ainda assim, batem um bolão. Come See About Me e Bound For Glory já valem o CD. Tedeschi Trucks Band / Revelator / Sony / R$ 27,90
Cinco chances para o Mick
Ruivo, branquelo e turrão, o inglês Mick Hucknall jamais se recuperou do trauma de não ter nascido negro. Porque tudo o que ele fez ao longo de sua carreira à frente do extinto Simply Red foi tentar cantar como um soulman de Memphis. É o que se pode concluir desta caixinha com os seus cinco primeiros LPs: Picture Book (1985), Men and Women (1987), A New Flame (1989), Stars (1991) e Life (1995). Não conseguiu, mas sua busca não foi em vão, pois cravou alguns hits pop bem elegantes no caminho, como Come To My Aid, Money’s Too Tight (To Mention), It’s Only Love e outros. Simply Red / Original Album Series / Warner / R$ 64,90
Ah, os anos 90...
No início dos anos 1990, o underground brasileiro fervilhava com uma nova leva de bandas de rock – e no Rio de Janeiro não era diferente. Aqui está o relato detalhado, cômico e passional em primeira pessoa de um dos protagonistas do movimento carioca, o guitarrista e jornalista Leonardo Panço (da banda de hardcore Jason). Dos primeiros ensaios e shows em bibocas ao Jô Onze & Meia, a trajetória da cena que legou nomes como Gangrena Gasosa, Soutien Xiita, Poindexter e Planet Hemp. Esporro / Leonardo Panço / Jovens Escribas / 258 p. / R$ 30 / www.jovensescribas.com.br
Segredo bem guardado
Pouco (re)conhecido, o paulista Eduardo Schloesser é um talento de primeira categoria. Sua série Zé Gatão, protagonizada pelo musculoso gato antropomorfizado, traz uma guerra interespécies recheada de ação, drama e intriga política em uma narrativa vibrante e desenhos espetaculares. Dez. Zé Gatão: Memento Mori / Eduardo Schloesser / Devir / 256 p. / R$ 32,90 / www.devir.com.br
Apocalipse com didática
Com o subtítulo O Apocalipse na Ciência e na Religião o livro do astrofísico Marcelo Gleiser lança mão de um enfoque multidisciplinar para esclarecer questões como “o Sol brilhará para sempre?”, “a vida na Terra acabará algum dia?”. Linguagem acessível e didática. O Fim da Terra e do Céu / Marcelo Gleiser / Companhia de Bolso/ 384 p./ R$ 27/ www.companhiadasletras.com.br
Fim de saga vampírica brazuca
Na quarta (e última) parte da saga vampiresca em quatro volumes da maranhense Nazarethe Fonseca, Kara Ramos, a Rainha dos Vampiros, se encontra em meio a um triângulo amaroso e uma conspiração para lhe tomar a coroa. Entre terror e romance, a série já vendeu 10 mil exemplares. Alma e Sangue: A Rainha dos Vampiros / Nazarethe Fonseca / Aleph / 376 p. / R$ 39 / www.editoraaleph.com.br
Os donos do dinheiro
A história da ascenção do capitalismo europeu é também a incrível história da família de banqueiros Rothschild. Judeus anteriormente chamados de Amschel, a dinastia está intimamente ligada a fatos históricos cruciais, como o Caso Dreyfus, a crise de 1929, os colaboracionistas de Vichy e o governo Mitterrand. A Dinastia Rothschild / Herbert R. Lottman / L&PM / 400 p. / R$ 58 / www.lpm.com.br
O efeito sanfona indie
Apolonio é um quinteto paulistano com duas peculiaridades que a destacam do mimimi habitual que ora aflige o rock brasileiro. A primeira é que, ao contrário da cartilha ufanista atual, as letras são em inglês e pronto, lidem com isso. A segunda peculiaridade é que a formação inclui uma sanfona. O resultado sugere uma colisão entre o indie rock do Blur com o som de Nova Orleans do Buckwheat Zydeco. É uma maravilha? Ainda não, mas tem muito potencial. Baixa lá, a audição compensa. Apolonio / Stand your ground / Conteúdo Musical - Cornucópia Discos / R$ 20 / Download Grátis: www.apoloniomusic.com.br
Beirut: prefira o sanduíche
Depois de quase promoverem a depredação do Teatro Castro Alves no PercPan 2010, quando tocaram bêbados e chamaram a plateia (adolescente e histérica) para subir no palco, a banda norte-americana Beirut volta com seu novo disco, The Rip Tide. E a dúvida que fica é se eles fazem mais estragos bêbados ao vivo ou sóbrios no estúdio. Apesar da sonoridade aparentemente elaborada e sofisticada, baseada em instrumentos acústicos e de sopro, as canções de Zach Condon & Cia soam anódinas, entrando por um ouvido e saindo imediatamente pelo outro, sem deixar vestígios. Beirut / The Rip Tide/ SLAP / R$ 29,90
Os reis do “já vi isso antes”
Os precursores do nü metal, que já nasceu velho (pena que o Faith No More já tinha feito tudo antes – e melhor, né?), tentam renovar seu som pongando na onda do momento, o tal do dubstep – e sua estrelinha, o DJ Skrillex. O resultado soa a faixas engavetadas pelo Prodigy e Aphex Twin ainda nos anos 1990 – ou seja, nada de novo por aqui. Desavisados devem curtir, até por que essa edição especial traz um interessante DVD com um show gravado sem plateia, em meio a uma plantação de trigo. Pena que o Pink Floyd também já fez isso antes, em Pompeia. Korn / The Path of Totality - Special Edition (DVD + CD) / Warner / R$ 59,90
Metal de alta responsa
Após estourar no meio heavy metal em 2007 com o álbum The Blackening (com direito a indicação ao Grammy), o quarteto californiano Machine Head retorna pisando fundo geral neste Unto The Locust. Mesclando bem as influências do metal clássico (Iron, Judas Priest), Big Four (Metallica, Slayer & Cia) e até do Sepultura, a banda crava apenas sete faixas no CD – que compensam em duração (média de sete minutos cada) e no peso. A primeira, I Am Hell (Sonata in C#), uma suíte em três partes, é o cartão de visitas perfeito para todo o resto do CD: épico, veloz – e macho pra cacete. Machine Head / Unto The Locust / Roadrunner - Warner / R$ 24,90
Ajoelhai-vos, ó hereges!
O termo “preciosidade” ainda não faria justiça a este álbum de 1975, resgatado pelo selo Discobertas, da cantora Ademilde Fonseca – hoje com 90 anos, e segundo consta, plenamente lúcida. Conhecida como A Rainha do Choro, esta adorável potiguar foi a primeira cantora a gravar a versão letrada do standard Tico-Tico no Fubá (Zequinha de Abreu), em 1942. Neste álbum tudo soa clássico. Do repertório (com Tico-Tico, Brasileirinho, Choro do Adeus, O Que Vier Eu Traço e outros), a banda de acompanhamento, com Dino (o Jimi Hendrix do violão de 7 cordas), Wilson das Neves (bateria) Canhoto (cavaquinho), Altamiro Carrilho (flautas) – o negócio aqui é sério, muito sério. Ademilde Fonseca / Ademilde Fonseca / Top Tape - Discobertas / R$ 19,90
Intérprete bem azeitada
Uma grata surpresa o segundo CD da cantora carioca Renata Gebara. Essencialmente intérprete, a moça, dona de voz suave e sedutora, relê com muito frescor e dignidade boas canções (e nada óbvias, o que é melhor ainda) de compositores consagrados, como Fossamba 70 (da incrível baiana Rosa Passos e Fernando Oliveira), Tome Continha de Você (Dolores Duran e Edson Borges), Planeta Vênus (Baby Consuelo, Pepeu e Riroca Gomes) e Stormy Weather (Harold Arlen e Ted Koehler). No fim das contas, um disco de sonoridade muito bem equilibrada entre o samba, o jazz e a bossa. Renata Gebara / Caixa de Música / Lab 344 / R$ 23,90
FC visionária de fato
Uma raça de salamandras inteligentes é o ponto de partida desta fábula, uma impiedosa crítica a todas as utopias, do tcheco Karel Capek, publicada em 1936. Pouco lembrados, autor e romance são clássicos visionários. Curiosidade: foi na peça R.U.R. (1920), de Capek, que surgiu a palavra “robô”. A guerra das salamandras / Karel Capek / Record / 336 p. / R$ 39,90 / www.record.com.br
Mosqueteiros saltando da página
A clássica saga de Athos, Porthos, Aramis e D’Artagnan contra as intrigas do Cardeal Richelieu ganha esta excelente adaptação para os quadrinhos. Destaque para os desenhos do espanhol Rubén, plenos de movimento, quase uma animação colorida saltando da página. Os Três Mosqueteiros / A. Dumas com Morvan, Dufranne e Rubén / Salamandra / 208 p. / R$ 48,90 / www.salamandra.com.br
Dilema de macho
A dura luta de Eduardo, homem casado, para resistir às “irresistíveis pernas de Úrsula” é o mote desta novela de 2001 da gaúcha Claúdia Tajes (A vida Sexual da Mulher Feia, 2005). Agora em edição pocket, o texto conserva seu humor, centrado na paixão reprimida do narrador, que ainda tem um melhor amigo chamado Dylan. As pernas de Úrsula / Claudia Tajes/ L&PM / 144 p. / R$ 14 / lpm.com.br
Jornalismo e vida mundana
O mais extenso romance do conjunto formado pel’A Comédia Humana, Ilusões Perdidas centra sua narrativa na trajetória do jornalista Lucien de Rubempré, poeta provinciano que sai da pequena Angoulême para vencer na vida em Paris e se afunda na sujeira política à beira do Sena. Fundamental. Ilusões perdidas / Honoré de Balzac / Penguin - Cia. das Letras / 792 p. / R$ 38 / www.companhiadasletras.com.br/penguin
A revolução dos bichos
Mestre do humor veterinário nonsense, as tiras de Fernando Gonsales são habitadas por todo tipo de bicho sem noção: do rato-astro Níquel Nausea ao cachorro do Superman, estão aqui galinhas irritadas, bodes intelectuais, unicórnios safadinhos, gatos alcóolatras, vagalumes top model e mais. Níquel Náusea: Cadê o Ratinho do Titio? / Fernando Gonsales / Devir / 48 p. / R$ 24 / www.devir.com.br
Caralho, a Marvel sacaneou muito, pegou extremamente pesado com esse cara!
ResponderExcluirhttp://www.bleedingcool.com/2012/02/10/the-day-that-marvel-put-a-bullet-in-the-head-of-artists-alley/
A coisa ficou tão feia pra esse cara, Gary Friederich, criador do Motoqueiro Fantasma, que Neal Adams, que sempre foi ativista, teve que se manifestar em favor do rapaz.
ResponderExcluirhttp://www.bleedingcool.com/2012/02/13/neal-adams-addresses-comics-industry/
È muita sacanagem da Marvel. Não basta possuir o personagem que GF criou 40 anos atrás e lucrar milhões com ele de todo jeito (não esquecendo que o segundo filme blockbuster do personagem estreia sexta-feira). Tem que deixar o cara na miséria?
ResponderExcluirDá vontade de devolver o exemplar de Homem-Aranha que acabei de comprar....
Se bem que não é só a Marvel que sacaneia não. Olha só o que a DC fez com Mark Waid. (Ainda que seja uma sacanagem em escala bem menor, mas não deixa de ser uma puta picuinha fudida)...
http://www.bleedingcool.com/2012/02/13/mark-waid-kept-away-from-justice-league-doom-premiere/
Falando em sacanagem, essa foi especialmente criativa...
ResponderExcluirhttp://www.spin.com/articles/deadmau5-shares-skrillexs-phone-number-entire-grammy-watching-world
E esse filme, hein?
ResponderExcluirhttp://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/1047532-parodia-de-ficcao-cientifica-sobre-nazistas-chega-a-berlim.shtml
Mais aqui:
http://omelete.uol.com.br/busca/?q=iron+sky
Totalmente imperdível!
Dylan no Brasil em maio?!? Sério?!?
ResponderExcluirhttp://kissfm.com.br/portal/noticias/bob-dylan-fara-shows-no-brasil-em-maio
Sim, Dylan no Brasil.
ResponderExcluir:)
Bem que eu tava estranhando essa programação não ter saído ainda....
ResponderExcluirhttp://carnaval.atarde.com.br/noticias.jsf?id=5809760&t=Atraso+de+verba+prejudica+divulgacao+de+atracoes+do+Palco+do+Rock
Chato, isso. Um dia de programação já foi perdido (o sábado). Espero que dê tudo certo.
Após (finalmente) ter sua conclusão publicada no ano passado, Preacher recomeça do início pela Panini.
ResponderExcluirhttp://www.universohq.com/quadrinhos/2012/n15022012_02.cfm
Boa oportunidade para quem quer começar a ler....
Finalmente alguém deu a real sobre Whitney Houston (e Adele):
ResponderExcluirhttp://noticias.r7.com/blogs/andre-forastieri/2012/02/13/whitney-e-adele-we-are-the-robots/
AF tá precisando aposentar, tá ficando um velho raivoso!!
ResponderExcluirSe o mundo fosse justo:
ResponderExcluirhttp://br.noticias.yahoo.com/blogs/alpino/adele-diz-que-vai-sumir-por-5-anos-041636832.html
Está aí um lançamento de babar:
ResponderExcluirhttp://omelete.uol.com.br/quadrinhos/queda-de-murdock-historia-vai-ganhar-republicacao-com-desenhos-em-tamanho-real/
RIP John Severin.
ResponderExcluirhttp://www.universohq.com/quadrinhos/2012/n15022012_03.cfm
Esse desenhava demais! Li muito Kull (lá ele) e Namor desenhados por ele. Mais recentemente, ilustrou alguns arcos do Justiceiro de Garth Ennis, com o traço clássico que caracteriza sua geração. Grande artista.
Nei, devo concordar que AF as vezes mete os pés pelas mãos e parece crer que ser polêmico basta. Mas nesse caso aí, fecho total com ele. Não fiquei feliz com a morte da WH, mas pra mim não faz falta nenhuma. Sempre achei seu estilo puramente técnico, sem um pingo de alma. Emoção pré-fabricada no grito. E na cola dela vieram as Celines Dions, Mariahs Careys, Cristinas Aguilleras, Ladys Gagas e outras divas de araque - além de milhares de calouros do Raul Gil, American Idol, X-Factor etc. Ou seja, o legado que essa senhora nos deixou é altamente questionável, vergonhoso - para dizer o mínimo. Pra mim, é lixo mesmo, sem meias palavras. Não chego a desejar que queime no inferno (este desejo eu reservo para assassinos e estupradores), mas já foi tarde.
ResponderExcluirE Adele é "pop bege", né man? Música para quem acha que entende de música. Aqueles manés que podem até não gostar de pagode ou hip hop de playboy, mas engolem qualquer porcaria embalada com o rótulo do "bom gosto" pré-fabricado e toca nas rádios anódinas "para quem gosta de música". Tô fora.
Apesar da dublagem, a dificuldade de trombar com esse material por aqui lhe garante o carimbo de imperdível:
ResponderExcluirhttp://omelete.uol.com.br/doctor-who/series-e-tv/doctor-who-comeca-ser-exibido-na-tv-cultura/
Adele sucks. E sucks muito pra caráleo.
ResponderExcluirAdeele ser chamada de puro produto ....não caro Chico, não é o caso, não se deixe levar pela popularidade, não é pecado agradar a muitos!!!
ResponderExcluirObs: quanto a WH, comcordo; foi uma grande voz e quase nenhum talento!
comasim cebleuris? adele sucks caraleo? ela bem menos sucks bem?
ResponderExcluirÉ, Cebola, como assim? Você conhece a moça? Que intimidades são essas? ;-)
ResponderExcluir