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quinta-feira, janeiro 05, 2012

O RETORNO DE DREADSTAR, O GUERREIRO ESPACIAL MAIS FODÃO DOS QUADRINHOS

Dreadstar, publicada no Brasil entre os anos 1980 e 90, volta em graphic de luxo e confirma status de obra-prima de Jim Starlin

Sagas cósmicas não são novidade nos quadrinhos desde 1928, quando Buck Rogers hibernou  quinhentos anos em sua nave e acordou no século 25. Mas poucas foram tão marcantes e ousadas quanto Dreadstar, personagem criado por Jim Starlin nos anos 1980 para o selo Epic da Marvel Comics e cuja primeira aparição – inédita no Brasil – chega agora às livrarias  no álbum de luxo A Odisseia da Metamorfose (Devir).

Marco inicial da longa trajetória do guerreiro espacial de capuz, A Odisseia, a despeito de ter sido publicada a partir de 1982,  é um dos mais bem-acabados e icônicos produtos da FC dos anos 1970, pós-Star Wars e Heavy Metal (a clássica revista de ficção e fantasia).

Quando os zygoteanos, uma raça altamente beligerante dos confins da Via Láctea, ataca e destrói o planeta Orsiros (aonde, curiosamente, tudo lembra o antigo Egito), um mago tomado pelo ódio cria a arma definitiva do juízo final: a Trombeta do Infinito, que só pode ser “tocada” por três seres escolhidos (um deles, uma terráquea).

Para protege-los, o mago, Aknaton, convoca o furioso guerreiro Dreadstar, do planeta gelado Byfrexia – uma espécie de Luke Skywalker mal-encarado, amargurado, dono de uma espada mística altamente mortal e pronto para fatiar qualquer um que se aventure a enfrentá-lo.

Entre batalhas em cenários espetaculares, a busca pelo armamento, encontros com deuses espaciais e o apocalipse, Jim Starlin constrói uma fábula eletrizante com forte mensagem anti-imperialista e anti-religião – um marco da HQ de FC.

Trajetória editorial agitada

E o melhor é constatar que, passadas três décadas desde sua publicação, Dreadstar continua uma leitura tão impactante quanto nos anos 1980 – fãs com mais de 35 anos devem lembrar do guerreiro de capuz.

Em 1985, a Editora Abril publicou os seis primeiros números do seu título próprio (HQs pós-Odisseia) como carro-chefe da revista Epic Marvel, dedicada a publicar os títulos do então ainda ativo “selo adulto” da Casa das Ideias.

A despeito da excelente qualidade, porém, a revista foi cancelada (sem aviso aos leitores) no número seis.

A interpretação é que o mercado de  HQ da época não estava preparado para absorver um material tão “pesado”

Em seis meses, Dreadstar, a série, tocou, sem sutileza, em assuntos como incesto, pedofilia, intriga política, religião como instrumento de manipulação das massas, midia corrupta, holocausto nuclear e outros tópicos não muito comuns em gibis.

Levou uns quatro anos para Dreadstar voltar às HQs  no Brasil, quando a Editora Globo lançou um gibi em formatinho retomando de onde a Abril tinha parado. Sob o comando do editor Leandro Luigi Del Manto (o mesmo de Odisseia), Dreadstar publicou todas as edições da Epic, encerrando no número 10.

A Globo lançou ainda duas graphic novels, ambientadas logo depois de Odisseia: Dreadstar (1990) e O Preço (1993).

Pois bem. Essa foi a última vez que Dreadstar deu as caras no Brasil, até agora. A Odisseia da Metamorfose é justamente o início de tudo, a graphic novel de origem – e o melhor: é inédita no Brasil.

Agora é torcer pela republicação completa.

Dreadstar: A Odisseia da Metamorfose / Jim Starlin / Devir / 128 p. / R$ 53 / www.devir.com.br

5 comentários:

  1. Para os coroas fãs de Dreadstar, aqui tem uma boa matéria (meio desatualizada, mas ainda assim, bem completa) do Universo HQ:

    http://www.universohq.com/quadrinhos/museu_dreadstar.cfm

    E aqui, no mesmo UHQ, entrevista com Jim Starlin:

    http://www.universohq.com/quadrinhos/entrevista_starlin_pt01.cfm

    E só recapitulando, segue a ordem de leitura de acordo com o material publicado no Brasil:

    1. Odisseia da Metamorfose (Devir)

    2. Dreadstar Graphic Novel (Globo)

    3. Dreadstar Graphic Novel: O Preço (Globo)

    4. Epic Marvel números 1 a 6 (Abril)

    5. Dreadstar números 1 a 10 (gibi da Ed. Globo).

    A partir daqui, do número 27 norte-americano, só material importado, já que Starlin levou a revista para a extinta editora indie First Comics.

    A série durou do 27 até o número 64.

    Depois disso, saiu uma minissérie em seis edições pela (tb extinta) Malibu Comics, estrelada pela filha de Dreadstar.

    Starlin tá publicando tudo em edições de luxo lá fora.

    Gostaria, mas duvido muito que algum dia veremos todo esse material publicado no Brasil...

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  2. Adorava Dreadstar, mas gostava ainda mais de LEGIÃO ALIEN. Sei que tem uma série "atualizada" mas adoraria ver o material antigo relançado...

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  3. E aí, Marcionílio! Tb gosto muito da Legião Alien - pena que nunca foi retomada de onde parou aqui no Brasil. Essa série atualizada que vc falou teve alguns números publicados no Brasil, acho que no início da década passada. Li alguns - tem vários lá no Sebo da Praia - e são razoáveis. O material antigo é melhor, mais bem resolvido tanto em narrativa quanto em dramaticidade e também com desenhos melhores.

    Mas Dreadstar pra mim é o campeão da antiga Epic. Li tudo que saiu no Brasil (acredito que vc tb) e é uma obra grandiosa. Gostaria muito de ler o material que não saiu por aqui, o material da First Comics, que depois abarcou Peter David como roteirista. Esse cara é muito bom, escreveu as melhores HQs do Hulk de todos os tempos - entre várias outras coisas.

    Outra daquelas séries da Epic que era muito boa e nunca teve continuidade foi a Irmandade do Aço. Pena.

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  4. Muito interessante, vou ver se acho pra download!
    quando puder visita lah http://srfodao.blogspot.com/

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  5. Valeu, é, hum, Fodão!

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