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terça-feira, novembro 08, 2011

É TOMADA, RETROVISOR, LAGARTIXA, TEM DE UM TUDO NESSE ROCK LOCO

Tomada: banda paulista, com várias relações baianas, faz um dos melhores CDs do ano

Quem acompanha esta coluna sabe que se trata de um espaço dedicado ao rock autoral e independente baiano. Só de vez em quando enfocamos bandas de outros estados. Hoje é uma dessas ocasiões. E é com muito prazer que apresentamos aqui a banda paulistana Tomada.

Por que? Duas boas razões: o disco deles, O Inevitável (Pisces Records), lançado em julho, é apenas excelente, uma das melhores coisas que o colunista ouviu este ano, e muitas  léguas distante do tédio geral instalado na sonolenta cena sambinha folk indie pós-Los Hermanos.

E a segunda razão é que tem três baianos de nobre estirpe envolvidos aqui: Fábio Cascadura, amigo dos caras e parceiro em duas composições do CD, o produtor andré t., responsável pela mixagem e masterização e Martin Mendonça (guitarrista de Pitty), o “guru” do grupo.

Catarina, faixa de O Inevitável, com letra de Fábio Cascadura



Inventário de subgêneros
A Tomada existe há pouco mais de dez anos, e O Inevitável é seu terceiro disco. “Lançamos o primeiro em 2003, e o  segundo, Volts, em 2005. Já tocamos muito no Sul e Sudeste e agora estamos tentando chegar no Nordeste, aonde temos vários amigos”, conta Pepe Bueno, baixista, ao lado de Ricardo Alpendre (vocais), Alex Marciano (bateria), Lennon Fernandes  e Marcião (guitarras e teclados).

Não foi só este colunista que curtiu O Inevitável e seu bem resolvido inventário de subgêneros do classic rock. “Tivemos matérias bem legais nas revistas Rolling Stone, Guitar Player e Dynamite”, enumera Pepe.

“Com certeza, é o nosso melhor disco. Tá vendendo bem e a aceitação de público e critica estão sendo bem legais”, diz.

A relação da Tomada com os baianos começou quando a banda Cascadura morou um período em São Paulo e Martin ainda era o guitarrista. “Em 2006, precisávamos de um produtor, e aí chamamos Martin.
Entramos no estúdio, ele manda essa: ‘a canção é prioridade, esqueçam solos de guitarra’”, lembra Pepe.

Martin não pôde continuar o trabalho, mas sua orientação norteou a banda – que, seguindo outra sugestão dele, mandou o disco pronto para andré t mixar. “andré mudou tudo, deu a cara definitiva do disco. Ele acabou meio que fazendo o papel de produtor na pós-produção”, conta o baixista.

“Ah! Nosso disco está a venda aí na loja Trenchtown. Em breve pintamos por aí”, despede-se.

Ouça: www.myspace.com/tomada

Sonoridade rock clássica
A banda Tomada é artigo cada vez mais raro no árido cenário do pop brasileiro atual: uma banda de rock sem vergonha de sê-lo, sem influências de samba, ritmos regionais ou medalhões da MPB. Uma banda de rock que recupera com certo brilhantismo as bases do gênero: o riff marcante, a levada pra cima, a interpretação emocionada. Sério mesmo: quanto tempo faz que não se ouve uma power ballad tão emocionante quanto Entro Em Órbita (quase uma versão do Pholhas para o século 21)? Ou um rock honesto e sem cinismo fake como Uma Música Forte? Cansado da sonolência proporcionada pelos novos gênios da MPB? A eletricidade da Tomada é o remédio, baby. Tomada / O Inevitável / Pisces Records / R$ 15,90


Ela não tem medo from Cris Lyra on Vimeo.



Retrovisor: baixo, vibrafone e bateria em diversas levadas

Formação de banda de rock todo mundo sabe como é: baixo, guitarra e bateria. Formações pouco convencionais, que fogem disso aí, não são exatamente novidade, com bandas como Morphine (sax barítono no lugar da guitarra) e a local Vendo 147 (duas baterias) vindo imediatamente à memória.

A também local Retrovisor é mais uma a abrilhantar essa lista, com uma formação que agrega baixo (Ricardo Cadinho), vibrafone (Antenor Cardoso) e bateria (Angelo Medrado).

“(Formar essa banda) É  uma ideia antiga de Antenor”, conta Cadinho. “Ele comprou esse vibrafone em 2008, e desde essa época que a gente tinha vontade de fazer esse som”, diz.

A proposta é fazer um som instrumental para “explorar outras sonoridades, conjugando cool jazz, música africana, latina, bossa, funk”, enumera o baixista.

Ele diz que o Retrovisor tenta evitar uma coisa que é muito comum em bandas instrumentais: a bolha individual dos músicos. “A gente se preocupa mesmo é com o groove. Não é essa coisa do instrumental, cada um na sua bolha, esperando a hora de fazer seu solo”, garante.

“É um show com dinâmica, um crescendo bem notório. Começa  devagar, com uma ciranda, depois uma bossa, daqui a pouco cai no rock”, descreve.

Roubaram nossa identidade

Cadinho vê o Retrovisor não apenas como uma banda, mas também como uma afirmação de “real pluralidade baiana”.

“O fato é que houve uma apropriação da identidade do baiano. Nós não podemos ser apenas essa coisa engessada de abadá que pula atrás do trio. É muito pouco. Por isso é tão importante uma Orkestra Rumpilezz”, opina o baixista.

“Queremos nos juntar aos baianos que se destacam fazendo outras coisas, coisas  que ferem essa noção ultrapassada. É isso que me deixa feliz, eu quero muito fazer parte dessa outra expressão”, desabafa.

Potencial para isto não falta ao trio. Antenor e Angelo são músicos de formação erudita, com passagens pela OSBA e Osufba, entre vários outros grupos de alto conceito.

Em 2012, eles pensam em entrar no estúdio e gravar um primeiro álbum. Enquanto isso não acontece, o leitor pode conferi-los dia 24, no lançamento da revista Bequadro.

Retrovisor no lançamento da Revista Bequadro / 24 de novembro, quinta-feira, 19 horas / Galeria do Livro do Espaço Unibanco (Pça Castro Alves)



NUE-EE-ETAS!

Gaita master do Rio
O gaitista carioca Jefferson Gonçalves, referência nacional da harmônica, traz sua mistura de country e blues com ritmos nordestinos ao Balthazar (Shop. Cidade). Sexta e sábado, 22 horas. Livre na varanda, R$ 10 (salão) R$ 15 (mezanino).

Seletiva Fun Music
As bandas Sertanília, Neologia, Babi Jaques & Os Sicilianos, Os Informais, Gambiarra Cybernética e a dupla Geslaney Brito & Iara Assessú se apresentam na classificatória do concurso de bandas Festival Universitário de Música – Fun Music – nesta sexta-feira. No Zen Dining & Music (Rio Vermelho), 22 horas.

Rosi Marback sábado
A cantora de blues faz show no Boteco Ali do Lado, com abertura de Carol Rodrigues e Banda Blue Note. 21 horas, R$ 10.

11 comentários:

  1. Duffy, Klaxons, Glasvegas, Kaiser Chiefs. O que eles tem em comum? Fracassaram fragorosamente a partir do segundo álbum, com vendas cada vez menores e sendo chutados de suas gravadoras. O triste mundo cruel da música no século 21, neste espetacular artigo do Guardian:

    http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/999518-quando-a-carreira-de-um-artista-encalha-no-segundo-album.shtml

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  2. Recomendo a todos a leitura da matéria do editor master Edu Bastos sobre os 40 anos do Led Zeppelin 4, na edição de hoje (terça, 8.11) do C2, naquele periódico daquela tal avenida.

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  3. Já li... linda primeira página do C2 com a foto do Ermitão olhando o mundo aos seus pés, excelente texto de Mr. Bastos pra variar, e um bom puxa saquismo de Chico, pra aproveitar...
    heheheee...

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  4. Quolé, Márcio?!? O cara é meu magnânimo chefinho mesmo, e aí? Vai encarar? ;-)

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  5. Huaahahaa... "Chigundes" = Chico + Fagundes...

    Luv ya man...

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  6. CHICVS! O master em mini-série!!
    http://www.youtube.com/watch?v=Jfb15vAko1Y&feature=player_embedded
    Baseado em um dos meus top 3 do REI!

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  7. Gostei bastante desta musica do Tomada. O disco promete. Edu Bastos falando do led Zep é garantia de bom texto. Muito legal.

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  8. Masterrrr: http://www.stephenking.com/promo/bag_of_bones_tv/

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  9. E tome-lhe Stephen King, Cebolaitos!

    http://omelete.uol.com.br/stephen-king/cinema/rose-madder-mais-um-livro-de-stephen-king-sera-adaptado-ao-cinema/

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  10. De SP, Mr. Buenas manda notícias e recomenda o novo do Walkabouts (Walkabouts, Braminha!), que ele garante ser uma das melhores coisas do ano. Vou conferir!

    http://www.buenasrocks.blogspot.com/

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  11. walkabouts fucking rules!!!!!!!

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