Inspirados nos andarilhos beatniks, a Mendigos Blues, de Itabuna, volta a cidade sábado
Ninguém gosta de mendigos, certo? Na melhor das hipóteses, eles nos causam pena, aquele momento de empatia em que pensamos: “Poderia ser eu ali, passando fome”. Mas eis aqui alguns andarilhos da rua que nos causam outras sensações. É a banda Mendigos Blues (em foto de Marcelo Sena), lá de Itabuna, que faz um rock do bão e levanta até defunto.
Em suas andanças eles já estiveram aqui em Salvador, fazendo show no evento Faustão Falando Sozinho (a essa altura, um reduto da resistência alternativa local), no Imbuí.
Neste sábado, o quarteto retorna à cidade para se apresentar dentro da programação do festival Big Bands 2011, com a promissora banda feirense Magdalene & The Rock ‘n’ Roll Explosion e a soteropolitana Autoreverso, ambas já vistas e recomendadas nesta coluna.
Mendigada a caminho
Formada por Jonnie Walker (voz e guitarra), Ismerarock (guitarra), Ayam U´Brais (baixo) e Chucri (bateria), a Mendigos Blues pratica um blues rock cru, de pegada eletrizante e letras sujas em português.
“O lance do mendigo é que ele consegue absorver todas as negativas que recebe da sociedade, e mesmo assim, consegue sobreviver e vai em frente. Nós somos assim também. De não em não, nós vamos prosseguindo”, explica Jonnie.
Fãs de literatura beatnik, eles citam o único livro escrito por Neal Cassady, o muso inspirador do clássico On The Road, de Jack Kerouac.
“No livro O Primeiro Terço, de Neal Cassady, ele diz que o andarilho nunca pode parar, nem de dia ou de noite, por que só andando, a providência vai chegar. Por isso estamos sempre trabalhando, é isso que nos dá forças para continuar”, acrescenta Ismerarock.
Com um punhado de faixas demo já gravadas, o quarteto formado em 2008 está e preparando para gravar seu primeiro álbum, que já tem título: “Vamos regravar essas faixas demo e acrescentar mais algumas. O disco será chamado Repúblicas e Mutretas e deve sair no início de 2012”, anuncia Ismerarock.
“Salvador que se segure, pois a mendigada aqui está chegando!”, brinca Jonnie Walker. Ora, sejam bem-vindos...
Mendigos Blues / Show no Big Bands Festival 2011 / Com Magdalene & The Rock ‘n’ Roll Explosion e Autoreverso / Sábado, 22 horas / Ali do Lado Boteco Musical (Rio Vermelho) / R$ 5
Ouça: mendigosblues.tnb.art.br
MEGA NUETA: Futurama traz Baia e Madame Saatan
O evento multimídia Futurama – Música e Intervenção Ambiental é uma ótima pedida para este sábado. Vai ter a fera da guitarra baiana Júlio Caldas & Choro Rock, a elogiada banda paraense de metal amazônico Madame Saatan (em foto de Wickbold) que terá participação de Fábio Cascadura e, fechando a night, nosso querido Baia, um dos grandes compositores / showmen de sua geração. Adorado por um fiel séquito de fãs locais, o ex-Rockboys sempre faz valer a saída de casa nesta cidade bizarra. Ah, ainda tem os Vjs Gabiru e EsquizoMachine com suas traquitanas de video mapping –, seja lá o que for isto, com o perdão pela ignorância do colunista jurássico. Gabiru, curador e residente da mostra de vjing, faz suas projeções sobre obras da artista plástica Andrea May. Já a VJ EsquizoMachine, sobre casarões que estão em volta da praça. Sábado, na Praça das Artes, Pelourinho, 18h30, com entrada gratuita. É ir e curtir.
Inspirado em Herman Melville, Tentrio lança primeiro álbum no festival Big Bands
Uma das bandas de rock instrumental surgidas na geração pós-Retrofoguetes mais interessantes do cenário, o Tentrio (em foto de Thiago Guimarães) está soltando, hoje mesmo, seu primeiro álbum para download gratuito no blog do grupo.
O show de lançamento será na edição 2011 do festival Big Bands, no dia 1º de novembro, no Póstudo, dentro de uma noite inteiramente dedicada ao rock instrumental – pelo visto, uma forte tendência na cena alternativa, que ainda contará com as bandas Hessel, Retro Visor e Peito de Planta.
Intitulado Melville, o disco foi produzido por Jera Cravo (o último em que ele trabalhou antes de se mudar para o Canadá) e conta com participações dos guitarristas Junix 11 (Subaquático) e Edson Rosa (ex-Ronei Jorge & Os Ladrões de Bicicleta), do tecladista Heitor Dantas (Teclas Pretas) e do vocalista Sérgio Franco Filho (Automata).
A inspiração vem justamente de Herman Melville (1819- 1891), autor do clássico Moby Dick.
“O disco é inspirado nele por que temos uma música chamada Cachalote, que, inicialmente era uma homenagem ao Led Zeppelin, por causa da (música) Moby Dick (faixa do álbum Led Zeppelin II, de 1969)”, conta o guitarrista Eduardo César.
“Como cachalote é justamente a espécie da baleia Moby Dick, e eu estava lendo o livro na época, essas coincidências nos levaram a chamar o disco de Melville. E todo o conceito visual do álbum também segue essa inspiração”, detalha.
Investigação musical
Com João Marques no baixo e Thiago Jende na bateria, o Tentrio pratica, com certa fluência e precisão técnica, uma música que, como todo som instrumental, sugere paisagens e viagens visuais – a trilha sonora de um filme imaginário em longas suítes musicais.
“É a questão do instrumental. Tem muita banda instrumental que cria suas músicas com uma estrutura de canção. Nós nos permitimos fugir disso. É um trabalho de exploração, investigação musical mesmo”, diz Edu.
Com influências entre o rock clássico (Led, Pink Floyd, King Crimson) e o pós-rock (Tortoise, Mogway), o Tentrio, no entanto, se esforça para não soar inacessível.
“Não queremos ser herméticos, complicados demais. Até por que a influência do formato canção está presente. Tanto que uma faixa do disco tem voz”, conclui Eduardo.
Baixe grátis: tentrio.blogspot.com
NOITE INSTRUMENTAL no POSTUDO / 01/11 / Com
HESSEL, PEITO DE PLANTA, RETROVISOR e TENTRIO / R$ 10
Ques figuras esses caras da Mendigos Blues! Prêmio Simpatia do Ano desde já pra esse caras. E a banda é bem legal. Podem ouvir sem medo.
ResponderExcluirem tempo...ou não...pra iniciar a noite de sexta, Praia dos Livros, largo do Porto da Barra....tudo pode acontecer...literalmente...eu estarei lá mandando uns sons pra as cabeças e principalmente os pés presentes!!!
ResponderExcluirQuem não leu O Mistério do Cinco Estrelas na escola... é por que andou filando aula (eu só filava as de exatas, que era tudo grego pra mim mesmo). Em breve, esses pelo menos poderão recorrer ao filme.
ResponderExcluirhttp://omelete.uol.com.br/rt-features/cinema/o-misterio-do-cinco-estrelas-vai-virar-filme/
Pra quem tava com receio que a coisa não desse certo: Lulu, colaboração entre Lou Reed e o Metallica é um discaço. Uma correção importante; não é uma colaboração, o Metallica na verdade serve como backing band luxuosa de Reed, que aproveita o pandemonio sonoro para despejar seu texto devastador. Frustação é o lexico do odio.
ResponderExcluirJá ouvi o Lulu todo e posso dizer uma coisa: ou você o ama ou o deixa... é um disco difícil, e é isso mesmo, é Lou Reed WITH Metallica e não uma colaboração...
ResponderExcluirMúsicas imensas, a versão em vinil (já esgotada) é QUÁDRUPLO! Na verdade é uma peça teatral escrita por Lou com um colaborador seu de longa data, transformada em canções.
Gostei, pretendo comprar o cd, sou fã, mas é um disco difícil... Várias vezes soa bem estranho e até deslocado o som do Metallica com o modus operandi musical de Lou, mas no geral it works!
Muito bom seu blog, estou te seguindo!!
ResponderExcluirme segue tbm!!?? vlww
http://anthonykiedisfc.blogspot.com/
FINALMENTE alguma porra de produtor brazuca teve um surto de lucidez!
ResponderExcluirDemorou 30 anos pra alguém "pensar" em filmar uma das obras-primas de Marcos Rey.
Na boa, as aventuras de Leo, Gino e Ângela eram a ÚNICA coisa que valia a pena em toda aquela Série Vagabunda.
(hehe... desculpe, mas eu não resisti.)
Até as capas eram diferentes, arrojadas e de um tremendo bom gosto. Delícia!
Ah, e eu não lia na escola não: lia tudo em casa, pelo prazer de ler.
Tomara que filmem mesmo essa porra, que seja um puto sucesso, e depois de O Mistério do Cinco Estrelas também filmem O Rapto do Garoto de Ouro, Um Cadáver Ouve Rádio e Um Rosto no Computador.
Só acho que seria melhor se fossem minisséries de TV com uns 10 capítulos.
Marcos Rey foi o escritor roteirista da ÚNICA série decente do Sítio do Pica-Pau Amarelo, sabia? É, a dos anos 70 com o nosso amado e maravilhoso André Valli fazendo o Visconde de Sabugosa. Ele praticamente reinventou O MELHOR personagem do Sítio. E foi o melhor ator, com aquela voz personalíssima.