Nem só de Tim Maia, Jorge Ben e Cassiano se fez a onda samba funk soul que varreu o Brasil nos anos 1970. Grandes músicos como Orlandivo, Marku Ribas, Luis Vagner e Di Melo também contribuíram muito para o estabelecimento deste estilo como um dos mais ricos da música pop brasileira. Agora, um destes caras, o pernambucano Di Melo, está de volta à cena e faz show em Salvador sexta-feira, com a banda recifense PE Preto.
Cantor, compositor, poeta, figuraça, Di Melo foi recentemente redescoberto e revalorizado pela juventude pernambucana através do documentário Di Melo, O Imorrível, dirigido por Alan Oliveira e Rubens Pássaro.
Di Melo tem apenas um único (e espetacular) disco no currículo. Lançado em 1975, Di Melo foi relançado em CD em 2002, dentro da coleção Odeon 100 Anos, coordenada por Charles Gavin (que aparece no documentário dando depoimento).
Com arranjos assinados por Hermeto Paschoal (que ainda tocou flautas e teclados) e Heraldo Dumonte (nos violões), o álbum “vendeu bem”, segundo o próprio Di Melo. “Se você emprestar, não volta”, garante.
“Tudo isso e muito mais”
Acontece que, mesmo fazendo relativo sucesso na época, quando foi receber sua parte em direitos autorais, ele só recebeu “onze Cruzeiros. Fiquei revoltado. Aí eu saí do ar. Ia (do Rio de Janeiro, aonde morava) para Recife, dizendo que voltava em uma semana, e passava dez meses. Ia para Tóquio passar um mês fazendo show e voltava para o Brasil depois de 24 horas. Eu tenho essa facilidade de ir e vir, sabe? Sou um andarilho, um cidadão mundano”, viaja.
Resultado: de tanto se autoboicotar, Di Melo deu um fim precoce na própria carreira. Ou pelo menos, uma longa pausa, de mais ou menos 35 anos.
O sumiço foi tão bem sucedido que muita gente achava que Di Melo tinha morrido em um acidente de moto, boato que se espalhou Brasil afora – daí o apelido “O Imorrível”.
“De fato, sofri um acidente de moto. Fiquei paralisado por seis meses. Daí assumiram que eu tinha morrido”, conta.
Como costuma acontecer, porém, seu disco foi redescoberto pelos DJs – do Brasil e do mundo –, que começaram a animar bailes moderninhos com petardos como Kilariô e A Vida em Seus Métodos Diz Calma.
Hoje, o preço de um vinil original de 1975, na Europa, bate nos 700 Euros. “Esse disco é um ícone da MPB? Um êxito musical? Um som para a posteridade? É tudo isso e muito mais”, afirma Di Melo, mandando às favas a falsa modéstia.
Outro momento de puro hype em torno do seu nome foi quando a capa do seu disco surgiu no meio de um clipe da banda Black Eyed Peas, da música Don’t Stop The Party. “Aí perguntaram pro will.i.am quem ele gostava da música brasileira, a resposta veio na ponta da língua: Jorge Ben e Di Melo”, garante.
Na apresentação de amanhã, o recifense e a banda PE Preto vão executar boa parte do repertório do disco, “e também algumas músicas novas”.
“Vai ser um show como eu estou hoje: bonitinho, quentinho, fofinho, gostosinho, lavadinho, pronto pra turbinar”, brinca o Imorrível, verborrágico e vivo como nunca.
Di Melo & Banda PE Preto / Amanhã, 22 horas / Portela Café / R$ 30
Como se vê, o fim de semana está beeeeeem concorrido.
ResponderExcluirLá vem George de nove, com mais uma possível obra-prima zombie...
ResponderExcluirhttp://omelete.uol.com.br/george-romero/cinema/zombie-autopsies-george-romero-de-volta-aos-filmes-de-zumbi/
Saiu a crítica do doc de Scorsese sobre George. O outro, aquele... daquela banda...
ResponderExcluirhttp://omelete.uol.com.br/festival-do-rio-2011/cinema/george-harrison-living-material-world-critica/
O famoso quem?!?
ResponderExcluirSou fã desde criancinha desse cara!
Tenho toda coleção dele, até os 45rpm!
O BRASIL CELTIC FOI CANCELADO. O comunicado do Pelourinho Cultural está no comment do post abaixo.
ResponderExcluirRáráráááá... mais um! Viu? Quem mandou não chamarem The Chieftains?
ResponderExcluirPara tudo que o bicho pegou: http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/994357-ingressos-para-reuniao-do-stone-roses-acabam-em-14-minutos.shtml
ResponderExcluirComeçam a surgir detalhes do novo projeto da DC para Watchmen
ResponderExcluirhttp://www.universohq.com/quadrinhos/2011/n24102011_06.cfm
Em Northampton, um senhor barbudo dá chutes na pia.
Erika Martins (ex-Penélope) escreve artigo no jornal carioca O Dia:
ResponderExcluirhttp://odia.ig.com.br/portal/opiniao/html/2011/10/erika_martins_o_futuro_do_passado_200491.html
Se for um projeto sério, na mesma linha do original acho que será muito bem vindo...
ResponderExcluirAliás, essa é uma idéia que eu sempre imaginei desde que li pela primeira vez na época do lançamento original, contar estórias do primeiro grupo o e também do que sucedeu...
Ah, e antes que me esqueça:
FODA-SE ALAN MOORE!
Isso, foda-se esse velho neurótico que só se preocupa com a integridade de sua obra. Foda-se, bundão! ;-)
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