Fenômeno de estabilidade
Uma das bandas mais estáveis de todos os tempos, O R.E.M. é um patrimônio do rock alternativo mundial e um fenômeno de vendas e popularidade – tudo isso, sem se prostituir. Goste-se ou não, esta banda jamais se vendeu ou soou “baratinha”. Se já não faz mais discos geniais como Document (1987) ou Out of Time (1991), mantém um ótimo nível criativo – e Collapse Into Now não é diferente. O álbum abre muito bem com Discoverer (épica, linha Finest Worksong) e engata uma quinta com a empolgante All The Best. Boas participações de Patti Smith, Eddie Vedder e Peaches. R.E.M. / Collapse Into Now / WARNER MUSIC / R$ 32,80
Estreia do ano no rock local
O rock e a música alternativa baiana respiram no trabalho solo de Tiago Aziz, ex-baixista de bandas como Lisergia, Cascadura e Crack. Sem aviso, de forma até despretensiosa, o rapaz criou uma obra que estabelece um diálogo fluente entre popular e experimental, conjugando rock alternativo (Trocando de Pele, Duas Moedas), reggae de FM (Reggae Itaigara), MPB torta (O Anjo Olha as Estrelas do Alto, com Ronei Jorge), balada de violão (Pedaço do Céu) e pop-axé-metal (Pedaços Coloridos, com Luís Caldas). Um dos discos do ano para o rock local. Tiago Aziz / Abrazzo - Pedaços Coloridos / Independente / R$ 8 / myspace.com/tiagoaziz
Rivotril musical para FMs
Ligue o rádio e gire o dial. Se uma voz anasalada surgir (e não for sertanejo) cantando uma melodia conhecida, é ele, o rei das madrugadas insones das FMs, Christopher Cross. O carisma equivalente ao de um cortador de unhas e o registro vocal de piloto de Fórmula 1, contanto, não o impediram de cravar hits em sequência, apresentados ao vivo neste DVD, como Sailing, Never Be The Same e Ride Like The Wind. Christopher Cross / The Best Of - Live / COQUEIRO VERDE / R$ 19,20
A ruiva tem brilho próprio
A fantasmagórica modelo Karen Elson, esposa do multi homem Jack White, lança-se em carreira musical com este belo disco – produzido pelo maridão. Em tons noturnos, sombrios, a moça ruiva passeia por diversos estilos ancestrais da canção norte americana demonstrando notável versatilidade – dentro das limitações de sua voz curtinha (mas bonita) e abordagem específica Aqui e ali percebe-se a influência clara de Dolly Parton (a mais subestimada das cantoras americanas). As adoráveis 100 Years From Now, Stolen Roses e Garden são os pontos altos deste CD classudo, delicioso. Karen Elson / The Ghost Who Walks / XL Recordings - Lab 344 / R$ 27,20
Abaixo os contemporâneos
Os melhores discos de rock atuais costumam ter um traço em comum: não parecem ter sido gravados agora, nessa era de futilidade absoluta e descartabilidade instantânea. Vejam os Strokes: seu último disco, Angles, soa completamente atual – e não por acaso, é seu pior álbum. Já o quinteto texano Midlake é o outro lado: parece muito com aqueles grupos europeus de folk progressivo do anos 1970. Já foram rotulados como alt.country do mal e prog folk sombrio. O que importa que a abordagem taciturna e ligeiramente medieval do grupo soa bem, muito bem. Midlake / The Courage Of Others / Importado / Bella Union Records / R$ 61,60
Papa Buk
“Estou sem fósforos/ as molas do sofá estouraram/ roubaram minha maleta/ (...)/ meu carro quebrou/ lesmas escalam as paredes do banheiro/ meu coração está partido/ mas as ações tiveram um dia de alta no mercado”. O trecho do poema alguma coisa é só uma amostra do que espera o leitor neste livro de Charles Bukowski. O amor é um cão dos diabos / Charles Bukowski / L&PM / 304 p. / R$ 15 / lpm.com.br
Brega Police alerta!
A cantora inglesa Roxanne Tania Tataei, ou simplesmente Rox, é a nova aposta da (pelo visto, duradoura) onda de neosoul / R ’n’ B. Longe da abordagem vintage de Amy Winehouse ou Duffy, Rox chega numa pegada mais pop e contemporânea – e até acerta no alvo em algumas canções acessíveis e animadas, boas de dançar, como My Baby Left Me (que está até na trilha sonora de uma novela da Globo), I Don’t Believe e Rocksteady (reggaezinho com os Skatalites). Mas isso não a livra do exagero brega, como em Oh My. Miss Rox, o mundo não precisa de novas Maryahs Careys... Rox / Memoirs / Lab 344 - Rough Trade / R$ 27,20
Voyerismo, incomunicabilidade etc
Uma dedicada e solitária camareira de hotel vive de imaginar a vida dos hóspedes, até o dia em que se esconde debaixo da cama de um homem, que recebe a visita de uma prostituta. Inicia-se aí uma saga de fetiches, voyerismo, incomunicabilidade e suspense na prosa ágil do premiado escritor alemão Markus Orths. A Camareira / Markus Orths / L&PM / 136 p. / R$ 35 / lpm.com.br
Opa, devagar com o hype
Saudado desde já pela crítica mais festiva como um dos melhores lançamentos do ano, Underneath The Pine é o segundo álbum de Toro Y Moi, nome artístico do jovem norte-americano Chaz Bundick. Se não chega a ser genial, contudo, o disco tem lá seus bons momentos, como New Beat (um synth funk oitentista revisitado), Got Blinded, Go With You (claramente influenciadas pelo Stereolab) e Divina (agora influenciado pelo duo Air). Um disco de sonoridade suave, emoldurado pela voz tranquila de Bundick. Mas tem potencial para melhorar. Toro Y Moi / Underneath the Pine / Deck Disc/Vigilante - Carpark Records / R$ 23,20
Para a sra. dona de casa
O cabra mais macho da música popular(esca) brasileira interpreta neste disco, originalmente lançado em 1984, algumas das melhores canções da “fase motel” de Robertão, como Proposta, Café da Manhã e (a gloriosa) Cavalgada, nas versões aboleradas que lhe eram características. Redescoberto e remasterizado por iniciativa do selo Discobertas, o álbum traz o vozeirão do homem no auge da maturidade. Classudo, conta com arranjos e regências do maestro do próprio Rei, Eduardo Lages, além de mestres como Wilson das Neves (bateria) e Mauro Senise (sopros). Para aqueles momentos de fazer um agrado na sua senhora. Waldick Soriano / Interpreta Roberto Carlos / Discobertas / R$ 17,60
Pé na jaca de com força
O agente literário novaiorquino Bill Clegg está longe de ser um vagabundo sem-teto. A sofisticação, contudo, não impediu de se afundar no vício em crack. Neste livro, ele conta como quase destruiu a própria vida em um relato chocante, mas muito sincero e bem escrito. Retrato de um viciado quando jovem / Bill Clegg / Companhia das Letras / 216 p. / R$ 41 / companhiadasletras.com.br
Breve, nas telas de cinema
O guru do mash-up literário, Seth Graham-Smith (Orgulho e preconceito e zumbis), ataca novamente, desta vez imaginando Abraham Lincoln como um habilidoso matador de vampiros, de dar inveja a qualquer Van Helsing. O fato do ex-presidente americano ter sido lenhador só contribui. Um machado a mão sempre é últil quando se enfrenta esses dentuços. Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros/ Seth Grahame-Smith / Intrínseca / 336 p. / R$ 39,90 / intrinseca.com.br
Canções, e não só batidas
Não é fácil ser a banda que criou a trilha sonora de uma geração. Responsável pelo hino tecno Born Slippy (popularizado pelo cult movie Trainspotting, 1996), o inglês Underworld, contudo, mantém a música eletrônica em bom nível no seu novo álbum (o oitavo), Barking. Se não traz grandes novidades, demonstra que sim, é possível fazer dance music sem soar vulgar e irritante. Contribui para isso a clara influência da cena Madchester (que tinha no New Order seu maior expoente) em faixas como Always Loved a Film, Scribble e Grace, entre outras. Mais do que batidas, o Underworld produz canções. Isso faz toda a diferença. Underworld / Barking / Music Brokers Brasil / R$ 24,90
Os últimos relevantes
O furioso power-trio gaúcho Walverdes chega ao quarto CD com Breakdance, um título (e capa) irônicos para uma banda que não tem nada de hip hop. Liderada por Gustavo Mini Bittencourt, que no dia-a-dia trabalha como redator publicitário, a banda traz nas letras telegráficas o poder de síntese característico destes profissionais, só que aqui, a serviço do “bem”, como em Função: “O gerador / Rotulador / Função / A sua integração”. Possivelmente, uma das últimas bandas de rock (e que se assume rock mesmo) relevantes do Brasil. O que não deixa de ser triste. Mas é um discão. Walverdes / Breakdance / Monstro Discos / R$ 21,60
Millôr abre o verbo
Em uma noite qualquer de 1981, em Porto Alegre, cinco jornalistas entrevistaram Millôr para a revista Oitenta. 30 anos depois essa entrevista histórica é lançada neste livro. Atualíssima, traz a íntegra das sete horas de conversa, abordando assuntos diversos: imprensa, política, feminismo, amigos, cultura, sexo... A entrevista / Millôr Fernandes / L&PM / 104 p. / R$ 22 / lpm.com.br
Música para quem entende
Revelação do jazz contemporâneo, a jovem cantora e contrabaixista norte-americana Esperanza Spalding tem maravilhado crítica e público mundo afora com sua abordagem sinuosa e bastante livre do estilo. Fã de música brasileira, neste seu segundo álbum, ela dueta com Milton Nascimento em Apple Blossom e recria Inútil Paisagem (Tom Jobim), com evidente maestria. Há ainda outros grandes momentos no álbum, mas é bom deixar claro: não é um disco para principiantes ou fundo musical de restaurante. É um disco complexo, que exige atenção. Esperanza Spalding / Chamber Music Society / Universal / R$ 29,60
Unidos, eles venceram
Ídolo de Elton John, o pianista e compositor Leon Russell andava no ostracismo há décadas. Disposto a dar uma força, Elton chamou Leon para gravarem juntos. O resultado é esta pérola de sonoridade irrepreensível. Se o auge criativo de ambos já passou há tempos, eles compensam nas composições corretas, nos arranjos ricos para piano e banda e nas interpretações emocionadas, como em There’s No Tomorrow, Gone To Shiloh (com Neil Young), When Love is Dying (belíssima, com Brian Wilson), Monkey Suit (bem rock ‘n’ roll). Um disco para ouvir do início ao fim, soboreando bem. Elton John & Leon Russell / The Union / Universal / R$ 29,60
Fecho de saga
Das páginas d’O Incal, um clássico da ficção científica em quadrinhos, A Casta dos Metabarões chega à sua retumbante conclusão neste Tomo IV. Com a linda arte pintada de Juan Gimenez, Alejandro Jodorowsky fecha sua saga espacial com muitos monstros e até sensuais vampiras cósmicas. A Casta Dos Metabaroes - Tomo IV / Alejandro JODOROWSKY e Juan GIMENEZ / Devir / 130 p. / R$ 49,90/ devir.com.br
Galera, o negócio é o seguinte: sábado, o rock é esse aqui, ó:
ResponderExcluirSábado tem black music e soul no Balthazar
Depois da estreia na semana passada, com público lotando os ambientes do Balthazar Grill&Bar, a mini-orquestra The Soul Riders retorna neste sábado, dia 11, a partir das 22h, para mais uma apresentação. Com repertório todo baseado na black music e no soul, o grupo chega com a proposta de temperar ainda mais a programação da casa. O repertório é composto por canções de ícones dos gêneros como Marvin Gaye, James Brown, Stevie Wonder, Wilson Picket, Hendrix, Tower of Power, Joe Cocker, entre outros. O grupo toca também músicas nacionais, que são fruto do reflexo da chegada destes novos estilos ao Brasil, em releituras de obras de Roberto Carlos e Barão Vermelho.
Balthazar – Em maio, o Balthazar estreou o seu happy hour, que faz parte da programação do Festival de Inverno. Música de qualidade e ambiente sofisticado na medida certa, com o melhor da culinária e da programação de Jazz, Blues e MPB. Além da opção de cerveja dobrada – com as opções de long neeks Heineken ou Bavária, de quarta à sábado, das 18h às 21h –, o público pode escolher ainda entre um dos pratos da cozinha contemporânea especialmente pensados para o festival. O espaço conta com quatro ambientes integrados e capacidade para receber 200 pessoas.
The Soul Riders – Recém-formado pelos músicos Mauro Santoli (voz e gaita), Márcio Pereira (voz, guitarra, arranjos e direção musical), Ângelo Santiago (baixo), Washington Barreto (teclado), Mateus Aleluia (trompete), Bruno Nery (trombone), Kiko Souza (sax alto e sax barítono) e Carlos Careca (bateria), o grupo faz na casa a sua estreia. O projeto The Soul Riders contempla todo o espectro da música negra norte-americana, respeitada mundialmente. Entre os músicos está Márcio Pereira, guitarrista, compositor e arranjador reconhecido em Salvador que acaba de chegar de Nova Orleans, onde morou por alguns anos para montar um show com uma mini orquestra.
Serviço:
The Soul Riders no Balthazar Grill&Bar
Data: 11 de junho (sábado)
Horário: 22 horas
Couvert: Livre na varanda, R$ 10 (salão) R$ 15 (camarote)
Local: Balthazar Grill & Bar (AV. ACM, Shopping Cidade – Itaigara)
Estacionamento com manobrista
Informações: 3017 4343 / www.balthazargrill.com.br
Sim Nei Baêaminhaporra, bemmmmmm de pertinho, porque agora eu tenho condições pra isso, viu seu bocó? Agora, o de Paul a gente viu bemmmmm de longinho, ou você não se lembra? É... a idade faz dessas coisas...
ResponderExcluirhuhuhuuuu...
Tem uma notícia não muito boa sobre Sharon Jones. Saiu uma nota em uma coluna social de um jornal local dizendo que vão levar a mulher e a banda toda pra encher a pança no restaurante de Dadá. Ora, qualquer idiota sabe que isso é um desastre anunciado. Vão levar esse povo pra encher o rabo de dendê (sem contar a maletice desse povo soçaite) horas antes do show? Porra, eles querem o que? Deixar todo mundo de caganeira e cancelar a porra do evento? Se não me engano foi isso que aconteceu com Nick Cave por aqui nos anos 90, não foi?
ResponderExcluirFoi.
ResponderExcluirPorra nenhuma Chicaço, aí é que ela vai berrar que vai ser uma maravilha!
ResponderExcluirCaganeira também tem seu lado bom...
Opa, peraí pessoal, falha minha: o rango em Dadá vai ser DEPOIS do show. Fui ler com mais calma e está especificadinho lá. Foi afobação minha. Sorry pelo alarme falso.
ResponderExcluirFoi II.
ResponderExcluirMe perdoe a correcao,ou talvez eu nao tenha entendido direito,mas em termos de shows o Leon Russel nao esteve no ostracismo na ultima decada nao.Nos ultimos 8 anos eu perdi mais 10 shows do cara.Infelizmente acho q ele nao foi ao Brasil nesse periodo pq os empresarios de eventos insistem em levar sempre as mesmas bandas.
ResponderExcluirFalou-se no Schenker ha alguns posts passados;sou muito fan do Mad Axeman e gosto bastante dos "Endless Jam" I e II com o Pattison(melhor substituto do Dewar nos vocais da Trower Band),mas um terceiro disco de covers na carreira,sei nao,ta me cheirando falta de criatividade pra fazer coisa nova,principalmente depois dessa volta nao muito convincente com o Barden em estudio.Pelo menos o retorno Schenker/Barden retomou a alegria do Schenker em tocar,e rendeu 1 tour aCUstica(chata pra caraio) mas 2 eletricas da porra,a ultima com o Carmine de bonus entao,foi sacanagem!O Barden ta com a voz estourada,mas em compensacao o Schenker continua mais endiabrado do q nunca no palco,simplesmente perfeito!
ResponderExcluirAi um momento da acustica:
http://www.youtube.com/watch?v=0w4AvDZa9EM
e um momento classico da segunda eletrica:
http://www.youtube.com/watch?v=MFupBivNan0
midlake ja rola ha um tempo. igualmente importante foi a colaboracao dos caras a john grant no queen of denmark, disco do ano da uncut. o leon russell e uma homenagem do elton john, uma especie de reconhecimento ao um dos seus principais inspiradores. walverdes es fueda, vou correr atras. e a historia do "show" de nick cave nabahia e uma dessas lendas urbanas da baea rocker. primeiro nao foi show do cavernoso, e sim de uma banda alema horrivel, que ele conheceu via o ex-bad seeds alemao blixa bargeld(einstrzende-neubauten). a producao local vendeu a lenda de show de cave, e o cavernoso, em sua epoca super junkie era bem pouco confiavel na epoca. piriri, se o cara teve mesmo, foi devido ao cold turkey. a producao local vendeu a lenda de show de cave, e o cavernoso, em sua epoca super junkie era bem pouco confiavel na epoca. piriri, se o cara teve mesmo, foi devido ao cold turkey
ResponderExcluiro asylum choir, dupla de leon russell e outro cara cujo nome esqueço agora, fez um disco em 68 que é espetacular, dos meus discos preferidos ever. s[o a capa já é um achado, reparem nos motivos ripongas no azulejo.
ResponderExcluirhttp://4.bp.blogspot.com/_WWIy23PK7tM/TCOz5-BL5QI/AAAAAAAAIko/gY3u-BOZ1Qs/s1600/OriginalCover.jpg
po, nao vou poder ir no sharon jones hoje. curtam por mim amigos. e depois do show vão comer em dadá!
GLAUBEROVSKY