A intimidade de grandes (e mesmo pequenas ou até inexistentes) bandas costuma gerar ótimos documentários, como O Último Concerto de Rock (The Last Waltz, de Martin Scorsese) e Rock é Rock Mesmo (The Song Remains The Same, do Led Zeppelin) e This Is Spinal Tap, para ficar só nos clássicos.
Desta forma, uma banda tão original e de trajetória tão incomum quanto os Pixies só poderia mesmo render um excelente documentário. Bastava cair nas mãos hábeis de um bom diretor.
Foi o que aconteceu em loudQUIETloud: A Film About The Pixies (Coqueiro Verde), da dupla Steven Cantor e Matthew Galkin, que acaba de chegar às lojas em DVD e periga entrar na lista dos clássicos do gênero.
A película, selecionada para exibição em diversos festivais de renome do cinema independente, como Tribeca e South By Southwest, enfoca os bastidores da turnê que, em 2004, trouxe de volta aos palcos, depois de 12 anos de ausência, a cultuada banda liderada por Frank Black (ou Black Francis, dependendo do humor do homem).
É interessante notar como o enorme entusiasmo que a notícia da volta da banda causou em 2004, entre fãs e imprensa especializada, passa completamente batido nos bastidores.
Na verdade, a comunicação entre os membros do quarteto é tão rarefeita e tensa que fica até difícil entender como essas pessoas formam um grupo tão coeso em cima do palco.
Em dado momento, Kelley Deal, irmã-gêmea da baixista Kim Deal, exclama: “Mas vocês não se falam! Vocês são os piores comunicadores da história da música!”, espanta-se.
Comunicação oblíqua
Com uma narrativa enxuta e constante, silenciosa e de ritmo quase lento, loudQUIETloud poderia perfeitamente ser mais um daqueles filmes do circuito de cinema indie de Sundance, do que um documentário sobre uma banda de rock formada por quatro tiozinhos compartilhando a adoração dos fãs e diferentes graus de sequelas advindas da vida no rock ‘n’ roll.
Na verdade, o filme reflete muito bem a personalidade da banda – tanto de seus membros, quanto de sua música: oblíquo, comunica mais pelos desvios que toma em sua trajetória do que pelo que sai das bocas de seus protagonistas.
A câmera segue os quatro membros dos Pixies desde suas casas, quando negociam entre eles a volta do grupo, até os shows da turnê de retorno. Aí ficamos sabendo como estavam suas vidas durante o período em que a banda esteve parada.
Joey Santiago, o guitarrista, trabalha como editor de vídeo em uma produtora independente e leva uma vida pacata como homem casado e pai de duas crianças.
Kim, que continuava tocando e gravando com sua banda The Breeders, mudou-se para a casa dos pais como estratégia de manter-se longe dos álcool e das drogas.
O band-leader Frank Black foi quem mais se manteve estável na carreira musical, gravando bons álbuns-solo e excursionando regularmente.
O mais doidão e instável, como costuma acontecer, é o baterista. David Lovering estava vivendo praticamente como sem-teto, percorrendo praias com um detector de metais em busca de relógios e moedas perdidas e atuando como mágico em festas infantis.
Não à toa, é justamente ele quem se torna o ponto de tensão do filme, ao voltar a beber e tomar bolinhas. Chega a ser constrangedora a bronca que ele leva de Joey, que por sua vez, sofre na estrada, com saudade dos filhos.
Coalhado de momentos reveladores e tocantes, é um filme para ficar na história do gênero. E no coração dos fãs.
loudQUIETloud: a filme about the pixies / Steven Cantor e Matthew Galkin / Coqueiro Verde / R$ 24,80
O que é bom para os Estados Unidos...
ResponderExcluirhttp://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2011/04/bombeiros-confirmam-8-mortes-em-escola-da-zona-oeste-do-rio.html
Leia Sunset on Sunset, uma HQ noir on line (curta e certeira) do escritor David Winslow e do desenhista Sean Phillips (Hellblazer).
ResponderExcluirhttp://www.latimesmagazine.com/2011/04/sunset-on-sunset.html
Meu caminho agora é para o U2, show de sábado...
ResponderExcluirTrarei minhas impressões e digressões sobre o evento.
Tô loco pra ouvir Thupa Thouda (Suck it All) de novo! Tá no último disco deles... bacana!
Até segunda!
Chicaço, você tá bem acelerado nas postagens, beleza, mas deixa eu te agradecer por uma das micro resenhas de ontem, 06/04, a do The Gaslight Anthem que fui ouvir e... muito muito muito bom, man! Tipo, Rock é Rock mesmo!!!
ResponderExcluirValeu!
Márcio, isso por que vc ainda não ouviu a sensacional "I Won't Go, I Can't Go, My Wife Won't Le Me Go"!
ResponderExcluirAguardo vossas impressions!
Caralho, tô na pilha total para ver esse filme do Thor!
ResponderExcluirhttp://www.omelete.com.br/cinema/thor-comercial-do-filme-tem-relances-ineditos-de-loki-e-destruidor/
Não, eu nunca vou crescer, mesmo. Dá licença?
doc "o dia que durou 21 anos". excelente e esclarecedor!
ResponderExcluirhttp://www.documentarios.blog.br/search?q=O+DIA+QUE+DUROU+21+ANOS
G.
O pior cineasta do planeta vai se juntar com um dos piores atores e estragar um dos livros mais bonitos da literatura norte-americana.
ResponderExcluirhttp://www.omelete.com.br/cinema/o-grande-gatsby-ben-affleck-deve-se-juntar-ao-elenco-de-baz-luhrmann/
Moulin Rouge foi um dos filmes mais isuportáveis que já tive a infelicidade de contemplar. Quase fiquei cego com tanta histeria, exagero e frescura.
ResponderExcluirA comédia alcança novos graus de demência em Se Beber Não Case 2.
ResponderExcluirhttp://www.omelete.com.br/videos/se-beber-nao-case-2-trailer-1-legendado/
Tem coisas que só Hollywood faz por vc.