Páginas

sexta-feira, agosto 20, 2010

BAIA É DA SOM LIVRE

Após quatro anos divulgando o extraordinário CD independente Habeas Corpus, Baia lança DVD gravado ao vivo pela major carioca, ganha prêmio e inicia nova fase na carreira. E hoje já tem show no Tom do Sabor



Na noite de 18 de dezembro de 2009, o cantor baiano (naturalizado carioca) Maurício Baia lotou o Circo Voador no Rio de Janeiro para gravar seu primeiro DVD ao vivo (foto de Clever Barbosa). O evento fechou um ciclo.

Afinal, quase 18 anos antes, em 1992, ele subiu pela primeira vez na vida em um palco: justamente no mesmo circo da Lapa, com sua antiga banda, Baia & Os Rockboys.

Agora, o cantor e compositor coroa o início de uma nova fase em sua carreira, em grande estilo, uma espécie de momento decisivo, o tudo ou nada: o DVD e CD gravado no Circo Voador saiu pela gravadora major Som Livre, que contratou o rapaz e aposta nele como uma grande promessa de sucesso.

Isso significa que, em breve, Baia deve ser figura mais ou menos fácil nos programas da Rede Globo (dona da Som Livre), nos canais por assinatura da rede, e, quem sabe, nas trilhas sonoras das novelas.

Mas não para por aí, não. Hoje, ele começa a turnê nacional de divulgação de Baia no Circo com um show pequeno no Tom do Sabor.

Daqui, parte para rodar pelas regiões Sul e Sudeste. Em dois ou três meses, volta para um show maior no Pelourinho. E em janeiro, deve estrear no Festival de Verão.

Em outra frente, seu projeto paralelo 4 Cabeça ganhou, semana passada, o prestigioso troféu de Melhor Grupo (MPB) no Prêmio da Música Brasileira.

Show de Lançamento CD e DVD Baia no Circo / Hoje, 23 horas / Tom do Sabor (3311-3300) / R. João Gomes, 249 / R$ 20

ENTREVISTA



Pergunta: Depois de passar a maior parte da carreira na independência, seu primeiro DVD ao vivo saiu por uma gravadora major, a Som Livre. Como foi isso?

Baia: A Som Livre é a gravadora que está mais diretamente ligada aos canais da Rede Globo, então, tem os programas de TV, os canais Multishow, GNT e tal – o que a torna muito interessante para qualquer artista.

Mas como foi que você chegou a eles? Ou eles chegaram a você?

Baia: Isso é que é o mais legal: as pessoas que hoje fazem parte do departamento de novos negócios estão ligadas no meu trabalho. Desde o primeiro momento que eu cheguei lá, disseram que eram fãs e cantavam os refrões (das minhas músicas). Eles gostam do meu trabalho, vão aos meus shows. Então, acabou sendo foi um movimento natural – tanto da minha parte, quanto da deles também.

Então, esta foi uma boa hora para você se filiar à uma major?

Baia: O que acontece também é que a Som Livre está em um momento muito bom com a Maria Gadu. Eles estão voltando a investir em artistas novos. O clima tá muito bom, sim, a turma está amarradona, feliz com o produto final. O que ajuda muito, né, quando as pessoas acreditam. E nem rodei muito as gravadoras, não. Apesar de até ter sido procurado por uma outra.

E agora? Você assinou contrato? Ele prevê que você vai lançar quantos discos pela gravadora? Vai rolar Domingão do Faustão, música em trilha de novela?

Baia: Assinei. O contrato prevê pelo menos mais um disco de estúdio e é negociável. Agora, a assessoria da Som Livre vai tentar me encaixar nos programas (da Rede Globo), mas ainda não há data marcada. Até por que o DVD acaba de chegar ao mercado. Você é a primeira pessoa (da imprensa) com quem eu falo. Novela, a Som Livre tá tentando. O problema é que não costuma rolar música ao vivo em trilha de novela. Então, ainda não sei se vamos recorrer a alguma gravação antiga ou se vou regravar algo em estúdio. Estamos chegando junto, batalhando aos pouquinhos.

Você está em um momento muito especial da carreira, correto? Semana passada, seu projeto paralelo 4 Cabeça ganhou o Prêmio de Música Popular Brasileira de melhor grupo...


Baia: Pois é, o 4 Cabeça é um projeto que eu capitaneei com o (compositor carioca) Luís Carlinhos. Fomos os produtores do CD que foi premiado no Prêmio da Música Brasileira. É uma premiação muito importante e ganhamos na categoria principal (MPB), o troféu de melhor grupo. Então (esse prêmio) acabou chegando junto com o DVD no mercado. É mesmo um momento de muita felicidade para mim.

A produção do DVD ficou caprichada. Como foi esse processo?

Baia: Meu primeiro pensamento foi não fazer economia porca, entende? Não teve “o barato que saiu caro“. O DVD foi feito, inicialmente, como produção minha. Aí eu uni todas as partes artísticas: diretor, cenografista etc. A produtora, a Carioca Filmes, eu mesmo contratei eles, foi um investimento meu, pessoal. Contratei a equipe de som, escritório de design, tudo de primeira. Não queria esse negócio de juntar três amigos com câmeras e cruzar os dedos. Só procurei gente do mais alto padrão. E, modéstia a parte, consegui. Trabalhei feito um cavalo, também (risos).

Sua música tem várias facetas e influências diferentes. Você se vê como um artista de MPB ? De rock? De folk? Ou esse negócio de rótulo não é contigo?

Baia: Não é que eu tenha nada contra rotulo, mas se você um dia disser que meu estilo é rock, só está me definindo em parte, por que rock, enquanto gênero, é muito abrangente. Então, hoje, eu eu me definiria como rock MPB. Ou melhor: MPB rock, por que o rock já foi absorvido (pela MPB).

No Rio, você já tem um bom público formado, mas muita gente Brasil afora ainda não te conhece. O recurso do DVD ao vivo, gravado diante de uma grande plateia, foi justamente para apresentar ao Brasil esse artista que está, digamos, “pronto“ para as grandes multidões?

Baia: Todo produto que a gente lança, a gente tenta atingir o maior público possível. Eu sei que não sou um artista tão fácil de as pessoas saírem cantando junto – mas essa também é minha força. Eu não tô indo atrás de nenhum segmento constituído. Eu faço um tipo de MPB rock que é segmentado, mas não é axé, nem sertanejo. Sim, o DVD visa me popularizar mais, mas assim como esses outros ritmos, eu faço uma linha de música que também é muito popular. Você vê aí Zé Ramalho, Lenine, Raul. Eu acredito em um fortalecimento desse segmento, que é um rock MPB. Não é o rock juvenil de agora. Tô até vendo aqui agora, o Serguei esculhambando n‘O Globo, dizendo que o rock virou melacueca, que todas as bandas estão iguais. Então, o meu trabalho é rock ‘n‘ roll – mas com com raízes fortes na música brasileira, no Nordeste. E tem sido assim, desde o meu primeiro trabalho.

Como foi receber Zé Ramalho, um dos seus ídolos, no seu show? Deu tremedeira?

Baia: Não, o Zé é meu amigo há mais de dez anos, sempre foi atencioso comigo, demonstrou conhecer meu trabalho, dava feedbacks. Desde a primeira vez que ele me viu no palco, ele disse que eu era um artista pronto. Isso me norteou. E como eu tinha participado do DVD dele, foi muito natural convidá-lo. E não foi o tipo de convite só para ele “abalizar“ o meu lance. Agora, estamos vendo a oportunidade de fazermos shows em dupla. Se der tudo certo, deve rolar também na Concha Acústica, no ano que vem.

E a turnê do DVD?

Baia: Começa por Salvador, que é minha cidade natal, como um renascimento. Depois de rodar o sul, devo voltar aí para um show maior no Pelô, em setembro ou outubro. E vamos começar a negociar para o Festival de Verão também.
Estreia em gravadora major traz Baia no auge da forma

BAIA NO CIRCO: RESENHA

Em recente entrevista para a revista Billboard, Lobão decretou: “a internet não vai salvar ninguém“. E arrematou: “lugar de artista é na gravadora“.

Descontada a possibilidade de que, daqui a mais ou menos uns dois anos, ele poderá se desdizer, o fato é que, conjunções astrais influindo ou não, Maurício Baia faz sua estreia numa major em momento que parece muito favorável à uma virada decisiva na carreira.

Artista maduro, cantor de voz própria e personal, performer carismático e letrista inspiradíssimo, o homem está no auge em Baia no Circo. Aqui e ali, até parece um pouco intimidado com a escala da coisa toda. Mas é uma impressão que passa rápido, dada sua larga experiência de palco.

Com 21 faixas no DVD e 17 no CD, Baia no Circo traz, além dos hinos da fase com os Rockboys (Na Fé, Doce Doçura) e de clássicos instantâneos como Habeas Corpus, Lembrei e Fulano, Beltrano e Sicrano, quatro faixas inéditas: Tá Tudo Mudando (em dueto com Zé Ramalho), Em Nome da Fome, Quando Eu Morrer (seu primeiro samba) e Os Dias de Hoje.

Tudo executado com garra por uma numerosa banda e um artista incomum.

Baia no Circo / Maurício Baia / DVD: R$ 27,90 / CD: R$ 17,90 / Som Livre

4 CABEÇA: LEMBREI (de Maurício Baia e Gabriel Moura)

6 comentários:

  1. É hoje (sexta, 20.08), no Tom do Sabor, galera!

    O homem vem com a banda toda - menos os metais, claro.

    Showzaço, vamo nessa!

    ResponderExcluir
  2. OPA! Se liga aí, GeorgeRomeromaníacos!

    Estreou hj nos cinemas de Salvador, A Epidemia, remake de O Exército do Extermínio (The Crazies, 1973), um dos filmes menos vistos e mais elogiados do Mestre.

    Lembro que esse filme saiu em VHS ainda nos anos 80 e eu vi na época, mas me lembro de pouca coisa, na verdade.

    Mas o lance é que saiu esse remake, está em cartaz na cidade, está sendo bem elogiado e eu vou ver, com cerveja!

    http://www.omelete.com.br/cinema/critica-epidemia/

    ResponderExcluir
  3. Reclame: post novo, acreditem, acontece no meu blog: sejam benvindos e comportem-se que os comentários são, ainda, liberados. Não abusem. www.oculosdecebola.blogspot.com
    Me falem também se gostaram ou não do novo visual. Estou em fase de testes. Beleza? Abração.
    cebola

    ResponderExcluir
  4. A bruxa tá solta na temporada de festivais europeus!

    http://br.noticias.yahoo.com/s/21082010/25/mundo-cantor-ingles-morre-festival-rock.html

    ResponderExcluir
  5. Notícias como essa me deixam realmente triste. Egoísticamente falando. Vou perder a chance rara de ver o meu filme predileto ever no cinema! Em telão!! Glorioso cinemascope! Não tem blue ray ou 3d que substitua isso:
    http://www.faroestespaghetti.com.br/
    Ah! O filme é Era uma vez no Oeste, de Sergio Leone.

    ResponderExcluir
  6. Mais saindo pela tangente!!!

    ResponderExcluir

Tá loco aí? Então comenta!