Em 1974, um estrondo abalou a África. Foi o Rumble in the Jungle (Estrondo na Floresta), lendária luta entre dois titãs do boxe peso-pesado: no canto esquerdo, Muhammad Ali. No canto direito, George Foreman (aquele que hoje virou marca de grelha), então detentor invicto do título de campeão mundial.
O quebra-pau, que já rendeu um livro extraordinário de Norman Mailer (A luta, Cia. das Letras) e um documentário oscarizado igualmente magnífico, (Quando Éramos Reis, 1996) foi também o pretexto para um festival de três dias com muita música no estádio de Kinshasa, no Zaire (hoje República do Congo).
É este festival que agora ressurge no documentário O Poder do Soul (Soul Power), lançado em DVD (nas locadoras) e Blu-Ray (venda direta).
Praticamente um “filme-irmão“ de Quando Éramos Reis, O Poder do Soul, que só foi exibido em festivais de cinema no Brasil, foi dirigido por Jeffrey Levy-Hinte, montador de Quando... e produzido por Leon Gast, diretor do mesmo filme.
A ideia dos organizadores do festival, Hugh Masekela e Stewart Levine, era casar os dois eventos em um clima de “volta para casa“, reunindo os maiores músicos negros americanos, bem como dois dos seus maiores esportistas.
No elenco do festival estavam James Brown (Soul Brother Number One), B.B. King, Bill Withers (esquecido, mas fantástico soulman), o grupo vocal The Spinners, Miriam Makeba, Celia Cruz e muitos outros.
Para quem não viu Quando Éramos Reis (que, infelizmente, não está disponível em DVD), talvez todo o contexto (e o clima) do confronto polarizado entre direita, representada por Foreman, e esquerda (Ali) passe despercebido.
Ainda assim, Ali, um poço de carisma com seu discurso radical baseado no Pan-Africanismo dos Panteras Negras, é uma das estrelas do filme, com diversos momentos de língua solta e mumunhas hilárias.
Na coletiva de imprensa, ainda em Nova York, quando o empresário Don King começa a anunciar os artistas que vão ao festival, Ali solta gemidos de satisfação e faz comentários irreverentes o tempo todo.
Performances magistrais
Sem utilizar imagens atuais, contando apenas com o material capturado na época, o documentário mostra a loucura que foi organizar um evento daquela magnitude em plena África, em 1974.
De cara, um corte no rosto sofrido por Foreman durante um treino adiou a luta por mais de um mês, o que acabou tirando do festival a primazia de ocorrer em paralelo ao evento esportivo.
A primeira metade do filme se prende aos bastidores da luta e do festival, com muitas conversas de escritório entre os realizadores e entrevistas com alguns dos músicos convidados.
Na segunda metade, o filme decola de vez, graças as performances magistrais dos artistas, com James Brown como atração principal.
A farra começa já no avião, com o clima de euforia tomando conta dos músicos que estavam “voltando para casa“.
A sequência musical é aberta pelos Spinners, um sensacional grupo na linha dos Temptations (do hit My Girl), com suas coreografias, vozeirões e ternos com raios de lantejoulas.
Miriam Makeba é outro destaque, com seu cantar cheio de estalares de língua e outros ruídos. B.B. King arrepia geral com o clássico The Thrill is Gone, enquanto Bill Withers, apesar de cantar muito, pareceu subaproveitado e meio melancólico, apenas com o violão no palco.
Já James Brown, bom, o cara é o chefão do soul. Varreu todo mundo – e aí não teve pra mais ninguém, brother.
O Poder do Soul (Soul Power), de Jeffrey Levy-Hinte / Sony Classics / Blu-ray: R$ 89,90 / DVD: só locação
Chicão, o dvd do filme sobre a luta rolava na locadora das 3 letras, só que um avenbtureiro lançou mão. Tive sorte de ver antes disso, é nota 1000!
ResponderExcluirObs: de volta á base depois do furacão Johnny Winter.
Relato detalhado vindo por aí.cra
Nei, o filme da luta, Quando Éramos Reis, eu peguei tb na mesma locadora, vários anos atrás, só que em VHS. Em DVD eu tenho certeza que não saiu.
ResponderExcluirFILMAÇO absurdo, aliás, quem me deu a dica desse filme na época – e não só isso, tb me emprestou o livro de Norman Mailer (que confesso, não cheguei a ler todo) –, foi Daniel W., hj residente no (Sweet Home) Alabama, e que volta e meia aparece por aqui.
E sim, Nei, se quiser escrever seu relato sobre o show do Johnny Winter e publicar por aqui mesmo, fique a vontade. Vc sabe que a casa é sua.
ResponderExcluirMomento comercial:Wal- Mart vende I Phone por $ 97! Só que no U.S. of A.Por aqui, no país bonito por natureza, +/- $ 1.000,00. Eu disse mil doletas. Por essas e outras que quando escuto que Sambaland esta ingressando no 1* mundo dou risada. Não se trata de apenas uma questão comercial. As empresas dos países realmente desenvolvidos tratam seus consumidores nos seus países de origem de forma civilizada. Para o resto do mundo se pratica o capitalismo selvagem.E Sambaland, quando não é destratada pelos gringos, da um jeito de destratar seus cidadões de forma mais cruel ainda. Nada, nada mesmo, justifica este exemplo dado acima. A Apple não tem culpa neste caso.E fatos como este se estende por toda a cadeia economica. Ganhamos muito menos que nossos "brothers" do norte, e pagamos muito mais caro por bens e serviços.
ResponderExcluirhttp://money.cnn.com/2010/05/24/technology/Walmart_iPhone_price_cut/
Camaradas,
ResponderExcluirCláudio Moreira no Especial das Seis desta sexta agora, 28/05, apresentando Wishbone Ash e o seu genial Argus.
Como já sabem, Educadora FM 107,5 às 18h.
Ouviram o programa com Nei?
Nei, descasca logo essa resenha, rapá!
Abs
Mirdad,vai ter versão online pra acessar pelo site da rádio?
ResponderExcluirSim, claro, basta acessar no horário (18h) aqui: http://migre.me/INHW
ResponderExcluirAbs!
O Argus eh uma das coisas mais lindas q ja ouvi na vida,eh o disco q levo pra uma ilha deserta sem pensar duas vezes,sou completamente apaixonado por esse disco,ja ouvi um milhao de vezes e da vontade de ouvir outro milhao.OBRA PRIMA DO ROCK N'ROLL!!!!!!Sabe aquela coisa q vc ouve e diz:"isso teve o dedo de Deus".Esse eu digo sem pretensao,tenho pena de quem nao conhece,quem nao conhece nao pode perder o especial,tem como ouvir isso via internet?Claudio eh fera e o Argus eh um manjar dos deuses!
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