Lançamento > Best Of de Ringo Starr oferece visão ampla de sua carreira solo, a menos conhecida entre as de todos os Beatles - e tira qualquer dúvida quanto à qualidade de suas músicas
Eles não eram chamados de Fab Four (Quatro Fabulosos) à toa. Todos conhecem bem a genialidade melódica de Paul, o carisma magnético do hitmaker John e a perfeita artesania pop de George. Mas e quanto à Ringo? Do que seria capaz o simpático "Beatle feio", além de balançar a cabeleira sentado no fundo do palco? Resposta: muito mais do que se poderia imaginar.
O fato é que Ringo tem a carreira solo mais obscura entre os quatro. Sua obra, iniciada pouco antes do apagar das luzes Beatles em 1970, com o álbum Sentimental Journey, suscita algumas perguntas. Ela está a altura do seu ex-grupo? Sobreviveu ao tempo? Ou é apenas mais um fetiche para beatlemaníacos?
A pergunta pode ser facilmente respondida com uma rápida audição de Photograph - The Very Best of Ringo: sim, o narigudo é o cara. São vinte faixas simplesmente irrepreensíveis e intactas pela passagem do tempo, selecionadas entre seus 14 álbuns de estúdio.
O negócio é que Richard Starkey (seu verdadeiro nome) sempre esbanjou classe, melodiosidade e bom humor em seus discos solo, além de que, boa-praça, soube se cercar somente dos grandes. Uma rápida passada de olhos nos créditos das faixas revela uma verdadeira seleção de monstros do rock, a começar pelos ex-colegas John Lennon e George Harrison.
Mas a lista é longa: Elton John, Eric Clapton, Billy Preston e Nicky Hopkins (pianistas clássicos do rock), Klaus Voormann (baixista de Lennon e artista plástico, autor da capa de Revolver), Stephen Stills (da banda Crosby, Stills, Nash & Young), Jim Keltner (baterista da The Band), Bobby Keys (saxofonista por excelência dos Stones), Harry Nilsson (cantor do hit Everybody's Talking, do filme Perdidos na Noite), Steve Cropper (guitarrista emblemático da soul music), Vini Poncia (que depois veio a se tornar Vinnie Vincent, guitarrista com passagem pelo Kiss), Peter Frampton e os irmãos jazzistas Randy e Michael Brecker, entre muitos outros.
Curiosamente, Paul McCartney é o único ex-colega de Beatles que não comparece aqui. Nos comentários escritos pelo próprio Ringo para cada faixa, ele destaca que Paul sempre teve o pé meio atrás com os outros integrantes, como ele conta no texto da faixa Early 1970: "Pela primeira vez, eu estava comentando (na letra da música) sobre a dissolução da banda e a atitude de Paul em relação à nós – quando ele estava processando todos os três".
Ainda nos anos 70, Ringo conseguiu fazer bastante sucesso em suas incursões solo, cravando alguns hits nos Top Ten da vida, como It Don't Come Easy (1971), Back Off Boogaloo (1972), Photograph (1973) e Oh My My (1973).
No fim dos anos 70 e durante boa parte dos 80, Ringo viveu meio em baixa, lutando contra o álcool e as drogas. Inspirado na boa fase de George Harrison a partir do álbum Cloud Nine (1989), produzido por Jeff Lyne (ex-Electric Light Orchestra), juntou-se a este último e Don Was. O resultado foi o álbum Time Takes Time (1992), um belo retorno depois de anos longe dos estúdios. De lá para cá, lançou outros bons registros, como Ringo Rama (2003) e Choose Love (2005).
Com sua voz grave, Ringo cometeu em sua carreira solo um belo punhado de canções de rock clássico muito bem influenciadas por country e soul.
A faixa-título da coletânea, Photograph, poderia estar em Let It Be. It Dont't Come Easy tem a cara de George Harrison (apesar de ser de Ringo mesmo). I'm The Greatest e (It's All Down To) Goodnight Vienna são da lavra de Lennon. Snookeroo foi um presente de Elton John. No-No Song é uma tiração de sarro com seu próprio vício: "Não, não, não / eu não (cafunga no microfone) mais / estou cansado de acordar no chão / não, obrigado, esse negócio só me faz espirrar / e depois fica bem difícil de encontrar a porta". King of Broken Hearts, uma das mais recentes (1998), é uma balada country triste e linda, com um toque melodioso de Paul. Never Without You é a tocante homenagem ao amigo George Harrison, então recém falecido (2001).
Mas e quanto à sua suposta ineficiência como baterista? Há controvérsias.
“Foi só quando tive uma banda cover dos Beatles que pude, enfim, compreender toda a complexa simplicidade da batida 4x4. Ao contrário do que falam, Ringo tocou com extrema desenvoltura. Ele dava as notas na bateria, fazia as batidas como se fossem melodias“, garante Ricardo Cury, ex-baterista da brincando de deus.
Já Thiago Trad, dono das baquetas da Cascadura, admite que conviveu com esse mito do “baterista fraco“ até uma certa idade, mas depois compreendeu o valor do narigudo: “Ele tinha um andamento foda – sentava a madeira mesmo. Foi ele que popularizou aquele som do chimbau aberto. Tem um monte de outras coisas que a partir dele se tornaram referências, como o praticável para a bateria no palco e os kits da Ludwig – objeto de desejo para 11 entre 10 bateristas. Para mim, ele sempre será um dos 10 melhores de todos os tempos. I wanna be Ringo! (Eu quero ser Ringo)“, brinca Thiago.
Como se vê, ele até podia ser o menos fabuloso entre os Fab Four – mas hoje em dia, isso é muito mais do que 99,9% de qualquer coisa que se ouça por aí...
man, ser o menos fab desses four, significa somente q ele é o quarto maior fab four-ever, do rock!
ResponderExcluiré pouco?
ResponderExcluirwww.clashcityrockers.blogspot.com
ResponderExcluirJá está lá o link para a nova edição do segundo podcast mais caótico da web.
Qual será o primeiro?
Os Cascamole divulgaram sua agenda dos 15 anos.
ResponderExcluirhttp://www.bahiarock.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=1387
Pois então, Cebola! Foi exatamente isso que eu disse!
ResponderExcluirNei Bahia, não me conte seus pobrema...
ResponderExcluirGrande banda, grande notícia:
ResponderExcluirNOVO ÁLBUM DO CHARLATANS SERÁ GRATUITO
http://www.dynamite.com.br/portal/lernews.cfm?cd_noticia=21094
Melhor do que essa palhaçada do Radiohead perguntando pros fãs qto eles pagariam pelo disco - e os deslumbrados achando GE-NI-AL! me economizem..
NÓIS NUM VAMO PAGAR NADA, PORRA!
Darktronic:
ResponderExcluirVampiros atacam hoje na Zauber
Assim que cair a noite, morcegões e vampironas ávidos por rock e música eletrônica se reunirão na décima edição da festa Darktronic, a única da cidade a prestigiar a estética gótica, na Zauber Multicultura, a partir das 20 horas. Nesta edição, a Darktronic homenageia os vampiros da literatura, cinema e quadrinhos, apresentando as bandas Hatech (SP), X-Pleroma (PA) e Jardim do Silêncio. Haverá DJs, performances, sorteios e estandes de venda de roupas, discos, acessórios, objetos de arte e fanzines. No lounge e pista, projeções de filmes para dar o clima.
Maiores informações: www.fotolog.com/darktronic.
Gothic rock from Simões Filho:
ResponderExcluirhttp://www.myspace.com/jardimdosilencio
Essa é uma das bandas que vai tocar na festa gótica de hj na Zauber.
Vale a pena ouvir, bem bacana.
Sim, os zumbis também amam.
ResponderExcluirhttp://hqmaniacs.uol.com.br/principal.asp?acao=noticias&cod_noticia=13279