Álbuns de HQ adulta privilegiam o drama (e a comédia) das pessoas comuns
Já foi o tempo em que as histórias em quadrinhos se limitavam a mostrar em suas páginas apenas pessoas voando e trajando roupas colantes, patos falantes ou turmas de crianças levadas. As HQs cresceram, amadureceram, e hoje, disputam espaço nas livrarias junto aos romances, apresentando histórias fechadas dirigidas ao público adulto, tendo como personagens centrais pessoas normais, sem super-poderes ou atividades "emocionantes", como policiais de rua ou detetives particulares.
Três bons lançamentos dessa vertente de quadrinhos chegaram recentemente às livrarias: Doze razões para amá-la (Devir), Mesa para dois (Devir) e Estranhos no Paraíso - Tempos de colégio (HQ Maniacs). As duas primeiras são histórias francamente românticas e de narrativa intimista, enquanto a segunda fica entre o humor e o drama familiar, todas conseguindo bons resultados ao contar suas histórias e envolver o leitor.
As HQs com pessoas comuns não são exatamente coisa nova. Salvo engano, pode-se dizer que Will Eisner, o autor de Spirit - que aliás, era um herói sem nenhum superpoder, além de ser muito astuto e bom de briga - praticamente inaugurou o gênero ao lançar em 1978 o álbum Um Contrato com Deus (recentemente relançado pela editora Devir em edição de capa dura), onde contava histórias de quatro pessoas comuns que viviam em um cortiço, numa certa Avenida Dropsie.
Embora haja controvérsias, o álbum é considerado o marco histórico do surgimento das graphic novels (romance gráfico). De lá para cá, o estilo explodiu, gerando um grande mercado de trabalho para escritores e artistas com legiões de fãs de todas as idades.
HQ de DR - Doze razões para amá-la, de Jamie S. Rich (roteiro) e Joëlle Jones (desenhos), é basicamente, uma HQ de D.R. (Discutir a Relação), aquele momento do qual os homens costumam correr como o diabo da cruz na vida real.
Em 12 vinhetas curtas com títulos de canções de música pop, acompanhamos o caso de Evan e Gwen, um jovem casal apaixonado com idas e vindas, desconfianças e desencontros comuns em qualquer relação. O forte da HQ são os longos diálogos travados entre o casal, lembrando os romances atuais de autores de acento pop, como o inglês Nick Hornby (Alta fidelidade).
Gwen é muito segura de si e talvez não saiba exatamente o que sente pelo rapaz, enquanto Evan, que tem os quatro pneus arriados pela moça, sofre tentando mantê-la ao seu lado. A história não segue uma ordem cronológica definida, concentrando-se em mostrar apenas os momentos mais significativos da relação. Sensível e bem estruturada, deverá arrancar suspiros de leitores (as) mais românticos (as).
Já Mesa para dois, dos irmãos gêmeos Fábio Moon e Gabriel Bá, tem um ritmo e temática diferentes. Se em 12 razões para amá-la acompanhamos diversos momentos de uma relação já estabelecida em uma narrativa fragmentada, Mesa para dois se concentra, em narrativa linear, no encontro de duas pessoas que só ao final da história poderão - ou não - ficar juntas. Júlia, a personagem principal, é uma garçonete que arruma um segundo emprego como assistente de um escritor.
Sem que ela saiba porém, tudo e todos a sua volta parecem conspirar para que um colega seu de trabalho, apaixonado pela garota, acabe por conquistá-la. Os desenhos de Moon são encantadores e o ritmo suave da história a tornam desde já um dos melhores lançamentos nacionais do ano. Na verdade, a HQ mais parece um roteiro pronto para um curta-metragem, de tão bem resolvida que é.
Não à toa, os irmãos paulistas são hoje dois nomes em ascenção no concorrido mercado americano, com trabalhos para várias editoras de lá - muitos ainda inéditos no Brasil.
Francine & Katchoo - Estranhos no paraíso - Tempos de colégio é parte da série Strangers in paradise, do americano Terry Moore, publicada nos EUA desde 1993.
As personagens principais são as melhores amigas Francine Peters e Katina Choovanski, a Katchoo. Enquanto a primeira é uma morena estabanada com problemas de peso, a segunda é uma jovem que sofreu com os abusos sexuais praticados pelo padrasto ainda na adolescência, época enfocada pelo autor no álbum em questão. Na série regular - recentemente encerrada nos EUA - as duas moram juntas, mas vivem o dilema de se assumirem ou não como um casal lésbico.
Katchoo ama Francine, que ama David, um rapaz tímido com ligações obscuras no passado da primeira. Intrincada, a trama de Estranhos no Paraíso ganhou muitos fãs nos EUA e também no Brasil pelo carisma das personagens principais, esplendidamente desenhadas por Moore, que domina a arte de pôr no papel expressões faciais exatas, perfeitas.
Tempos de Colégio, o álbum da vez (a editora atual lançou um outro álbum no ano passado), volta ao passado das personagens e mostra aos leitores, como, afinal, elas se conheceram.
Trata-se de um ótimo ponto de entrada para novos leitores, já que a história não exige nenhum conhecimento prévio da série. O tom varia entre a comédia de costumes (a cargo de Francine e seus parentes) e o drama familiar (por conta do abuso sexual que Katchoo sofre do padrasto, com a omissão da própria mãe).
Três álbuns, três ótimas opções de leitura.
marcos rodrigues said...
ResponderExcluirTheatro de Séraphin e The Budas
Dia 22, Sabado, 15h30
Rock'n'Sandwich (Rio Vermelho, em frente à McDonalds).
Entrada franca (até o limite da reduzida capacidade do espaço).
Deu a louca nos bichinhos da Disney!
ResponderExcluirPrimeiro, foi o Pluto que enlouquequeceu com um guri e saiu perseguindo o moleque:
http://www.youtube.com/watch?v=uvlzkdxad-A&mode=related&search=
Depois foi Pato Donald que se zangou num jogo de futebol e partiu para cima do mascote do time adversário:
http://www.youtube.com/watch?v=nkbKjtuNJhQ
Do Pato Donald, que sempre foi um descontrolado, até se espera algo assim, mas do Pluto?!?!
Isso que deu aquele Mickey bunda mole criá-lo como se fosse um filho! Vc coloca as pessoas dentro de casa e nem imagina do que elas são capazes!
Que horror!
Rockeiros do meu Brasil, uni-vos!
ResponderExcluir(Ou não...)
Palco do Rock:
Inscrições para 2008 abertas
A ACCRBA (Associação Cultural Clube do Rock da Bahia) abriu as inscrições para as bandas que quiserem participar da 14ª edição do Palco do Rock, que acontece todos os anos no Carnaval. Maiores informações no site www.accrba.com.br.
Arquivo Pop entrevista Fábio Magalhães, do Cascadura
ResponderExcluirA Alexandra Paioli, do Programa Arquivo Pop, que vai ao ar pela Rádio Cultura FM de Amparo (SP), 102,9, entrevista o Fábio Magalhães, do grupo baiano Cascadura. A entrevista foi gravada em julho e foi ao ar no dia 3 de setembro desse ano de 2007.
http://www.overmundo.com.br/banco/arquivo-pop-entrevista-fabio-magalhaes-do-cascadura
Virou uma baixaria essa história do Ira!, hein!
ResponderExcluirhttp://www.omelete.com.br/musi/100008029/Ira__esclarece_saida_de_Nasi_com_comunicado_oficial.aspx
O escritor definitivo do Justiceiro pode estar deixando a revista. Uma pena.
ResponderExcluirhttp://www.omelete.com.br/quad/100008058/Garth_Ennis_pode_deixar_HQ_do_Justiceiro_.aspx
Entrevista com o vampiro.
ResponderExcluirhttp://www.pitchforkmedia.com/article/feature/45431-interview-lou-reed
Venho por meio desta, avisar a vossas senhorias que já se encontra disponível nas depedências do studio em transe a versão já mixada do rockloco com Honey Jorge.
ResponderExcluirObrigada e até mais
Mais uma da série "Pense em um absurdo...":
ResponderExcluirJornada de Cinema terá de ressarcir patrocinador por “autopremiação”
http://www.cineinsite.com.br/materia/materia.php?id_materia=6750
Além de ser o festival de cinema mais desinteressante do planeta, a Jornada Internacional de Cinema da Bahia é também a mais cara de pau -disparado. Depois reclamem que ninguém leva a Bahia a sério...
Alex Pochat segundo a Emtursa, é MPB...
ResponderExcluirhttp://www.emtursa.ba.gov.br/Template.asp?IdEntidade=95&Nivel=00040004&IdEvento=1969
Aguardem mtaéria para logo mais...
Um impressionante retrato da natureza humana nestes tempos tão insanos.
ResponderExcluirhttp://www.youtube.com/watch?v=kHmvkRoEowc
Esse videozinho fez tanto sucesso que seu astro (estrela?) ganhou seu próprio reality show numa tvzinha a cabo dos eua aí.
Parem o mundo que...