Depois de um disco meio oitentista, Lifeblood (2005), a banda galesa Manic Street Preachers retorna com Send Away the Tigers, onde sinaliza a retomada de uma sonoridade mais próxima à do início da carreira, mais rock de arena e conduzida por pegadas fortes e riffs cortantes. Um disco, diga-se de passagem, bem melhor que Lifeblood. O teor político e social das letras de Nicky Wire (baixo) ainda é o mesmo, esse nunca mudou - ainda bem. O disco abre com a maravilhosa faixa-título, riff enviesado e refrão sing-along, lembrando até o melhor disco de sua careira, Everything Must Go (1998). Dá até pra ver as veias saltadas da garganta de James Dean Bradfield (vocal e guitarra) - aliás, um dos meus vocalistas preferidos de uns 10 anos para cá. Underdogs, apesar de ser quase um hardcore melódico, é outra faixa que você imagina logo no show. A grande surpresa do CD vem na terceira faixa, Your Love Alone Is Not Enough, cantada em dueto por Bradfield e a adorada e adorável Nina Persson, dos Cardigans. Hit certeiro, traz um clima anos 90 para o CD, muito agradável. Ouvinte definitivamente ganho, o restante do disco segue em alto nível. Destaque para Indian Summer, Rendition (essa é demais), Autumnsong (linda também), Imperial Bodybags (o hard-rockabilly de Cardiff para o mundo) e a ótima cover de Working Class Hero (John Lennon) escondida alguns minutos depois do fim da última faixa, Winterlovers. Para mim, um dos melhores discos do ano desde já.
Send Away the Tigers
Manic Street Preachers
Epic
À beira do stoner rock
Fãs do hard rock, regozijai-vos! Ainda há vida inteligente dentro deste estilo, tão maltratado dentro e fora do Brasil. Além da carioca Mustang de Carlos Lopes, São Paulo apresenta sua armas com a banda The 3, um power trio (duh!) composto por Marcelo Canal (voz e guitarra), Paulo Moreira (baixo) e o baiano Ordep Lemos (bateria). Este último é velho conhecido do rock local desde os anos 80, com passagens por bandas como Utopia, Orelha de Van Gogh e Lampirônicos, entre outras que não lembro agora (soube que hoje em dia ele toca com Kiko Zambianchi). Não é uma banda de meninos, vê-se que todos são músicos profissionais, desenvolvendo ali seu trabalho autoral. E o resultado está à altura da maturidade dos caras como macacos velhos que são. O rock pesado de sabor setentista, esbarrando aqui e ali num stoner rock mais atual é como posso melhor descrever a The 3. Às vezes também lembra um Helmet - só que menos pesado. Fãs de Queens of The Stone Age poderão ouvir com prazer algumas faixas de Volume 1, como A barreira do som, Correria e Agora é tarde pra você. Apesar do som ser até bem direto, predomina no disco um clima meio contemplativo, mais para o introspectivo mesmo, como nas faixas Não sei e Distorções. Boa banda e bom começo, mas parece precisar cavar mais para encontrar sua forma definitiva. O material que recebi da The 3 pelo correio (bandas, não se acanhem, entrem em contato pelo email aí do lado) é claramente dirigido ao mercado, ou melhor, às gravadoras: super caprichado, com direito a um DVD com um documentário de cerca de meia hora apresentando a banda, seu produtor americano (Roy Cicala), depoimentos dos integrantes e de Apollo 9, dono do estúdio onde o CD foi gravado, o clima nas gravações etc. O produtor gringo Roy Cicala (pelo DVD, um coroa muito doido, aliás) soube captar bem a sonoridade dos instrumentos e equipamentos vintage adotada pelo trio. Segundo o release, o homem já trabalhou com um verdadeiro A a Z de monstros sagrados, de AC/DC a Frank Zappa, passando por Frank Sinatra, Elvis Presley, Queen, David Bowie e The Who.
Volume 1
The 3
Independente
www.myspace.com/bandathe3
www.clashcityrockers.blogspot.com
ResponderExcluirEsse endereço ainda existe, e volta À ativa,com um breve texto sobre um lançamento fundamental dos anos 80!
roy cicala é lendia viva do rock.tem varios trabalhos de medalho~es do rock em esu currilo(Springsteen e outros) e remixou um disco de Marcelo Nova(Baby Eu Vi O Futuroo...), de longe o que tem a melhor sonoridade dos discos soço de Marcelo.Alias Marcelo contou-me varias passagens deliciosas com Cicala e familia em LA., com direito a rolé em carro conversivel em plena Sunset Strip. E Ordep, um monstro da batera, tocou no meu disco do coração do rock baiano:Saci Tric Ao Vivo no teatro 18. E Chicão, keep on rockin', vc é um monstro do atual cronismo pop de Salvador, o Danilo do post anterior não tem a menor ideia que este blog émovido a paixão pelo rock.
ResponderExcluirViva Setaro!
ResponderExcluirDebate sobre cinema baiano termina em barraco
10/07/2007 às 20:11
O clima esquentou no segundo dia de atividades do III Seminário Internacional de Cinema, na noite desta terça-feira, no Teatro Castro Alves. Com direito a gritaria, palavrões e ofensas, o debate sobre Cinema Baiano: Ontem e Hoje terminou em barraco, protagonizado pelo cineasta Edgard Navarro e pelo professor e crítico de cinema André Setaro.
A discussão foi motivada pelo artigo publicado por Setaro no caderno especial sobre o evento, publicado nesta segunda, no jornal A TARDE. O diretor Fernando Beléns se declarou chocado com as opiniões publicadas pelo crítico, que chamou de mendigos os cineastas baianos que dependem de editais públicos para realizar suas produções.
Os ânimos começaram a esquentar após as falas dos palestrantes - o produtor Cláudio Marques, o cineasta Edgard Navarro, e os professores André Setaro, Maria do Socorro Carvalho e Marcos Pierry -, que discutiram sobre as gerações passadas de cineastas baianos, a situação das salas de cinema locais e as dificuldades de se fazer filmes hoje na Bahia.
Ao abrir o debate para o público presente, Fernando Beléns - que está filmando seu primeiro longa "Pau Brasil"- tomou a palavra para manifestar sua insatisfação com o termo mendicância, que classificou como pejorativo e desrespeitoso e rebateu o texto, comentando que o autor havia refletido sobre filmes que não viu.
Setaro respondeu dizendo que havia ficado feliz com o fato de ter chocado o cineasta e tentou descaracterizar o termo mendicância, e se colocando em condição de igual necessidade a de alguém que depende.
O bate-boca e troca de acusações cresceu quando Navarro aumentou o coro contra Setaro. Taxou sua opinião como perversa e disse que o crítico estava ´prestando um desserviço ao cinema baiano e que nem era digno de fazer parte da mesa
André Setaro defendeu-se: "Escrevi aquilo para provocar o debate. Vocês não estão entendendo a piada."
O momento mais crítico do debate aconteceu quando, após uma pergunta endereçada a Setaro, Navarro interrompeu gritando que o professor não poderia ser levado a sério, pois era um provocador. Parte da platéia presente vaiou a atitude de Navarro, que respondeu de maneira ofensiva, endereçando palavrões aos que lhe vaiaram. Em seguida, deu as costas à platéia, subiu numa cadeira e apontou para a própria bunda. No momento de maior destempero, o cineasta não se segurou na cadeira e passou a circular em torno do crítico ensaiando mímicas jocosas.
A expectativa é que a discussão entre Setaro e Navarro repercuta nesta quarta-feira pela manhã, na mesa sobre "Perspectivas do cinema da Bahia e no Brasil", a partir das 9h30 no TCA com participação de José Araripe Jr. (cineasta e diretor do Centro Técnico Audiovisual, CTAV), Orlando Senna (cineasta e secretário do audiovisual do Ministério da Cultura), Póla Ribeiro (cineasta e diretor do IRDEB), Leopoldo Nunes (diretor da Ancine) e João Carlos Sampaio, crítico de cinema de A TARDE.
Para entender melhor toda a motivação da discussão, leia o
artigo publicado pelo professor André Setaro e também o artigo do cineasta Edgard Navarro , publicado na mesma página, sobre o momento do cinema baiano.
(Postado por Lucas Cunha)
Enfim. Alguém abre a boca, com consistência. O melhor mesmo esta' aqui, no texto original de Setaro: http://www.cineinsite.com.br/materia/materia.php?id_materia=6474
ResponderExcluirE aproveitando, o texto de Navarro é de uma indulgência, autocomiseração e corporativismo inacreditaveis. Pra variar, como é tipico dessa turma, colocando todas as possibilidades de sucesso ou fracasso no estado, que no momento sopra a favor dos 'cumpañeros'.
ResponderExcluirhttp://www.cineinsite.com.br/materia/materia.php?id_materia=6475
Com todo o respeito a Navarro (eu tb adoro o Superoutro etc)e classe dos "cineastas" baianos, mas a importãncia da sua contribuição para a cultura local é anã perante a produção crítica e teórica do professor André Setaro.
ResponderExcluirMais respeito com o único crítico de cinema da Bahia, PORRA!
A propósito: "importância" é com acento circunflexo, e não til.
ResponderExcluirEm segundo lugar, uma mensagem aos amigos que exercem a função nos periódicos locais: eu sei que vcs me entenderam.
Ah, Brama, vindo de vc, eu sei que o elogio é sincero. A modéstia me faz discordar, mas agradeço de coração. E o Danilo pode se tranquilizar. As coisas vão melhorar aqui. Logo.
ResponderExcluirChicoviski, concordo com o elogio de braminha.
ResponderExcluirQuanto à polêmica Edgard X Setaro, aguarde. Vou entrar com gosto de querosene.
UHÚ! Mande bala, Francis. Nas suas ingrisiásticas mãos eu sei que o assunto será mais do que bem avaliado - quiçá, até mesmo definitivamente resolvido. ;-)
ResponderExcluirR.I.P 88 FM
ResponderExcluirConforme infelizmente ja podia ser previsto, a 88 FM, radio comunitaria que fazia uma programação exclusivamente voltada ao segmento pop/rock (alias a unica da cidade), desistiu do atual arrendamento, e muito em breve voltará a sua programação usual, digna da cidade, ou seja, pagode, arrocha e progamações de igrejas. Como dano colateral ( em sitonia com a linguagem de Bush) morre tambem o Conexão Rock, programa ultra-alternativo de rock, comandado por mim e pelo rei da audio-esfera Messias G.B. Os motivos são os de sempre, a realidade de Salvador Shitty, que pune com frequencia iniciativas voltadas a este segmento. Não faltarão os engenheiros das obras feitas , e pessoas que falam sem conhecimento concreto da realidade do MERCADO BAIANO , para apontar erros e falhas do projeto. Mas, quase todos essas pessoas vivem trancados nos seus quartinhos , sem nunca terem sentado numa mesa de negociação com patrocinadores, anunciantes , e pessoas que tomam as decisões na Bahia ia ia. Mas isto não isgnifica que jogamos a toalha , pelo contrario , o Rock Loco em breve voltará com seu mortifero podcast, em novo endereço. Keep on Rockin´( untill the end).
Porra, Brama, que bosta.
ResponderExcluirMas faça um post com esse texto, man. Lasque mais uma ou duas doses de desprezo pela nossa eterna Salvador shitty e posta isso no blog. A 88, de curta vida, merece. E o seu programa tb.
Faço coro à Franchico,
ResponderExcluirhoje mesmo procurei o site pra linkar no blog e não rolou. A audiosfera vos espera.
bjs
E aí??? Vai rolar esta sexta???
Os aviões ja' voltaram a decolar? Porque antes a saida pra esse, como diz Ivan Lessa, 'bostoso bananão', era o aeroporto. Hoje, nem isso.
ResponderExcluirSinal dos tempos: Bob Dylan cai na pista de dança. Notícia publicada no blog Notas Musicais (http://blogdomauroferreira.blogspot.com/)
ResponderExcluirBob Dylan entra na era dos remixes em agosto
Pela primeira vez, uma música de Bob Dylan vai ganhar um remix oficial. A escolhida foi Most Likely You Go your Way (And I'll Go Mine), lançada pelo compositor em 1966, no álbum Blonde on Blonde. Assinado pelo DJ Mark Ronson, o histórico remix deverá ser lançado nas pistas em agosto e, a partir de outubro, poderá ser ouvido na compilação Dylan, que vai abranger todas as fases da obra do artista, com repertório inteiramente selecionado por fãs.
Pequena atualização lá em www.oculosdecebola.blogspot.com, visitem.
ResponderExcluirOs quadrinhos de super-heróis hj em dia estão ficando tão, huh, "sofisticados", que estão ganhando até trailer.
ResponderExcluirhttp://www.guerracivil.com.br/index.php
Ainda HQ: no blog Guia Planetary o leitor brasileiro encontra um vasto mundo de informações sobre a fantástica série Planetary, de Warren Ellis, além esmiuçar as milhares de referências de cultura pop que o maníaco escritor britânico espalhou pela série.
ResponderExcluirhttp://guiaplanetary.blogspot.com/
Planetary está sendo publicada no Brasil na revista mensal Pixel Magazine, que está revivendo os bons tempos da "Vertigo" da Ed. Abril.
Na Pixel, a série é publicada a partir de onde ela parou na Ed. Devir, que publicou dois álbuns: Mundo Estranho e O Quarto Homem.
"It's a strange world. Let's keep it that way".
Hei, Chicovsk, dá uma licencinha pra um comercial: Gravamos um ensaio no stúdio de Vandex, e André, nosso crooner, fez um vídeo com o celular. Prévia do que vem por aí: http://www.youtube.com/watch?v=hBeGZ-nigLs
ResponderExcluirtá la no http://www.miguelcordeiroarquivos.blogger.com.br/
ResponderExcluirMiguel rebecendo(epa!) uma indicação de Ricardo Noblat, em seu concorrido site, como um blog que vale a pena ser visto e lido.Parabens Miguel.
valeu, osvaldo. obrigado.
ResponderExcluirmas é o seguinte. alguem (...) foi lá no blog do camisa e postou um comentário esculhambando o camisa com o MEU nome e, mais grave, USANDO o meu email. ontem recebi uma ligação de marcelo e robério e fui informado disso. é claro que demos muita risada, já que todos nós percebemos que tratou-se de uma fraude. quando robério leu para mim o que estava escrito, não tivemos dúvidas. a origem do comentário é daqui da bahia mesmo. e sabemos quem foi o autor do comentário fraudulento. engraçado é que quando ganhamos o reconhecimento (através de um site nacional de grande visibilidade) fora dos limites da "sagrada" bahia isto causa em certos conterrâneos uma enorme inveja. pois é... a gente sabe quem é o fraudador e ele está na mira
miguel, isto é apenas mais um sinal que suas opiniões continuam incomodando algumas pessoas. se suas opiniões fossem irrelevantes, não se dariam ao trabalho , como não sustentam uma discussão aberta partem para o anonimato.tipico.
ResponderExcluirficar chateado por incomodar através de opiniões que não agradam não é o problema. atitudes reacionárias através de anonimato, tambem não. grave é qdo utilizam email alheio e isso é CRIME passivo de penalidade. mas sabemos quem é o autor. e ele sabe que nós sabemos quem ele é. mas não vamos voltar ao tempo da idade da pedra, ok?
ResponderExcluirEu só queria saber o que essa pessoa - seja ela quem for, eu não sei quem é - ganha fazendo uma cagada dessas.
ResponderExcluirAh... o showbiz baiano...
ResponderExcluirCOMUNICADO DA BANDA CASCADURA
A banda Cascadura informa que, devido a um desacordo acerca do horário de apresentação no “Luau Depois de Ver”, está cancelada a sua participação no evento, a ser realizado neste sábado, dia 21/07, no Bahia Café Hall.
As negociações iniciais propostas pelos produtores da festa indicavam uma grade de shows que colocaria a Cascadura como terceira atração das quatro que estavam previstas. Tal proposta foi modificada de modo a colocar a banda como a última da noite, depois das apresentações dos grupos Formidável Família Musical, Mosiah e O Círculo, nesta ordem.
Em respeito ao público da Cascadura, que pretendia comparecer à festa para prestigiá-la, e prezando pela conduta profissional que alicerça os 15 anos de história da banda, ficou decidido que, infelizmente, o show não será realizado.
A Cascadura lamenta a situação e esclarece que, até o momento, tentava não precisar tomar esta atitude. Com a certeza da compreensão de todos, solicitamos a divulgação do fato para o conhecimento público.
Assessoria de Imprensa - Banda Cascadura
Paula Berbert
paula@marcatexto.com.br
cascadura@marcatexto.com.br
Porra nenhuma, quero meu dinheiro de volta!
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