No segundo encadernado de Os Mortos Vivos, Robert Kirkman aprofunda o clima de desespero e desesperança dos personagens em narrativa enxuta e precisa
Quanta pressão um ser humano pode agüentar? Quantas perdas de entes queridos, visões do inferno e desgraças pelo caminho alguém pode suportar antes de enlouquecer completamente e se transformar numa besta selvagem, cujo único propósito é a sobrevivência?
Após os trágicos eventos de "Dias passados", o policial Rick Grimes, sua família e o pequeno grupo de sobreviventes liderado por ele caem na estrada, amontoados em um motor home. Cruzando um mundo deserto, com o perigo espreitando a cada quilômetro, com frio e com fome, uma nova (quase) tragédia acaba conduzindo-os a uma fazenda, onde um outro grupo de infelizes sobreviventes se abriga do perigo morto-vivo.
Convidados pelo seu líder para lá ficar por um tempo, Grimes e seu pessoal logo descobrem que o dono da casa guarda um segredo sinistro no celeiro...
Esse segredo e as relações cada vez mais neuróticas que se estabelecem aos poucos entre os dois grupos só fazem a tensão aumentar cada vez mais - até a inevitável ruptura.
Em Caminhos trilhados, segundo volume de Os Mortos Vivos, Robert Kirkman passa ao leitor toda a angústia de viver em um mundo onde nada mais será como antes, onde cada dia é uma batalha, cada refeição, uma vitória. Sua fluidez narrativa deixa pouco espaço para o leitor respirar - não que tenhamos zumbis putrefatos surgindo a cada instante transformando tudo numa gore fest sem fim. Aqui os zumbis são apenas o pretexto para o autor desfiar a odisséia de dor e transformações pessoais pelas quais seus personagens passarão.
Na verdade, os maiores conflitos que acontecem são entre os humanos, os vivos. Os mortos vivos são um problemão, claro. Mas são mais um, entre muitos outros que os personagens enfrentam. A civilização ruiu, não existe mais. Em dado momento, um dos sobreviventes comenta com Rick da falta que ele sente de assistir um jogo de futebol. A vida como eles conheciam não existe mais, e dificilmente voltará a existir. Esperança é artigo em falta no mundo d'Os Mortos Vivos, e esse clima pesado parece permear toda a série.
No posfácio desta edição, o ator Simon Pegg (de Todo mundo quase morto - Shaun of te dead, filmaço obrigatório), além de analisar muito bem o próprio conceito de zumbi, ainda lança uma outra luz sobre Os Mortos Vivos, ao notar que, "enquanto nossos filmes favoritos de zumbis sempre parecem acabar muito rápido, deixando-nos a imaginar o que acontece depois, Kirkman é capaz de saborear a jornada e explorar os muitos perigos e dilemas encontrados por seu decrescente grupo de sobreviventes em desvantagem numérica".
Tem um detalhe muito simples, mas que é fundamental e determinante no tom intenso que Robert Kirkman imprime a'Os Mortos Vivos, que é seu absoluto controle sobre o "elenco" que dá vida aos muitos personagens. Nenhum é "esquecido", deixado de lado. Todos têm sua personalidade trabalhada, aprofundada, conflitos pessoais, desafios. Não há personagens vazios. O leitor identifica e se vê um pouco em cada um deles, é envolvido no tom intimista da história e acaba temendo pelos seus destinos. Não é toda hora que eu leio quadrinhos capazes de tal feito - e olha que eu leio muito, às vezes até mais do que deveria...
Aos poucos, vemos mais uma obra prima dos quadrinhos se delineando diante de nossos olhos.
OS MORTOS-VIVOS - VOLUME DOIS - CAMINHOS TRILHADOS
Roteiro: Robert Kirkman, Arte, arte-final: Charlie Adlard, Tons de cinza: Cliff Rathburn. HQM Editora / Image Comics / R$ 28,90 - Edição especial, Formato americano - 140 páginas.
DEADWOOD: SERIADO SOBRE CIDADE NO VELHO OESTE É LABORATÓRIO SOCIAL DO AUTOR DAVID MILCH
Excelente produtora de seriados e filmes para a televisão, a americana HBO (Home Box Office, para quem interessar possa) já presenteou os telespectadores de todo mundo com clássicos instantâneos como A Sete Palmos, Família Soprano, Oz e outros menos cotados. Em Deadwood, a emissora manteve a tradição de localizar a ação de seus seriados em ambientes inóspitos. Se nos três primeiros citados os personagens viviam seus dramas pessoais em, respectivamente, uma funerária, na máfia de Nova Jersey e um presídio, Deadwood nos apresenta sua galeria de desajustados na cidade de mesmo nome, no oeste selvagem americano, por volta de 1888. Mesclando alguns poucos personagens históricos com os fictícios, David Milch, o criador da série, faz um grande levantamento de como uma sociedade se forma em ambientes não domesticados pela presença de um governo, leis, polícia, essas coisas (ou seja: em qualquer lugar). Atraídos pela febre do ouro, homens rudes e desajustados de todas as partes do mundo vão à Deadwood, tomar posse de algum veio de minério, trabalhar para as empresas de mineração que começam a se estabelecer e enriquecer. Isso é o só o pano de fundo para as muitas intrigas que rolam entre dois poderosos donos de puteiros locais, que, ardilosos como demônios, manipulam e dominam a cidade - que aliás, mais se assemelha à um chiqueiro, pois há lama por todo lado. Não há saneamento nem água encanada. Há o homem durão, silencioso, bom de briga e de coração, que acaba se tornando o xerife e protege uma viúva safadinha, dona de um belo garimpo. Bêbados, prostitutas, capangas cruéis de sangue frio, homens em busca de fortuna. Terreno fértil para um escritor de pena afiada tecer suas considerações e ainda faze-lo com estilo. Sintam só o drive shakespeareano desse diálogo, extraído do episódio "E.B. ficou de fora" (segunda temporada):
Homem no saloon: "Ouviu falar, Tom, que as prostitutas chinesas têm um modo antigo de livrar você de suas mágoas, sua solidão e do sentimento de sentir-se abandonado"?
Barman (intrometendo-se na conversa): "Parece que isso o deixaria sem nada". ("Seems like it would leave you with nothing", no original em inglês parece soar melhor ainda).
O destaque da série é Ian McShane, veterano ator inglês com vasta experiência na TV britânica, que domina a cena toda vez que aparece como Al Swearengen, dono do puteiro mais vagabundo da cidade e certamente, seu habitante mais maquiavélico, cruel e complexo. Nada do que ele fala é gratuito. Dono de uma personalidade magnética, de sua boca adornada pelo bigodón saem tanto palavrões em profusão (COCKSUCKER!), quanto observações extremamente sagazes - sobre basicamente tudo. Tranqüilamente é o personagem mais marcante da série - e da televisão em muito tempo. Nota dez também para a reconstituição do ambiente hostil e da época. A cidade cenográfica que foi erguida para fazer o papel de Deadwood, veículos, armas, roupas, tudo é muito convincente. Você quase sente o fedor de bosta (de cavalo e humana também) da cidade. Aliás, esse acabou sendo um dos motivos da série só ter durado até a terceira temporada. Os custos da ambientação caprichada e os cachês dos atores, que aumentaram com os prêmios acumulados (Emmy, essas coisas) acabaram inviabilizando Deadwood. Saiu uma entrevista de McShane onde ele fala sobre isso e conta que a HBO propôs ao autor a produção de dois especiais de duas horas, para ele fechar os destino dos personagens e encerrar a série. Isso ainda está sendo decidido, pelo jeito. Seja lá como for, Deadwood está sendo lançada no Brasil em DVD. A segunda temporada chegou há pouco tempo nas locadoras e é melhor ainda que a primeira - que já era sensacional. Milhões de outros adjetivos estão me vindo a cabeça. Portanto, antes que eu perca o controle e deite todos eles no juízo do leitor, é melhor encerrar aqui.
HERMANOS CHICANOS UNIDOS - Dois símbolos da moderna cultura chicana finalmente se uniram. Trata-se da bela capa do novo disco dos Los Lobos, The town and the city, assinada por ninguém menos que o mestre Jaime Hernandez, de Love and Rockets. Para quem ainda não sabe, Love and Rockets é uma das melhores séries do quadrinho underground de todos os tempos, parca e porcamente publicada no Brasil. E os Los Lobos, para quem só conhece daquela versão ultra surrada de La Bamba, também é uma puta banda bacana. Não conheço a fundo, mas recomendo o álbum Colossal head, de 1998. Discaço. E só pela linda capa, esse novo CD já merece uma boa conferida.
AGENDA
FÁBIO CASCADURA ROCK´N ROLL SOUL - Após temporada de show com o Cascadura pelo Sudeste do país, Fábio Cascadura e Thiago Trad voltam a se apresentar com o projeto FÁBIO CASCADURA ROCK´N ROLL SOUL.Em formato acústico eles apresentam grandes sucessos dos anos 50, 60 e 70 que influenciaram o CASCADURA, além de músicas do repertório próprio. Balcão Botequim (Curva da Paciência, Rio Vermelho). Horário: 21h Ingresso: R$ 6.
NATAL EM FAMÍLIA - Com as bandas: Cissa Guimarães, Fracassados do Underground, Glauco Neves, Intervalos: DJ Boris, Horário: 22hs, R$ GRÁTIS! Nhô Caldos - (rua da Paciência - Rio Vermelho)
O Maravilhoso Natal dos Retrofoguetes - O ano está chegando ao fim e, como não podia deixar de ser, os fabulosos Retrofoguetes vão comemorar promovendo sua tradicional e flamejante festinha natalina. Como de costume, ao invés do peru com farofa, um repertório recheado pelas animadas canções da banda além dos clássicos natalinos registrados no compacto de vinil "O Maravilhoso Natal dos Retrofoguetes", lançado pela Monstro Discos no ano passado. Pra completar a bagunça, vão participar da festa grandes vocalistas da atual cena roqueira da cidade como Mauro Pithon, Fábio Cascadura, Nancyta, Jorginho King Cobra, Lucas Ferraz e Alex Pochat. Quer mais? Escreva pro Papai Noel, quem sabe ele não te atende? Casa da Dinha (largo da Dinha - Rio Vermelho), Sábado 23/12, Horário: 22h, R$15 (R$12 até meia-noite), Apoio: Se Ligue, Companhia da Pizza, Álvaro Tattoo, Livraria Berinjela, Music Hall Instrumentos Musicais, Red Pigs, Santo Design, Mortini Stand com: Cd e vinil dos Retrofoguetes camisetas da Mortini
Pré Revellion a Fantasia dos "Os Mizeravão" - Vejam depoimentos sobre o "Os Mizeravão":
"...ainda não fui, mas no próximo vou com certeza" - Kurt Cobain
"é Rock pra se fuder!!!" - Irmã Dulce
"Já não consigo contar nos dedos as vezes que fui e gostei" - Presidente Lula
"quando eu chegar na Nicarágua... vou ficar com saudade do show deles" - Fábio Cascadura
Pois é, e ainda assim vc se nega a participar dessa festa, vai nos dizer que vai romper anos no show da Xinelada?... vai nada, vc vai é dançar na festa a fantasia do "Os Mizeravão, então toma no acento ai: Casa da Dinha
(Largo da Dinha Cons - Rio Vermelho), Sábado 30/12, Horário :22:00 horas. Ingresso: 10 reais com fantasia e 15 reais sem fantasia.
Gênio, gênio, gênio. Alan Moore presenteia a humanidade com um tratado em oito páginas sobre pornografia, imoralidade, política e filosofia, na revista on line inglesa Arthur. Tá disponível para baixar em pdf. Leia a notícia aqui: http://www.omelete.com.br/games/news/base_para_news.asp?artigo=21190
ResponderExcluirLá mesmo tem o link para baixar a revista toda, que aliás, parece excelente.
acabei de ler o livro de ednilson.
ResponderExcluire não sei pq os rapazes queriam tanto que eu o lêsse.
enfim...
Menina Miwky, menina Miwky...
ResponderExcluireu sei, franchico... eu gosto!
ResponderExcluiragora me diga, dos grandes, quem tá faltando aqui?
http://www.youtube.com/watch?v=VskbxuehP3I&eurl=
http://www.malvados.com.br/freeritadecassia.jpg
ResponderExcluirmovimento interessante, não tanto quanto o dos quadris, mas vá lá!
Camisa de força para David Lynch já!
ResponderExcluirhttp://br.news.yahoo.com//19122006/5/noticias-entretenimento-novo-filme-david-lynch-deixa-critica-perplexa.html
Que saudade do diretor ousado - e bem menos "criativoso" - de Veludo Azul, Homem Elefante e Coração Selvagem...
ow, esqueci de parabenizar mário jorge pelo rebento.
ResponderExcluirque o guri traga à familia novo sentido, meus parabéns!
Parabéns família Mário Jorge!!!! Felicidade, saúde e etc e tenham paciência que o primeiro mês passa... Depois é alegria.
ResponderExcluir: -)
planeta terra para miwky em marte, cambio.no ultimo episodio da serie roqueiros baianos e lunaticos, levantei uma tese na qual o livro de ednilson sugere(e ai a deduçao é do lunatico aca) que marcelo e o camisa foram os mentores da "cena baiana", ja que boa parte do livro se refere ao camisa e a cena detonada pelo camisa.vc pode concordar ou nao,i'm listening. apenas por favor deixe gostos pessoais de lado.cambio.
ResponderExcluirPara Walter Salles, "Alta burguesia brasileira é caricata". "Talvez só um Buñuel" conseguisse fazer bom cinema tendo-a como objeto, na opinião do cineasta.
ResponderExcluirEle deve saber do que está falando, já que é filho de banqueiro. Resta saber se o comentário é ofensa ou elogio.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u67102.shtml
Valeu, Soritcha!
ResponderExcluirChicão, hoje vai rolar a gravação Lá em Vandex?
ResponderExcluirVai não, Nei. Se fosse rolar, tenha certeza que vc (e Miwky tb) seriam avisados. Aliás, vou abrir logo aqui qual foi, antes que outras pessoas começem a perguntar e especular sem saber da real. Rolou a possibilidade do Cascadura fazer um Phodcast com a gente no Estúdio de Vandex, tocando ao vivo e tal. Seria hj, quinta-feira, 21 de dezembro. Nem cheguei a falar com Vandinho, pra saber se o estúdio estaria disponível, se ele toparia etc. Simplesmente pus minhas barbas de molho e esperei pra ver que bicho dava. Deu zebra, pois somente hj soube por Brama que a banda não poderia fazer o programa com a gente. Não sei por que razão(ões), nem cabe a mim especular nada aqui. É só isso.
ResponderExcluirInclusive, eu, Brama e Don gravamos sexta passada (15.12) um Phodcast rápido, em caráter experimental, para podermos aprender a faze-lo sem precisar sempre da ssistência do valoroso Don - sem banda, mas com vários sons bacanas de nossa preferência - onde eu adianto que "o próximo Phodcast será com uma banda que começa com C e termina com dura". É claro que essa frase deve ser desconsiderada, já que foi gravada antes de sabermos que não rolaria. Normal, estou acostumado com minha cara de tacho.
Por outro lado, pretendemos gravar outras bandas no Phodcast - mesmo que no passo de tartaruga atual e de sempre. Bandas que já contatamos e que estão certas de rolar, cedo ou tarde: Sangria, Honkers, Pessoas Invisíveis e o próprio dono da casa e sua incrível banda, Vandex. Tem outras bandas que queremos fazer, mas vamos com calma, que o negócio é devagar mesmo...
em todo caso o phodcast em transe certamente rolara por estes dias.fim de ano é sempre complicado, mas, desde sempre, como somos fazedores de podcast de rock na bahia iaia (e outras coisitas mas)não esperamos muita moleza mesmo.mas agente somos nojento. E Miwky, na boa, sua opinião é bemvinda, a ideia é provocar discussões sobre os assuntos rock( seja la o que isso significa). só nao vi a SUA opinião ate agora.sei que é meio inutil mas nos gosta assim mesmo.
ResponderExcluirna tribunda da bahia de terça( ta vendo que eu to só e maluco)
ResponderExcluirTribuna da Bahia*
*Terça-feira, 19 de Dezembro de 2006 *
* * **
**
**Tribuna e o rock baiano: histórias que se confundem*
*
O rock baiano mudou muito desde as matinês do Cine Roma nos anos 50.
Nesse
meio século de história, apenas três expoentes conseguiram atingir
sucesso
comercial e reconhecimento público em todo Brasil: Raul Seixas,
durante os
anos 70, Camisa de Vênus, nos anos 80, e Pitty, mais de vinte anos
depois.
Apesar do pequeno escore, a Bahia tem sido celeiro para dezenas de
bandas de
rock que nunca conseguiram emplacar. Nem mesmo "Os Panteras", banda do
próprio Raul Seixas, que chegou a gravar um LP pela EMI em 1968,
conseguiu
furar o cerco. Só por volta de 1972, Raulzito atingiria a grande mídia
através de Let me Sing, uma fusão entre Elvis Presley e Luís Gonzaga,
apresentada no Festival da Canção daquele ano.
Atualmente, apesar da atuação de dezenas de bandas de rock em Salvador,
não existe uma cena rocker consistente na cidade. Há um interesse muito
grande pelos grupos que vêm de fora, é bem verdade, mas não pela
prata da
casa. Essa situação provoca a desistência da maioria, e os que
persistem
precisam tentar a sorte em outras paragens.
As explicações encontradas para essa realidade são muitas, mas
geralmente
apontam para duas vertentes: a primeira é naturalista, busca
explicações no
DNA do povo baiano, em seu habitat, na praia, no clima e até na
culinária
(que seriam impróprios ao rock'n'roll).
A segunda hipótese é mais sociológica: aponta para a manipulação da
cultura a serviço da política, em um processo que exclui
sistematicamente
uma série de manifestações artísticas e redefine os próprios
símbolos de
baianidade em prol de um projeto de poder; isso sem se furtar a
práticas
criminosas, como o jabá.
O rock baiano, entretanto, já foi uma força competitiva no cenário
cultural. No início dos anos 80, um movimento tomou conta da cidade na
esteira do sucesso do grupo Camisa de Vênus: o levante punk de 1983,
que
pode ser considerado o maior fenômeno jovem espontâneo da história
da Bahia.
Entre 1982 e 1984 apareceram dezenas de bandas de rock em Salvador, com
repertório próprio, cantado em português; um patrimônio perdido, já
que a
maior parte da produção não possui registro algum. A Bahia respirou
rock'n'roll assistindo aos shows de grupos que passavam
desapercebidos da
grande mídia e das gravadoras; tocavam em festivais e faziam produções
próprias em teatros da cidade, sem patrocínio e sem prejuízo, algo
impensável nos dias de hoje, com o surgimento da figura do "captador de
recursos", das grandes verbas e dos projetos culturais financiados pelo
Estado e pela iniciativa privada.
O levante punk de 1983 acabou fazendo do Camisa de Vênus um sucesso
nacional, após passar pelos mecanismos convencionais da fama e pelos
gargalos da poderosa Rede Globo.
Raul Seixas e Pitty também conseguiram se inserir nesse universo,
mas há
uma diferença: o Camisa de Vênus já era sucesso absoluto de
bilheteria em
Salvador quando atingiu o reconhecimento nacional, o que faz deles
os únicos
santos de casa que fizeram milagre.
A pergunta que mais ouvi em entrevistas e conversas ao longo dos 26
anos
de carreira atuando no rock'n'roll foi: "como é fazer rock na terra do
axé?".
A melhor maneira de responder a ela sem ficar enfadonho é fazer uma
pequena viagem no tempo, até os shows nos circos Troca de Segredos e
Relâmpago; tentar recriar um pouco da história de um movimento do
qual tive
a felicidade de fazer parte, como líder do grupo Delirium Tremmens
e, mais
tarde, do 14º Andar.
A explosão do rock em Salvador e seu grito (Bota pra F!) não
surgiram do
nada. Por isso, vamos voltar ainda mais os ponteiros do relógio, até o
início dos aos anos 70, e mergulhar na realidade que cercava os
protagonistas de nossa história quando começaram; tentar entender um
pouco
suas escolhas, erros e acertos; seus obstáculos e fatalidades; suas
liberdades de tempo e espaço não mais condizentes com o mundo de hoje.
Mostrar um pouco daquela geração que conseguiu balançar a cidade. Não é
nostalgia, é só uma boa história de rock'n'roll, que, felizmente, é da
Bahia. Espero que vocês se divirtam!
*As águas vão rolar: a história do Mar Revolto*
"Oh Lord, Won't you buy me a Mercedes Benz..." - Raul Carlos Gomes
quase
deu um pulo da arquibancada de cimento da Fonte Nova:
- Não é possível, essa música tocando aqui!?... - Não era todo o dia
que
Janis Joplin tocava no rádio, ainda mais na Bahia, em 1971.
O radinho de pilha teimava em não sintonizar: "My friends all drive...
SHHHHH... E o Vitória tem confirmada a presença de Osny pela ponta
direita...SHHHHHHH... No help from my friends... SHHHHHHH... Na partida
principal, o Bahia vem com Douglas e Baiaco... SHHHHHH". Raul girava o
seletor e mexia na antena: "Pô!...". Estava tão entretido que nem
percebeu a
presença do rapaz que lhe chamava: "Raul! Raul!".
O rapaz estava acompanhado de outro adolescente e a dupla não
parecia ter
mais que 18 anos, mesma idade que Raul; tipos magrelos, camisetas
justas e
cabelos desgrenhados tocando nos ombros; eles meio que se pareciam,
apesar
de um ser loiro e o outro ter cabelos castanhos. Um torcedor
observava a
cena e percebeu instintivamente que aquele trio compartilhava de um
tipo de
magreza classe média desvinculada da necessidade. "Playboys", pensou. O
rapaz de cabelos castanhos não desistia e chegou a tocar no ombro de
Raul,
sem resposta:
- Raul! Esse aqui é um amigo meu...
- Peraí, velho... Peraí! Mercedes Bens!... - Raul respondia
mecanicamente,
sem se desligar do radinho, como se sua própria vida dependesse de
escutar
no rádio um disco que ele tinha em casa. "Oh Lord won't you buy me a
color
TV... SHHHHHHH... França Teixeira rárárá...". A vinheta era mais
forte que a
diva.
- Raul, você tá surdo, cara!?
- É você, Helinho? Tudo bem?... Quem é esse cara aí? - respondeu Raul,
finalmente.
- Um amigo meu de infância, Otávio - Helinho e Raul eram colegas do
Severino Vieira.
Otávio escutou a canção vinda do radinho de pilha: "... Work hard
all my
lifetime no help from my friends..." e também não acreditou no que
estava
ouvindo:
- Pô, Janis Joplin no rádio!
Saltou para a arquibancada de baixo e tentou tirar o aparelho das
mãos de
Raul, que, por sua vez, tinha voltado a prestar atenção à transmissão:
- Peraí, velho! Peraí!...
Ficaram os dois disputando o radinho de pilha, cabeça empurrando
cabeça em
um cabo de guerra às avessas para ver quem colocava o ouvido mais
próximo do
pequeno auto-falante. Escutaram a canção grudados como gêmeos siameses;
quando terminou, Raul disse:
- Você gosta de Janis Joplin também, cara?
- Gosto, mas o que eu curto mesmo é Beatles e Rolling Stones.
- Você gosta desse tipo de música!? Helinho, esse cara é dos meus!
Ficaram os três conversando sobre música e futebol. Helinho era
Vitória,
enquanto Raul e Otávio eram Bahia, o que aumentou ainda mais a
empatia entre
os dois. Trocaram telefones e mencionaram algo sobre fazer um som
juntos. No
fim de semana seguinte, Raul foi até a casa dos pais de Otávio para
fazer um
ensaio de violão. Eram ambos apaixonados por rock e queriam montar um
conjunto, só que não sabiam por onde começar.
Na época, grupos de música jovem não eram conhecidos como bandas. A
palavra banda designava apenas fanfarras e retretas, algo para ser
ouvido em
um coreto de praça; eram as famosas "bandas de música". Ninguém se
referia
aos Beatles ou aos Mutantes dessa forma, isso seria chamá-los de
velhos ou
coisa parecida. Eles eram conhecidos como conjuntos ou grupos. Até a
Banda
do Companheiro Mágico, uma das mais representativas do período,
recebeu esse
nome como referência lúdica. A nomenclatura prevaleceu durante toda
a década
e só veio a mudar com a nova geração do rock brasileiro dos anos 80.
*Introdução do livro inédito: "Bota Pra F! - Um Panorama do Rock
Baiano
nos Anos 70 e 80" Autor: Hélio Rocha*
*Camisa de Vênus, seis de setembro de 1982*
Uma massa de garotos pulou para frente, disputando um lugar no
gargarejo.
Eu já tinha sido jogado do palco abaixo e agora era empurrado de
volta até
ele pela multidão de roqueiros. Fiquei espremido, mas consegui um
lugar bem
na frente. Toda a cena rocker de Salvador estava presente para ver o
que foi
o Sermão da montanha do Camisa de Vênus. Alguém filmava em super 8 e eu
apontava o dedo anelar em "i" para a câmera, gesticulando e fazendo
caretas.
A banda começou a tocar um tema de fundo. Mi maior, rápido e seco: punk
rock. Contrabaixo marcando as notas em semicolcheias: Tum Tum Tum
Tum Tum.
Guitarras abafadas como um motor: Con Con Con Con Con; a banda
cozinhando a
platéia, criando uma tensão para a entrada de Marcelo. Os músicos
tinham
cortado o cabelo meio mohawk, raspando as costeletas e deixando um
tufo em
cima, corte que virou marca registrada da banda.
Tanto no visual quanto musicalmente, o Camisa de Vênus passava uma
unidade
avassaladora. Eu estava pasmo, pois nunca tinha visto uma banda de
rock'n'roll ao vivo em toda a minha vida. Alguns punks da linha de
frente
batiam correntes contra o palco, fazendo um barulho enorme: Cróc! Cróc!
Cróc! Havia uma tensão latente, como se qualquer coisa pudesse
acontecer a
qualquer momento.
Quando Marcelo saiu pelo lado esquerdo do palco, a garotada foi ao
delírio. Começaram a tocar as primeiras canções da banda: Gaiola de
Ouro,
Identidade, Não Acredite, um repertório do mais puro rock'n'roll. A
produção
estava realmente profissional, com máquina de gelo seco na base de
ventilador e resistência de chuveiro, coisa muito avançada para a
época.
Tiveram a sorte de trabalhar com o mesmo iluminador de Gal Costa,
que era
amigo de Robério tinha ficado de férias em Salvador depois da
tournée da
cantora. Voltaram a distribuir os panfletos com as letras que Miguel
Cordeiro havia criado, o que facilitou ainda mais a participação da
platéia.
O Camisa de Vênus tinha uma música (ou melhor, uma coisa) chamada
"Passamos por Isso", que fala justamente da rixa entre eles e a MPB.
Marcelo
aproveitava o andamento lento da canção para atirar contra quem quer
que
estivesse no caminho da banda naquele momento. No Vila Velha, ele se
voltou
contra os músicos acadêmicos, que criticavam a banda dizendo que o
"Camisa
de Vênus era alienação"; fez um discurso inflamado que durou alguns
minutos,
com o grupo segurando ao fundo:
- A última partitura que tinha lá em casa eu limpei o traseiro
ontem!! ? A
platéia sedenta por rebeldia vibrava com cada palavra, gritando com
as mãos
para cima e os dedos em "i". Marcelo também falou mal dos baluartes
da MPB.
Depois, lançou a candidatura de Robério Santana para governador,
disputando
as eleições de 1982 pelo Partido Anarquista Camisa de Vênus (PACV).
Robério
foi até o microfone e fez um discurso hilário.
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Chegou o Windows Live Spaces com rede social. Confira
http://spaces.live.com/
o que naõ só eu que falo)
o texto acima é de helio rocha e quem deu o toque foi miguel cordeiro
ResponderExcluirHélio Rocha, O Repórter! Legal, o texto. Dia desses ele ligou aqui pro meu trabalho para pegar uns detalhes de um cliente, falei com ele, disse quem eu era e o miserávi num lembrou de mim! Fui em uma cacetada de shows do 14º Andar entre 1988 e 1990 e alguma coisa - no Paris Latino, no Club 45 e até na Concha (debaixo de chuva, para umas vinte pessoas). (Vi também alguns shows da Circus, sua banda seguinte, mas essa já era muito ruim!) Eu, Apú e Borel acabamos ficando amigos dele, e chegamos a nos encontrar em Villas, onde enchemos a cara, tocando violão e gaita noite adentro, infernizando um barzinho lá (que não lembro o nome). Teve tb uma noite no Club 45 que foi até de manhã, com direito aos dois outros citados fazendo jam com o 14º. Ele gostava de dizer que Borelzinho estava fazendo "vestibular para Buddy Holly", por causa dos óculos de aro grosso, idêntico ao do cantor de Peggy Sue, que ele usava na época. Tenho muitas lembranças de Hélio Rocha. Mas o feladamãe nem lembrou de mim! Sacanage!
ResponderExcluirosvaldo, nunca rolou esse lance de marcelo nova e camisa de vênus como um lance pessoal, pelo menos de minha parte.
ResponderExcluiro que SEMPRE disse foi que marcelo NÃO tem nenhuma penetração, alcance, seja lá o quê, na cena atual. estou mentindo??
que ele foi um agitador cultural aqui, nunca falei em contrário. inté mesmo na época dele, da cena que ele pode ter criado, grassava de discórdia por outros agentes dela.
e que hoje nem isso ele sofre, a não ser quando eu, vc, miguel e mais uns fakes falamos do assunto. e sempre por males entendidos.
sugiro então, que miguel e banda armem um show e contratem Nova pra que ele se reinsira na cena, se for o caso.
fora isso, ele nem chove nem molha, HOJE!
eu estive hospitalizada por conta de uma influenza, por isso não respondi antes, que não sou mulher de fugir de discussão.
e chico, porque eu seria avisada do podcast?? vcs só me avisam depois que gravam...
e ai é que eu divulgo pra massa.
Miwkita, querida, íamos te avisar por que queríamos sua presença nesse phodcast, especificamente. Como tb é muita gente e muita confusão, nem sempre lembramos de avisar todo mundo que gostaríamos que participasse, por isso não te chamamos pros últimos. Mas vamos te avisar dos próximos. Se vc quiser participar, claro...
ResponderExcluirah, chico...
ResponderExcluirquero participar sempre do phodcast, não já sabe!!
mas só por curiosidade, quem seriam os outros convidados??
***********************************
miguel, vc quer uma confissão, é isso??
mas ai eu não dou nem à presença da morte, melhor deixá-lo na dúvida ou divagando coisas (no mínimo equivocadas) sobre mim. escolha sua! e quem sabe, salutar pra esta e qq outra discussão.
é por isso que é massa a divergência.
bom saber que não tens pessoalmente nada contra mim, pq realmente eu não te dou (nem nunca dei - ops!) motivos e não nos conhecemos, seria, em contrário, algo de enorme falta de educação, não acha?
já estou melhor, obrigada.
não falei com ironia. qual (is) bandas da cena tem identificação imediata com marcelo nova?? muitas, inclusive a sua, por isso a idéia do show.
a net é um meio frio, portanto entendo qq percepção díspar do que pretendi.
procuro me informar de todos shows que acontecem em salvador (e pelo interior da bahia), leio jornal/blogs/lista do mercadão (que é sempre uma excelenet fonte do que vai rolar na cidade, entre outras coisas, recomendo), peço às bandas que me passem suas agendas... se eu fiquei sem saber dos acontecimentos que vc citou, sinceramente, não foi minha incompetência.
o show recente de marcelo nova foi dado lá no blog (pode procurar nos arquivos, se quiser) e alardeado em todos os meios de comunicação que eu consumo, inclusive na lista do mercadão.
o fato de encher a concha é notório e vai adiante de marcelo nova ser marcelo nova.
quer discutir isso? não precisa, né??
eu o acho representativo de uma época e respeito isso. mas volto a perguntar: ELE FAZ PARTE DA CENA DE ROCK BAIANA ATUAL?? ok, foi uma pergunta retórica, vc não vai me responder mesmo. desisti, já.
maria rita chegou aqui como, que eu não entendi??
meu mundo não gira em torno de vc, miguel...
sim, vou muito ao seu blog, fica difícil de vc saber, pq lá não tem espaço pra comentário e eu não vou comentá-lo na "casa" dos outros. eu faria lá, mostrando a minha cara, assinando meu nome, que é mais honroso e tals.
como diria nelson rubens, ok ok ok.Legal que vc se pronunciou miwky. minha tese è em cima do livro de ednilson. me refiro a criaçao de uma cena baiana de rock, que segundo o maluco aqui, foi articulada por marcelo nueva( raul e big ben constituiam uma cena?).cena que ele influencia sim ate hoje (de forma indireta), mesmo que as pessoas nao saquem.foi uma interpretaçao que tirei do livro, e que mantenho, ja que nao vi argumentos contrarios consistentes. e , nao obstante(recebam) vem agora helio rocha e faz um texto ainda mais explicito(epa!) que o meu.texto que desconhecia completamente e saiu na tribunda da bahia de telça.nao acho que tenha sido dada a palavra final em nada, mas acho que é necessario argumentos mais embasados para confrontar de forma mais firme meus argumentos.all the best, e fique bem para o prox. phodcast.
ResponderExcluiro que eu disse em contrário a vc, osvaldo??
ResponderExcluirpor favor, use as aspas!
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ResponderExcluirde qto é o cachê de marcelo nova??
ResponderExcluiroutra: convidem-no para um phodcast e me convidem nesse tb.
ok ok ok miwky.vc diz que marcelo nao tem penetraçao nenhuma na cena atual.discordo. por isso que procurei conceituar a questao da "cena".mesmo indiretamente tanto vc como eu como vc fazemos parte de uma"cena", onde , insisto, o mentor(mesmo que involuntario) foi marcelo. o conceito de "cena rock" na bahia foi forjado naqueles anos cruciais durante os 80, e nao por raul, big ben e panteras.vc é fruto desta "cena" de alguma forma.vc è influenciada sem saber.nao de uma forma explicita, mas de uma forma indireta e "conceitual".procurei "conceituar", sacou? marcelo seria o instrumento deste "conceito". entendeu? quanto a este lance de cache de marcelo, fica parecendo que vc quer personalizar a discussao, entendeu?
ResponderExcluirLiberada a primeira foto do Surfista Prateado, que fará sua primeira aparição nos cinemas no próximo filme do Quarteto Fantástico, em 2007. Ainda parece um desenho do Alex Ross, mas tá bonito, de qualquer jeito.
ResponderExcluirhttp://www.omelete.com.br/cinema/news/base_para_news.asp?artigo=21272
Acabei de enviar essa carta para a redação da revista Rolling Stone Brasil. Quem tb quiser enviar seu protesto, pode fazê-lo atravás do email cartas@rollingstonebrasil.com.br.
ResponderExcluirCaros amigos da Rolling Stone Brasil:
Diz a sabedoria popular que ?não se pode querer tudo nessa vida?. Vocês trouxeram para o Brasil a revista de rock, política e cultura pop mais conhecida do mundo, e esse fato foi comemorado por (quase) todo mundo, já que,como sabemos, o mercado editorial brasileiro ainda tem pouco a oferecer ao consumidor nesse sentido, ainda mais com o padrão de qualidade da RS.
Comprei os dois primeiros números feliz da vida, e gostei de quase tudo o que li / vi. E, aqui em Salvador, onde moro, conheço muita gente que também o fez. Assim como eu, NENHUMA dessas pessoas gosta de Ivete Sangalo ou se interessa pelas coisas que ela tem a dizer, já que, especialmente para nós, que moramos na capital da Bahia-iá-iá, não é nem um pouco difícil topar com a imagem da cantora em outdoors, jornais e etc, ou suas músicas, que como vocês devem imaginar, toca em toda hora em todo lugar.
Assim como eu, duvido que essas pessoas voltem a comprar a Rolling Stone Brasil, decepcionadas com a matéria de capa do número 3, enfocando a referida cantora. Por outro lado, o público de Ivete, tirando alguns gatos pingados, fãs doentes e membros de fã-clubes (que compram qualquer coisa com a imagem dela), também não vai comprar a revista com ela na capa. Sabe por que? Por que esse público, o qual vocês imaginavam ganhar, sequer sabe da existência da Rolling Stone Brasil. Por que é um público que não lê, por que é um público completamente desinteressado de tudo, alienado e culturalmente ignorante. Acreditem: tenho 35 anos, sou nascido em criado em Salvador e sei exatamente como (não) funciona a mente desse público.
Resultado: pelo menos aqui, vocês não só perderam o público comprador original (fãs de rock e cultura pop de qualidade), como também NÃO GANHARAM o público da famigerada axé music. Simplesmente por que esse público não lê. Ou seja: vocês se deram um belo dum tiro no próprio pé. Não sei da situação no resto do país, mas acredito que seja similar ao que aconteceu aqui em Salvador.
Digo mais: não só não comprei o número 3, como não pretendo comprar mais nenhum, até eu sentir que a revista consolidou sua linha editorial. Ou de um lado da cerca, ou do outro.
Não se pode querer agradar ao público do rock e ao público do axé ao mesmo tempo. Não se pode querer tudo na vida. E na boa, vou continuar lendo aquela outra revista feliz da vida, que, por mais escorregões que possa ter dado ? e continua dando, pelo menos nunca botou tamanha nulidade na sua capa, em quase 20 anos de atividade.
Melhor sorte da próxima vez.
Um abraço do ex-leitor,
Chico Castro Jr.
http://rockloco.blogspot.com/
http://rockloco.podomatic.com/
Ops. Acabei de me lembrar que a Bizz, na época, "Showbizz", em sua pior fase, já botou Carlinhos Brown na capa. Ah, dane-se!
ResponderExcluirO "Bahia-iá-iá" é copyright (or left?) Osvaldo Brama.
ResponderExcluirOu será da moça da capa?
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ResponderExcluirosvaldo, eu e vc fazemos parte da cena baiana. isso é fato, mas marcelo nova não faz, outro.
ResponderExcluirporque fazer parte da cena seria consumir, vendê-la, estudá-la ou dar a sua contribuição rotineira a ela, seja lá de qual forma...
e me diga: QUE PORRA MARCELO NOVA FAZ AQUI?? Ninguém vai me responder isso, eu sei.
Mas Marcelo só aparece ligado a bahia em uma ou outra entrevista, sempre falando que o boicotam. e ai não se caracteriza em nada o termo rotineiro. saca??
sempre deixei claro a marca do cara pra o que existe de rock na cidade, nunca neguei sua história, não foi NUNCA o que discuti. na moral, parece que paira por aqui um bloqueio mental quando o assunto é este.
eu acho (sugiro) que a atuação dele HOJE deveria ser levantada numa postagem ou na continuação desta discussão. porque eu posso estar errada e não perceber os pontos que caracterizam isso, mas convenhamos, vcs tb não fizeram uma vírgula em prol de esclarecer.
sobre o cachê, quero personalizar mesmo a discussão, não da maneira que vc quer tendenciar.
projeto: vamos reinseri-lo na cena.
quero saber de qto é o cachê pra analisar se eu topo, se tenho bala na agulha pra botar o cara pra tocar aqui uma vez por mês, que seja. e então podermos abrir o peito pra estabelecer que ele é parte atual da cena baiana.
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miguel, quando vc arma um show e cobra os cinco reais, vc está COMERCIANDO A SUA ARTE. não importa que não cubra os gastos ou que vc só leve prejú ou tenha lucro. é isso!
como já expliquei, preciso da informação do cachê ou pelo menos uma maneira de consegui-la.
se o cachê de marcelo nova é menor do que o de muita banda indie da qual ficaria assanhadinha, tão melhor. estamos falando de negócios...
se marcelo nova é boicotado do jeito que vc fala e se ele se importa com isso, deve procurar fazer um marketing melhor da arte dele e se aliar às pessoas certas, sem deixar isso comprometer a arte dele. talvez ele só esteja estrategicamente mal no planejamento...
pq se queixar do já excluído e tb boicotado rock baiano não me parece nada inteligente ou que dê resultado, a não ser pela minha atual intenção...
ele atingiu um outro patamar como artista e bem diferente dos artistas underground de rock da nossa terra (assim como pitty) e por isso não quero mesmo que ele durma no chão ou toque de graça como acontecem a maioria dos que fazem parte desta cena.
e tb concordo que não deveria ser assim...
de maneira nenhuma quis questionar seu blog, pq da mesma maneira levo o meu... só situei pq vc (quase) pediu pra eu falar do que tem lá exposto. mas tb é minha escolha se comento ou não. aqui é que não vou fazer. fechamos assim?
de novo, como maria rita entrou nessa discussão?? ah, vc está ironizando com a maneira como levo meu blog... é isso??