Blog (que, nos seus primórdios, entre 2004-05, foi de um programa de rádio) sobre rock e cultura pop. Hoje é o blog de Chico Castro Jr., jornalista formado pela Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia. Atualmente, é repórter do Caderno 2+ do jornal A Tarde, no qual algumas das matérias vistas aqui foram anteriormente publicadas. Assina a coluna Coletânea, dedicada à música independente baiana. Nossa base é Salvador, Bahia, a cidade do axé, a cidade do terror.
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segunda-feira, março 27, 2006
"OLD MAN, TAKE A LOOK AT MY LIFE / I'M A LOT LIKE YOU /
Neil Young, em Old man.
Achtung, doidões! Já chegou nas locadoras o filme Os Reis de Dogtown (The Lords of Dogtown), versão dramatizada do fantástico documentário Dogtown and The Z-Boys, dirigido por Stacy Peralta e já apreciado pelo Rock Loco aqui, neste textinho. Para quem não tá ligado no lance, Os Reis de Dogtown mostra a invenção do skate radical e sua cultura, negócio que começou na ensolarada Califórnia dos anos 70 de forma despretensiosa e clandestina, e hoje, movimenta milhões de dólares no mundo todo, com milhões de jovens fãs e praticantes do esporte que também é estilo de vida e gerou sua própria trilha sonora com o skate punk e o hardcore melódico de bandas como Offspring, Pennywise, NOFX, Millencolin e sei lá mais o que, só para ficar nas mais clássicas. Claro que na Dogtown (região que compreende parte de Venice Beach e Santa Mônica) dos anos 70, ainda não tinha nada disso. Com uma seca miserável, as ondas do píer do Pacific Ocean Park (P.O.P.), reduto dos surfistas locais, sumiram, deixando o mar totalmente flat, ou seja, sem onda. Nego não teve nem dúvida. Pegaram os skates velhos e se jogaram nas piscinas secas das casas dos barões, invadindo na tora mesmo, às vezes com bomba para esvaziar o resto da piscina e tudo, antes que a polícia chegasse, tudo numa correria dos infernos e divertido demais pra quem tá assistindo. Nascia ali o skate radical. O esperto Skip Engbloom, shaper e dono da Zephyr Surf Shop (Can your shaper surf?, era o slogan da loja), viu ali o futuro da prancha com rodinhas, até então considerada brinquedo de criança, e investiu na molecada, criando o Zephyr Skate Team. De estilo totalmente diverso ao que se praticava até então nos campeonatos de skate, a equipe Zephyr só chegava causando e arrepiando, aplicando as manobras do surf nas pistas e deixando todo mundo de boca aberta, gerando tanto admiração, quanto raiva por parte dos skatistas tradicionais e de estilo estagnado desde os anos 50, quando o brinquedo surgiu. Daí em diante, só deu eles, especialmente o trio Stacy Peralta, Jay Adams e Tony Alva, cada um com um estilo diferente, mas igualmente ousados na pista. Foi Tony Alva quem deu o primeiro aéreo da história do skate, praticamente fechando um campeonato com sua manobra até então inédita. Enfim: sem Tony Alva, jamais haveria um Tony Hawk (ou Bob Burnquist aqui no Brasil). Isso é a história que o filme, baseado no premiado documentário dirigido pelo próprio Peralta, conta de forma dinâmica, com atores que não eram skatistas, mas que tiveram que aprender a manobrar como campeões para desempenhar seus papéis. O trio de skatistas principais manda bem, até por que o filme não é centrado apenas nas pistas de skate, investindo nos personagens e suas histórias, mostrando de onde cada um vinha, seus problemas familiares, dificuldades financeiras, problemas com garotas etc. O cowboy gay Heath Ledger até que se esforça como o Jimmorrissoniano Skip Engbloom, mas sua caracterização ficou um pouco exagerada, já que seu personagem só aparece na tela em dois estados: muito louco ou completamente chapado, deixando-o bidimensional, se é que vocês me entendem. Mas mesmo assim, ele tem seus momentos. Já a diretora Catherine Hardwicke (de Aos treze, que não vi, nem quero) acertou a mão ao colocar cameramen skatistas para acompanhar os atores nas piscinas (ou dogbowl, como eles chamavam) e ruas de Dogtown, gerando cenas simplesmente espetaculares e dando ao espectador a impressão de estar ali, em plena Califórnia setentista, percorrendo as ruas sujas de Venice Beach e Santa Mônica sobre um skate a mil, na cola daqueles surfistas muito loucos. A recriação que o filme faz daquela época é outro ponto forte da fita, você realmente acredita que estamos (lá eles) nos anos 70. A trilha sonora é aquela coisa: David Bowie, T.Rex, Ted Nugent (Cat scratch fever!!!), Alice Cooper, Black Sabbath (Iron man, numa cena simplesmente descaralhante) e coisa e tal. Até um Neil Young rola, com a linda Old man (do Harvest, de '71, refrão no título deste post), numa outra cena muito legal. Não, o filme não é assim uma Brastemp, tipo nota 10, e se você quiser conhecer a história mesmo mais a fundo, ainda sugiro que você assista primeiro ao documentário (esse sim, uma Brastemp), mas descontadas uma ou outra falhazinha de roteiro e atuação, posso afirmar que, no todo, o filme é bem bacana e divertido, valendo muito a locação, além de ser uma história que, independente de você gostar ou não de skate (eu mesmo só o fiz garoto, entre os 10 e 13 anos, depois nunca mais), todo mundo devia conhecer. Especialmente se você gosta de rock e tem um certo fascínio pela juventude muito louca, arrojada e largadona da mítica Califórnia dos anos 1970.
INVENCÍVEL NA ÁREA - Invincible, hq assinada pela nova sensação dos quadrinhos americanos Robert Kirman, e que anda fazendo muito sucesso na gringa, chega ao Brasil em edição encadernada pela Editora HQ Maniacs, dos mesmos caras que fazem o ótimo site HQ Maniacs. Até aí, tudo bem, mas temos uma boa e uma má notícia: a boa é que, inicialmente, a revista custaria R$ 36,00, mas como os caras não são loucos como os donos da Ópera Graphica, Devir e Conrad (que só lançam álbuns custando exorbitâncias entre R$ 45 e R$ 70!!!), baixaram (ainda mais) o preço do primeiro álbum do Invencível no Brasil ao preço de R$ 25,00, o que é beeem razoável para sua categoria e qualidade. A má notícia é que, como Salvador (do alto de sua tão alardeada efervescência cultural) não dispõe de uma única comic shop filiada à rede HQ Club, nosotros aqui só podemos compra-la pelo correio. As referências à hq em si são muito boas, a crítica se amarrou na história do super herói adolescente que sofre com os problemas normais de qualquer jovem, além dos super heroísticos (na verdade, parece uma atualização do conceito do Homem Aranha). Como eles dizem no release de abertura do site, "para se ter uma idéia do potencial da série, Invencível já está com os direitos vendidos para a Paramount Pictures para a produção de uma adaptação para o cinema". Ainda não o li, mas pretendo faze-lo. Se você também pretende, clique aqui para entrar no hot site da editora e fazer sua encomenda. Em tempo: os maníacos por hq da nova editora ainda lançarão em breve The walking dead, também assinada por Kirkman e igualmente saudada pelos críticos como a melhor hq de zumbis do século. Aaaah, zumbi morto vivo comedor de cérebro é comigo mermo, papai! Venha logo! Uhú!
HORA DO ROCK 30.03 - ... vai rolar música nova do Flaming Lips e do Yeah Yeah Yeahs, além do Jesus and Mary Chain, My Bloody Valentine, House of Love, TV On The Radio, Elastica, Suede, Placebo, Interpol, Mercury Rev e Dandy Warhols. Para ouvir: 21h na Globo Fm (90,1, ou www.gfm.com.br para quem não mora em Salvador). O Hora do Rock concorre a melhor programa de rádio/tv no Prêmio Rock Independente Bahia. O prazo para votar acaba na sexta-feira (dia 31). O site do prêmo é http://premiorockba.v0.com.br.
EDDIE (PE) EM SALVADOR - Lançamento do CD "Metropolitano" + DJs Zackarias (Paraíba), Big Bross e Messiah ONDE: Miss Modular, QUANDO: sábado, 08 de abril, a partir de 22 horas, QUANTO: R$ 15,00 (R$ 20,00 - depois de meia-noite), Vendas a partir de 30 de março: São Rock, Andarilho Urbano e Berinjela.
(Daqui para baixo, foi tudo - descaradamente - pescado do site Bahia Rock.com.br, com agradecimentos.)
As Máquinas não mentem! - com as bandas: A Fábrica e O Vestido Preto de ValentinaDia: 01/04 (Sábado)Horário: 20:00 Local: Café Ateliê - JC Barreto (Lad.do Bambui - São Caetano) Ingresso: R$ 2,00.
Turnê 666 - Etapa Calypso - do release: com as bandas: Gláuco Neves (Voz e Violão), Rewris Blues Band, Kings of Rock n Roll e Johnny Marceleza e os Costeletas Dia: 31/03 (Sexta-feira)Horário: 22:00Local: Calypso (Rio Vermelho) Ingresso: R$ 5,00 A Turnê 666 chega a sua segunda etapa, dessa vez no bom e velho Calypso. Saiba mais sobre as atrações do evento:Kings of Rock n Roll: O verdadeiro rock, espremido em calças de couro pretas, bem ao estilo from hell. A banda comemora o seu 6° ensaio. Rewris Blues Band: A enganação do Rock n Roll, cuspida ou cagada a 6 anos, totalmente podre e sem criatividade, mas eles são os donos da festas então têm que tocar a não ser que embebedem bastante o seu vocalista. Johnny Marceleza e os Costeletas: Agitação de um rock adolescente totalmente dançante, prematuros no sucesso com apenas 6 meses. Freak toca nessa banda e será o responsável pelas meninas semi-nuas nas gaiolas. Gláuco Neves: Ele é a carta coringa da festa. Atração principal que salvará o dia com músicas bucólicas. Você vai se sentir no paraíso!
Rock de Mentira - com as bandas: Automata, The Honkers e Mambanegra. Dia: 01/04 (Sábado). Horário: 21:00. Local: Calypso (Rio Vermelho). Ingresso: R$ 6,00. CDs, camisas e adesivos à venda no show. www.automata.art.br www.thehonkers.com
Show Hasta la Vista - com a banda: Soma Dia: 01/04 (Sábado)Horário: 20:00 *Local: Teatro Gamboa (Largo dos Aflitos) Ingresso: R$ 6,00 (venda antecipada na são rock, tel 3335.2974)*programação completa do evento: 18h: abertura do teatro com serviço de bar 18h50: som mecânico 19h45: fechamento da bilheteria para início do show.
PUBLIc! Rock e Drum n´Bass no Pub! - com Mirabolix, Armitage e dj Bassick. Dia: 01/04 (Sábado). Horário: 22:00. Local: The Dubliners Irish Pub (Av. Sete de Setembro, 3691 - Barra - Próximo à Praia do Porto). Ingresso: R$ 10,00 (com direito a 2 bebidas) Refrigerante, cerveja ou água. Não aceita cartões de crédito/débito, nem cheque.
Matinê Calypso - com as bandas: INtra, Minerva e Throw Up. Dia: 02/04 (Domingo)Horário: 17:00Local: Calypso (Rio Vermelho)Ingresso: R$ 5,00.
Show Mundo Rock - Viagem sem volta - com as bandas: Vinil 69 e Retrofoguetes. Dia: 07/04 (Sexta). Horário: 23:00. Local: Zauber (Ladeira da Misericódia - atrás da prefeitura - Centro). Ingresso: R$ 10,00.
Festa Darktronic VII - com os Dj's: Vertigo, Deniac, Devilla, Magharin, Letargico e MonacoEstilos: Industrial, Dark Eletro, Synth/Future Pop, Darkwave, EBM, Gothic Rock e 80'sDia: 08/04 (Sábado)Horário: 20:00Local: Blue House (Rio Vermelho)Ingresso: R$ 8,00Vendas antecipadas:+ Smile Stamps - Centro (Tel.: 3322-1907)+ Andarilho Urbano - Shopping Iguatemi (Tel.: 3450-4533)+ Crosty - Espaço Artesanato do Shop. Barra (Tel.: 3235-4505)+ São Rock Discos - Shopping Rio Vermelho (Tel.: 3248-1199)Realização: Raven Produções. http://www.ravenproducoes.cjb.net/ www.fotolog.com/darktronic
www.fanzinemorbidsoul.blogspot.com
A Sangue Frio, The losers, Lumpen, Anemia e Expurgados - Dia: 09/04 (Domingo)Horário: 15:00 Local: Espaço Insurgente (Rua do Carro, Campo Da Pólvora, Centro - Ao Lado do Fórum Ruy Barbosa)Ingresso: R$ 3,00Informações: www.estopimrecords.com.br
Insanus - Lançamento do 1º EP - com as bandas: Insanus, Automata e Malcom Dia: 09/03 (Quinta-feira)Horário: 22:00Local: The Best Hall (Patamares - Próximo ao colégio Diplomata)Ingresso: R$ 5,00 (+ R$10,00 Consumação obrigatória).
quinta-feira, março 23, 2006
BE QUICK OR BE DEAD
BE KICKED OR BE DEAD - Ah, Essa eu tinha que incluir aqui. Pete Doherty, ex-Libertines, ex-Kate Moss (?) e atual Babyshambles acabou de chutar o braço de uma repórter na saída de um tribunal em Londres. O microfone da moça voou longe após o chute do rapaz, que aliás, vestiu-se muito elegantemente para a ocasião, parecendo ter saído de algum episódio do seriado do Super Homem dos anos 50. A notícia completa está aqui, na Folha on line. Confiram o flagrante e reparem na catiguria de goleador do rapaz. A acusação? TÓXICO, oras, o que mais poderia ser?
NEIL YOUNG NA VERTIGO / DC? - Essa é boa demais para ser verdade. Deu no safadésimo (no bom sentido) site Melhores do Mundo, especializado em hq, que está correndo um boato nos States dando conta de que Neil Deus Young estaria em negociações com a DC Comics para escrever uma graphic novel para o Vertigo, famoso selo de quadrinhos adultos / alternativos da editora do Super Homem. Essa informação é atribuída ao colunista Blair Marnell, do site Silver Bullet Comics, que por sua vez, a atribui à "uma fonte ligada à DC". "E, ainda segundo a fonte, o pessoal da Vertigo está correndo atrás de um artista rapidamente antes que o cantor comece a gravar algo ou perca o interesse", dizem os Melhores do Mundo. Trata-se de boataria da grossa, claro. O pior é que eu fui lá no tal site e procurei, procurei e nada, nem da notícia, nem do colunista, nem porra nenhuma de Neil Young. Será que me tiraram de tempo? Pode ser que o mané aqui não tenha procurado direito, então, se vossa senhoria estiver a fim e com tempo livre, boa sorte.
RÁDIO OI BA - Essa é quase velha, mas acho que muita gente não sabe ainda, então, lá vai. Lembram que eu mencionei aqui, se não me engano em um comment, que a Rádio Cidade FM do Rio de Janeiro foi arrendada pela Oi e agora é Rádio Oi? Pois é, a empresa de telefonia vai ampliar a rede. Deu na coluna Propaganda & Marketing, do Nélson Cadena da última sexta (17), que uma rádio de Salvador será locada pela Oi, da mesma forma. Diz que não vai ter jabá, que a programação terá música, notícias e programas regionais. O nome da rádio ele não deu. É ficar de olho nesse processo, pois o rock local (e outros estilos marginalizados pela indústria do jabá) pode se beneficiar disso...
THE RETURN OF THE SON OF CIRCO RELÂMPAGO - Eduardo Bastos divulgou n'A Tarde também na sexta passada que o lendário Circo Relâmpago, que agitou as noites da Pituba nos anos 80 com muito shows de rock históricos, pode voltar. Diz que o empresário Sílvio Palmeira já tem a lona, com capacidade para 8 mil pessoas e palco de vinte metros de boca. As negociações estão rolando.
CC MUSIC FACTORY - Ouvi um bom pedaço do Curto Circuito da semana passada e achei bacana a dinâmica descontraída de Don Jorge e Tiago, rolou um papo legal com Luciano Matos no estúdio e outro com Mauro Pithon (Sangria) por telefone, direto do Miss Modular. Depois eles falaram que ele era "um cara era muito importante por que foi da lendária Úteros em Fúria", que "todo mundo devia ver o documentário do Franchico sobre a banda", etc e tal. Também acho! ;-) Mas falando sério, umas vinhetas mais criativas não seria nada mal, mas tá valendo. Para o alto e avante. Só para esclarecer, não falo da Hora do Rock (o programa em si) por que ainda não tive a oportunidade de ouvir, o horário é meio ruim pra mim, mas a seleção, que ajudo a divulgar toda semana aqui, é de primeira. Pelo menos pra mim... Na seqüência, a programação do Curto Circuito de hoje. Fala, Don: "Segue ai algumas das bandas e quadros q vai rolar amanha no programa, ok? Radiola, Nancyta, Vinil 69, Cobalto, Zambotronic, Canal Zero, Planet Hemp, System of a down, Bnegão, Black Label Society, Forgotten Boys etc. Temos tb nossos quadros: Distorção: Mv Bill; Choque: Nação Zumbi x Pitty (Disputa difícil essa..); Circuito Alternativo: Mais Rock baiano no CC! Curto Circuito Transamérica, toda Quinta das 23 à 1h. Telefone: 3534-0100 msn: curtocircuitotransamerica@hotmail.com fotolog: Fotolog.com/cccircuitorock E também faça parte da nossa comunidade no Orkut. O CC também poderá ser ouvido pela net através do site: www.transamericabahia.com.br".
HORA DO ROCK 23.03 - hoje vai rolar Beatles, Beach Boys, Nancy Sinatra, Roy Orbison, Weezer, mclusky, The Coral, Gentle Waves, Ben Kweller, Stephen Malkmus, Guided By Voices, The Delgados e Mogwai. Para ouvir: 90,1 (Globo FM), ou www.gfm.com.br - 21h. Lembrando que o Hora do Rock concorre a melhor programa de rádio/tv no Prêmio Rock Independente Bahia. Para votar, acesse http://premiorockba.v10.com.br.
PARA A MOÇADA JOVEM E DESCONTRAÍDA - Do release: Se você quer dançar, Já ouviu falar da festa BOOGIE NIGHTS...não? Então é assim a festa capitaneada pelos djs Bigbross e Zezão castro, lá se toca de tudo entre os anos de 59 e 79..mais volta e meia liberamos algo dos anos 80, mas a cara da boogie são batidas blacks brasileiras e internacionais, o melhor da musica latina, cumbias, merengues e tcha tcha tchas, os maravilhosos grooves da era disco, o bom e velho rock n roll e uma jovem guarda aqui e ali, e pra fechar, temas instrumentais pra fazer você requebrar tudo.... Sábado 25/03 Horário:22h Ingresso: R$10, Miss Modular, Ladeira da Paciência 3810- Rio Vermelho.
PUBLIC! Rock e Drum n´Bass no Pub! - com MIRABOLIX, ARMITAGE e DJ BASSICK. LOCAL: The Dubliners Irish Pub - Av. Sete de Setembro, 3691 - Barra (Próximo à Praia do Porto). DATA: 01 de abril (não; NÃO É MENTIRA!!!) HORÁRIO: 22 horas INGRESSO: R$ 10,00 (com direito a 2 bebidas*) Não aceita cartões de crédito/débito, nem cheque. Maiores informações com Rafael Goiaba Nunez (9167-0759). * Refrigerante, cerveja ou água.
FINAL MANIAC METAL FIGHT - Com NOMIN, MORBIDREAMS E TEMPLARIUS. Sábado 25/03, no IDEARIUM BAR - Rio Vermelho ÁS 20H INGRESSOS: R$8,00 Á venda: Maniac Records (3354-1735), Andarilho Urbano (3450-4533) Smile (3322-1907), Cyber Noise e Alpha Vídeo (3494-5728).
segunda-feira, março 20, 2006
DYLAN POR SCORCESE (PARTE 1)
Fazer um documentário sobre um artista reconhecidamente difícil de se lidar, alem das contradições contidas nas suas declaraçoes carregadas de ironia e sarcasmo não é uma tarefa fácil.Dylan é um artista que se tornou, aparentemente contra sua própria vontade, num semi-deus, mas Scorcese se mostra a altura e faz uma obra-prima.De verdade. Logo no inicio temos um envelhecido Dylan dizendo que sua vontade como artista sempre foi de fazer uma longa jornada , procurando por coisas não especificas durante esta trajetória e depois voltando pra casa, que ele nunca soube ao certo onde fica. Esta eterna procura de uma casa( no sentido de lar) é o mote do filme. Corta, entra uma versão furiosa de Like A Rolling Stone em 1966, que contem a estrofe que da nome ao filme.Continuando traçando as origens do caipira( pira-pora) de Hibbing, Minesotta, pertencente ao chamado Iron Range, temos a descrição de um quadro(desolado) do que seria sua casa, casa aqui no sentido de origem, alem de expor sua origem pobre. Região pesadamente dependente da mineração para girar a economia dos congelados grandes lagos, o garoto Robert Zimmerman desde cedo ligou-se a musica( basicamente country) para fugir a seu destino de trabalhar na pequena loja do pai ou trabalhar nas minas. Sua trajetória inicial em nada indicava que ali estava o herdeiro das mais caras tradições da musica folk americana, que diferentemente da breguissima musica country, era a musica da tradição do mito da ?Americana?,abraçada pela ?inteligentsia? americana, alem de ser trilha sonora oficiosa da então existente esquerda americana.. Se auto-intitulando um expedicionário musical, Dylan, já fora de Hibbing, e enrolando na Universidade de Minesotta em Minneapolis, se passou por um cantor pop de sucesso local(Bobby Vee), alem de roubar dezenas de Lp?s raríssimos de pesquisador Paul Nelson. Neste ponto Dylan já estava ligado na folk music, mergulhando firme na musica dos Weavers, John Jacob Niles, Odetta, John Cohen e principalmente Woody Guthrie. Mítico,Guthrie , todos sabem, foi a luz que guiou Dylan. A América estava em combustão, e a folk music era parte integrante do movimento dos direitos civis, que estava incendiando a América, e mudaria a historia, de todo o mundo, para sempre.E o epicentro da efevercencia artística ficava no Greenwich Village. Dylan desembarca no Village e em pouco tempo estava ligado a nomes como Dave Van Ronk, os Clancy Bros.,Allen Ginsberg, e depois Peter, Paul & Mary e Joan Baez.
Impossível não ficar fazendo referencias a técnica utilizada por Scorcese para contrapor este ambiente da folk music, que se achava sacrossanto, com as antológicas apresentações de Dylan na Inglaterra em 1966, aquela turnê do grito de ?Judas?! A resposta de Dylan não é menos antológica. Com escárnio, ele devolve: ?Eu não acredito em você, você é um mentiroso?. Alias a raivosa reação de grande parte da platéia mostra o quanto arriscado foi a decisão de Dylan de se tornar elétrico( leia-se rock?n?roll). A Band é chamada de banda pop ridícula, os fãs mais radicais ficaram revoltados, tudo isso retirado de sobras do ?Don?t Look Back,? de D.A. Pennebaker. Também existem trechos do filme ?Festival? de Murray Lerner, sobre o Newport Folk Festival, mostrando as vaias da platéia quando Dylan se apresenta pela primeira vez com uma banda elétrica. Depoimento do venerando Pete Seeger, dos Weavers, um bastiao da esquerda e do engajamento comunista dentro do movimento folk, mostra que até hoje esta mudança não foi bem assimilada. Seeger, e sua turma se sentiriam por anos traídos por Dylan, afinal Seeger tinha substituído Guthrie, e Dylan substituiria Seeger. Como aquele magrela caipira, que foi aceito no olimpo da esquerda intelectualizada, ousava dar as costas para a tradição e nobres propósitos do ?movimento?.Engraçado como é antiga esta discussão na arte e na musica pop, sobre integridade artística e o artista ?se vender?. Para os puristas, Dylan não poderia jamais se utilizar do vulgar Rock?n?Roll para passar mensagens, ou então não se corromper pelo comercialismo descartável do pop, verificado já naquela época( café pequeno comparado com o que viria depois). E qual foi a de Dylan? Um revolucionário que enxergou a emergência do rock como o principal porta-voz da contra-cultura? Um oportunista? Um dos principais poetas contemporâneos? Um mistificador? Tudo isso é claro, mas aquele papo que Elvis liberou o corpo, e Dylan liberou a mente, acaba sendo verdade. Não me parece que tudo tenha sido feito de forma intencional e planejada, mas sem duvida estes acontecimentos narrados no documentário são os momentos mais decisivos e influentes para o rock, e para a cultura pop em geral e suas circunstancias naqueles anos cruciais. Dylan, junto com Elvis e os Beatles, mudou o curso da historia. (continua)
segunda-feira, março 13, 2006
PRÊMIO HOMEM SEM NOÇÃO DO ANO 2005 - BAHIA
Sejamos francos: juízo nunca foi o forte do ser humano. Desde priscas eras, o homem comete atrocidades contra o seu semelhante. Mata-se, estupra-se e pilha-se por Deus e o Diabo. Ironicamente, mais pelo primeiro. Ia começar esse texto dizendo que o Brasil, mais especificamente, a Bahia, era um lugar pródigo em gerar gente sem juízo, discernimento e respeito pelo próximo. Mas se assim o fizesse, estaria sendo injusto. O que dizer dos Estados Unidos da América, com seus assassinos aleatórios de McDonald's e presidentes autistas? O que dizer do Oriente Médio, com seu código moral e religioso medieval, homens bomba e mulheres de burka? Mas eu estou divagando. Maluco e irresponsável tem em todo lugar - alguns mais, outros menos - e na Bahia, não poderia ser diferente. Aproveitando o ensejo do Prêmio Rock Independente BA 2005, do companheiro Luciano Matos (já votou?), lanço aqui minha própria premiação. Na verdade, quando enviei meus indicados para Luciano, sugeri incluir esta categoria no Prêmio R.I. BA como uma provocação, uma chacota ao status quo local e alguns personagens, mas como ele não aproveitou a idéia (certamente, por ser um homem com noção, diferente deste rockloquista), resolvi encampa-la por mim mesmo, por aqui. O vencedor concorre ao Troféu Virtual Carlinhos Brown de Ouro, ou seja, P.N. A seguir, os indicados. Escolha seu preferido e envie seu voto para o email blogrockloco@yahoo.com.br. As votações encerram-se no mesmo dia em que se encerram as votações pro Prêmio R.I. BA 2005, 31 de março. Alguns eventos absolutamente sensacionais, por serem mais recentes, ocorridos já em 2006, infelizmente ficarão de fora, como Bono & Ivete no Camarote 2222 e Carlinhos Brown na direção do ex-palco alternativo do Festival de Verão. Mas eles não perdem por esperar, pois ano que vem tem mais.
OS INDICADOS:
1 - Discurso do maestro Zeca Freitas no show dos Retrofoguetes no Teatro Castro Alves - Esse verdadeiro gorila King Kong no palco mais chique de nossa cidade, em pleno Festival de Música Instrumental, rendeu no verão passado matéria antológica do ingresista Franciel Cruz, então em missão como repórter especial para este blog. Desnecessário falar mais. Apenas leia.
2 - Cachorro Grande tocando em evento com LS Jack no Wet n' Wild - Mico da organização, claro. Muita gente deixou de ver o primeiro show da ótima banda gaúcha em Salvador por razões óbvias. Não lembro a data.
3 - A programação musical insípida do Mercado Cultural - Tem uma Nação Zumbi aqui, um Vítor Ramil (milongueiro gaúcho, entusiasticamente recomendado por Wander Wildner) ali, mas no geral, a programação musical deste festival, que tinha tudo para ser um negócio realmente interessante, derrapa feio na falta de referências mais sólidas e antenas mais ligadas dos responsáveis pela seleção das bandas e músicos. Também rendeu matéria de Franciel Cruz, já na sua Ingresia. Leia.
4 - Comments anônimos nos blogs - Gente sem ter o que dizer, falando merda sobre o que não entende. Não preciso dizer mais nada, até porque não vale a pena.
5 - Júri do Claro q é rock chegando atrasado e perdendo show de Ronei Jorge E OLDB - Não sei se se eles tivessem chegado na hora, Ronei e sua trupe teriam ganhado a competição. Isso não interessa mais, a Inês já é morta. Mas o fato é que a pisada na bola foi feia. Esse tipo de coisa não pode mais acontecer, simplesmente, ou concursos do tipo perderão o resto de credibilidade que ainda têm.
THE RETURN OF TAPWIN - Mário Jorge me mandou um recado, que reproduzo a seguir, ipsis literis. "Olha só, o Estúdio Tapwin reabriu as suas portas, voltou a funcionar sob o comando do mesmo Moisés Gabrielli, figura legal que já tocou com deus e o mundo (até no Mar Revolto nos 70). Nesse estúdio foi gravado o primeiro disco da brincando de deus, "better when you love (me)", no início dos anos 90, além do Cravo Negro, várias faixas do disco Rock 96 e a maior das estrelas: Amelinha, tudo no duas polegadas de 24 canais analógico, que me emociona só de ver a fita rodando, tudo trabalhando em perfeitas condições até hoje, além do sistema digital que todo mundo tem (na Trip, Iggy Pop falou: 'a tecnologia pode ser boa se for mal usada', achei espetacular), uma sala aconchegante, tudo bonitinho e o velho e bom papo de Moisés. O estúdio agora funciona na Rua Irará, 71, Rio Vermelho, e o telefone é 3334-8132, falar com o próprio Moisés".
RESISTÊNCIA CULTURAL - Outro recado que recebi via email, um lance que é aquela coisa meio Glauber, como diria Zezão Castro. Vá, mas não me chame, OK? Do release:
O Projeto Sons de Canudos organiza no dia 11/03 durante todo o dia, o 8o. Encontro de Bandas de Pífanos do Sertão de Canudos e que contará com as participações dos seguintes conjuntos: Banda de Pífanos do Bendegó, Banda de Pífanos de São Paulinho, Banda de Pífanos de Poço do Vieira, Banda de Pífanos da Lagoa do Pires, além de tocadores mirim de Pífanos de Saõ Paulinho e Canudos Velho e Irineu, líder da Banda de Pífanos do São Francisco(Raso da Catarina). Não se trata de uma festa, mas sim de um encontro de músicos, artistas, poetas, camponeses e pessoas da região interessadas em ações e reflexões em torno da cultura popular sertaneja e será realizado na Serra do Sobrado, zona rural de Uauá/Bahia. Este trabalho de extrema resistência conta com o empenho de todos os participantes e com o apoio da Secretaria de Cultura e Turismo de Uauá. Esperamos em uma nova oportunidade tornar público a participação de interessados. Marcelo Rabelo - coordenador do projeto Sons de Canudos. bendego@atarde.com.br
MIRABOLIXIANAS - Nunnez, vocalista da Mirabolix, mandou email avisando que sua banda já está no MySpace. Fala, Nunnez: "Pra quem já está no MySpace é só adicionar; e pra quem ainda não faz parte, ainda está em tempo, hein? =] www.myspace.com/mirabolix Entrem e adicionem a banda."
AGENDÃO ROCK LOCÃO
(Agradecimentos ao site Bahia Rock pela pesca de alguns desses eventos.)
Curta no Extudo - Com os vídeoclipes: Canal Zero, Plane of Mine, Stancia, Sangria, Soma, Radiola, Ronei Jorge e Zambotronik. Fotos: "black 'n' white/rock 'n' roll", Josh Horário: 20:30h Entrada franca Restaurante Extudo, Rua Lídio de Mesquita, 04 Rio Vermelho, Tel: 3334.0671 / 4669.
Berlinda, Theatro de Seraphin , Vandex e Ronei Jorge & os Ladrões de Bicicleta - Sábado, 18/03, Horário: 22h, Ingresso: 10,00. Miss Modular, Ladeira da Paciência 3810- Rio Vermelho.
a u r o r a - Do release: Depois das 5 edições da série pulsar, que volta ainda em 2006, a soononmoon materializa um novo projeto, de estrutura compacta e alto impacto sensorial. aurora. trance de alta voltagem psicodélica, comandado pelos franceses do digital talk, um dos grandes mestres da frequência alien. djs:abduzido abduzidos , bone soononmoon , divinori soononmoon , e.t.s. soononmoon, fino environment sound , nazca soononmoon Ingresso:R$ 15,00 antecipado (à venda nas lojas chilli beans) R$ 20,00 na porta é proibida a entrada de menores de 18 anos apresentação obrigatória de RG Sítio Aurora - estrada do cia.
Plane of Mine e Mirabolix - Dia: 17/03 (Sexta-feira) Horário: 22:00Local: The Dubliners Irish Pub (Av. Sete de Setembro, 3691 - Barra - Próximo à Praia do Porto) Ingresso: R$ 10,00 (com direito a 2 bebidas *)* Refrigerante, cerveja ou água. Não aceita cartões de crédito/débito, nem cheque. Informações: Catarina - 8116-1500 www.planeofmine.com
www.myspace.com/planeofmine / www.mirabolix.com / www.fotolog.com/mirabolix
Dieguito's Aid - Do release: dia: 17/03 (Sexta-feira) com as bandas Los Canos, Vinil 69, Radiola e convidados dia: 18/03 (Sábado) com as bandas Los Baganas, Plane of Mine, Hajoe, Stancia e convidados Horário: 22:00 Local: Seven Inn (Rio Vermelho) Ingresso: R$ 10,00 (quem quiser paga mais) Sábado (04/03), o grande amigo e guitarrista Diego Andrade teve seu carro roubado no Campo Grande. O problema não foi só esse: dentro do carro (que não possuía seguro) estavam todos os seus equipamentos: Amplificador Fender Stage 112 1X12, Guitarra Fender Stratoscaster, - Guitarra Epiphone Les Paul e pedaleira com 8 pedais!! Algumas bandas prontamente se organizaram para ajudá-lo, nascendo assim a idéia do Dieguito's Aid. Segue abaixo a programação dos shows que serão realizados nesta sexta e sábado (17 e 18), na Seven inn (Rio Vermelho) às 22h. O ingresso custará apenas R$10, mas quem quiser pode contribuir com mais!
Rockell Fest 2006 - com as bandas: Minerva, Eskaravelho, Oscarina, Under Prexion, Loud, Incárcere e Out Space. Dia: 26/03 (Domingo). Horário: 16:00. Local: Idearium (Rio Vermelho)Ingresso: R$ 5,00.
Lançamento do cd da Contenda - com as bandas: Contenda, Contra (AL), Automata, Escato e Dedo em Protesto. Dia: 25/03 (Sábado), horário: 19:00. Local: Idearium (Rio Vermelho) Ingresso: R$ 5,00. Ingresso + CD: R$ 10,00. Ingresso + Camisa: R$ 15,00. Ingresso + CD + Camisa: R$ 20,00 Contatos: boderecs@walla.Com / Roberto: 9197-2338 Maiores informações: www.Myspace.com/contenda e www.fotolog.com/boderecords
terça-feira, março 07, 2006
TEU SORRISO ME FAZ CAIR / NUM MAR DE CALMA E NAVEGAR (atualizado Prêmio Rock Independente BA 2005)
BERLINDA: BELEZA INDIE COM PEGADA ROCK
Mais ou menos dos últimos dois anos para cá, músicos, jornalistas e fãs que acompanham a cena rock baiana estão em estado de graça: ninguém se lembra qual foi a última vez em que tantas bandas boas, de vários estilos diferentes, surgiram de uma vez só. Esse processo de renovação no rock baiano, claramente atrelado ao novo fôlego e visibilidade que o fenômeno Pitty deu ao movimento, encontra eco tanto nas bandas formadas por jovens recém saídos da adolescência (Canto dos Malditos na Terra do Nunca, Mirabolix, Plane of Mine), quanto nas veteranas em ótima forma (Cascadura, Retrofoguetes), quanto nas bandas novas formadas por trintões, ex-integrantes de bandas importantes nos anos 1990 e 80 (Sangria, Ronei Jorge & Os Ladrões de Bicicleta, Théatro de Séraphin, ZecaCuryDamm).
Toda essa enrolação, na verdade, é para dizer que você pode acrescentar aí na lista dessa última categoria mais uma ótima banda: Berlinda. Indicada aos fãs de bandas como The Smiths, Velvet Underground, Galaxie 500, Teenage Fanclub, e, aqui na Bahia, brincando de deus - todas elas, fortes influências no som da banda -, a Berlinda não se diz estritamente indie rock (estilo que, infelizmente, muitos ainda vêem como palavrão), mas periga seriamente arrebanhar todos os órfãos que o extinto (ou congelado) baluarte indie baiano deixou, desde que interrompeu suas atividades no ano passado.
Firmemente calcado nos econômicos e melodiosos riffs emitidos pela guitarra de Adriano Batata Gomes, (ex-Arsene Lupin, banda importante para o estilo na Bahia na década passada), o som da Berlinda não tem muito mistério, não: canções simples, carregadas de uma beleza agridoce, conduzem gentilmente o ouvinte para outro lugar, algum local de clima mais ameno, longe do calor inclemente que ora tosta o juízo dos soteropolitanos. A voz cristalina da revelação André Blhoem, um fio de rara delicadeza, costura, entre paredes de guitarras, belas tramas em tons sépia, de uma beleza arrebatadora. Adicione à receita a pegada forte e precisa, da cozinha formada por Cebola (Tequillers) no baixo e Alex Souza na bateria, e sua nova banda indie preferida está formada.
Não dá para dar outro prognóstico, não depois de ouvir um clássico instantâneo como "Até o fim": bateria tribal, riff serra elétrica, baixo dotado de algum groove (mas não muito!), melodia vocal inserida entre palhetadas urgentes. E ainda tem um breque ali pelo meio, pra todo mundo pular na volta. Uma curtição, na melhor tradição indie.
"Até o fim", com sua letra oscilando entre o romântico e o irônico, é bem representativa da produção da Berlinda, e apenas um exemplo do que a banda ainda tem por apresentar. Com sua primeira demo prometida para junho deste ano, daqui até lá o jeito é se contentar com os shows, e devem rolar alguns nesse período, de forma que, se eu fosse de dar conselhos, este seria o seguinte: não perca por nada, ou o próximo a cair desatualizado, na Berlinda, pode ser você mesmo...
COLETÂNEA DE GRÁTIS - O Cascadura está participando da coletânea "Achados e Perdidos - Um Tributo aos Anos 70", produzida pela independente Válvula Discos, um projetão reunindo 27 bandas do circuito alternativo brazuca fazendo regravações de músicas lado b, digamos assim, de diversas bandas, das grandes (Grand Funk, ZZ Top, Stones, Raul, Mutantes), às marginais (Módulo 1.000, Blue Cheer, Sweet, Mountain). Além do Casca, participam bandas como MQN (GO), Mustang (RJ), Hang the Superstars (GO), Mechanics (GO) e mais uma cacetada que nunca ouvi falar antes. É só ir no site da Válvula e baixar a zorra toda, com capinha e tudo. Vão lá e depois me digam se é legal, por que eu não tenho como faze-lo, oquei? Ah, a música que o Cascadura relê é Crazy mama, do Black and blue, disco de 1976 dos Stones. Fonte: http://ubbibr.fotolog.com/fabiocascadura/
PEGA PRA CAPAR NO UDC - A minissérie em sete edições Crise de Identidade chega neste mês ao seu último capítulo e o negócio é sério. Tem muito tempo que eu não leio uma série - especialmente da DC, já que na Marvel tem Brian Michael Bendis (Demolidor, Alias, Vingadores - A Queda) quebrando tudo - tão boa, tão absorvente (sem piadinhas, oquei?). Você termina de ler uma edição e fica ansioso o mês todo para chegar o próximo capítulo nas bancas. Nunca vi tantos heróis do garboso Universo DC alquebrados, temerosos - não pelas suas vidas, mas pelas de seus parentes e entes queridos. Isso sem contar que nela, ficamos sabendo de vários podres do passado da Liga da Justiça, trairagem da grossa entre eles mesmos: inclua aí assassinatos, lavagem cerebral e mentiras deslavadas. A contagem de corpos aumenta a cada edição. Enfim: coisa séria, envolvendo quase todo o UDC, e que se desdobrará em conseqüências graves por quase todos os títulos da editora. Você nunca viu aqueles uniformes tão sujos de lama. Quem acompanhou, acompanhou. Quem não acompanhou, aguarde uma provável edição encadernada a ser lançada pela Panini em algum momento deste ano. Ah: Crise de Identidade foi escrita pelo romancista Brad Meltzer (tem uns dois romances dele lançado aqui no Brasil, mas eu esqueci os nomes) e desenhada por Rags Morales. Para saber um pouco mais e sentir o climão da série, leia aqui o review do Universo HQ do penúltimo capítulo.
KASHMIR STUDIO - O companheiro Cândido Nariga McFly Martinez Júnior (guitarrista da Theatro de Seraphin) manda avisar que seu estúdio de ensaios, batizado Kashmir Studios, está estalando de novinho em folha, só esperando sua banda. Como eu não saco picas (ui) de equipamentos, não posso falar nada sobre isso, mas suas luxuosas instalações contam, além da bela decoração grafitada (cortesia de Miguel Cordeiro e Marcos Rodrigues), com uma geladeira cheia de cerveja gelada (não incluída no preço do período, claro), um toca discos de vinil e a bela coleção de McFly para ouvir no intervalo e dar inspiração aos músicos. Ah: o preço do período é negociável. Então o negócio é chorar. Liga lá: Kashmir Studio, Condomínio Pedra do Vale, Bonocô (local com estacionamento). 3255-0286 / 8165-9119.
ATALHO CONVIDA - Lou, Malcom e Astronautas (PE) - The Best Hall. Quinta-feira, dia 9.
FESTA NAVE - Indie - Pop - Glam - Punk - Garage - Lo-Fi - Rock Brasil - Shoegaze - Black - Electro - 60's - 70's - 80's - 90's - 00's DJs: el Cabong, Janocide, Lucas Albarn, RJ x Schneider, Queen Mary. 11.03.2006 23h R$10 (R$8 até meia-noite) Miss Modular (Morro da Paciência, 3810 - Rio Vermelho) Salvador-BA Contato: festanave@gmail.com Fotolog: www.fotolog.com/nave_
O RIO VERMELHO VAI PEGAR FOGO!!! - Paulinho Oliveira e King Cobra voltam ao Calypso. Sábado dia 11.03 22:00 h Calypso - Rio Vermelho
Work Show de Aquiles Priester (Baterista do Angra) - PsychOctopus TourTeatro Módulo - Av. Juracy Magalhães, Pituba. 15/03/2006 INGRESSOS: 1º LOTE - R$20,00 (preço promocional até 10/03/2006) 2° LOTE ? R$30,00 ( preço promocional com 1 Kg de alimentos não perecíveis. TARDE DE AUTÓGRAFOS: 15/03 Loja de instrumentos musicais 3º Tom - Ondina (para50 Primeiros ingressos) PONTOS DE VENDAS: MANIAC RECORDS: 3354-1735, ANDARILHO URBANO: 3450-4533, SMILE STAMPS: 3322-1907 / 3494-9386 e ALPHA VÍDEO: 3494-5728. INFOS: www.maniacrecords.com.br e 3354-1735 Obs: Vendas de merchandising no local e sorteio de diversos brindes. HORÁRIO: 19:00h DURAÇÃO: 2:30
HORA DO ROCK 09.03 - Hoje (quinta-feira) tem Hora do Rock. O programa vai apresentar uma faixa do ótimo disco Ballad of the Broken Seas, fruto de uma parceria entre Isobel Cambell e Mark Lanegan, além de Cosmic Rough Riders, Vaselines, Sebadoh, Neutral Milk Hotel, Arctic Monkeys, Bloc Party, Clap Your Hands and Say Yeah, Fiona Apple, Beck, Air, Stereolab, Radiohead e Pulp. Para ouvir: às 21h na 90,1 (em Salvador), ou pelo site http://www.gfm.com.br/.
quinta-feira, março 02, 2006
MAIS DE MIL PALHAÇOS NO SALÃO
Existe uma convenção tipicamente brasileira, que diz que o ano só começa mesmo depois do Carnaval. Permitam-me desdizer esse conceito este ano, afinal, 2006 começou quente, com uma verdadeira visão do inferno: Bono Vox cantando Chupa toda com Ivete Sangalo em pleno Farol da Barra. Reconhecidamente um gentleman, o irlandês segurou a onda e era todo sorrisos, mesmo com a presença fétida de Preta Gil grudada em seu cangote, desesperada para aparecer, como sempre. Sábio, mesmo depois da lambança total daquela quinta-feira fatídica de Carnaval, Mister Vox recolheu-se numa mansão à beira mar em Interlagos (litoral norte) na sexta, fez as malas e se pirulitou para o Chile no sábado mesmo, antes que pintasse uma parceria com o pessoal do Psirico (o que não seria tão absurdo, já que "o Psirico pede paz"). Mesmo assim, o estrago já foi feito. Bono já é garoto propaganda da Bahiatursa, do camarote de Gil, do buffet de Lícia Fábio, do acarajé da Dinha, do bloco Eva, da cantora do Cheiro e do biodiesel de Lula. Todo mundo tirou uma casquinha do irlandês e deve capitalizar em cima disso. Que roubada. Teve também os Stones em Copacabana, já exaustivamente examinado e debatido aqui, ali, acolá e alhures. Mas 2006 nos reserva outras surpresas. Algumas dá para adiantar e rolar uma expectativa. Outras ainda jazem no campo do imponderável. De uma forma ou de outra, o seu blog Rock Loco estará lá (digo, aqui), dando a real dos fatos. Ou algo parecido. Vamos por tópicos.
Cascadura novo na Outracoisa - Um dos discos mais esperados do ano pela comunidade rocker soteropolitana (e por que não dizer, paulistana, goiana, cariocana e o escambau?), espera-se que confirme a ótima fase de Fábio C. como compositor e performer, iniciada no álbum de 2004, Vivendo em grande estilo. O quarto disco da Cascadura está previsto para sair encartado na edição de março da revista, mas só deve chegar nas bancas daqui em finais de abril ou maio, por conta da detestável distribuição setorizada, prática que os leitores de quadrinhos de fora do eixo Rio / SP conhecem bem. A não ser que os próprios Cascas se encarreguem de trazer um lote por fora para dar conta da demanda inicial, distribuindo-o pelas lojas do circuito independente local (São Rock, Mídia Louca, Berinjela, Ajuda 39, Maniac, entre outras), o que não seria má idéia.
Festival no Rock in Rio Café - Em abril, teremos um festival (acho que ainda sem nome) reunindo algumas bandas "de fora" com grandes nomes locais como Ronei Jorge & Os Ladrões de Bicicleta, Sangria, Cascadura, Retrofoguetes e Automata. As bandas visitantes são Cachorro Grande (RS), Matanza (RJ) e Detetives (PR), todas a caminho do Abril Pro Rock em Recife, daí a coincidência de virem ao mesmo tempo, sendo Detetives a única ainda inédita em terras de Bono Vox cantando Chupa toda. Vai ser um fim de semana agitado. 21 e 22 de abril no Rock in Rio Café.
Caravana do Rock - Trata-se de um ônibus com nada menos que oito bandas do rock independente, de vários estados do Brasil, percorrendo o país e tocando em diversas capitais. Aqui em Salvador elas se juntarão à mais algumas bandas locais e armarão seu circo durante dois dias no Casarão Santa Luzia. Não disponho de mais informações no momento, então depois a gente põe esse tópico em dia.
Easy Dub All-Stars - O grupo que regravou o clássico Dark side of the moon do Pink Floyd no ritmo do dub jamaicano está cotado para tocar em Salvador, boato (ou fato, sei lá) que já andou sendo publicado nas colunas musicais locais. Na sexta-feira de carnaval, tive a oportunidade de ouvir o tal disco numa barraca de praia em Stella Maris e só digo uma coisa: o lance dá barato (ainda mais na praia). Não é 100% "da massuda", digamos assim, mas se vier tocar aqui mesmo, acho que vai valer a pena estar lá para conferir.
Eliminatórias regionais Claro q é rock 2006 - Ano passado foi aquele sucesso com o Placebo. Concha Acústica cheia (ainda que 80% das pessoas que lá estavam nunca tenham ouvido falar da banda que era a atração principal), boas bandas locais na disputa, som de excelente qualidade, astral no máximo. Este ano, parece que o grupo inglês Kasabian está cotado para fazer a maratona de eliminatórias regionais pelo Brasil. Com apenas um disco (lançado em 2004) na bagagem, a banda é um bom representante do neo-new-novo-novíssimo rock britânico (opa, não é mais, nos últimos cinco minutos, Lúcio Ribeiro já descobriu trocentas outras bandas novas que estão bombando nos clubes de Londres e Carapicuíba). O disco do Kasabian, homônimo, tem suas qualidades e um punhado de músicas bacanas, que se forem bem executadas ao vivo, prometem um ótimo show. Como nada foi confirmado ainda, ficamos na expectativa de um anúncio da empresa de telefonia organizadora confirmando ou negando a realização do festival, a presença de uma banda estrangeira e a inclusão de Salvador no roteiro do evento, bem como os outros detalhes (local, inscrições etc). Cruzem os dedos, todo mundo (quem tem banda para concorrer, principalmente).
TIM Festival em Salvador - Boato corrente desde fins do ano passado, Salvador merece uma versão pocket do TIM não é de hoje, a exemplo do que já acontece em capitais como BH e Porto Alegre. Parece que desta vez, vai. Demorô, até por que as irmãs Gardenberg, produtoras do evento, são daqui da Bahia. Tomara que venha, e com atrações de primeiro time, de preferência. E que também venha com o preços de ingresso acessíveis, claro. E que não esqueçam de incluir atrações locais para abrir (que não sejam da máfiazinha do dendê, tipo Davi Moraes, Preta Gil ou o Meteora, aí ninguém merece). Para o segundo semestre, portanto, continuem com os dedos cruzados.
SOTERO ROCK 2006: As bandas que você deve prestar atenção este ano - Que surpresas aguardam os fãs do sotero rock ao longo deste ano, ou pelo menos neste primeiro semestre? Que bandas novas surgirão, que bandas veteranas lançarão discos? Retornos, fins, rins e tripas. Acompanhe tudo comigo a seguir.
Começo com a grata surpresa que é Zecacurydamm, projeto que de ruim só tem o nome. Espécie de anti-Sangria (no bom sentido, claro), Zecacurydamm é um raio de sol no sombrio mundo rocker soteropolitano, com canções para cantar junto em volta da fogueira, a plenos pulmões (seja no Capão, Arembepe, ou numa casinha de sapê), com letras e melodias delicadas e cheias de sentimento, que devem cair no gosto dos fãs do Belle and Sebastian, Beatles e Mutantes (acho que a mais forte influência no som do grupo). Prestem atenção na belíssima voz de Damm (fã numero uno de Jeff Buckley), o cara canta muito. Um achado, mal posso esperar para ver ao vivo. (E eu posso até estar enganado, mas suspeito que o ZCD tenha potencial inclusive para extrapolar o meio rock e cair no gosto do público médio, ouvinte de fms e freqüentador de barzinhos).
Já a Berlinda eu ainda não ouvi, "mas minha filha ouviu e me disse que é muito bom, HÁ-HAIII! Ih-ih-iiiihhh!". Projeto de Batata (ex-Arsene Lupin) e Cebola (Tequillers), veteranos rockers locais, donos de referências enciclopédicas e reconhecido bom gosto. Quem ouviu, garante que mata a pau. Estréia na cena 18 de março no Miss Modular, não podemos perder isso.
As bandas do crescente circuito hardcore melódico / nü metal também merecem a atenção do observador mais atento. Bandas como Djunks, Mirabolix, Malcolm, Automata e outras que não me ocorrem no momento estão enchendo as matinês de domingo, seja no Miss Modular, no Idearium ou qualquer outro lugar, atraindo centenas de moleques - ávidos pelo rock 'n roll que fala sua língua -, que ainda não têm permissão dos pais para ficar até tarde na rua. Ótimo sinal de renovação, oxigenação e segmentação na cena. Que venham mais bandas no gosto da garotada e que esta acorra aos milhares para os shows.
Segundo notícias já veiculadas pelos jornais locais, a Canto dos Malditos na Terra do Nunca entra em estúdio com a puta velha Carlos Eduardo Miranda agora em março, para gravar seu primeiro disco pela Warner, fato adiantado neste blog, negado pela empresária do grupo, e agora confirmado pelos jornais locais e sites especializados. Vamo ver se o Véio (como é conhecido o veterano produtor e jornalista) tira leite dessa pedra. (Com todo o respeito pelos meninos e menina da Canto, mas eu simplesmente ainda não, uh, viajei no som deles. Contudo, vamos esperar os resultados no disco, com toda a boa vontade que eles merecem.)
Outras interrogações ainda pairam no ar do rock baiano. Algum outro nome da cena local será içado ao cenário nacional, à exemplo de Pitty, ou esse é um fenômeno que só se repete de vinte em vinte anos? Os Dead Billies vão voltar ou não? E os Retrofoguetes, como ficam? Quando lançam disco novo? Glauber (ex-Moscabilly) vai enrolar até quando para lançar seu trabalho e fazer shows? Messias G. B. (ex-brincando de deus) vai lançar seu trabalho solo ainda em 2006? Não esqueçam também de Paulinho Oliveira, que está com seu disco na boca do forno. Quando a Sangria vai lançar seu primeiro disco? Por alguma gravadora ou independente? Quem também ainda está devendo seu primeiro registro em disco cheio é a Theatro de Seraphin, devendo lançar ainda este ano, salvo engano. E quanto à Lacme, ótimo projeto de Jô Estrada (ex-Dead Easy, quem lembra desta banda?) e André T., quando sai? Quais serão os próximos passos de Ronei Jorge & OLDB, após o - muito bem recebido pela crítica - primeiro disco lançado em 2005?
Mais perguntas. A volta da Lisergia foi pra valer mesmo? Teremos disco? E Nancyta, quando lança um novo trabalho? (A propósito, já leram a coluna dela na Rock Press?) E a Brinde, quando fará seu retorno com a formação original aos palcos (e disco)? O Jazz Rock Quartet de Dom Lula Nascimento e Luciano Souza conquistará as novas gerações de rockers baianos? Bono vai lançar uma versão de Chupa toda em dueto com Ivete, produzido por Gilberto Gil? E aquela entrevista com Fábio Cascadura, prometida desde dezembro último neste blog, sai ou não sai (alô, Fábio!!)? O ano está só começando. Estaremos atentos à todos esses e outros questionamentos. Portanto, apertem os cintos e se preparem, pois a viagem promete fortes emoções à todos. (Não esqueçam de manter o saco de vômito à mão para qualquer eventualidade...).
HORA DO ROCK 02.03 - Especial Covers. Vai rolar Teenage Fanclub, Queens of The Stone Age, Ramones, Pixies, Belle and Sebastian, Lemonheads (e não é Mrs. Robinson!), Nouvelle Vague, Sonic Youth, Jesus and Mary Chain, Elvis, Stephen Stills, Neil Young e Johnny Cash. Para ouvir: às 21h na 90,1 (em Salvador), ou pelo site http://www.gfm.com.br.