Meia boca o alentado mega show dos Rolling Stones nas areias de Copacabana. Quer dizer, meia boca pro pé rapado aqui, que viu pela TV, através da transmissão maldita da Grobo, recortada por intervalos comerciais, intervenções irritantes de Zeca Camargo, e segundo o blog do jornalista Tiago Dória, atrasada meia hora (!!!) em relação ao que acontecia lá em Copa. Satisfaction nem terminara e os créditos já subiam na telinha. Assim não dá. Quem estava lá, como o venerando e veterano crítico carioca Jamari França, garante que foi um showzão, mas tenho lá minhas dúvidas, se é que tenho o direito de tê-las. Assistindo pela TV, tive a impressão de que Mick Jagger estava um tanto afobado (talvez pela pressão de assistir pela janela de sua suíte à multidão se aglomerando para assisti-lo desde de manhã, mais a expectativa de mais de um milhão de pessoas se acotovelando bem ali na frente), se atropelando nas letras das músicas e perdendo o fôlego, aqui e ali. Keith Richards e Ron Wood, loucaços de tanta caipirinha - e sabe-se lá que outros aditivos - distribuíam riffs aleatória e indiscriminadamente, errando direto (fato confirmado por alguns amigos músicos e conhecedores do repertório stoneano com quem conversei depois). Charlie Watts era a exceção, esse jamais perde a fleuma - nem o tempo, Deus o abençoe. O resto da banda cumpriu bem seu papel, afinal, é para isso que eles são regiamente pagos. O melhor momento para mim foi Wild horses, sempre emocionante. Night time is the right time, homenagem à Ray Charles, apresentou um belo dueto de Jagger com a vocalista Lisa Fischer, que manda muitíssimo bem, e junto com Bernard Fowler, acompanha os Stones desde a turnê Urban Jungle, de 1989, se não me engano. Mais veteranos ainda são o pianista Chuck Leavell e o saxofonista Bobby Keys, o último fazendo parte da família Stones desde o início dos anos 70. Os shows das turnês anteriores da banda no Brasil foram mais legais, mas possa ser que eu esteja errado, afinal de contas, nem lá eu estava. O pior de tudo é ver pela internet e jornais a cobertura da famigerada área vip, onde a gentalha grobal e / ou quase famosa compareceu em massa para a BL promovida pelas patrocinadoras do evento. Ávidas por espaço na mídia especializada, esta choldra ignara imediatamente se transmuta em fãs "desde criancinha" dos Stones, ao sabor da demanda do momento. Ontem, fãs histéricos de Jagger & Cia. Hoje, eles são fanáticos pelo U2. Semana que vem, estarão cheios de samba no pé, nas passarelas do eixo Rio / SP e nos camarotes da Bahia. E assim eu sigo chutando cachorro morto. Em todo caso, sempre é bom saber que as reações, mesmo que desprovidas de maiores efeitos, ainda existem. Tomara que o U2 seja menos pior... Amanhã eu posto alguma coisa sobre (a transmissão do) show dos irlandeses porraqui.
MENOS, LUISÃO! - O veterano guitarrista Luisão Pereira, que tocou na Cravo Negro nos anos 80 e na Penélope em fins dos 90 / início dos 00, está soltando (muito bem) o verbo em seu fotolog. Depois do textinho sobre o show da Jazz Rock Quartet que colei nos comments do post logo abaixo, o músico subiu o tom ao postar uma foto do grupo Djunks, cujo primeiro CD foi produzido por ele. No post, Luís exalta a batalha dos meninos, que botaram, em show com a NX Zero (SP), Mirabolix e Malcolm, mais de 500 pessoas no Idearium, ontem mesmo, enquanto "na sala de justiça modelar, roqueiros velhos baianos, depois de pousarem (sic) pra coluna social de jornal, ficam nas poltronas das suas casas assistindo Stones pela TV, rezando por uma volta do Dead Billies e achando que num domingo, véspera de semana de carnaval, só rola trivela e manivela em terras do dendê". OK, Luís, você tem razão em dar um ponto às suas crias, a molecada tá batalhando e conquistando seu espaço, e isso é ótimo, pois a cena vai se renovando por aí. Todos os méritos à eles. Respeito. A Mirabolix (ver post abaixo) é outro exemplo disso, aliás. Mas cá pra nós: ninguém é obrigado a curtir hardcore melódico (praia da Djunks), né man? Muito menos a encarar o Idearium em pleno domingão. À garotada, o que é da garotada. À "velharada", o que é da "velharada" (ainda que eu relute em me incluir aí. Afinal, não curtir hardcore melódico é sinal de que estou velho? Sinto muito, mas tenho certeza que não). Outro aspecto que acho interessante destacar é que, ao mesmo tempo que temos os roqueiros velhos no Miss Modular, a garotada se esbalda no Idearium, Espaço Insurgentes e outras casas mais à margem do circuito dos medalhões, o que sugere (mais) uma segmentação no rock baiano. Isso é ruim? De jeito nenhum, só demonstra o crescimento e amadurecimento da cena. A passos de tartaruga, mas e daí? Pelo menos a coisa tá andando... (Luís, fique à vontade para debater - ou não - com a gente aqui, OK? Este espaço está aberto pra você.)
SEPTUAGENÁRIO - Não, não é nenhum dos Stones, não ainda. É o Fantasma, protetor das selvas de Bangala, que, criado por Lee Falk em 1936, apaga as 70 velinhas este ano, com comemorações em todo o mundo. Este rockloquista aqui tem um carinho muito grande pelo herói, por ter lido muitas histórias do personagem publicadas em formatinho pela Rio Gráfica e Editora (atual Globo) nos anos 70 e 80, quando ainda usava o uniforme vermelho. (A cor correta é roxa, mas como no Brasil as gráficas de quadrinhos nunca foram lá grande coisa, durante décadas, tivemos o Fantasma vermelho, mesmo). O site Universo HQ preparou um especial muito bacana para comemorar a ocasião, com matérias, reviews e charge. Confere lá.
VH: A NOVELA CONTINUA - Depois dos rumores sobre o reality show para escolher o novo vocalista do Van Halen, Dave Lee Roth soltou a língua em seu programa de rádio nos EUA, dizendo que sua volta à banda é o que o público quer, e que "ninguém respeitará nada do que qualquer um de nós fizer até que façamos essa reunião". O rei das tesouras voadoras nunca esteve tão certo. (E eu adoraria assistir um show desses. Podem atirar as pedras, eu não ligo.) Fonte: Dynamite on line.
"QUEM TÁ NO ROCK É PRA SE FUDER" - Essa frase, largamente utilizada no métier rocker baiano desde meados dos 90, ganha seu real significado durante os quatro dias de Carnaval em que o Palco do Rock, iniciativa do ACCR (Associação Cultural Clube do Rock), arma seu circo no coqueiral de Piatã. Quem for de encarar, que confira a programação no site e boa sorte (você vai precisar).
DON'T DISTURB - A partir de quinta-feira (23), entro em estado de hibernação, no conforto aveludado (em vermelho) do meu ataúde. Quarta de Cinzas a gente se fala.
olha todo mundo que falou mal do show dos stones até agora, foi quem só viu pela tv. quem tava lá, garante que foi bom e que par batizar a noite de muito rock só caindo nas águas de copa.
ResponderExcluirmuitos disseram que até iemanjá tava lá. não vi o show da tv, pq a turnê de 95 ainda tá bem fresca na memória, então, não quis recolher máculas a isso.
Pela televisão tb achei o show muito fró fró.
ResponderExcluirAcho que os Stones tem musicas fabulosas, perfeitas, absurdas de tão boas, mas também muita música INSUPORTÁVEL. E num certo momento parece que eles escolheream um monte das insuportáveis pra tocar de vez.
Desliguei a Tv e fui dormir.
então eu, nei bahia, marcio, miguel cordeiro, etrc etc etc, vimos um show completamente diferente. vai ver foi o fuso, né?
ResponderExcluirAguardem lá no clashcity.
ah, sim. Nós vimos pela tv!
ResponderExcluirseguindo a lei de jack:
ResponderExcluir1- O show dos Stones foi bom, talvez o melhor que eles fizeram aqui no Brasil, opinião também do maior especialista sobre o assunto nessa cidade, Sérgio "Cebola" Martinez ( que esteve em todos os outros!). A homenagem a Ray e a versâo para "Get off my cloud" cheia de Soul já paga totalmente a conta.
2- Chico , Luisão tá precisando de um Prozac!!!
Pô, Cebola, foi mal discordar de vossas senhorias, mas eu não gostei. Mal aê.
ResponderExcluirNei, achei uma bosta a versão de Get off of my cloud. Sem gás, sem punch, sem sangue.
Falar dos Stones é chover no molhado. Quantos astros do rock vão chegar à idade daqueles caras com aquela energia? Quase nenhum, um Iggy Pop, um Neil Young e olhe lá. Isso não se discute. E eu não disse que eles não fazem mais shows bons. Eles devem grandes shows toda semana quando em turnê. Eu mesmo vi um, onze anos atrás. O que eu acho é que o circo todo que foi armado em cima desse mega evento pode ter prejudicado a performance deles. Talvez o evento tenha ficado mega demais, a música meio que se perdeu, ficou em segundo plano. Mas isso é só o que eu acho. Provavelmente teria achado coisa totalmente diferente se tivesse estado lá. Grudado na telinha eu tb fiquei, pô. Como não ficar?
ResponderExcluiro stones foi do caralho(era uma show para 1 milhao e meio de pessoas).depois teve cascadura na zauber, e tambem foi do caralho a sessao stones dos caras.e o ditado certo é: quem ta no rock é pra se fuder(recitado por cezar vieira).
ResponderExcluiroswaldão sempre definindo!!!
ResponderExcluirQuem é rei não perde a majestade: John Lydon (ou Johnny Rotten, como queiram) chama Lady Di de "prostituta ciumenta" e diz que Camilla Parker-Bowles é "tão interessante quanto "uma lona para cobrir carros".
ResponderExcluirhttp://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u58050.shtml
Brama, vou corrigir.
ResponderExcluirsim, falando nilson, é verdade que depois desta turnê, nunca mais rolling stones ao vivo??
ResponderExcluiraposentadoria??
Miwky, só acredito nisso se Keith ou Mick morrerem (pé de pato mangalô três vezes). Até prova em contrário, os Stones continuam, tenho certeza.
ResponderExcluirserá que não vão fechar com chave de ouro??
ResponderExcluirpior é virar roberto carlos, man!
Se fosse pra fechar com chave de ouro, eles teriam terminado láááá em 1972, 73. Agora, só a morte mesmo pra encerrar a carreira deles.
ResponderExcluirMe pede desculpas não, Chico, é sua opinião, disconcordo dela com veemencia, mas respeito sempre suas opiniões. Mas tu não tava de boi não? ( hihi )
ResponderExcluirah sim. a versão de Get Off... foi sem sangue, sem gás, sem punch???
ResponderExcluirPiuita mieirda, man, foi alma e coração, colé...
Certo, Miguel, os Stones ainda lançaram discos muito legais depois do Exile, mas como sabemos, nenhum mais tão bom quanto a sequência Sticky fingers / Exile. Gosto muito especificamente do It's only..., do Some girls, Tatoo you, Undercover, Steel wheels e Voodoo lounge. Mas se fosse pra fechar com chave de OURO MESMO, eles tinham que ter acabado depois do Exile in the Main Street. os outros ganham no máximo, chave de prata. Em relação aos discos clássicos. Isoladamente, pode até ser outra coisa, mas se for pra comparar, os discos pós 1972 saem perdendo legal. (Porra, mas eu sou chato com'a porra, num sei como vcs aguentam!)
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