Daniel W., guitarrista da Mutation Lab e frasista de iluminadas sacações nas horas vagas, sintetizou o zeitgeist (espírito da época) que rola nestes dias que correm em Salvador, quando disse, no Rock Loco desta sexta, que "O rock triste JÁ ERA! O negócio agora é rock PRA FRENTEX!". Confirmando sua profecia, o show da Mutation Lab e brincando de deus no Calypso foi alto astral, com as bandas muito à vontade em seu elemento natural (o bom e velho Colapso). A nota chata fica para o fato de este foi o último show da Mutation com a formação Liz ? Daniel ? Spencer Rodrigo, já que o segundo está de malas prontas para o aprazível estado americano de Iowa, onde deverá residir por uns bons 3 anos. Em clima de despedida, Daniel soltou os cachorros, contaminando o resto da banda, que soltou as petecas e fez um grande show. Com a saída de seu guitarrista e membro fundador, só nos resta aguardar para ver como fica a Mutation Lab, se ?vai continuar ou vai desistir?. Da parte deste escrevinhador, fica a torcida para a continuidade desta que é uma das boas bandas de rock alternativo em inglês surgidas nos últimos anos aqui em Salvador.
Já a veterana brincando de deus surpreendeu no início do show com a presença de seus dois baixistas no palco: Dalmo, que mora na Austrália, de férias na Bahia e Tiaguinho, o Nego Play, atual titular da posição. Os dois baixos conferiram ao som um peso a mais, o que foi muito bacana e casou que foi beleza tanto nos sons mais pesados quanto nos mais suingados, como naquela passagem reggae daquela música do terceiro disco, que, (foi mal aê), não lembro o nome agora. Messias estava de bom humor, e a cada música, se anunciava como alguém diferente: ?Boa noite, meu nome é Cole Porter e vamos começar o show neste exato momento?. E foi citando George Gershwin, Frank Sinatra e outros. E não chega a ser uma injustiça, mas tem uma coisa que eu acho que precisa ser dita já há algum tempo e ninguém disse até hoje: César Vieira é o grande guitarrista do indierock da Bahia. Sutil, César sabe tocar pesado quando a música pede, além de ser preciso como um relógio. Nenhuma nota perdida, nem fora do lugar. Que guitarrista bacana! César, meu nego, o Rock Loco ama você. E que venha o quarto disco da brincando de deus.
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