Lazzo faz baile de Carnaval no Rubi daquele jeitão todo dele: na manha, no dengo
Dono da garganta mais aveludada do Brasil, Lazzo Matumbi sempre curtiu Carnaval – chegou mesmo a fundar um bloco.
Amanhã, ele coloca esse amor pela festa em prática, no baile pré-carnavalesco Vem Dançar, no Café-Teatro Rubi do Hotel Sheraton.
Como está explícito no título da festa, a ordem é se largar na pista – por isso mesmo as mesas e cadeiras que costumam a plateia dos shows no elegante salão do Campo Grande vão dar um sumiço nesta noite.
“É um baile de carnaval mas como minhas músicas não são exatamente carnavalescas, peguei algumas músicas e fiz uma releitura: boto na praia do reggae, do galope, levo para o meu groove –e fica dançante do mesmo jeito”, avisa Lazzo.
Como se o homem de hits eternos como Alegria da Cidade, Do Jeito que seu Nego Gosta, Me Abraça e Me Beija e Abolição ainda precisasse botar mais groove no som.
“Nesse baile a gente vai na mesma levada que eu fazia no (bloco) Coração Rastafari: sem muito frenesi, um som mais leve e mais gostoso para dançara a noite inteira. Vem dançar, que vai ser legal”, convida o cantor.
No palco, Lazzo vem com uma banda compacta, mas afiada: Maninho (Hermano Clindro, guitarra), Luizinho (baixo), Eddie (teclados) e Ted Santana (bateria).
“Com quatro músicos fica mais fácil de adaptar algumas coisas, até porque nesse período tá todo mundo (músicos) num corre-corre danado, muita gente ocupada. Então vamos fazer assim, compacto, com as pessoas bem grudadinhas. Vai ser um baile bem decente”, garante.
Sobre o repertório, além dos hits de carreira, Lazzo prefere não ficar citando os nomes das músicas.
“Vai ser uma experiência. Então tem minhas músicas e clássicos de outras pessoas. Não queria dizer os nomes para não perder a surpresa da hora. Sabe aquela reação ‘porra, que massa, aquela música!’”, ri.
O dia seguinte
Criador do já citado bloco Coração Rastafari, Lazzo conta que deu um tempo da avenida e dos trios elétricos.
“Não tenho mais paciência para aquele congestionamento de trio elétrico. Marcava com os foliões pra sair 21 horas, aí o trio, fosse doado pela prefeitura ou pelo governo, chegava 11 da noite. Aí sua credibilidade perante os foliões ficava abalada. Resolvi não me comprometer mais com coisas que não tenho controle”, relata.
“Hoje, quanto mais eu puder estar tocando assim, de forma tranquila e relax, melhor. Essa é a minha onda: na manha, no aconchego, no dengo”, arremata.
O último álbum de Lazzo foi o espetacular Lazzo Matumbi (2013, Garimpo Música), produzido por Jorge Solovera.
Agora, finalmente, o músico trabalha no material que pretende gravar em seu sucessor.
“Tem uma (música) que fiz com Jorge Portugal chamada 14 de Maio, uma reflexão sobre o dia seguinte à Abolição (dia 13 de maio de 1888). É para pensar scomo vivemos nesse país, como conduzimos nossa história e para onde queremos ir. Vai ser uma obra sobre o momento do Brasil, mas também sobre o amor, que nunca deixamos de cantar”, conta.
“O disco novo sai esse ano. Em maio devemos soltar a primeira música. Hoje não tem mais gravadora, então você pode ir lançando duas, três músicas aos poucos, antes do disco”, conclui.
Lazzo Matumbi: Vem Dançar / amanhã, 20h30 / Café-Teatro Rubi / R$ 80 / Vendas: Bilheteria: Café-Teatro Rubi (3013-1011), das 14h às 19h (em dias de apresentação, até às 20h30)
Blog (que, nos seus primórdios, entre 2004-05, foi de um programa de rádio) sobre rock e cultura pop. Hoje é o blog de Chico Castro Jr., jornalista formado pela Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia. Atualmente, é repórter do Caderno 2+ do jornal A Tarde, no qual algumas das matérias vistas aqui foram anteriormente publicadas. Assina a coluna Coletânea, dedicada à música independente baiana. Nossa base é Salvador, Bahia, a cidade do axé, a cidade do terror.
Um comentário:
É muito gramour!
https://glamurama.uol.com.br/banda-eva-tera-como-equipe-de-seguranca-coreografos-bailarinos-e-afins-neste-carnaval/
O carnaval da Bahia desconhece limites para o absurdo.
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