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A deusa Eva Green rouba a cena como Ava, uma femme pra lá de fatale... |
Assim como sua predecessora, a película tem direção da dupla formada pelo quadrinista Frank Miller (The Spirit, 2008) e pelo cineasta Robert Rodriguez (Planeta Terror, 2007).
Miller se tornou diretor de cinema justamente pelas mãos de Rodriguez, quando este o convenceu de que uma adaptação cinematográfica de sua série de HQs Sin City (publicada no Brasil pela Devir) era viável tanto estética, quanto financeiramente.
O resultado foi o filme de 2005, aclamado pela ala mais pop da crítica, enquanto o setor mais cinéfilo sapateou com raiva sobre sua apropriação da estética noir, estilizada por Miller às raias do exagero graças aos cenários em CGI.
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Rosario Dawson é a líder das prostitutas sadomasô e exímias lutadoras |
Dama fatal e peladona
Em A Dama Fatal, Miller & Rodriguez se limitam a ampliar a mitologia de Sin City, contando novas histórias com novos personagens e mantendo alguns do primeiro filme.
O elenco mantém a tradição e é estelar, aliando nomes “da hora” como Joseph Gordon-Levitt, Josh Brolin, Eva Green (a Dama Fatal do título, que passa mais da metade do seu tempo de tela peladona) e Jessica Alba com veteranos de responsa, como Mickey Rourke, Powers Boothe (brilhante como o maléfico Senador Roark) e Bruce Willis.
Tudo se passa na fictícia Basin City, uma mistura de Los Angeles (pelos coqueiros e colinas) com Brasília (pela corrupção generalizada), onde as prostitutas usam trajes sadomasô 24 horas por dia e são exímias lutadoras com espadas samurai.
Há três ou quatro histórias que se desenrolam de forma errática, como a do jogador Johnny (Joseph Gordon-Levitt), que chega a cidade decidido a limpar o Senador Roark no pôquer e, claro, arranja uma baita encrenca.
Vemos o começo do périplo de Johnny no início do filme, mas seu desenlace só se dará na parte final.
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Jessica Alba é Nancy, uma stripper traumatizada pelos eventos de Sin City |
A despeito de seus 90 e tantos minutos regulamentares passarem sem sacrifício para o espectador interessado, alguns pontos enfraquecem Sin City: A Dama Fatal.
Curiosamente, todos os seus protagonistas tem o costume de gravar narrações em off e mais: todos eles soam como um clichê de detetive noir – amargos, desiludidos, sempre tecendo observações sobre como “esta cidade é como uma prostituta ruim” etc e tal.
Talvez seja intencional, já que o filme (e as HQs) não passam de pastiches do noir original dos anos 1940.
Jessica Alba, como a stripper Nancy, faz boa figura, mas acrescenta pouco com seu drama muito ligado ao primeiro filme, do qual poucos se lembram, nove anos depois.
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Mickey Rourke retorna como Marv, um brutamontes superfã de trocar soco |
Nove anos e inúmeras outras adaptações de HQ para as telas depois, a continuação de Sin City perdeu o fascínio da novidade, apesar do apuro técnico e meia dúzia de atuações carismáticas.
Uma hora e meia de escapismo e pronto.
Sin City: A Dama Fatal (Sin City: A Dame To Kill For) / Dir.: Frank Miller e Robert Rodriguez / Com Joseph Gordon-Levitt, Josh Brolin, Eva Green, Jessica Alba, Mickey Rourke, Rosario Dawson, Powers Boothe, Bruce Willis / Em cartaz: Cinemark, UCI Orient Iguatemi, UCI Orient Barra, UCI Orient Paralela, Cinépolis Bela Vista, Itaú Glauber Rocha, Cinépolis Salvador Norte
2 comentários:
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Como todos sabem, a única coisa imperfeita em Sin City é a vagabunda magricela inexpressiva Jessica Alba no importante papel da prostituta voluptuosa (no pape) Nancy.
O resto é obra-prima.
(Ernesto Ribeiro, sem internet em casa, porque a OI é a coisa mais vagabunda nesse país de putas)
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Ao receber meu salário, só me resta parafrasear o Marv de Sin City:
"Este país faz de todos nós umas putas baratas!"
Ernesto Ribeiro, puto.
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