Superchunk em super volta
Indies rockers de primeira hora, alegrai-vos: Superchunk, a sensacional guitar band de Mac McCaughan está volta ao circuito, nove anos depois de lançar seu último álbum, Here’s To Shutting Up (2001). E o melhor: nem parece que ficaram parados tanto tempo. A fidelidade ao som sujo, baseado em riffs cortantes, mais a as belas melodias costuradas pela voz esganiçada do Mac continuam a toda aqui. O abre-alas arrasador, dançante e grudento com Digging For Something é só o início para 42 minutos de delícias como Learned To Surf e Crossed Wires. Melodioso, sujo, pesado. Superchunk / Majesty Shredding / Merge Records / Importado
Revival, não: atual
Depois de décadas no ostracismo, a cantora remanescente da era disco Sharon Jones teve sua chance de redenção quando o baixista Bosco Mann a convidou para assumir a frente do palco e da sua banda, a extraordinária The Dap-Kings. Resultado: uma sequência matadora de discos que, mais do que fazer um revival do soul da gravadora Atlantic, o atualiza para novas plateias. Precisa mesmo dizer que se trata de mais um discaço? Sharon Jones & the Dap-Kings / I Learned the Hard Way / Daptone Records / Importado
O mar como metáfora
Um jovem marinheiro, decidido a abandonar a vida no mar, vê sua vida sofrer uma reviravolta ao ser nomeado capitão de um navio mercante. A partir daí, Joseph Conrad (1857-1924), autor do clássico O coração das trevas, traça o período de transição entre juventude e idade adulta, ao confrontar seu personagem com as mais inesperadas e estranhas adversidades. Em Conrad, o mar é como uma metáfora para a vida. A linha de sombra / Joseph Conrad / L&PM / 144 p. / R$ 12 / lpm.com.br
Veterinário e surreal
O humor surreal, veterinário e hilariante de Fernando Gonsales está de volta neste novo álbum do Níquel Náusea, o décimo lançado pela Devir. Estão aqui o rato Níquel, a barata Fliti (viciada em Baratox) e o sábio esclerosado que vive numa caverna, entre outros. Níquel Náusea: A Vaca foi pro Brejo atrás do Carro na frente dos Bois / Fernando Gonsales / Devir / 50 p / R$ 23 / http://www.devir.com.br/
Microcontos pré-twitter
O humor finíssimo (e hilariante) de José Cândido de Carvalho (1914-1989), o conhecido autor de O coronel e o lobisomem (1964), é o mote deste livro, reunindo centenas de microcontos (muito antes do Twitter). Fora de catálogo há mais de 30 anos, é uma deliciosa leitura. Se eu morrer, telefone para o céu / José Cândido de Carvalho / José Olympio / 294 p. / R$ 32 / http://www.record.com.br/
Diversidade racial intergaláctica
O leitor já viu um romulano? E um borg, sabe o que é? Quem sabe talvez um vulcano? Essas e outras três raças extraterrenas são velhas conhecidas de qualquer fã das séries de Jornada nas Estrelas. Neste álbum em quadrinhos, a diversidade racial intergaláctica é o tema para boas HQs de ficção. Star Trek: Raças Alienígenas / Vários autores / Devir / 152 p. / R$ 37,50 / http://www.devir.com.br/
"Porque Deus quis"
Durante mais de uma década (de 1992 a 2005), um jornalista americano viajou pelo mundo, percorrendo diversos países, para fazer uma simples pergunta: por que você é pobre? Do riquíssimo Japão ao paupérrimo Iêmen, William Vollmann ouviu as mais variadas (e reveladoras) respostas. Um novo e brilhante olhar sobre o assunto, com mais de 100 fotos do próprio autor. Por Que Vocês são pobres? / William T. Vollmann / Conrad / 448 p. / R$ 49 / http://www.lojaconrad.com.br/
Nova namoradinha
A cantora e jazzista inglesa Nellie McKay presta sua homenagem à Doris Day, a Namoradinha da América, em um CD que prima pela fidelidade aos arranjos originais, com muitas cordas e big bands de metais. Com uma interpretação contida, mas elegante, McKay manda bem em clássicos da canção norte-americana, como Crazy Rhythm, Sentimental Journey e Do Do Do, além da brasileiríssima Meditation, de Tom Jobim. Nellie McKay / Normal as Blueberry Pie: A Tribute To Doris Day / Universal Music / R$ 29,90
Se aqui é assim, imagina no Afeganistão
Em 1986, o fotógrafo Didier Lefèvre acompanhou a ONG Médicos Sem Fronteiras em uma expedição ao Afeganistão, então nos últimos dias da dominação soviética. O resultado é esta HQ em três volumes – o 3º acaba de chegar às livrarias –, que mistura as fotos aos desenhos simples de Emmanuel Guibert. Um registro único da medicina, exercida nas piores condições. O fotógrafo - Volume 3 / Guibert, Lefévre e Lemercier / Conrad / 112 p. / R$ 46 / http://www.lojaconrad.com.br/
Qorpo presente
Uma das figuras mais controversas da literatura brasileira, o dramaturgo gaúcho Qorpo Santo (1829-1883) tem sua conturbada trajetória recriada neste romance do seu conterrâneo, Luiz Antonio de Assis Brasil. Publicada pela primeira vez em 1987, a obra ganha relançamento e levanta questões pertinentes sobre sanidade e loucura. O provincianismo que condenou Qorpo Santo, visto com lente de aumento. Cães da Província / Assis Brasil / L&PM / 264 p. / R$ 38 / www.lpm.com.br
Blog (que, nos seus primórdios, entre 2004-05, foi de um programa de rádio) sobre rock e cultura pop. Hoje é o blog de Chico Castro Jr., jornalista formado pela Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia. Atualmente, é repórter do Caderno 2+ do jornal A Tarde, no qual algumas das matérias vistas aqui foram anteriormente publicadas. Assina a coluna Coletânea, dedicada à música independente baiana. Nossa base é Salvador, Bahia, a cidade do axé, a cidade do terror.
9 comentários:
Sharon Jones é recomendado pra quem acha que Ammy Winehouse descobriu a pólvora.
Inclusive porque os músicos dela tocam nos disos da cachaceira fashion.
Porra, Nei, disse tudo... foi você quem me arranjou uma cópia, acho que do primeiro cd dela ano passado, a mulher parece uma James Brown de saias! Essa á toda original merrrrmo!!!
Fãs da soul music, trago-vos boas novas: ouçam já logo correndo agora Wake Up, parceria de John Legend com a banda The Roots, revivendo o soul de protesto dos anos 60. Um dos discos do ano. Mais informações e a devida aprecisção em breve.
Demorou...Ninguém, em sã consciência, acha que a criatura descobriu alguma pólvora. Mesmo porque, neste quesito, muito menos a (fantástica) Sharon descobriu nada. Ambas sabem muito bem como acender o pavio. Uma só tem um disco lançado (a rigor, dois, mas o primeiro foi independente, quase não conta) a outra tem uma bela carreira (oooupzz). Menos, senhores, menos.
Sem contar o favor que Amy fez de colocar o soul incendiário nas mega paradas de sucesso com uma das melhores canções soul ever: Sim, estou falando de Rehab.
Podem começar o arremesso de bigornas no meu telhado de vidro fumê (nopha!)
CEBOLA...MENOS PRA CARALHO MEU CARO!
Joss e Duffy mandam beijinhos!!!
Bigooooornaaaaaaaaa....
NADA! Mantenho e reafirmo! Joss e Duffy são outros grande exemplos de novo soul de primeira. Não muda uma vírgula do que eu disse. Uma das melhores canções soul ever!
Já que suncê citou outra belezura( Duffy) meto mais uma nessa categoria: Mercy! Outra canção que brilha como uma bigorna sob um sol de meio dia numa praia deserta. Toma lá: http://www.youtube.com/watch?v=y7ZEVA5dy-Y&ob=av2e
De nada!
joss e duffy suck! winehouse canta muito e ainda compõe!
G.
ta vendo? todo mundo tem opiniões. É assim que funciona. eu adoro Duffy. Muito.
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