Que Axl Rose é um típico rock star white trash republicano, megalomaníaco, racista e sem noção todo mundo já sabe. O que não se entende é por que, ainda hoje, sua banda, a mutilada e descaracterizada Guns ‘n‘ Roses, ainda seja capaz de lotar estádios mundo afora.
Pois bem, a resposta está no DVD Live at The Ritz 1988, recém-lançado pela Coqueiro Verde. Se algum dia o Guns ‘n‘ Roses foi uma grande banda de rock – de hard rock do bom – este dia está registrado neste vídeo.
Em 1988, o rock estava numa fase de entressafra difícil. Quem mandava nas paradas era o xaroposo Bon Jovi e seus insuportáveis clones do chamado hair metal, podreiras indizíveis como Poison, Cinderella e afins, que apenas diluíram a proposta do glam rock setentista dos New York Dolls.
Inicialmente identificado como apenas mais uma dessas bandas, o Guns ‘n‘ Roses logo se destacou pela pegada infinitamente mais suja – roots, mesmo – do seu som, uma trombada entre Led Zeppelin, Aerosmith, The Stooges e – dizem as más línguas – a obscura Black Oak Arkansas, de cujo carismático vocalista, Jim Dandy, Axl Rose "emprestou" a voz rasgada e aguda ao mesmo tempo.
Neste show, com o sucesso ainda chegando, mas não totalmente estabelecido, o Guns ‘n‘ Roses era, possivelmente, a melhor banda de rock do planeta.
Com o carisma ainda intacto, Axl Rose, mais o incrível Slash e a formação original (e melhor, sem dúvida) e o repertório centrado no seu primeiro (e melhor) álbum, não tem como errar: showzaço de rock.
A má notícia é que a qualidade – tanto do som quanto da imagem – não é lá essas coisas. Parece uma transposição direto de uma fita VHS para o DVD. Mas como o conteúdo é do melhor e o preço é camarada, é uma aquisição que, no fim das contas, vale a pena.
Guns ‘n‘ Roses Live at The ritz 1988 / Coqueiro verde / DVD: R$ 14,90
ROCKET QUEEN Live at The Ritz, NY City - Bons tempos, hein?!?
Blog (que, nos seus primórdios, entre 2004-05, foi de um programa de rádio) sobre rock e cultura pop. Hoje é o blog de Chico Castro Jr., jornalista formado pela Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia. Atualmente, é repórter do Caderno 2+ do jornal A Tarde, no qual algumas das matérias vistas aqui foram anteriormente publicadas. Assina a coluna Coletânea, dedicada à música independente baiana. Nossa base é Salvador, Bahia, a cidade do axé, a cidade do terror.
17 comentários:
Este show do GNR passou na antiga TV Manchete em 1989 e - salvo engano - foi um dos fatores responsáveis pela popularidade gigantesca que a banda ganhou no Brasil, na época, o que desembocou em sua vinda para o Rock in Rio 2, em janeiro de 1991 (Eu Fui! E com uma galera que anda por aqui, né, Marcio?).
Cópias VHS desse show eram pirateadas a torto e a direito - todo mundo que a gente conhecia queria ter esse show em casa. Nessa noite, com certeza, o GNR foi a melhor banda do mundo.
Na manhã seguinte, eu já não sei...
Até por que o Faith No More já estava a caminho, prestes a roubar o show no Maracanã e deixar todo mundo de caaaaara! Bons tempos.
Com certeza Chicaço! Lembre mais aí... Apu, Fred, Zendo, Mersola (óbvio!), Stopô(?)...
Embora "a nível de" show quem eu mais gostei foi do Judas Priest... Enfim, o que aconteceu com aquela faixa enoooorme protestando contra a guerra do Kwait? Rsrsrsrsrsss...
Inclusive eu conheci o Guns com o próprio Boreste, lá em Ipitanga, quando a gente ainda tinha aquelas vitrolas lá e ele me mostrou um LP promocional de rádio com três faixas, duas do lado A de não sei quem e uma do lado B que era justamente Sweet Child O'Mine... Lembro que ele tava deslumbrado mas que a mim não causou grande efeito inicial não... como eu dissera: enfim...
esse vhs meu vivia rodando casas de amigos na época...
foda!
potato
Eu tava nessa também, com direito a Megadeth, Queensryche, e outras coisas.
Em 1991 eles estavam melhores ainda, com a fúria do show em questão, ainda com Izzy Strandlin, mais com um baterista mais pesado ( Matt sorum) e mais intimidade com os grandes estádios.
O Faith no more foi legal, mais não calçava a bota do guns na época.
Nei, de fato, Matt Sorum era um baterista mais pesado. Mas sei lá, já naqueles shows do Rock in Rio - os primeiros com Matt Sorum - alguma coisa já havia se perdido no Guns n' Roses. Já não era a mesma banda desse show no Ritz. Foram bons shows - fomos nos dois dias, 20 e 23 de janeiro de 1991, eita memória retada!
Mas alguma coisa já havia se perdido, já não era a mesma coisa. Steven Adler, que vivia sorrindo atrás da bateria, tinha o touch, suíngue, a pegada original da banda, algo que Sorum, na minha humilde opinião, jamais conseguiu alcançar, por melhor batera que ele fosse.
O Faith No More, na minha opinião, foi quem fez o grande show daquele Rock in Rio, pegando todo mundo de calças curtas - já que quase ninguém conhecia direito a banda ainda.
O Judas e o Megadeth foram do caralho tb. No show do Judas eu vi vários headbangers de lágrimas nos olhos. Sabe aqueles metaleiros gordinhos de casaco jeans cheios de patches? Pois é. Imagina milhares desses chorando pelo Maraca? Foi lindo.
Márcio, Estupô e Apú não tavam nessa viagem, não. Fomos eu, vc, Mersola, Zendo, Fred, Vandex e Neidson (que no meio do percurso de ônibus pro Rio ganhou o imorredouro apelido de Neocid).
Tenho fotos. Inclusive uma histórica comigo, vc, Mersola e Cláudio, a quem eu e Mersola tínhamos acabado de ser apresentados, na porta do Maraca. Cê não tem essas não?
Ah, a faixa "No blood for oil" ficou na lixeira da rodoviária do Rio, depois daquela confusão com minha tia (que Deus a tenha em bom lugar).
Sim, a banda de "Civil War" não era a mesma banda de "It´s so easy" e demais balas, o calibre era outro!
Eu tambem tava no RR2,o melhor show foi o do Priest,os caras tavam na tour do Painkiller,foi uma paulada no juizo!Sobre o Guns,concordo,com Adler na batera era melhor.Mas pra ser sincero,essas "hair bands" protagonizaram um dos capitulos mais ridiculos e pateticos da historia do rock,mas mesmo assim se cavucar da pra encontrar alguma coisa legalzinha.Eu ate gosto do Apetite,mas pra o som q os caras se propuseram a fazer,foi no maximo uma bandinha legal pra distrair na epoca,nada muito mais do q isso.Na minha opiniao,dessa epoca dos anos 80 e inicio dos 90,o rock pesado norte-americano foi fraco,o q rolou de melhor foi o Van Halen,as bandas trash da Bay Area,e mais alguns musicos americanos q deram uma grande contribuicao no estilo(Randy Rhoads,Jake E.Lee,etc).Ate as bandas grunge q tinham uma pegada mais hard/heavy(Alice In Chains,Soungarden)eu acho mais interessante q as hair bands.Mas tudo isso nao da nem pra pensar em comparar com as bandas americanas de pauleira dos 60's e 70's.E isso nao eh saudosismo nao,eh so ouvir pra sentir.Falou.
Também acho que Steve era muito mais a cara do guns que o Sorum, acho que se perdeu aquela pegada stoneana que a banda tinha no começo, ficou mais dura.
Esse show da manchete passou tres mil vezes nas tardes de sábado no rock expresso (lembram disso? a abertura tinha um solo de Brian may).
Tamos velhos prá caralho, graças a Deus.
Abraços aos amigos,
Mario Jorge
Rapaz,ao mesmo tempo q eu do gracas a Deus,as vezes tenho de concordar com Jagger:"what a drag is gettin' old".
Cara, o que que eu tava tomando na época que alguns detalhes me fogem da cabeça?
Bem, Chicaço, lembro de algumas fotos sim, e a mais viva na minha (urghhh!) memória foi aquela que a gente fez fila pra empurrar o buzu da Penha em que nós estávamos.
O lance de Cláudio e Mersola, claro que me lembro! Como não? rs
Já vi que eu e o da "Velha Escola" aí tamos bem sintonizados: "Mas tudo isso nao da nem pra pensar em comparar com as bandas americanas de pauleira dos 60's e 70's".
O Blue Cheer que o diga...
"...no máximo uma bandinha legal...", é sacanagem.
Eles não eram o Led Zeppelin, mais junto com o Aerosmith renascido depois do Pump e do Permanent Vacations, colocaram de novo em pauta o rock de verdade, dedicado às coisa boas da vidas; mulheres, bebidas e outras substâncias.
Por falar nisso; sábado tem Paulinho na Sitorne, e sexta de sábado Detroit Kiss cover no Groove.
Resto é biquinho malcriado!
Muitos consideram o Vincebus Eruptum como o primeiro disco de heavy metal lancado oficialmente,eu nao concordo nem 'disconcordo',so sei q o disco eh um coice nos ouvidos,discasso.Sobre o Guns,com certeza teve sua importancia dentro do contexto da epoca em termos de hard rock USA,mas sinceramente nao vejo nada muito acima da media no som dos caras,se a gente pegar tudo q foi feito de hard em todos esses anos,teve muita coisa melhor q eles alem do Zep.E o Aerosmith tambem nao voltou com a mesma forca q tinha nos 70's,os caras ate voltaram tocando melhor mas as composicoes e os discos ja nao tinham a mesma qualidade,e o Tyler ja tava com a voz meio esbagacada.
E pra quem gosta do cheiro de mofo,uma boa dica:www.wolfgangsvault.com ,tem tudo ou quase tudo da serie
King Biscuit Flower Hour e mais muita coisa do arquivo pessoal do Bill Graham.Nao tem tudo de todo mundo(e quem o tem?)mas o q tem ja da pra tirar a cara bacana.Tudo pra audicao gratuita e algo pra comprar o download.E o melhor da coisa,gravacoes bootlegs(a maioria puxadas da mesa)sem nem 1 pingo de overdubs,ou seja,a verdade nua e crua!O dificil eh escolher por onde comecar.Tai um bom comeco:www.wolfgangsvault.com/wishbone-ash/concerts/capitol-theatre-january-19-1974.html
Nessa época era uma grande banda, e os músicos realmente se esforçavam para ganhar a fama e fazer shows perfeitos.
Depois da fama mundial as brigas começaram, e a banda ruiu. Triste...
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