Os irlandeses voltam a fazer barulho mundial com filme em 3D, CD novo e relançamentos em edições de luxo
Há quem ache que é a maior banda do mundo. Há quem ache o vocalista um chato de galochas. Mas impune, ninguém fica ao U2. Até porque o barulho que eles fazem na mídia em escala planetária, é, por assim dizer, ensurdecedor.
Só neste exato momento, o grupo se encontra estampando manchetes ao redor do mundo em pelo menos três frentes: o lançamento do filme U2 3D, a finalização de um novo CD com músicas inéditas e o relançamento dos três primeiros álbuns em reedições de luxo.
Há ainda o tardio lançamento do fantástico vídeo Under a Blood Red Sky - Live at Red Rocks (1983), que documenta o inesquecível show no anfiteatro de Red Rocks, localizado nas montanhas do Colorado (EUA).
Entre tochas, bandeiras e discursos inflamados, o vídeo documenta com muita emoção o auge da fase messiânica de Bono & Cia. A gravação será lançada em pelo menos quatro formatos: DVD, pacote com DVD e CD, CD e vinil.
3D – Já o filme U2 3D, que acaba de sair do forno, é dirigido por Catherine Owens e Mark Pellington e documenta o show de Buenos Aires da turnê Vertigo, que também passou por São Paulo em 2006, e promoveu o último álbum do grupo, How To Dismantle an Atomic Bomb (2004).
O filme apresenta 14 músicas executadas direto, uma atrás da outra, em cerca de uma hora e vinte de ação no palco, sem entrevistas, imagens de bastidores ou outras frescuras que costumam aparecer em filmes do tipo. Estão lá, desde hits clássicos como Pride (In The Name Of Love), New Year‘s Day e One, até sucessos mais recentes, como Sometimes You Can´t Make on Your Own, Vertigo e Beautiful Day.
Detalhe: tudo isso, incluindo a faraônica produção que caracteriza os shows do U2, foi capturado por câmeras digitais com tecnologia 3D (três dimensões), o que aproxima sobremaneira o público do que acontece na tela.
Relatos na internet de quem já viu o filme dão conta de que a sensação é de que o espectador vai esbarrar com algum membro da banda a qualquer momento. Concebido para ser assistido somente nas salas digitais com tecnologai 3D, o filme não será sequer lançado em DVD.
A nota dissonante, pelo menos para os apreciadores baianos do grupo, é que Salvador não dispõe de salas de cinema digitais, quanto mais de salas digitais com tecnologia 3D.
Ou seja: quem quiser assistir U2 3D da forma como foi idealizado pelos seus criadores, deve tomar o caminho do Aeroporto Luís Eduardo Magalhães e rumar para o Rio de Janeiro, São Paulo ou Florianópolis, as únicas cidades brasileiras que dispõem de salas do tipo. A estréia é amanhã.
Linha do horizonte – Sobre o novo álbum em si, as notícias ainda são um tanto vagas. De certo mesmo, só a data de lançamento, que é na segunda quinzena de novembro, e o título: No Line on the Horizon. Os produtores são os velhos parceiros Brian Eno e Daniel Lanois.
Contudo, quatro faixas, em gravação sofrível, já vazaram na rede mundial de computadores. A história desse “vazamento“, aliás, é tão divertida, que dá até para desconfiar se não se trata de uma jogada marketeira do grupo para ir “aquecendo“ o público até o lançamento.
Consta que Bono ouvia as tais quatro faixas com o volume bem alto, na tranquilidade do lar, em sua casa de praia no sul da França, quando um jovem holandês de férias passou pela casa, reconheceu a voz e imediatamente sacou do celular e gravou tudo, inclusive ruídos de fundo, o barulho do mar e o grasnar das gaivotas.
As faixas já têm até título: Sexy Boots, Moment Of Surrender, For Your Love e No Line On The Horizon, que dá nome ao CD.
Claro que, apenas momentos após o holandês malandro postar as faixas no You Tube, elas foram retiradas do ar por questões de direitos autorais. Como na internet nada se perde, tudo se copia e se cola em outro lugar, as quatro músicas novas do U2 ainda circulam livremente por aí.
Primórdio revisitado – Mas quem achou os últimos CDs do U2 meia-boca vai gostar mesmo é dessa notícia: os três primeiros álbuns dos irlandeses, Boy (1980), October (1981) e War (1983) estão sendo relançados em edições duplas de luxo.
No disco um, o álbum original, remasterizado. Já no disco dois, o fã encontrará lados B de singles, gravações ao vivo e raridades. A edição simples sai também em vinil – no Reino Unido, claro. Acompanha ainda um encarte com 36 páginas recheadas de informações sobre a gravação de cada álbum, naquele momento específico da banda.
Ainda não há informações sobre o lançamento desse material no Brasil, mas, dado o bom histórico de vendas da banda por aqui, Boy, October e War nas edições duplas não devem demorar de chegar às lojas. Por enquanto, já dá para adquirir em lojas on line como a Amazon, por US$ $23.99, em média.
Produzidos por Steve Lillywhite – que se reuniu ao grupo em 2004 para produzir How To Dismantle an Atomic Bomb – os primeiros álbuns do U2 são três jóias do pós-punk britânico: angulosos, ásperos, diretos e imaturos (com exceção do War), no melhor sentido da palavra.
No meio de todo esse ruído de mídia, ainda há quem encontre tempo e disposição para protestar contra a mania do Bono Vox de querer salvar o mundo.
O site The Point.Com lançou um abaixo-assinado on line pedindo que o vocalista cesse suas campanhas solidárias pela África. Segundo a petição, a organização RED, criada por Bono, gasta mais dinheiro em publicidade do que ajudando aos necessitados.
U2: OS 3 PRIMEIROS ÁLBUNS RELANÇADOS
Boy (1980)
Os garotos dublinenses que viriam a conquistar o mundo surgiram com este álbum, em que se destacam os hits I Will Follow (um verdadeiro hino) e The Electric Co. Logo de cara, a voz marcante de Bono e a guitarra personalíssima de The Edge se destacam.
October (1981)
Mais confiantes, Bono & Cia chegam ao 2º álbum cravando pequenas pérolas como Gloria, I Fall Down, I Threw a Brick Through a Window, Fire e Rejoice, entre outras. Há quem ache este o disco mais fraco da 1ª fase, mas a força de suas canções é inegável.
War (1983)
O LP que é o auge da 1ª fase é também o apogeu da viagem messiânica de Bono. Como esquecer o impacto de Sunday Bloody Sunday e New Year‘s Day? Destacam-se ainda Two Hearts Beat As One e 40. Daí em diante, o U2 entraria na sua fase americana, de (re)descoberta das raízes do rock...
Blog (que, nos seus primórdios, entre 2004-05, foi de um programa de rádio) sobre rock e cultura pop. Hoje é o blog de Chico Castro Jr., jornalista formado pela Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia. Atualmente, é repórter do Caderno 2+ do jornal A Tarde, no qual algumas das matérias vistas aqui foram anteriormente publicadas. Assina a coluna Coletânea, dedicada à música independente baiana. Nossa base é Salvador, Bahia, a cidade do axé, a cidade do terror.
5 comentários:
Eu vi o trailer do U2 3D quando fui em São Paulo e assisti "Viagem ao centro da terra". É realmente demais, talvez até melhor do que ver um show de verdade.
hehehehehehe
Se rolar alguma promoção da Gol eu até acho que vou em SP só pra assistir essa porra!
Quem estiver nessas cidades não deve perder mesmo, Ramon...
Porra, eu quero muito ler isso.
Exclusivo: confira imagens do álbum The Zombie Survival Guide, da Avatar Press
http://www.universohq.com/quadrinhos/2008/n28082008_07.cfm
Páááára tudo! Parou, parou!
My Bloody Valentine chapou geral nessa incrível gravação de To Here Knows When, no Fuji Rock Festival (Japão). Tá tão claro que tem nego achando que é dublagem.
http://www.youtube.com/watch?v=3DEnwUAzPG4
Sublime.
quem diria, a volta dos mortos vivos: post novo em www.oculosdecebola.blogspot.com , ainda respirando...
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