" aqui em Salvador, a cidade do axé
a cidade do terror" Complete Control pelo Camisa de Venus
Deve ser uma coisa extremamente estranha para um americano observar o rock n roll em um pais como o Brasil.Mais estranho ainda ver suas ramificações e sua disseminação em lugares tão pouco prováveis como na Bahia. O livro escrito por Ednilson Sacramento, "Rock Baiano- historia de uma cultura subterrânea", é o primeiro(que eu saiba) a se propor a contar a historia de um ritmo(cultura?, estilo de vida?, nada disso?), estranho numa terra estranha. Estranha e hostil.
Logo na introdução, Ednilson, se refere as reações que a dedicação a tal tema suscita nesta terra: perda de tempo com a xérox da xérox?, Desperdício de papel? Para a maioria certamente, mas para uma minoria extremamente apaixonada, se trata de um "labor of love" ou seja um trabalho de e por amor.
E Ednilson, traça um painel e um relato, no mínimo emocionante, de uma cultura subterrânea, fora das atenções centrais da cultura oficial da Bahia, que vai frequentemente na contramão do que se convencionou chamar de "baianidade", alem de alargar a perspectiva cultural do fenômeno, abrindo espaço também para outras manifestações artísticas fundamentais que compõem o espectro do rock, tais como programas de rádios, imprensa, grafitti, e fanzines.Segundo ele mesmo diz, não existiu a intenção de sua parte de ter feito a biblia do rock baiano. Foram entre 10 a 12 anos de pesquisas, leituras, e muita vivencia com o rock local.Mais 11 anos foram necessários para que o livro fosse lançado.Obstinação, determinação e muita, mas muita paixão pelo assunto, o tal "labor of love".
Como explicar a sobrevivência do rock"n"roll na Bahia, resistente desde o fim dos anos 50, quando através do cinema(agente imperialista?) a baianada tomou contato com o rock?n?roll, quando no Cine Excelsior passou ?Sementes da Violência?, e desde, segundo consta, Raul Seixas trocou cigarros por discos de rock com americanos lotados no consulado dos USA, do qual era vizinho. A partir daí, Raulzito se encontraria com Valdir Serrao( o Big Ben), outro que tinha travado contato com o rock, mas este de forma totalmente intuitiva.Ednilson da uma geral do momento em diante em que Raul e Big Ben passam a andar juntos e praticamente forjam do nada o rock na Bahia. Fundam o Elvis Rock Club, no bairro da Calçada, e a essa altura do campeonato envolvidos com uma turma (Thildo Gama, David Barouh e outros) que foi pioneira do rock na Bahia, formariam conjuntos(não se chamavam bandas então) como Os Relâmpagos do Rock, The Black Cats, Os Cinco Loucos, e outros. Já a partir de 1963/64 o estouro dos Beatles ia tomando conta do mundo, e a Bahia sentia os reflexos, com conjuntos como Os Sombras, Quadrante 6, e outros se apresentando na TV Itapoan no programa "Poder Jovem", tocando em bailes e shows no Cine Roma, Clube Mesbla,e dando rolé na Praça da Sé. O rock foi continuado na Bahia durante o restante dos anos 60 pela Jovem Guarda, o movimento capitaneado por Roberto Carlos, que a partir do programa de televisão homônimo, que realmente popularizou o rock no Brasil. Bandas locais como Os Mustangs se destacavam em bailes estilo Jovem Guarda. Note-se que desde sempre o rock?n?roll nunca foi a musica considerada de bom gosto pela elite intelectual brasileira, sempre teve a bossa nova e a depois a MPB para arrebanhar nossos melhores rebentos.Alias a Tropicália foi forjada pela MPB ou pelo rock?
Raul, o maior e mais importante nome do rock"n"roll a sair da Bahia( prestem bem atenção aos adjetivos), se mandou para o Sul Maravilha, uma vez que, fazer e viver de rock na Bahia era(era?) impossível. Raul ressurgiria para a Bahia em 1972 ,com umas das mais impactantes performances ja feitas em terra brasilis, em pleno Festival Internacional da Canção, com Let Me Sing Let Me Sing. Mas há muito já deixara a Bahia para trás e o rock baiano, da qual era um dos seus principais agitadores.
Durante os anos 70 o rock baiano viveria sob uma influencia distante da psicodelia e da contra-cultura tardia. A Bahia, muito por causa da Tropicália, viveria seus "Summers of Love" , num misto de Hendrix, Caetano e Arempebe, uma peculiaridade geográfica que se tornou Meca hippie. Bandas como Os Cremes, Banda do Companheiro Mágico e principalmente o Mar Revolto tentavam emular de alguma forma aqueles tempos. A primeira metade dos 70 foram "dias estranhos". Passei a acompanhar o rock nesta época antes mesmo da adolescência (11 anos). Ouvia o programa do Big Ben na radio Bahia( que ficava perto do campo da Graça), e ia comprar discos promocionais que o mesmo vendia por de baixo do pano. Uma vez comprei na mão dele um Doors( o péssimo Full Circle, sem Morrison!), e um colega meu levou o espetacular School?s Out de Alice Cooper, fiquei anos achando que Doors era aquilo . As rádios Cruzeiro e Bahia( ambas AM), tocavam no meio da sua programação hits do rock?n?roll( Beatles, Credence, Stones) , mas o programa do Big Ben tocava Hendrix, Sly & The Family Stone, J. Gueils Band, misturado com outras coisas sem muito critério(ie suas próprias musicas). Aos 13 comecei a ir em shows na Concha Acústica e logo aos 14 ia ao ICBA. Vi shows dos sudestinos Terço, Made In Brasil, do expatriado Raul e do local Mar Revolto. Se a diferença entre a copia com a matriz era gritante, a copia da copia era foda( de ruim). Só Raul era que fazia frente, Raul fazia agente acreditar num tal de rock brasileiro.
Importante notar, que ate então, não se configurava na Bahia uma cena rock, as informações, que agora aparecem de forma organizada e de forma cronológica, não estavam disponíveis, nem articuladas, nos períodos mencionados ate então, e muito menos os movimentos do rock baiano eram articulados, com uma geração sucedendo a outra.Pelo contrario um movimento começava, depois acabava, depois surgia outro do nada, sem ter a menor noticia que tinha existido banda tal, com tal estilo em outra época. E? por isso que o rock baiano sempre foi ciclotimico , indo pra frente, depois para trás, e frequentemente para lugar nenhum. Apenas para constar( e isto não resolve o NOSSO problema), este é um problema da questão cultural brasileira como um todo, apenas aplique o grau adequado para cada setor cultural correspondente.
Nesta altura chegamos ao ponto crucial do livro de Ednilson, a década de 80 e a explosão do Rock Brasil e da construção de uma incipiente cena rock na Bahia, devido ao advento do punk. Ednilson cobre exaustivamente o período com a explosão do Camisa de Vênus que gerou uma cena que traria na sua esteira um movimente punk(!!!) na Bahia, mas que teve sua gestação e doutrinação a partir do momento que Marcelo Nova , o maior(eu disse o maior) colecionador e conhecedor de rock?n?roll da Bahia ever,fechou uma loja de discos chamada Nektar e foi trabalhar como programador de musica internacional na Aratu FM. Radio FM era uma puta novidade na Bahia, com audiência elitizada, uma coisa de ponta. Em pouco tempo Marcelo estava colocando Zepellin, Lennon e Hendrix na programação. Nesta época, Marcelo, segundo o próprio Kid Vinil(vejam o DVD Botinada), foi o primeiro cara a programar punk rock numa radio brasileira. Naquela época, Marcelo, um dos caras mais antenados(desculpem, foi mal) em rock, começou a travar contato com o punk rock que estava começando lá fora. Esqueçam as referências de hoje .Não tinha internet, nem MTV, muito menos You Tube. Ninguém sabia que porra era aquela.As noticias demoravam meses, as vezes 1 ano para chegar. Ao mesmo tempo Marcelo convencera seu chefe na Aratu, Linsmar Lins, a fazer um programa especial sobre bandas de rock, o Rock Special. No inicio apenas um programa didático sobre bandas consagradas de Rock, como Zepellin, Hendrix, contando a historia de forma cronológica, o Rock Special cresceu de tal forma a sua audiência, que Marcelo em pouco tempo estava tocando bandas totalmente desconhecidas e da vanguarda do punk e da New Wave , mudando a dinâmica da cidade.Ao mesmo tempo, já incorporando o espírito do faça você mesmo do punk, começava a formar o Camisa de Vênus.Marcelo, com o Rock Special, educou e doutrinou toda uma geração de rock baiano.Quando o Camisa veio, as pessoas, que sexta a noite paravam mesmo para ouvir um programa de radio(vejam só), já sabiam do que se tratava. Tiveram acesso a informação de ponta por parte de um agendador cultural( copiraite Marcos Rodrigues!), que conspirou e montou uma cena de um posto privilegiado, onde pela primeira vez na Bahia, o rock era o prato principal. O discurso anti baianidade do Camisa é por demais conhecido de todos, só que a agressividade e a articulação de Marcelo pegou o status quo de surpresa.Um dos principais méritos de Marcelo foi evidenciar a faceta urbana da cidade da Bahia, de forma contundente, explodindo os clichês sobre uma pretensa ?baianidade? dos soteros, que viveriam num eterno estado de graça num paraíso tropical em permanente estado de festa. Não eram questões novas, alias elas iriam recrudecer no futuro. Por uma única vez, o rock foi protagonista da questão cultural, e para surpresa total de muitos, ditou a pauta cultural.
A construção de uma cena era fundamental para a sustentação do furacão que veio depois, da explosão de bandas e da comoção que causou na cidade de Todos os Santos. Lógico que os tempos conspiraram a favor, os meios de comunicação tinha elegido o rock como bola da vez e o Rock Brasil em breve estouraria com a Blitz e Ritchie. E principalmente uma certa juventude baiana estava esperando um momento como aquele, e longe de ser marionete do Camisa, aproveitou o momento e fez acontecer por conta e brilho próprio.Ai entram Gonorréia, Espírito de Porco, Trem Fantasma, Delirium Tremens , mais uma pa de bandas.O Camisa ainda demorou mais de 1 ano morando na cidade, depois de ter estourado nacionalmente, o que o diferencia dos outros dois grandes do rock baiano, Raul e Pitty, que já tinham saído da cidade quando estouraram. Então, na minha opinião, se Raul foi indiscutivelmente o nosso maior rocker, Marcelo foi o principal articulador e figura central do estabelecimento da ?cena rock? baiano.
Depois da saída do Camisa, a incipiente cena entrou num vácuo, que depois foi preenchido por bandas importantíssimas como Via Sacra e Dever de Classe (principalmente). Estamos ai em 86, o rock dava as cartas no hit parade nacional, mas na Bahia rapidamente voltava a condição de marginal. Não obstante a cidade fervilhava com bandas como Doutrina Decadente, AI 5, Razão Social, Jesus Bastardus, ect, gangues de punks, a cena do PABX, a galera do Moto Lanches, ect. Fanzines como o Espunk pipocavam. O grafiteiro(e artista plástico) Miguel Cordeiro era Faustino, um acido critico da clase merdia baiana, que chegou ao ponto de fazer o vestuto jornal A Tarde pedir a atenção das autoridades ao ?tal do Faustino?. Só que o discurso punk trazia no seu radicalismo uma falta de consistência na sua práxis, que esvaziava a cena rock, alem de expor a questão da cidade dividida, tão bem focalizada por Ednilson. Os punks de verdade eram os de bairros proletários? O que era ser punk? E o rock nisso, é arte pura ou engajada? A arte engajada é melhor só por causa disto, independente da sua qualidade artística? Foi fácil para o status quo empurrar o rock baiano para o subterrâneo de novo.
Mas a esta altura o estrago estava feito, a quantidade de publicações alternativas, lojas alternativas e outras manifestações correlatas ao rock,pela primeira vez configurava uma ?cena rock? na cidade da Bahia .
Com todos os seus defeitos, inconsistências e contradições , a "cena rock" da cidade começou a se firmou. Porque o pior estava por vir. Passado o auge do Rock Brasil, a cena baiana iria se defrontar com um monstro gestado pela política cultural do estado associado a agentes de uma emergente industria cultural(donos de blocos e gravadoras), a axé music. Nao vou discutir de quem é a culpa(alo Toni Lopes!). Mas os agentes da axé music foram extremamente competentes em capitalizar elementos da cultura popular baiana de carnaval, rentabilizando-o ao zenith. E ai chegamos a parte final do livro de Ednilson, que fala de bandas que estão ai ate hoje como o Cascadura, outras em estado de hibernação com a brincando de deus, e outras já extintas, mas que foram determinantes para a cena atual , como a mitológica Úteros Em Fúria. A Úteros, foi a inspiração maior para o maior nome do rock do Brasil atualmente, Pitty. Acho, que esta cena , talvez tenha escrito os momentos mais heróicos do Rock Baiano, porque, poucas vezes uma geração de artistas foi ignorada de forma tão brutal como esta.Um exemplo de amor ao rock, porque só gostando muito para aturar anos e anos de isolamento e falta de reconhecimento. Então parabéns Ednilson, sua iniciativa, numa terra pobre de pessoas fazedoras, é um exemplo, alem de esclarecer e possivelmente iluminar alguns dos novos rockers da cidade. E mesmo contra sua vontade, é por enquanto é a biblia do Rock Baiano. Keep on Rockin!
Blog (que, nos seus primórdios, entre 2004-05, foi de um programa de rádio) sobre rock e cultura pop. Hoje é o blog de Chico Castro Jr., jornalista formado pela Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia. Atualmente, é repórter do Caderno 2+ do jornal A Tarde, no qual algumas das matérias vistas aqui foram anteriormente publicadas. Assina a coluna Coletânea, dedicada à música independente baiana. Nossa base é Salvador, Bahia, a cidade do axé, a cidade do terror.
37 comentários:
parabéns pelo relato apaixonado, osvaldo.
chega de pasteurizações!
Brama, lendo seu texto e o de Miguel eu começo a ter uma certa noção de como foi intenso esse período de 1979-84, com bandas locais botando de mil a três mil pessoas nos Circos Relâmpago e Troca de Segredos (segundo Miguel), o programa de Marcelo na Aratu FM etc. Mais incrível ainda foi como tudo isso foi "deletado" pelos donos da cultura local. Seu texto é especialmente esclarecedor na questão da mecânica das cenas. Uma se acabava e não deixava seguidores, assim, outra surgia do nada sem base e depois se acabava sem influenciar ninguém e assim por diante. Textaço.
Lindo texto, brahminha. Vou terminar de ler o livro (a pós me deu uma trégua agora...) e poderemos trocar figurinhas. Bj.
Fala, Miguel! Tô duvidando, não, bicho. Só atribuindo a informação à fonte.
Olha só essa entrevista do Caetano na Bravo. Reparem o desprezo dele com o "crítico baiano imitador":
Após uma fase em que você esteve sob o domínio de gêneros tão distantes do rock (os ritmos latinos, o samba reggae, os standards da canção norte-americana...), como se deu a passagem até as bandas Pixies e Pavement, entre tantas, que influenciam a sonoridade de Cê?
Você estava ansioso para saber o que a parcela da imprensa que trata o rock como uma música superior diria do CD?
Caetano: Até onde sei, a parcela da imprensa que trata o rock como uma música superior me odeia ou despreza. Mas eu não me senti tão distante do rock todos esses anos. Em primeiro lugar, me surpreende que se diga que o samba reggae é algo distante do rock. Reggae é corolário do rock ? e realimentador do rock dos anos 70 em diante. Quando Paul Simon gravou com o Olodum, alguns comentaristas americanos e ingleses julgavam tratar-se do uso de ritmo tradicional brasileiro por um artista do neo-rock?n?roll (é como prefiro chamar o rock pós-ingleses dos 60). Na verdade, o samba reggae do Olodum era algo bem mais recente do que Paul Simon ? e bem mais contaminado pelos desdobramentos do rock?n?roll do que este. Não quero nem falar em ?ritmos latinos?: Owner of the Lonely Heart [da banda Yes] é mambomania revisitada ? e Phil Spector já dizia que Like a Rollin? Stone era La Bamba com poesia agressiva. A própria axé music (que ganhou esse apelido inglês de um crítico baiano imitador dos críticos rockistas ?modernos? da Folha de S. Paulo) é um exemplo de vitalidade comercial e espontânea que tem história semelhante à do rock ? e, além disso, alimentou-se de rock, de modo desordenado (como deve ser quando a força é incontrolável), seja nas peças quase progressivas que Armandinho exibia na praça Castro Alves, nos anos 70, seja na mistura de Jimmi Hendrix com glitter que Pepeu Gomes apresentava no mesmo lugar e na mesma época. Mas axé music é um assunto longo, de grandíssimo interesse, que não temos espaço para tratar aqui como se deve. Basta dizer que a juventude brasileira ?desavisada? é arrastada por ela dos Pampas, das Alterosas, das avenidas de São Paulo, das praias do Rio, há décadas, de forma irresistível. E seus grandes artistas tornaram-se figuras nacionais sem deixar de morar na Bahia ? como Elvis nunca foi morar em Nova York.
Aqui: http://www.bravonline.com.br/noticias.php?id=2369
Eu fico muito irritado qdo tentam atribuir uma certa "influência roqueira" na axé music. É como dizer que Paulo Coelho tem influência de James Joyce, só por que os dois são escritores. Ou que Caio Mesquita (aquele moleque saxofonista de elevador que tá vendendo adoidado) tem influência de Charlie Parker - só por que os dois são saxofonistas. Rock e axé music são como água e óleo - não se mistura, um anula o outro. Esse papinho de Caetano é mais furado que minhas meias, fala sério...
Provavelmente a única pessoa que pensa assim (além do Caê) deve ser o retardado do Durval Lelys, que acha que é roqueiro só por que gosta de Pink Floyd e Dire "Streets", como todo brau que se preza. Aliás, brau que não curte Dire "Streets" não é brau...
velhos, esse disco cê, só caetano e gente com muita boa vontade ($$$$) pra achar que é rock, na moral...
caetano devia se limitar a fazer o que sabe.
Chico, Caetano inegavelmente foi o principal agendador cultural do pop brazuca desde sempre.Quando ele fala de Armandinho e Pepeu e suas influencias rockers ele nao esta mentindo.O que ele manipula no momento seguinte, é querer dizer que a produçao musical do axé é a mesma coisa da musica de trio eletrico de Pepeu (pre-axé). Sao coisas bem diferentes a inspiraçao e as referencias de Pepeu em 1973, ao fundir Hendrix e chorinho, e o pagodao indigente de Xandy.Caetano enxergou Hendrix no trio de Dodo e Osmar, e fez Atras do Trio Eletrico em 1969.Suas crias (la ele) querem que vc"pegue na minha e balance". Mas Caetano usa todo seu imenso cabedal cultural para encontrar paralelos e similaridades, o que deve ser pelo mesmo motivo que uma leoa defende suas crias.Deixa ele la. Voltemos ao rock nosso de cada dia.
Muito interessante esse blog, hein?!!
E esse 'histórico' básico do rock na Bahia é bem legal também. Ainda mais pra um cara que curte Camisa e Raul, e que mora longe, longe daí, do lado de Porto (Alegre?)...
se puderem, dêem 1 passada no meu blog (tem resenhas, comentários sobre shows e outras coisas perdidas nos arquivos!!) e opinem sobre!!
É isso mesmo, Brama. Entendo perfeitamente o lance de Armandinho e Pepeu, confesso que sou fã, aquilo sim era carnaval e tal. Mas a partir de Nega do cabelo duro, virou outra coisa, fudeu tudo, assassinaram o camarão, digo o carnaval. Mas esse papo tá pra lá de cansado, deixa pra lá mesmo - e como disse Peu na entrevista com Cebola, "não vou ficar aqui dando ibope pra loki", deixa quieto...
Thiago, seja bem vindo e volte sempre! A propósito, "Analfabeto funcional" é ducaralho. Vão lá conhecer, galera.
Lindo material, Esc, parabéns! Mas por favor, dê férias à palavra "alterna" no seu vocabulário... ;-)
"Essa defesa intransigente do Brasil lembra a atitude desses sujeitos que você nunca viu brigar mas que vivem repetindo "não levo desaforo para casa!". Eu levo, muitas vezes em forma de salário, e tenho certeza que na hipótese de uma intervenção militar de um país mais poderoso, a única resistência que podemos oferecer é uma carta de protesto da OAB. Em português, aprovada pelo Aldo Rebelo..."
Não vou nem comentar nada. Apenas leiam o resto aqui:
http://bizz.abril.com.br/blogbizz/mauhumor/
Filminho polêmico: Depois de ter o roteiro desautorizado por Lou Reed, agora é Bob Dylan que quer impedir o lançamento e a exibição de "Factory girl". Aqui:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u66987.shtml
Grande satisfaçao ver Toni Lopes participando da discussao.Alias Toni faz parte da historia do Rock Baiano, nao so comdono de selo loja e musico, mas principalmente pela maior contribuiçao ja dada ao rock de uma maneira geral quando levantou a questao fundamental da existencia humana:DE QUEM é A CULPA ? Queremos todos saber.Com a palavra Toni Lopes.
Grind house, a aguardadíssma nova travessura da dupla Tarantino / Rodriguez já é O grande filme-evento de 2007. Vejam só as fotos que apareceram no Omelete:
http://www.omelete.com.br/cinema/news/base_para_news.asp?artigo=21150
Totalmente imperdível.
A culpa é de quem tiver com a palma da mão amarela.
Aaaahhh, olhou, foi vc!!!...
janjão tu tah copiando o baitola beto bahia é? vai paraíba
janjão de aratuipe é viadagem de franciel cruz
Errado. Janjão de Aratuípe é uma pessoa e Franciel Cruz é outra. Beto Bahia não é uma pessoa. É um mito, uma lenda urbana. E como toda lenda urbana, não aconselho a ninguém brincar com ele, por que quando ele aparece é pra meter o dedo pra azedar, com gosto de querosene. Neném.
Informo a todos os leitores, amigos e inimigos deste blog, que a família Rock Loco ganhou mais um membro (nos sentidos literal e figurado) na última sexta, com o nascimento de Antônio Guttman Melhor (acho que é esse o nome completo), filho de Mário Jorge e Juliana Guttman. O garotão veio ao mundo 15 de dezembro, com 4 quilos e cheio de saúde. Mãe e filho passam muito bem. O pai ainda está se recuperando. Sabe como é, são muitas emoções...
O Rock Loco está feliz pra caralho e manda suas felicitações à família Guttman-Melhor.
Sagitarianos botam pra ver tálba lascar!
Só um pitaco:
o ano era 1984 e Mario Monstro, estudante do Colégio Antônio Vieira como eu e Cebola na época, dizia, "...isso é axé, etc...", se referindo a músicas do Chiclete de missinho e afins. Mário não inventou a expressão, que naquele momento ainda estava incompleta, mais o significado já era o que todos entendemos hoje. Digo isso só pra pontuar a intervenção de Miguelito, depois entro "de com força" na discussão.
Obs: ganha um doce quem souber quem é Mário Monstro!
Uuhhh... aquele que te carcou atrás do armário?
Pô, foi mal, Nei. Vc levantou, eu cortei.
marcelo e raul deram suas plagiadas, camisa com complete control do clash, my perfect cousin do undertones,i belive dos buzzcocks, raul com mr. spèaceman dos byrds. mas como disse zimmerman em no direction home, eles eram "espedicionarios musicais". e grande tony lopes!chutou o apu da barraca.so quero saber se tem culpa eu.
"Chutou o apu da barraca" é ótimo, Brama.
Ô Apú! Eu nem sabia que cê tinha barraca, maluco! Nem chamou os brother pra detonar umas celvas...
Mas Toni, na moral que eu inda achava melhor não ter axé - mesmo que isso configurasse uma breve ausência de assunto pra gente falar mal. Breve, por que SEMPRE vão existir coisas / pessoas / lugares / assuntos pra gente falar mal... Abraço e valeu o desabafo!
Vai rolar aí um disco tributo à The Band. Bandas participantes: Death Cab For Cutie, Jack Johnson (ah nããããããõoo!!!), My Morning Jacket, Gomez, Rosanne Cash, Gov?t Mule, Blues Traveler, Jakob Dylan e The Allman Brothers.
Aqui: http://www.dynamite.com.br/2003a/lernews.cfm?cd_noticia=18476
Que pena que não foi dessa vez...
http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u87860.shtml
olá pessoal, que comenta sobre o rock baiano do anos 70/80.
Eu Silvio Palmeira fui o precussor deste zorra toda, juntamente com meus parceiros do Mar Revolto, na nossa epoca,(72) a cena era bem chifrim, ainda dominava as bandas de bailes e o rock era empurrado por Valdir Serrão (Big Ben), que tinha um programa o Poder Jovem na TV Itapoan, mais era tudo arrumadinho, bonitinho, tinha ate um policial boa praça que cantava rock Gino Frey, O Mar Revolto botou pra fuder em todas as regras musicais e nas letras que falavão de drogas(maconha/acido), mulheres, sexualidade, contestação social, e etc, só que viviamos sob a rigidês do Departamento de Censura da Policia Federal, tivemos diversas musicas censuradas em partes ou na totalidade, eu como compositor e produtor da banda tive que me explicar por diversas veses na sede da PF, quando ainda era em frente ao Mercado Modelo, todas as apresentações tinham que ser previamentge submetida ao crivo da censura, porem sempre mantive bons relacionamentos com os censores da epoca, porem sempre cantavamos o que não estava no programa, ao ponto do Mar Revolto ter a sua musica mais popular chamada "Rock da Beata", que falava de uma bagana no cinzeiro, musica como "Menininha", que falava sobre gravides na adolecencia, "Ilha de Itaparica" que era uma viagem de acido, "Juizo Final" que anunciava o caos que vivemos hoje e mais uma serie situações que trazia a realidade nua e crua, o incomodo da censura perdurou até o nosso segundo disco qundo tive que mudar parte da letra e o titulo de uma canção, no caso "Gozo Real" e passou a chamar-se de "Sonho real".
Atenção moçada quem cunhou o nome da Axé Music foi o Marcelo Nova sim senhor, o Hagamenon talvez só tenho usado os jornais para propagar esta praga, o pai da criança é Marceleza, assim como o bordão "Bota pra fuder".
Boas epocas pra quem se lembra do Circo Relampago, grandes shows da musica nacional e da cena do rock local, lá estava Gonorreia, Trem Fantasma (Nicolau Rios), Delirium Tremelis, Ramal 12, Camisa de Venus que o jornal "A Tarde inssitia de chamar de Camisa de ...., e todos os grandes nomes do Rock nacional, Blitz, Roupa Nova, Gang 90 & Absurdetes, e nomes consgrados como Luiz Gonzaga, Sivuca, Clementina de Jesus, Geraldo Azevedo, Alceu Valença e mais uma pá de gente.
Só pra esclarecer o nosso amigo Ednilson Sacramento, que realizaou um trabalho de garimpagem perfeito, muito bom realmente, só que tem uma informação que o Grupo Jardim dos Milagres era a mais antiga banda de rock da bahia, não, não é verdade pois o Jardim dos Milagres era um sub grupo do Mar Revolto, formado por amigos e até por Geo Bemjamin, durante um periodo que ele ficou fora do M.R. no mais tudo é verdade pura.
No mais, é só aguardar pois vai ser tudo contado detalhadamente no livro que vou lançar onde vou contar tudo na real.
Em tempo o Mar revolto sempre teve uma base com os mesmos menbros (Silvio Palmeira/Raul Carlosgomes/Octavio Americo/Geo Benjamin e Jorge Vicente , e diversos outro musicos agregados ao longo da nossa jornada, Carlinhos Browm, Jorge Brasil, Silvinha Torres, Virginia, Monica Milet, Eduardo Nunes, Cezinha Napoles,nos nossos discos tivemos muiscos espetaculares, como Armandinho Macedo, Tomas Improta, Beto Saroldi, Linclon Oliveti, Robson Jorge, Zé Americo.
Valeu moçada.
Fico a disposição.
Silvio Palmeira
Não vou escrever muito,apenas agradecer pois como um baiano de 52 anos tendo vivido até os 12 em SSA e desde então em BSB, ao ler esse relato assistí ao filme da minha vida no cenário de Salvador. Sempre visitei a terra natal no verão e prá mim tudo começa com Else Quatro, Os Impossíveis e outros na TV Itapoan, passando pela "estação" 70's, Arembepe, Festival de Rock da Ilha de Itaparica, Mar Revolto, Banda do Companheiro Mágico além de Big Ben apresentando "O Som Legal da Bahia" onde escutei pela primeira vez Black Dog com o Led. Bem, tivie a felicidade de curtir o Circo Relâmpago onde ao ver Camisa, Ramal 12, Gonorréia e etc pude expressar "legal aqui também tem" pois vivia no antro do Aborto Elétrico, XXX, Blitx 64, Dado e o Reino Animal etc. E a consequência disso tudo foi cunhar a minha participação no chamado Rock de Brasília em bandas que fizeram parte da história local como Espaçonave Guerrilha, Os Ratos de Brasíli e 5 Generais (vide you tube). Muito Obrigado a vocês por proporcionarem essa reflexão.A propósito se alguém tiver registro fonográfico dessas lendárias bandas baianas por favor me dêm uma dica. Valeu. Marco Brô (marcobro@bol.com.br)
Dado Alves... demorei mas sei
exatamente o que vc relatou. Como tenho acesso ap livro? Keep in touch my friend...
Pois é, gallera, caí de paraquedas por aqui procurando um link pros discos do Mar Revolto e encontro gente como Miguel Cordeiro, companheiro de jornada blogueira musical. E já que estou por aqui, alguém sabe de links pros trabalhos dessa excelente banda?
Abrações a todos.
Meu Velhinho, texto fenomenal. Concordo em gênero, número e grau. Só descordo de uma coisa: A tal da pyti é uma falácia. Não coloqie panos quentes. Ela é aquilo que o Marcelo combatia. Ela e esta corja que convenciona-se chamar de " rock brasil". Meu e-mail: rhodias@yahoo.com.bres
Como faço para adquirir o livro?
rajesus@yahoo.com
por onde andas Ednilson Sacramento?na época que morava ai na bahia,e u tinha um grupi "Inumanos" e tb acompanhei muitos shows da banda "Contracultura"de Santo Amaro da Purificação, e sou muito amigo do pessoala ad Vovó do mangue de Maragojipe.Sou amigo do baixista Tiago da "The Honkers".E tive a possibilidade de particpar de muitos fests rocks ai ,porém vi que o espaço era pouco pra mim e vim para sampa.Hoje graças a Deus escrevo meus livros,toco,componho e me apresento solo.Quem puder me passar o contao do Ednilson me avisa por favor,ou me falar como ele está.E desejo tb adquirir um exemplar do livro dele sobre o Rock baiano.Me encontrem no facebook como Peer de Souza,"Poeta do Rock".grande barçoa todos e muito rocknroll!
ETA ÉPOCA BOA...A BAHIA TINHA MÚSICA E NÃO SABIA...
É bom que nesse livro tenha a personalidade mais ROCKER de Soterópolis, tanto na música como no teatro: a extraordinária cantora LYGIA CABUS e seu parceiro guitarrista / pianista / saxofonista SERGIO BELOV, ambos da THC — Típicos Habitantes da Cidade.
Assisti tambéms os shows de Lygia na Blue Velvet de 1993-2000.
(um parêntese: meu amigo Emerson Cabelo, guitarrista da Blue Velvet, me disse que fui eu quem inspirou indeiretamente o nome da banda, quando eu o convidei para assistir o filme Veludo Azul.)
Uma foto numa reportagem de jornal mostra um metaleiro beijando a bota de Lygia Cabus.
Mais não fala sobre as bandas que fizeram também nome no rock baiana como por exemplo minha banda com meus irmãos kaco no vocal,lalo batera , tuca Almeida e LÉO ALMEIDA na guitarra que era a banda Sinal Vermelho ficamos bons anos fazendo o nosso Rock baiano
Graças a deus que tive o prazer de esta no circulo relâmpago na pituba em Salvador, poder ouvir o camisa de venos tempos maravilhosos estava lá em todos os shows, me lembro de entra na casa de minha ex sogra cantando Silvia piranha kkkkkkkk o nome dela era Silvia, que deus a tenha em um ótimo lugar minha sogra querida.
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