terça-feira, novembro 28, 2006

TOP TRILHA SONORA PARA LER HQ

Esse negócio de trilha sonora é coisa séria. No cinema, é a música - e também a sua ausência - que determinam o tom da cena que estamos assistindo. Já pensou se, em vez da grandiloquente "Also spracht Zarathustra", Stanley Kubrick tasca a cretina "O Passo do elefantinho" para emoldurar seu alentado balé espacial? Ficaria ótimo - para um filme de Mel Brooks, claro.

Seria mais ou menos como folhear uma revista da Mônica enquanto se ouve o Beneath the remains, do Sepultura. (Acho que até conheço gente capaz de se divertir assim, mas eu não emprestaria dinheiro a eles - até por que não tenho!).

Na verdade, esse assunto - trepidante, apaixonante e absolutamente atual, como todos que são tratados aqui - passaria completamente batido por mim, não fossem os chapas Zé Oliboni e Diego Figueira, do site bacana Pop Balões, com o qual colaboro de quando em vez. Algum tempo atrás, eles fizeram um Top Five (ou Top Pop, como é chamada essa seção do site) de trilha sonora para se ler quadrinhos (leia aqui). Qual não foi a minha surpresa ao saber depois que a tal lista era na verdade, uma estratégia para me fisgar e assim, me provocar para que eu fizesse a minha própria lista!

Assim, em mais um serviço de utilidade pública aos leitores sem noção deste blog - e do Pop Balões -, listo aqui algumas sugestões de trilhas sonoras ideais para se ler HQs. Sem muito mais enrolação - como não é de costume deste blog - vamos a elas.

Retrofoguetes - Começo puxando a brasa para a sardinha do meu querido rock baiano, recomendando as suítes surf espaciais dos Retros para embalar suas leituras de ficções científicas ou podreiras em geral: EC Comics, Madman, Adam Strange, Flash Gordon, Super Homem (Era de Prata). O misto de surf music com space opera de Rex, Morotó e CH casa perfeitinho com aventuras em planetas bizarros, armas de raios, visão de raios-x, dimensões alienígenas e monstros de seis cabeças e três mamilos.

Johnny Cash - O Homem de Preto parecia, por si só, um personagem do western (Sartana?). Não causa surpresa que suas canções casem tão perfeitamente com quadrinhos de bangue-bangue. Sejam os clássicos italianos (Tex, Zagor, Ken Parker), franceses (Blueberry) ou americanos (Jonah Hex), músicas como Folsom Prison blues ou Ghost riders in the sky, entre muitas outras, parecem ter sido escritas para acompanhar esses gibis. Na verdade, o próprio Cash era conhecido como um storyteller, devido ao seu jeito falado de cantar, sempre narrando uma historinha envolvendo crimes, álcool e danação.

Muse - O somzão pesado, grandiloquente, desesperado, trabalhado e criativo dessa banda inglesa é o fundo sonoro ideal para as tramas muito loucas e em grande escala dos britânicos Warren Ellis e Mark Millar. Impossível ouvir Apocalypse please, do álbum Absolution, por exemplo, e não relacionar com o espetáculo fim do mundo em widescreen de The Authority, Transmetropolitan e Pesadelo Supremo (Elis) ou Chosen, Os Supremos e Wanted (Millar).

Stereolab - Pense em um som psicodélico, cheio de ambiências alienígenas, algo entorpecente, e ao mesmo tempo, acessível aos terráqueos. A banda da francesa Laetitia Sadier e seus vocais paralisantes são minha sugestão para acompanhar a leitura de A Garagem Hermética, de Moebius. Experimente. Mas não me chame, OK?

Pixies, Pavement, Guided by Voices, Sonic Youth, Throwing Muses, Husker Du e outras - As bandas do underground americano dos anos 80 e 90 são a trilha sonora exata para ler... os autores do quadrinho underground americano dos anos 80 e 90! Óbvio! E depois, é bem, capaz de Peter Bagge, Adrian Tomine, Daniel Clowes, os Hernandez Bros. e Richard Sala, entre muitos outros, tenham criado boa parte de sua obra ouvindo essas bandas. Ambiência perfeita, não?

Serge Gainsbourg & Jane Birkin - "Je T'Aime...Moi Non Plus", o maior clássico de motel de todos os tempos, com o vocal sussurrado de Gainsbourg e os gemidos de Jane Birkin já embalaram muita mão naquilo, aquilo na mão e aquilo n'aquilo. Ora, por que não embalar, então, os belos delírios eróticos e desenhos exuberantes de mestres do erotismo das HQs, como Giovana Casotto (essa mulher é demais!!!), Milo Manara, Guido Crepax, e Reed Waller & Kate Worley (Omaha, a Stripper)?



MANDO DIAO MANDA BEM PRACA - Pára com isso. Eu sei que você não gosta de banana nenhuma de Cansei de ser sexy ou essas coisas modernosas pós-punks com um toque de eletrônica e funk carioca. Balela de jornalista novidadeiro deslumbrado. O que liga é Mando Diao, banda de uns garotos suecos, da cidadezinha de Borlange e que só tem dois discos lançados. Caiu-me nas mãos o primeiro deles, Bring 'em in, e vou te dizer uma coisa: é o melhor disco de estréia de uma banda que ouço desde... o primeiro do Strokes, acho. Só que o som aqui é completamente sixties, na veia dos Stones dos primórdios, Stooges, o Them de Van Morrison, Kinks, Motown. Mas na veia mesmo, e mais veloz, pra ouvir no inferninho esfumaçado, cheio de goró no juízo. O ritmo é frenético, catártico, mas sempre com muita melodia e classe nas execuções. O vocalista é sensacional, tem um puta vozeirão e parece estar sempre prestes a tirar a roupa e pisar em cima, tamanha a entrega do cara. Sem contar que os moleques são muito boçais, arrogantes e se dizem melhores que todas essas bandas citadas acima. Oasis é fichinha perto disso aqui. E ainda tem um certo sentido de perigo, como Stones e Stooges, enfim. Tô te falando, Mando Diao é um negócio muito sério. E esqueça essa balela de "new rave".

E A COMIDA AINDA É BOA - Meu guru do Nordeste de Amaralina, sábio conhecedor dos segredos, esquinas e reentrâncias desta soterópolis (não o programa) desvairada e senil, de vez em quando faz uma gracinha pros amigos e os brinda com uma palhinha do seu vasto saber no que tange aos bares desta cidade. Qual não foi minha surpresa ao ser conduzido por ele e sua respectiva à um insuspeitado boteco no Porto da Barra, intitulado Tortilleria Galícia. Para encurtar: o aconchegante barzinho tem as paredes decoradas de alto a baixo com discos de vinil. DISCOS DE ROCK, no caso. Aí você aponta um deles e fala pra garçonete: "eu quero ouvir aquele Greatest Hits do The Byrds ali. É, aquele, ali". E pronto. Aí é só pedir a cerveja e o cardápio, onde é possível escolher uma variedade de tortillas espanholas deliciosas (recomendo a de calabresa) por apenas R$ 6,00. E ainda dá pra duas pessoas, tranqüilamente. O incrível é que, nas duas vezes em que estive lá, praticamente ninguém entrou no recinto. Tranqüilidade total. Vá antes que acabe, por que é bom demais, e aqui, sabe como é. Fica no Porto da Barra, pertinho do Dubliners. Excelente pedida para abrir a night.

EDNÍLSON CONCORDA - Ele provavelmente nem sabe, mas concorda comigo. É até chato voltar à essa cansada polêmica (coisa da qual nem estou a fim, juro), mas garanto que é por uma boa razão. O pessoal mais assíduo da blogosfera rocker local deve se lembrar daquele texto meu para o blog Clash City Rockers - depois republicado pelo site Bahia Rock - contando a história da Úteros em Fúria. Deve se lembrar também da polêmica que se seguiu nos comments do CCR por que caí na besteira de levantar a lebre de que, mulher que é bom mesmo, só começou a freqüentar os shows de bandas de rock locais a partir dos concertos - ensandecidos e enlouquecidos, é bom lembrar - da Úteros. E, folheando o livro "Rock Baiano: História de uma cultura subterrânea", alentado relato de Ednílson Telefanzine Sacramento, descobri nele a espirituosa confirmação que (lá vai) sacramenta minha afirmação. Está lá, à página 223: "A Útero (sic) foi responsável pela criação de um novo segmento dentro do público: as mulheres". E esse livro já estava escrito há quase 10 anos. Tá lá o corpo estendido no chão. Não se fala mais nisso, esse assunto não é mais discutível. Não me venham com mais polêmicas, que eu já disse que chutar cachorro morto não é comigo.

VOTE DE NOVO - Do release: O clipe de "Tudo de Novo; Começo sem fim", da Mirabolix, concorre a melhor videoclipe do ano no "VideoRock 1st Festival Nacional de Videoclipes". Os videoclipes inscritos no Festival concorrerão ao troféu VIDEOROCK 1ST de melhor videoclipe, além de receberem um prêmio em filmagem e edição no valor de R$10mil reais, que poderão ser utilizados para a produção de um novo videoclipe da banda vencedora http://www.videorock.com.br/index.htm Para votar, basta visitar o site, clicar na imagem do clipe, preencher o campo com o seu e-mail e clicar em "Votar Tudo de Novo; Começo sem Fim/Mirabolix". Você receberá uma confirmação do voto via e-mail e poderá votar quantas vezes quiser.

AGENDA

Beatles Social Club - Cavern Beatles, Tatiana Aguiar, Mariella Santiago, Márcia Castro e Nefelibata, 28.11, Horário: a partir das 20 horas; ingresso: free. Companhia da Pizza, Praça Brigadeiro Faria Rocha, s/n, Rio Vermelho.

FÁBIO CASCADURA ROCK´N ROLL SOUL - Após temporada de show com o Cascadura pelo Sudeste do país, Fábio Cascadura e Thiago Trad voltam a se apresentar com o projeto FÁBIO CASCADURA ROCK´N ROLL SOUL. Em formato acústico eles apresentam grandes sucessos dos anos 50, 60 e 70 que influenciaram o CASCADURA, além de músicas do repertório próprio 30.11, Horário: 21:00 hs Ingresso: R$ 6 Balcão Botequim, (Curva da Paciência, Rio Vermelho).

Capitão Parafina e os Haoles - 1º de dezembro, Horário: às 22h, Ingresso: Até a 00h - R$ 5,00 (entrada) + R$ 5,00 (consumação mínima), World Bar, (travessa dias Dávila - Barra - Calçadão da Off).

JAZZ ROCK QUARTET - Sexta, 1º de dezembro, 22 hs, de grátis no Nhõ Caldos (Rio Vermelho).

TRÊMULA (SP), BERLINDA, THEATRO DE SERAPHIN E DJ PRÊ - 07.12, 22h, na Zauber, R$10,00.

44 comentários:

mov. nac. de busca e apoi a pessoas desaparecidas disse...

beatles social club hoje, uow! mariella e pizza gramuche

osvaldo disse...

Franchico, a se considerar o excelente livro de Ednilson Sacramento como verdade definitiva sobre o rock baiano(em breve post sobre o mesmo), Marcelo Nova , para possivel desespero de alguns, foi a figura PRINCIPAL do rock na Bahia.

Franchico disse...

Ai, ai... Uh... sem comentários sobre essa pedrada por enquanto...

Mas Brama, que bom saber que vc vai fazer um post sobre o livro. Inda nem comecei a lê-lo.

Franchico disse...

Dois comentários que deveriam ter entrado nesse post, mas acabei me passando.

1. Queria agradecer aos Maicols pelo show fantástico do dia 18 na Casa da Dinha, na festinha do Rock Loco. Nancyta tá cantando demais (como sempre aliás). Ênio, que nunca tinha visto tocar, se mostrou um guitarrista acima da média, extremamente competente e criativo. E a cozinha de Rex e CH quebra tudo com gosto de querosene, è moda do velho Alberto. Showzaço, com direito até a cover de The number of the beast, do Iron Maiden, momento que quase me levou às lágrimas. Ainda bem que eu sou um cara durão! Sem contar o Michael Jackson em pessoa, que dançou o show todo e ainda cantou I'll be there. Lindo, quero ver outros shows dos Maicols. Sugestão: que tal um cover do Kiss (que não seja Rock n roll all nite)? Parasite?

2. Rolling Stone brasileira nº 2 nas bancas e a única banda baiana digna de nota na revista foi a... Gonorréia! O que seria ótimo, se pelo menos a banda do assessor de imprensa de Ivete Sangalo realmente fizesse parte da cena local. Tirando Brama, Miguel e o resto da galera que já passou dos 40, alguém aí já viu algum show da Gonorréia? Alguém aí já viu a Gonorréia tocando no Idearium? No Rock in Rio Café, que seja? Zauber? Nhõ Caldos? Tanta banda baiana aí batalhando, dando a cara pra bater, fazendo show toda semana em botecos imundos, e a Rolling Stone dá espaço para uma banda que não passa de um capricho de um executivo cheio de grana no bolso. Que desperdício. (E antes que me crucifiquem aqui, aviso logo que, pessoalmente, nada tenho contra a banda em questão, seu "dono" ou seus músicos contratados, no caso, o mesmo Rex dos Maicols e Retrofoguetes, André T. e Jô Estrada, sendo o primeiro e o último, bons amigos deste blogueiro. Mas que a coisa toda é bem constrangedora, isso é).

mov. nac. de busca e apoi a pessoas desaparecidas disse...

eu sei o que é gonorréia, mas não por dentro. hehehe!

partilho de vosso pensamento sobre o assunto, chico. mesmo ainda não tendo lido a revista.

mas marcelo nova tb não é parte da cena local e nem por isso deixa de ser propalado como tal... né?

tb embora não tenha nada contra o cara.

Franchico disse...

Falou, Miguel. Não questiono de jeito nenhum o lugar na história e a importância da Gonorréia no rock baiano. Até por que eu não estava lá. No máximo, lembro de ver o nome da banda pichado pelos muros da Barra, Graça e Campo Grande quando era guri. Relendo o texto em questão ontem à noite, vi até que Eduardo Bastos, jornalista que respeito como profissional e gosto como pessoa, vai escrever um livro sobre a banda. Legal. A única coisa que a princípio me chateou foi que aquele espaçinho (pequeno, do mesmo tamanho da Formidável Família no nº 1) podia ter sido ocupado por alguma banda que tá batalhando à vera na night e tal. Mas quem sou eu pra dizer que eles tb não podem aparecer e se jogar? Foi só isso.

Franchico disse...

PUTA QUE O PARIU! Essa é a notícia do ano! Preacher, criação máxima nos quadrinhos do irlandês bebum pervertido Garth Ennis vai virar série de TV pela HBO! O mesmo canal que nos deu as melhores séries dos últimos tempos (fora Lost), como A Sete Palmos, Família Soprano e Deadwood. Isso é muito bom, é muito melhor que um filme, que acaba ficando superficial para abarcar 75 edições de história em apenas duas horas. Leiam a notícia completa aqui:

http://www.omelete.com.br/tv/news/base_para_news.asp?artigo=20878

Tomara que fique pronto logo!

Marcos Rodrigues disse...

Bom, ainda não cheguei aos 40 e vi sim Gonorréia, Trem Fantasma, Espírito de Porco, Joves Sem Lei e a cena de 82 a 84 em torno do Circo Relâmpago. O resto vcs lêem em Ednilson.

Aproveito para divulgar que o livro de Ednilson estará em breve numa versão e-book (pdf) em 5 edições, com nova editoração e novas capas, exclusivamente no portal (pô!) Clash City Rockers. O primeiro estará disponível para download gratuito no início de dezembro.

Uma prévia lá no CCR.
http://clashcityrockers.blogspot.com

Marcos Rodrigues disse...

Oops. Fui eu: Marcos ;)

osvaldo disse...

miwky, marcelo e o camisa estouraram nacionalmente enquanto ainda moravam em salvador, logico que em pouco tempo estavam morando fora.pitty e raul(principalmente) ja estavam fora de salvador quando do sucesso, nem por isso pitty deixou de ter suas ligaçoes com a cena local, mas foi, acredite, muito, muito diferente(segundo o proprio Ednilson). E Miwky, Ednilson escreveu um livro, nao uma revista.

Franchico disse...

Regina, se vc me permite, acho que vc está tendo uma visão meio distorcida da coisa. Essa discussão sobre Maria Rita no Burn Bahia Burn não é sobre se Mª Rita é ou não maravilhosa. A Pessoas Invisíveis, que é uma banda muito legal e eu recomendo a vc conhecer, ganhou um concurso da Trama Vurtual e o prêmio era fazer um show no Rio de Janeiro, com outras bandas vencedoras do concurso. O evento foi encerrado com um show da cantora, que tb é da Trama. Os caras foram lá, quebraram tudo, fizeram um show lindo e depois aquetaram o facho e assistiram o show da anfitriã. Qual é o mal disso?

Outra coisa: a gente sempre fala da Sangria e de Roney, é só alguma coisa acontecer, que a gente tá em cima do lance (a gente, digo este blog, o BBB, o site Bahia Rock, el Cabong etc). Se não se tem falado muito deles ultimamente, é por que ambas as bandas estão meio que na entressafra. Roney está afinando o repertório novo para o segundo disco. Já a Sangria está se preparando para entrar em estúdio no início do ano que vem para gravar seu primeiro CD, além de fazer alguns shows por aí. Em dezembro vai ter show no Rock in Rio, com Matanza e mais uma ou duas bandas locais que não lembro agora.

E por último, quem, pelamordedeus, disse que "marcelo nova e camisa de venus é ruim"? Me aponta o sujeito que eu vou lá e dou uns cascudos nele, oquei?

Estamos aí. Participe sempre e conte com este blog, beleuza? Abraço!

mov. nac. de busca e apoi a pessoas desaparecidas disse...

Osvaldo, remetendo ao que Chico falou do espaço dado ao gonorréia e tals... dá-se um espaço ao Marcelo, onde ele quase nunca cita ligação com a Bahia ou ao que é feito aqui (não que ele seja obrigado... enfim...), a não ser quando diz que não toca aqui pq não o chama e de repente, ta aí a diferença entre a pitty no que se refere à postura com a cena baiana, vale uma análise?

Tava falando do espaço que ganha histericamente forçando-o a esta relação, que está no mesmo nível do apontado no post para o gonorréia.

Ednilson fez um retrato histórico e claro, Marcelo nova, camisa de Vênus e mais um apanhado de bandas até a época que ele retratou devia mesmo aparecer sob julgamento parcialidade da coisa. Nem sei como ele entrou nessa discussão aqui...

Pois é, chico: sempre que posso coloco lá no bbb a minha ótica, nunca escondi isso. Qto às bandas, ainda que não estejam na cidade, procuro alguém que passe os relatos, mó clima de blog mesmo...
queria que houvessem trilhares de outros blogs falando da cena de salvador, quem quiser se habilitar: é de graça!

qto aos achistas de mim (tenho pena...!): tô só esperando as ameaças de morte, pq xingamento não dói!

Franchico disse...

Aí é aquela história dos cegos e do elefante. Cada um parece ver as coisas do jeito que pode - ou quer. Eu não achei isso.

Quanto aos blogs, Regina, acompanho e gosto muito dos que vc citou. Acho muito legal, por exemplo, Miwky conseguir esses correspondentes interestaduais para resenhar shows fora de Salvador, entre outras coisas que ela faz no BBB.

Agora, cada um tem um jeito e um estilo de fazer. Não cabe a mim dizer "esse é ruim" ou "aquele é bom", já que eu me sinto sob esse mesmo teto de vidro.

O que é mais importante, para além (tomem lá um "para além" na caixa dos peitos! Odeio essa expressão!) de juízos de valor dos blogs é que eles existam, sejam ativos e movimentem e repercutam a cena (ou algo assim, já que, teoricamente, não temos uma cena).

Franchico disse...

OBA! Briga de garotas! ;-)

Franchico disse...

Só peço às moças que não sujem as paredes do recinto de sangue, por favor. Sabe como é, dá uma trabalheira pra limpar depois. :-)

O que seria do jornalismo musical brasileiro sem Jamari França?

Nada do que está lá é muita novidade, mas leiam no último post dele como todo mundo já se vendeu direitinho. Né, Mr. Zimmerman?

http://oglobo.globo.com/online/blogs/jamari/

mov. nac. de busca e apoi a pessoas desaparecidas disse...

porra, chico! foste "ferpeito" cada um entende o que quer...

minhas posturas, defendo-as, mas claro que posso mudar de idéia sobre as coisas e adoro argumentos.

só a minha impermanência é que é imutável, me orgulho disso e tals...

e classe eu tenho de sobra, fala ai!

Franchico disse...

Falei! ;-)

E eis que diretamente da Central Cascadura de Notícias nos chega uma novidade em primeira mão. Segue texto ipsis literis:

"Estréia, dia 4/12, na MTV Brasil, o clip de "O Centro do Universo", do CASCADURA.

Com direção de Rico Spencer, o 1º clip extraído do álbum BOGARY, fará o seu "debut" no programa "MTV de Bolso", que vai ao ar às 13h."

Nei Bahia disse...

Chicão, bote fogo...

Depois a gente promove uma luta na lama e mata uma grana.


Ao som de Nashiville Pussy!!!

Franchico disse...

O vai-não-vai da DC Comics no Brasil e os bastidores de uma negociação pra lá de emperrada.

http://www.universohq.com/quadrinhos/2006/n30112006_01.cfm

A única conclusão possível: os ianques tão pouco se fudendo pro mercado brasileiro de quadrinhos.

Franchico disse...

Nacho Libre, sensacional segundo filme do diretor de Napoleon Dynamite (e aí, alguém já viu?), com Jack Black chega às locadoras agora em dezembro!

"Be grateful, Juan Pablo!".

http://www.omelete.com.br/cinema/news/base_para_news.asp?artigo=20899

osvaldo disse...

miwky, o desenrolar desta historia se deve ao livro de Ednilson, onde ele fez um registro da historia do tal do "rock baiano", com foco especial na decada de 80, um momento crucial do rock no Brasil, e em particular na Bahia.Independente das opinioes pessoais de todos nos a respeito de Marcelo(uns gostam outros nao, com todo direito), esta la registrado,por Ednilson,a importancia determinante e central do Camisa e de Marcelo na construçao da "cena" que hoje todos nos(inclusive vc) participamos.Me parece que vc nao leu o livro, por isso talvez vc esteja confundindo gosto pessoal e historia.

mov. nac. de busca e apoi a pessoas desaparecidas disse...

velhos (com o perdão da intimidade), vcs estão tendenciando a discussão para um lugar que não existe e com isso só confirmam a minha teoria da "histeria marcelo nova".

Pô, história é história e resolve adiantes pro futuro... registro, right??

Pra quem conhece e pra quem não conhece, pra quem dá valor e quem não dá é outro lance e garanto-lhes que não é o meu.

a observação (sabia que geraria uns transtornos) de que não me furtei foi só salientar como muitas vezes criticamos as mesmas postura que domamos.

o livro de ed está bombando, possivelmente partirá pra 2ª edição, mas sério que me assusta o messianismo em torno. vcs estão citando páginas como os evangélicos citam capítulo e versículo, compreendem??

sabe o que de bom isso traz??

tb quero saber.

Franchico disse...

É triste. Somos tão "shity", mas tão "shity", que sequer conseguimos nos unir em torno de um objetivo, de uma idéia, de um conceito. E olha que somos tão poucos... Mas nem assim. Não conseguimos transpor obstáculos de gerações, não conseguimos aprender uns com os outros, não conseguimos tolerar o próximo. Fico pensando se alguém que já não tenha muito respeito ou predileção pelo "rock baiano" (como referir-se à ele? rock local? rock BA? O pobre coitado não tem direito sequer à uma nominação?) tropeça por acaso neste blog. Quão patéticos pareceríamos aos olhos de alguém "de fora"? E qdo digo "patético", não me refiro à ninguém em especial - devo ser o primeiro da fila! É triste. É desestimulante.

Mas olhando pra frente, que é como eu gosto de fazer, o site da casa de Alex Góes, Boomerang, já está no ar, com programação para o - rã-rã - "rock baiano". Parece que ele ocupará a programação de domingo, principalmente. Já tem shows de Cascadura (lançamento de Bogary, finalmente!) e Formidável Família programados. Tá lá:
http://www.boomerangueeventos.com.br/

E aí? Vamo olhar pra frente, galera! Aprender com o passado é virtude de poucos, a história da humanidade nos mostra isso a todo momento. E quem é dono dessa virtude sempre terá mais vantagens. E quem não aprende, que se dane, oras! Vamo na paz, meu povo.

Franchico disse...

Lage, bom cartunista que eu costumava curtir todo dia na Tribuna da Bahia desde guri, faleceu na última terça-feira de câncer. RIP.

http://www.universohq.com/quadrinhos/2006/n01122006_06.cfm

osvaldo disse...

Da minha parte não tem messianismo nenhum, pelo contrario, acho que não existe nada tão sagrado, incluindo Marcelo e o Camisa.Apenas procuro me informar(desde sempre) e constato uma serie de equivocos nos argumentos utilizados nesta questão do Camisa.A minha amizade pessoal com quem quer que seja, não significa um alinhamento automatico, matenho meu senso critico, para concordar e discordar.Não posso concordar com a desinformação sobre o assunto.E por favor leiam com mais atenção, eu disse que se(uma condicional, entenderam?) o excelente livro (opinião pessoal) de Ednilson for a verdade do "rock baiano" , Marcelo e o Camisa foram as figuras centrais da construção da cena desde então ate os dias de hoje. A discussão continua em aberto, apenas não vamos negar fatos, muitos dos quais narrados no livro de Ednilson.Leiam o livro!

Franchico disse...

Eu não tô a fim de entrar nessa discussão de Marcelo Nova & Camisa, acho que a importância deles pro rock baiano é mais do que óbvia - e quem a desconhece ou a nega está pra lá de equivocado (ou no mínimo, tremendamente mal informado).

Mas vem cá: esse posto de "FIGURA MAIS IMPORTANTE DO ROCK BAIANO" (ops foi mal!), quiçá do Rock Brasileiro como um todo, não deveria ser de Raul Seixas, Raulzito Maluco Beleza Primeiro & Único, não?

Ou eu tô ficando maluco?

"Na minha cabeça uma guitarra toca sem parar"...

Nei Bahia disse...

Chicão, rock não é força armada nem polícia pra ter posto.
O rock não constroi seu pensamento dessa forma, buscando identificar quem foi o Maomé, quem são os pagãos e pra que lado fica Meca e Medina.

Franchico disse...

Ai meu deus, eu num tô entendendo mais nada. Mas não era isso que se estava discutindo aqui?

O fato de que, pelo livro de Edníson (segundo Brama, que já o leu), Marcelo Nova seria "O Cara mais importante pro rock baiano"? Então esse seu recado não seria pro autor do livro, Nei? Eu só tô tentando entender, jamais impor nada.

E realmente, eu não tô entendendo aonde se quer chegar com essa discussão sem pé nem cabeça.

Yara Vasku disse...

Grande Nei Bahia.
Bj!

Franchico disse...

OK. Deus me livre entrar de novo nessa discussão. Tô fora, em boca fechada não entra mosca. Abraço à Miguel e à todos.

mov. nac. de busca e apoi a pessoas desaparecidas disse...

osvaldo, quando eu citar os equívocos sobre essa ou qualquer questão, qualquer questão mesmo, abra meus olhos. por favor! sinta-se à vontade.

não discuto a carreira/história de marcelo nova, tampouco do camisa de vênus.
discuto o assunto ser um tabu, mas já que não há isso de sua parte: amém! pq não quero gratuidade na coisa. de verdade.

eu estudava no dois de julho e aldo tinha uma cantina lá. por conta de toda mágoa (e nova inclinação religiosa) que ele tem/tinha dos anos de ter sido camisa de vênus, abominava a banda. e eu fui um bom ouvido, era adolescente, mas prestei atenção.

eu sempre tentava arrancar-lhe, com jeito, de verdade, informações sobre aqueles anos, principalmente de bastidores e digamos... tenho os dois lados da história mas nenhuma como definitiva, prefiro duvidar de ambas (ainda que não seja a melhor estratégia) do que falar cegamente de qq um.

e eu, lembro-me bem, não incluí ednilson na história até respondê-los. para mim a história era espaço na mídia, tentei me ater a isso, mas...

fico com nei sobre a coisa do salvador do rock. nem sobre os antigos, tampouco para os vindouros.

e me esclareçam: vcs sempre estão a comentar que não existe cena, que salvador não tem uma cena e etc... mas levantam o Marcelo, o camisa como os criadores da mesma.

me digam: quem destruiu a cena e ou se o que tratam é apenas fruto para contradição?


estou gostando de discutir isso...

mov. nac. de busca e apoi a pessoas desaparecidas disse...

miguel, de novo...

vou ler o livro. não só isso, comprarei para meus amigos, gente de diversa opinião, região e educação até.

não era pra discutir o livro...

quanto aos ex-isso-ou-aquilo são a história tb.
nunca gostei da unilateralidade das coisas, sob o risco de me abobalhar e deslumbrar.

mas não estamos discutindo a mim ou a vcs, pessoalmente, certo??

ainda que seja engraçado (pra não usar outra expressão) que numa mesma postagem eu apareça como chata e bacana, inxerida e interessada, inteligente e não saber do que eu falo...

fiquei sem resposta ou tá tudo no livro???

mov. nac. de busca e apoi a pessoas desaparecidas disse...

ademais, hoje é dia: começa com o documentário sobre batatinha lá na walter, pq eu amo o rock...

mesmo que ele não me ame.

osvaldo disse...

Vcs quem cara palida?eu nunca disse que nao havia cena em salvador(alias me sinto parte dele), o que nao impede de acha-la eternamente o "o voo da galinha", apesar das varias bandas fantasticamente talentosas, das quais sou fan. Nei e Chico, nao usei o termo " mais importante" e sim "figura central", o que no contexto que quis inserir sao coisas diferentes. E mantenho o que disse, se houve uma figura central na construçao de uma cena (insipiente que seja) na terra de ioio e iaia foi Marcelo Nova .Nao se trata de amizade ou idolatria,nem significa que outras figuras nao sejam de alta relevancia(Raul, Pitty), estou propondo uma discussao. leiam o livro, reflitam e vamos discutir a parada.

Marcos Rodrigues disse...

A quem interessa possa: está na rede o primeiro volume da versão digital do livro 'Rock Baiano: História de Uma Cultura Subterrânea'. A central do download, é claro, tá lá no http://clashcityrockers.blogspot.com/

Nei Bahia disse...

Miwky, o rock não ama ninguêm, ele é cruel e traçoeiro, por isso é de fudê!!

mov. nac. de busca e apoi a pessoas desaparecidas disse...

ok, vamos discutir o livro.

saio hoje para comprá-lo e na sequência do término da leitura, vamos discutir isso e um dia, quem sabe, terei a esperança de discutir o que eu queria.

nei, isso eu já sei! mas se eu nasci pra mulher de malandro, cumprirei o meu distino...

miguel, batatinha assada é nham nham!

osvaldo disse...

tava faltando 1 comment pra completar 50. "I'm the rhythm thief, say good-bye to the beat."

Franciel disse...

Seu garçon faça o favor de me trazer depressa uma 51.

Franchico disse...

Jamari F. esteve em SSa esse fim de semana pro tedioso Mercado Cultural. Como ele mesmo disse, "Ninguém merece"...

http://oglobo.globo.com/online/blogs/jamari/

Por outro lado, as memórias do 63 de Miguel Cordeiro deixam com saudade até quem não viveu aqueles tempos...

http://www.miguelcordeiroarquivos.blogger.com.br/

Marcos Rodrigues disse...

Não me pareceu que o Jamari ficou entediado com o Mercado Cultural, não. É bem a praia do homem do 'Vamo batê lata'. Ele até elogiou a Mariela Santiago. O 'ninguém merece' dele ficou restrito aos trios em frente ao Hotel da Bahia, no dia do Samba. Não foi isso?

Franchico disse...

É, Marcos, é verdade. Foi só um gostinho......

osvaldo disse...

miguel cordeiro, nessa vc se superou.muito bom mesmo este post, a analise esta perfeita, e o roteiro impecavel.so resta vc ficar amigo de gil, ou alguem da turma dele para o governo bancar a parada.com aquele abraço de trilha é capaz dele topar.

Franchico disse...

Atenção, fiéis leitores, não desanimeis! Osvaldo Brama Silveira volta à atividade neste blog com o seu prometido texto sobre o livro Rock Baiano, de Ednílson Sacramento. Logo, logo, no ar! O Rock Loco continua.