Fim de semana agitado (pfuah!), com vários shows aqui e lá no Brasil. Vamos separar por dias para não dar um nó no juízo.
SEXTA: depois que eu saí espalhando por tudo quanto é site, blog, flog e o caralho a quatro anunciando que os Autoramas iam para o programa de sexta, a boa e velha de Lei de Murphy funcionou e aconteceu o mais provável de acontecer: ELES NÃO VIERAM. Claro. Se eu não tivesse anunciado zorra nenhuma, eles provavelmente estariam lá desde o início. E quase ninguém teria ouvido. Bom, a razão é a mais simples possível: a passagem de som no Tapioca só começou por volta das 20h, por acaso, mesmo horário em que começa o programa. Mas tudo bem, o programa foi o bicho, eu e Mário Jorge seguramos a peteca legal e foi beleza. Nossas sinceras desculpas às centenas de milhares de ouvintes fiéis que formularam seus questionamentos, dúvidas e inquietações para perguntar ao vivo a galera da banda. Fica pra próxima. Já no Tapioca, um público razoável compareceu ao show que contou com uma ótima abertura da Los Canos, que, à vontade, fez um show redondinho e animou o povo com hits como Bandinha de rock e Ela não gosta de mim, entre outros. Faltou Mercadologia, mas foi o bicho. No fim da apresentação, Gabriel do Autoramas subiu no palco, fez um discurso jogando merecidos confetes sobre a banda e cantou uma música bem legal, mas que não lembro qual foi agora.
Público aquecido, em pouco tempo os Autoramas sobem no palco e mandam ver seu som acelerado, sem medo de errar. A galera gosta, e suando, nego pedia mais. Como não sou familiarizado com o repertório da banda (fora os hits), me abstenho de ficar citando nome de música aqui. Notável o entrosamento do trio Gabriel / Simone / Bacalhau. Por vezes, baixo, guitarra e bateria parecia tudo um instrumento só, ia tudo pro mesmo lado, pra logo depois se espalharem de novo em bela e furiosa harmonia. Bom show. A surpresa ficou pro final. Uma batida meio tribal, um som meio familiar... Ting! Bateu. Comentei com o doidão do Tales, que tava do meu lado: ?Porra, é Blue monday do New Order!? Tales: ?Caralho, é mesmo! Vou lá cantar!? Ri e me distraí por uns dois segundos. Quando olhei para o palco de novo, Tales já tava lá em cima, cantando num inglês embromation de deixar aquela menina do Big Brother (o programa da Globo) envergonhada. Mas não é que a galera se amarrou, mesmo ele mandando todo mundo pra?quele lugar no embromation lá dele? Loucura perde.
SÁBADO: A ressaca horripilante que se abateu sobre minha pessoa no sábado (acrescida de uma forte indisposição intestinal, mas acho que isso não interessa a ninguém aqui) não me impediu de comparecer ao show de lançamento do cd demo da Sangria no Berinjela, de grátis, com participação da Tequilers e Tritor. Som bala, do companheiro Salomão, como já está virando tradição nessas ocasiões. Sabe como é: não basta ser de grátis. Tem que ser audível, correto? O fim de tarde foi aberto pela Tequilers, banda do meu mestre Cebola e do companheiro Eduardo Bastos, este último demonstrando uma insuspeita habilidade com a guitarra, me surpreendeu com belos riffs e solos sucintos, no quilo. Bacana. O som, a primeira vista e salvo engano, me pareceu meio na veia do Deep Purple, com a utilização de teclados e letras em português. Cebola, no baixo e vocal, é carismático pra cacete e divide bem as atenções no palco com Eduardo e seu promissor batera, Dantas. O climão meio 70 do som é quebrado pela participação da companheira Simone, que canta uma música que, pelo menos aos meus ouvidos, remeteu aos sons mais tristonhos dos anos 80, com uma pegada mais pop. Promete. Vamos ver os próximos shows.
Na seqüência, a Sangria quebrou tudo. Esquizofrenia já é hit. Sangria, a canção, promete se tornar um hino com seu refrão simples e raivoso. Os covers de Lay, lady lay, de Dylan, e da Dinky Dau e da Úteros levantam a galera. Uma rodinha de pogo ainda tímida, com poucos moleques punks, se forma convidativa, prometendo aumentar nos próximos shows. Já disse isso aqui e repito: não dou um ano para a Sangria se tornar uma das mais queridas e requisitadas bandas de rock da cidade. Ponto.
Depois da Sangria foi a vez da Tritor, projeto hip hop de Edbrás, Nego Play e Caveira, mais um brother que não sei o nome, foi mal aê. Não sou chegado em rap e hip hop, mas devo dizer que fiquei bem impressionado com o pouco que vi da apresentação deles. Todo mundo de capa de chuva amarela com capuz e a inscrição Tritor Tecnologia nas costas, dois djs e dois mcs se revezando, Edbrás soprando seu trompete vez ou outra, Tiaguinho Nego Play costurando instigantes linhas de baixo com sua habitual competência e samplers muito bem escolhidos. Bom: se eu falar mais aqui, vou deixar de ser honesto e partir pro chute, coisa que não é muito a minha onda. Fui pra casa, que a seqüela da noite de sexta ainda tava pegando.
DOMINGO: e não é que o merchandising da TIM falou mais alto e dona Rede Bahia deixou passar a transmissão ao vivo do show do Libertines? Como já se sabia, Pete Doherty não veio e sobrou pro Carl Barat ser o frontman. É foda comentar show pela tv, mas que inveja daquele povo lá! Apesar da ausência do pé na jaca Doherty, os Libertines, com o auxílio de um louquíssimo guitarrista substituto, mandaram ver bonito uma seqüência de hits na primeira meia hora do show que a Globo transmitiu. Time for heroes, Cant stand me now e Up the bracket levaram o povo ao delírio. Barat, ainda meio contido, parecia oscilar entre o profissionalismo e a vontade de quebrar tudo, coisa que deve ter feito mais pro fim do show. À essa altura, nossos ressacados colunistas do rock já devem estar digitando seus testemunhos sobre essa apresentação histórica. Enquanto isso, aqui na terrinha, malucos de rua ainda gritam a plenos pulmões para tocar Raul. Já eu, peço encarecidamente: Troca Raul!
Blog (que, nos seus primórdios, entre 2004-05, foi de um programa de rádio) sobre rock e cultura pop. Hoje é o blog de Chico Castro Jr., jornalista formado pela Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia. Atualmente, é repórter do Caderno 2+ do jornal A Tarde, no qual algumas das matérias vistas aqui foram anteriormente publicadas. Assina a coluna Coletânea, dedicada à música independente baiana. Nossa base é Salvador, Bahia, a cidade do axé, a cidade do terror.
6 comentários:
Fim de semana cheio, hein??
Só participei do de sábado.. hehe lógico.
Pedro, baixo e Emanuel, bateria (Sangria) supreendendo novamente!!! Muito Bom!
Ah! O nome do outro da Tritor, é Mauro Telefunksoul, o melhor dj(para mim) da festa 16 tons, lembra?? Esse tbm vai longe!
Bjs
Cléo
LAzaro (negim mala) è o rei do Rock! Toca Raul!
valeu pela informação, Cléo. num esqueço mais. aproveito e registro o protesto recebido por email pelo companheiro T(h)ales. abre aspas: Embromation um caralho. alih foi enloketion. me comparar com
neguinho do big brother eh foda. sacanagem. fecha aspas. como já respondi por email, Thales, foi mal aê. magoou, foi?
Chico, o nome da música que Gabriel cantou com a Los Canos é Azarar na W3, que na verdade é da Little Quail. A Los Canos fez um cover dessa música para uma coletânea tributo ao LQ, não sei se o disco já saiu.
Ah, acho que eles tocaram Mercadologia sim, só que no bis.
E aí, cara.
Aqui é o Sid(www.infernodosid.blogger.com.br). Vi seu comentário lá no meu blog, mas, infelizmente, a rádio do programa de vocês não pega aqui em casa. Eu já tentei de tudo, mas não pega. Um amigo meu fica me fazendo inveja porque ele ouve o programa e eu não...
Quanto aos shows, eu fui tanto na sexta quanto no sábado, e faço minhas as suas palavras. Sangria realmente promete, é muito foda, comprei o CD demo. Esquizofrenia!!!
Até mais.
brigado pelo apoio, galera. e continuem sintonizados. os que conseguem, pelo menos...
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